quinta-feira, 26 de julho de 2012

Os Amigos do Marcola – Petralhas, setores da imprensa, Ministério Público, Defensoria e, indiretamente, governo federal se juntam para atacar Segurança Pública de SP. Eles têm preconceitos e agenda política; eu tenho os números e os fatos

Brasileiros e, muito especialmente, paulistas! A canalhice que se arma contra a Polícia de São Paulo precisa ser caracterizada e denunciada. Querem um dado da equação que está sendo omitido? Se o índice de homicídios do Brasil fosse igual ao do estado, 28.302 vidas seriam poupadas por ano. Leiam o texto, façam o debate e enfrentem a canalha petralha e seus serviçais com números, com dados.
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Escrevi ontem à noite um texto sobre os números da violência em São Paulo — e alguns outros ainda antes disso por conta da histeria contra a polícia do Estado patrocinada por alguns setores — e isso inclui parcela considerável da imprensa. Ainda não se decidiu se a polícia é branda demais e permite que os bandidos atuem livremente, aterrorizando a população, ou se é violenta demais e mata demais, atingindo, de vez em quando, quem não é bandido. Na dúvida, abraçam-se as duas teses. Tudo vale a pena se é para achincalhar a polícia, atingir o governo do Estado e, no fim das contas, fazer política. Qual é a verdade? Nem uma coisa nem outra. Nem o estado está à mercê da bandidagem — isso é uma vigarice política! — nem a polícia sai matando a esmo. A divulgação dos números levou alguns tontos a imaginar que eu pudesse, sei lá, me dar por vencido. Quem sabe finalmente eu me rendesse… Por quê? Eles endossam tudo o que tenho escrito a respeito e desautorizam os terroristas e chicaneiros.
Decidi manter o texto de ontem à noite logo abaixo deste porque são complementares. Se o número de assassinatos dolosos (homicídios mais latrocínios) havidos no estado no primeiro semestre se repetir no segundo, o estado de São Paulo fechará o ano com 4.714 casos, o que representará 11,42 mortos por grupos de 100 mil. Vejam o quadro que está no post abaixo deste. Em 2010, com 13,9, São Paulo já tinha a terceira melhor marca do país. São assassinadas, em média, 50 mil pessoas POR ANO no país, o que é um escândalo! Em um ano e meio de guerra civil síria, já lembrei aqui, morreram 17 mil. O Brasil tem 190 milhões de habitantes. São 26,3 mortos por 100 mil. Eis o primeiro grande contraste: o índice nacional corresponde a 2,3 vezes o do Estado. Façam a conta: se os mortos por 100 mil do país fossem iguais aos de São Paulo, em vez de 50 mil homicídios, haveria 21.698 — seriam poupadas 28.302 vidas. Nada menos!
“Ah, mas a violência cresceu neste primeiro semestre em relação ao primeiro semestre do ano passado!” Cresceu, sim! Jamais escrevi que não — até porque não tinha os dados. Mas vejam que coisa: os latrocínios, que são os casos que mais mobilizam o noticiário e que atemorizam as pessoas — e não sem motivos — tiveram até uma ligeira queda. Não obstante, tem-se a impressão de que as pessoas estão morrendo como moscas por aí. “Então está tudo bem, Reinaldo, nada com que se preocupar???” Ora… É claro que o aumento é, sim, preocupante. Mas é preciso haver senso de proporção.
O Estadão estampa hoje na primeira página: “Homicídios crescem 47% em São Paulo”. Refere-se a números só da capital. Pior: é um dado do mês de junho na comparação com maio. Essa evolução mês a mês não quer dizer grande coisa nem quando sobe nem quando cai. Na sua coluna na Folha Online, Gilberto Dimenstein não perdeu a chance: “Vivemos uma calamidade”. Este senhor decreta a existência de uma “calamidade” no estado que deve ter hoje o segundo ou terceiro melhor índice de homicídios do país.
Não, não estou querendo dar uma de Poliana, não! Existe o aumento de ocorrências, e ele tem de ser pesquisado e demanda ações da polícia — não me atrevo a dizer quais porque não sou especialista da área. Mas daí a querer caracterizar uma situação de perda de controle? Tenham paciência! Hoje, um procurador (leiam posts abaixo) pedirá nada menos do que o afastamento do comando da PM, aí por conta das duas mortes havidas na semana passada, em duas abordagens desastradas. CONTRA OS NÚMEROS, CONTRA AS EVIDÊNCIAS, CONTRA UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA QUE TEM UM HISTÓRICO, pretende-se decretar a existência do caos — ou da “calamidade” — no estado. Hoje, na CBN, se é que já não o fez ontem, Dimenstein dará curso a seu alarmismo.  Só que há uma notícia chata pra ele: EU TENHO MEMÓRIA.
Dimenstein e os fatos
Eu gosto que lembrem as coisas que escrevi. Eu mesmo o faço. Está chegando aí “O País dos Petralhas II”, como sabem. E também gosto de lembrar o que outros escreveram. Querem ver como são as coisas?
No dia 12 de abril de 2010 — SIM, TAMBÉM ERA UM ANO ELEITORAL —, o sr. Dimenstein escreveu isto aqui, ó, que vai em vermelho. Leiam com atenção!
Assassinos contra Serra
O slogan “Pode Mais” de José Serra é, do ponto de vista de marketing, ótimo. Um fato, porém, é capaz de arranhar a força dessa mensagem: os assassinos de São Paulo.

Tenho comentado aqui por várias vezes que a pior notícia da gestão Serra foi o aumento da violência, especialmente o roubo, que, no passado, bateu recorde. Na semana seguinte em que Serra oficializa sua candidatura presencial, sabemos que a taxa de homicídio aumentou 12% nos três primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2009.
Uma das grandes conquistas de São Paulo – e, em especial da cidade – foi a queda contínua dos homicídios, agora revertida. Diga-se que, em comparação com as grandes cidades, o índice é baixo. Mas é um tema que, certamente, vai entrar no debate sucessório, caso as estatísticas não mudem rapidamente.
Pode-se explicar, em parte, o roubo pela crise econômica –mas não a taxa de assassinato. Nesse caso, pelo menos até aqui, Serra pôde menos.
Voltei
Viram só? Dimenstein jogava a responsabilidade pelo aumento de homicídios nas costas de Serra. Na campanha eleitoral, Dilma Rousseff e Marina Silva se referiram aos números de São Paulo — que já estavam entre os melhores do país — como se fossem negativos. Sabem o que aconteceu em 2010? O ano fechou COM A MENOR TAXA DE HOMICÍDIOS DA HISTÓRIA!!! Pela primeira vez, o estado atingiu a marca de 10 homicídios por 100 mil habitantes — na capital, chegou a ficar abaixo disso. Obviamente, Dimenstein não se desculpou com Serra. Com a mesma ligeireza engajada com que escreveu a coluna de 2010, escreveu a de ontem. Serra era candidato em 2010 e é agora. E Dimenstein continua o mesmo.
Bom mesmo é governar o Rio!
Não vou entrar numa guerrinha ridícula, como pretendem alguns. Até porque não acho que o Rio pertença mais aos fluminenses do que a mim. Já disse que não reconheço essas categorias. Minha pátria de verdade é a Fazenda Santa Cândida, entenderam? É lá que corre o rio da minha aldeia. Todo o resto é terra estrangeira. Mas como negar? Bom é governar o Rio!
Sim, a taxa de homicídios caiu lá também. Mas ainda é o dobro da de São Paulo — e, obviamente, não se ouve falar em calamidade! Uma policial é assassinada numa área dita “pacificada”, e o assunto merece o tratamento de exceção. Mais: a presidente Dilma Rousseff enviou uma carta à família da moça — no que fez muito bem, diga-se! — e falou na construção “da paz”. Há áreas em Niterói em que os índices de violência cresceram mil por cento por conta da migração dos bandidos que deixam as favelas “pacificadas” do Rio. Mas não se fala, em nenhum momento, em descontrole ou calamidade. A “pegada” das reportagens sempre indica um poder público no controle da situação, por mais periclitante que ela se mostre.
Mas São Paulo??? Ah, São Paulo, vocês sabem, esta à beira da desordem e da anomia. AINDA QUE OS DADOS DEMONSTREM QUE ISSO É ESTUPIDAMENTE MENTIROSO! Comecem uma contagem regressiva: vamos ver quanto tempo vai demorar para a ministra Maria do Rosário falar uma bobagem… Os blogs sujos, financiados por estatais, estão fazendo a festa, se refestelando na lama. 
Concluo
Olhem aqui: houve, sim, crescimento no número de homicídios no estado. A polícia tem de tentar saber por quê, identificar as áreas, estudar as ocorrências etc. Mas não se esqueçam disto: São Paulo segue tendo uma das melhores e mais eficientes polícias do país, COMO REVELAM OS NÚMEROS. Não caiam na conversa daqueles que preferem se comportar como aliados objetivos de Marcola.
Façam o debate munidos com dados! Chutem o traseiro retórico de prosélitos e petralhas vigaristas! Ah, claro! Eu ainda voltarei a este assunto, à campanha pela descriminação da maconha na TV, à pressão dos cretinos para que o Brasil prenda menos bandidos em vez de prender mais, a todas as boas ideias que matam destes supostos humanistas de miolo mole.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

O cúmulo do ridículo.

6 estelionatários jurídicos ligados ao partido-quadrilha que está sentado à direita do deus-pai todo poderoso Ayres Brito, no banco dos réus do julgamento do MENSALÃO DO LULLA, resolveram, assim como dá uma chupadinha num Chicabon, praticar o ápice do estelionato jurídico em cima do TSE, leia-se Carmen Lúzia, e não dando-se por satisfeitos em cima do próprio STF, na tentativa de melar o julgamento e, ainda por cima, obter salvo conduto para processar quem divulgar imagens, vídeos e gravações do épico julgamento que para muitos, inclusive velhinhos da egrégia corte de notório saber jurídico, trata-se de um julgamento como outro qualquer.
Mais uma destas filigranas judiciais que sempre batem nas portas da Suprema e inquestionável corte.
E qual o argumento "estelionatado" pelos causídicos petralhas?
O julgamento pode "desequilibrar" as forças políticas.
KIBELEZA, NÃO?
O MENSALÃO DO LULLA, com todas as suas tripas expostas à opinião pública, mostrou a todos os brasileiros como se promove o "desequilíbrio" das forças políticas dentro de um dos poderes constituídos da nação, que é o Congresso nacional, através do pagamento de propinas para vagabundos que entregaram sua consciência e sua representatividade parlamentar nas bocas do caixa do Rural e do BMG, em troca de quantias roubadas do Banco do Brasil, e portanto, de todos os brasileiros, para que estes cretinos votassem de acordo com o que queria o governo.
Nessa toada de civilidade, aproveitaram que estão com a chave do cofre, e se lambuzaram nas verbas não contabilizadas para cometer um outro crime que é o caixa 2, admitido pelo PODEROSO CHEFÃO DO MENSALÃO, diretamente da terra de Cabral, Paris, em vídeo que circula pela NET e que já foi publicado aqui no site.
Pedir que petralha tenha vergonha, chega a ser um acinte.
Pedir que petralha tenha descência, chega a ser um ato criminoso.
Essa gente não tem e não sabe o que significa ter escrúpulos, nem em dose homeopática.
"Tem-se o pior dos mundos: a judicialização da política e a politização do julgamento (...). É duplamente inoportuno marcar um julgamento criminal na véspera da eleição, em pleno curso da campanha. Sacrificam-se os direitos individuais e desequilibra-se o pleito, do qual o Supremo Tribunal Federal se transformará no principal protagonista".

O pior dos mundos, para estes vagabundos, é a consolidação de nossa democracia.
O pior dos mundos, para estes vagabundos, é a prática de uma justiça realmente cega.
O pior dos mundos, para estes vagabundos, é a entrada gratuíta, dos 40 LADRÕES DO LULLA, numa cadeia mais próxima de você.
O Brasil é um país de humoristas.
Só que de humor negro. 

DO GENTE DECENTE

O maior brasileiro de todos os tempos Parte III. Essa merda vai longe.

E para quem acreditava que essa mediocridade iria coroar o Sebentão como o maioral da pocilga ontem... Frustração total.
Apresentaram os doze finalistas e certamente que o nominho do Sebentão estava na listinha.
Só que minhas preces não foram ouvidas e o pograma ainda irá se arrastar por mais umas seis semanas no mínimo, ou nove no meu entendimento.
É que agora entrou na fase do "mata mata" e os doze finalistas irão se enfrentar em grupos de dois, e em SEIS SEMANAS teremos os seis finalistas que deverão se enfrentar de forma que fiquem apenas três para chegar a conclusão de quem é o maior Brasuca da Pocilga. 
E o mais bizarro é que quem vota ainda tem que pagar por isso, afinal, tem que enviar um torpedo para um número qualquer para votar. Mas como tem otário neste país?
Bem, segundo o meu entendimento, o pograma ainda vai se arrastar por umas nove semanas , e fazendo essa conta, o maioral vai ser conhecido há exatamente uma semana das eleições de Outubro.
E aí é que eu tenho a mais absoluta certeza de que o ganhador vai ser o Sebentus de Caetés.
As cartas desse jogo medíocre estão marcadas e o povão pagando para participar. Com o se não bastasse o povão pagando a conta da desastrada e estelionatária compra do quebrado Banco Panamericano do grupo Sílvio Santos pelo DESgoverno das Ratazanas Vermelhas, ainda tem que pagar para eleger alguém que já está decidido de ante mão a sua vitória.
Eu só acreditaria na "lisura" desse medíocre programa caso o nominho do Sebentão não estivesse na lista. Mas aí, dirão alguns, não seria democrático. E eu respondo: Não tem que ser democrático, tem que PARECER democrático. 
A manobra da compra do Banco, a propaganda fora de época no Ratinho, e o nome do Sebento nas semi finais da mediocridade, são provas mais do que suficientes de que nada por lá PARECE democrático.
E semana que vem não comentarei sobre esse assunto uma vez que a participação do Sebento X SENNA é só daqui quinze dias.
Mas eu voltarei, com certeza.
Quem viver verá.
E PHOD@-SE!!!
DO B. O MASCATE

CHARGE


R.DEMOCRATICA

Das 76 quebras de sigilo aprovadas na CPI, os bancos só entregaram dados integrais de onze

Instalada em 19 de abril, a CPI do Cachoeira já quebrou os sigilos bancários de 57 empresas e 19 pessoas. Decorridos três meses e sete dias do início dos trabalhos, a comissão só obteve dos bancos informações integrais de 11 correntistas (nove empresas e duas pessoas).
Dito de outra maneira: das 76 ordens de abertura de sigilo expedidas pela CPI, apenas 14,5% foram completamente atendidas. Na grossa maioria dos casos, 85,5%, os dados requisitados ou não foram entregues ou chegaram à comissão incompletos.
Os dois personagens cujos extratos bancários já foram repassados à CPI em sua totalidade são o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o senador cassado Demóstenes Torres. Faltam informações de 17 pessoas –dos governadores Marconi Perillo (PSDB) e Agnelo Queiroz (PT) aos membros da quadrilha desbaratada pela Operação Monte Carlo.
Entre as empresas, a movimentação mais aguardada pelos congressistas é a da construtora Delta. Miram especialmente no lote de contas abertas sob o CNPJ da matriz da empreiteira, sediada no Rio. Muita coisa já chegou. Novos extratos aportaram na CPI nesta semana. Porém…
Uma das principais casas bancárias do país, o Bradesco, demora-se em entregar os extratos da Delta. Por ora, noves fora o que falta chegar, o movimento bancário da empreiteira de Fernando Cavendish já disponível nos computadores da sala-cofre da CPI soma notáveis R$ 23,7 bilhões. Coisa referente aos últimos dez anos.
Enquanto aguardam pela boa vontade do Bradesco, os técnicos da comissão suam a camisa para concluir a análise das informações até 1o de agosto, quando o Congresso volta das férias. Tenta-se refazer o caminho do dinheiro, detalhando de onde veio e, sobretudo, para onde foi.
A renitência dos bancos não é um flagelo exclusivo da CPI. Conforme noticiado aqui, o próprio Ministério Público Federal pediu providências ao STJ contra as instituições financeiras que resistem em cumprir ordens judiciais de quebra de sigilo, emperrando os inquéritos tocados por procuradores.
Em petição protocolada no STJ no final do mês passado, o sub-procurador-geral da República Carlos Eduardo Vasconcelos acusou os bancos de “acobertarem a prática de crimes”, passando “a impressão de que o sistema financeiro nacional não se submete ao ordenamento jurídico nem ao Poder Judiciário.” Algo que, no dizer do sub-procurador, “converte o Brasil num paraíso fiscal.”
No caso da CPI, que tem poderes análogos aos dos juízes, a demora na obtenção de informações bancárias retarda o pedaço mais importante da apuração: a busca de provas que confirmem a materialidade dos crimes insinuados nos grampos da Polícia Federal.
Sem essas provas, os congressistas rodam como parafusos espanados em torno de investigações que lhes chegaram prontas da PF e de depoimentos de réus que recorrem ao silêncio para não se auto-incriminar. Daí para a pizza é um pulinho.
DO B. DO JOSIAS DE SOUZA

‘Blindagem a Dirceu impediu produção de provas do mensalão na CPI dos Correios

Débora Bergamasco, de O Estado de S. Paulo
Relator da CPI dos Correios, investigação parlamentar ocorrida entre 2005 e 2006 que embasou a denúncia formal do mensalão, o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) afirma que muitas provas do escândalo não foram produzidas por causa da "blindagem" a José Dirceu. O peemedebista afirma que o ex-ministro da Casa Civil contava com uma "tropa de choque" formada por colegas de PT que barrava qualquer iniciativa.
Serraglio afirma que 'blindagem' de Dirceu prejudicou investigações do mensalão - Sergio Dutti
Sergio Dutti
Serraglio afirma que 'blindagem' de Dirceu prejudicou investigações do mensalão
"Faltou muita coisa, muito do que eles ficam batendo agora que ‘não tá provado isso, não tá provado aquilo’ é porque a gente estava amarrado, não tínhamos liberdade. Hoje, por exemplo, o José Dirceu fala que ele não tem nada a ver com isso. Nós poderíamos ter feito provas muito mais contundentes em relação à evidente ascendência que ele tinha", diz o deputado.
A uma semana do início do julgamento do caso pelo Supremo Tribunal Federal, o relator conta nesta entrevista ao Estado os bastidores da comissão de inquérito e faz previsões sobre como deve acabar o principal escândalo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma vez instaurada a CPI dos Correios, quais foram as maiores dificuldades dos integrantes?
Sem dúvida, houve dificuldades em avançar nas investigações. Havia uma resistência muito grande para qualquer requisição de documento. A CPI dos Correios, por exemplo, nunca ouviu o José Dirceu. Imagine aí o tipo de resistência que havia.
Quem foi o personagem mais blindado nas investigações?
Com certeza foi o Dirceu. É evidente que ele tinha uma ascendência, porque, de certa forma, sempre conduziu o PT. Ele tinha uma tropa de choque.
Quem fazia parte dessa chamada tropa de choque?
Não que estivessem dentro da CPI agindo sob orientação do Dirceu, mas a tropa de choque que dificultava a evolução da investigação era foramda por (Carlos Augusto) Abicalil, (Jorge) Bittar e Ideli (Salvatti, hoje ministra de Relações Institucionais do governo Dilma Rousseff), que era senadora à época.
Olhando hoje as acusções, faltou alguma coisa que poderia ter sido pedida pela CPI?
Faltou muita coisa, muito do que eles ficam batendo agora que "não tá provado isso, não tá provado aquilo" é porque a gente estava amarrado, não tínhamos liberdade. Hoje, por exemplo, o José Dirceu fala que ele não tem nada a ver com isso. Nós poderíamos ter feito provas muito mais contundentes em relação à evidente ascendência que ele tinha.
Sobre qual dos 38 réus pesam as provas mais contundentes?
Os que conduziam tudo isso. É só pegar a linha. A defesa do Dirceu disse que ele não tinha nada. E ainda temos que acreditar? Pela agenda do Dirceu, ele recebia Marcos Valério, os caras do BMG, do Banco Rural. E ele alegou que não era ele quem montava a agenda, que não sabia quem receberia. Quer dizer que ele abriu a porta do gabinete e apareceu lá dentro o pessoal do BMG? Está nos autos. Agora um ministro do Supremo vai acreditar que ele não sabia quem recebia em seu gabinete e abria a porta e era surpreendido pelas pessoas? Falácia! Poderíamos ter quebrado mais sigilos No meio do caminho criou-se a CPI do Mensalão (sobre a qual o governo tinha ainda mais controle) e tiraram tudo da gente. A partir dela, só investigamos a origem do dinheiro e não o destino. Para onde foi? Não podíamos investigar.
A investigação da CPI do Mensalão não foi contundente?
Claro que não. Foi uma jogada inteligente, porque desde lá começou essa história de que o mensalão era apenas caixa 2. A criação da CPI do Mensalão foi para que nós não investigássemos para onde tinha ido o dinheiro. Foi uma manobra.
Quem pilotou essa manobra?
Se eu ficar falando vão achar que o deputado só pensa naquilo, vão se vitimizar...
O senhor sofreu algum tipo de pressão durante a CPI?
Não ameaças. Mas com certeza devia ter muita gente me grampeando porque eu não tinha possibilidade de falar no telefone nem no celular nem o fixo de casa, de tanto que caía. Com certeza eram grampos.
Acha que muita gente vai ser absolvida no julgamento?
Acho que tem muitas situações nesse caso. E nós reconhecemos. Não dissemos que todas as pessoas estavam metendo a mão em dinheiro público. Pegamos a origem do dinheiro: público, passaram para o Marcos Valério, que fazia remessas. E essa história de ser só caixa 2 é uma confissão. É preciso apresentar documento legal à Justiça Eleitoral. E esse documento é falso! Você não vai responder por crime de falsidade ideológica? Não há consequência nenhuma? E você confessa com todas as letras que assinou esse documento... Você burlou, fraudou documentos e não tem consequência criminal nenhuma?