sexta-feira, 7 de julho de 2017

Os capachos do TSE R$ 550 mil com mordomias...

A Corte prevê gastar até R$ 551 mil com a aquisição dos tapetes

NELSON NIERO NETO COM EDIÇÃO DE MURILO RAMOS
07/07/2017 - 07h00 - Atualizado 07/07/2017 11h14
Fachada do Tribunal Superior Eleitoral em Brasília (Foto: Roberto Jayme/ASICS/TSE)
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu uma licitação para adquirir entre 286 metros quadrados e 368 metros quadrados de capachos. A Corte alega que a aquisição se justifica pelo “estado avançado de desgaste” dos capachos que lá estão. O TSE prevê gastar até R$ 551 mil com a compra dos tapetes. Os capachos maiores, cujas dimensões superam 6 metros de largura, serão postos na entrada do tribunal.
>> TSE prevê gastar mais de R$ 3 milhões para renovar seu mobiliário DA EPOCA

STF abre novo inquérito contra Aécio para apurar mais denúncias dos delatores do J&F

Investigação foi autorizada pelo ministro Marco Aurélio no mês passado para averiguar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

MARCELO ROCHA
07/07/2017 - 09h01 - Atualizado 07/07/2017 17h37
Aécio Neves  (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Sob a relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, foi aberto, nesta quinta-feira (6), inquérito para dar continuidade às investigações relacionadas ao senador Aécio Neves, do PSDB mineiro, nas irregularidades apontadas pelos delatores do grupo J&F.
O inquérito é um desdobramento do anterior, no qual o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia contra o parlamentar por corrupção passiva e obstrução da Justiça. Na denúncia, o chefe do Ministério Público acusou Aécio de solicitar R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos do J&F e delator.
Janot pediu ao Supremo que fosse instaurado novo inquérito para dar continuidade a investigações relacionadas a outro crime de corrupção passiva e também lavagem de dinheiro. Joesley e Ricardo Saud, executivo do grupo empresarial, afirmaram que R$ 60 milhões foram repassados a Aécio em 2014, ano das últimas eleições, por meio de emissão de notas frias a empresas indicadas pelo parlamentar. O ministro Marco Aurélio autorizou, e nesta quinta-feira foi cumprida a formalidade de abertura da apuração.
Aécio e seus advogados já se manifestaram sobre o tema, rebatendo as acusações dos delatores do J&F. De acordo com eles, as declarações de Joesley e Saud são falsas e têm o objetivo de sustentar o acordo de delação premiada.
Atualização - A assessoria do senador Aécio Neves enviou nota à coluna EXPRESSO:
"A soma de R$ 60 milhões refere-se ao total das doações feitas pela JBS ao PSDB em 2014. Recursos que se encontram devidamente declarados ao TSE. O dono da JBS tenta agora transformar algo regular em recursos indevidos com o objetivo de forjar um crime que justifique os benefícios inéditos conseguidos na sua delação. O senador Aécio Neves comprovará a correção da sua conduta.
Assessoria do senador Aécio Neves" DA REV ÉPOCA
>> Escapando da cassação, Aécio será um senador do “cafezinho”

Ação de senador tenta impedir fim de grupo de trabalho da Lava Jato

Processo protocolado por Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, pede a juiz que ouça procuradores e delegados responsáveis pela operação

DA REDAÇÃO
07/07/2017 - 18h06 - Atualizado 07/07/2017 20h28
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) (Foto: Waldemir Barreto /Agência Senado)
O senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, protocolou uma ação popular na Justiça Federal de Macapá para impedir o encerramento do grupo de trabalho da Polícia Federal responsável pela Lava Jato em Curitiba. A decisão de acabar com o GT foi revelada nesta quinta-feira (6) por ÉPOCA, na coluna EXPRESSO, e confirmada pela direção da PF. A ação popular do senador Randolfe busca uma decisão em caráter liminar e pede a manutenção do grupo de policiais que se dedicam exclusivamente à Lava Jato, de acordo com o jornal Valor Econômico.
>> PF acaba com grupo de trabalho da Lava Jato em Curitiba
“Tal medida foi adotada na surdina, sem qualquer antecedência razoável e conseguinte planejamento e, ainda, sem a publicização das motivações objetivamente circunstanciadas que pudessem mitigar a mais que razoável suspeita de intervenção política nos trabalhos policiais”, diz o texto protocolado na Justiça. Randolfe quer que o Ministério da Justiça apresente estudos sobre os impactos dessa reestruturação da equipe. A ação pede também que o juiz ouça os procuradores da República e os delegados que integram a força-tarefa. DA REV.EPOCA
>> Procuradores criticam o fim do Grupo de Trabalho da Polícia Federal dedicado à Lava Jato

Dilma tira sarro de Temer: ‘A história se repete’

Josias de Souza

Dilma Rousseff enxerga em Rodrigo Maia uma reedição de Michel Temer. Nesta sexta-feira, desperdiçou parte do seu tempo ocioso de ex-presidente para ironizar o sucessor. Ela regurgitou uma carta que Temer lhe atravessara na traqueia em dezembro de 2015, quando trocou a condição de “vice decorativo” pela posição de pretendente ao trono.
A carta de rompimento de Temer tinha três páginas. O troco de Dilma ocupou duas notinhas no Twitter. Numa, madame evocou o velho Karl: “Desde Marx sabemos: a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Golpe 2016: Tragédia. 2017: farsa das elites.”
Noutra nota, Dilma tomou emprestado o latim do seu desafeto: “Em vez de carta, Twitter; ‘verba volant scripta manent’!”, anotou, repetindo a expressão usada por Temer para justificar o rompimento por escrito. Significa “as palavras voam, os escritos permanecem.”
É uma pena que Dilma tenha reduzido sua vingança a poucos caracteres. Com mais espaço, poderia dizer meia dúvida de palavras sobre a gênese da encrenca que carcome a gestão de Temer. Seria divertido saber o que madame tem a dizer, por exemplo, sobre a violação praticada na Caixa Econômica Federal.
Foi no governo Dilma que Geddel Vieira Lima, preso há cinco dias, ganhou o cargo de vice-presidente da área que lidava com empresas na Caixa. Foi nessa época também que Eduardo Cunha nomeou um afilhado, Fábio Cleto, para a vice-presidência de loterias, FGTS e outras mumunhas. É uma pena que a “ex-presidenta” não tenha nada a dizer a respeito da pilhagem praticada sob o seu nariz. DO J.DESOUZA

Quem disse que o STF tem poderes divinos?


O Olimpo da Capa Preta, os pretensos Guardiões da Constituição… estão mais para deuses do que Homens – ou ao menos assim suas ações podem ser traduzidas. O que dizer do tribunal supremo do país? Ele é composto por membros interessantes, no mínimo. São senhores (e senhoras) que têm o poder de mudar, absolutamente, tudo. Mas como assim, tudo?
Peguemos um exemplo bem simplório: um remédio que, na realidade, é um veneno. Esse remédio, antes, era vendido para tratar de uma determinada doença, porém, com o passar dos anos, os efeitos colaterais se mostraram, e o dito remédio, por porcentagem, faz mais mal do que bem. Melhor seria se quem o toma não o tomasse e tentasse tratar da doença que possui de outra maneira… Mas digamos que os ministros do STF não achem assim. Pouco importa se debates dentro da medicina, experimentos, etc., já concluíram que, de fato, o dito remédio é um veneno; se o todo-poderoso STF decidir que ele não será um veneno… então ele não será!
Este é o problema de um sistema jurídico (e também Estatal) que não vê nenhum outro poder além de si mesmo. O que é certo e o que é errado estão nas leis, e não em algo para além destas, para além dos sistemas, e, por fim, além da sociedade e do Homem em si. Para além da lei, ou não existe, ou está errado. Duvidam?
Quando Dilma foi retirada do cargo, a Constituição foi rasgada pelo STF, ao não retirarem suas regalias, como o foro privilegiado; recentemente, Aécio Neves foi mandado de volta ao Senado e teve seu pedido de prisão negado, malgrado a evidência (que só um surdo, ou um completo demente não perceberia) que aponta para o envolvimento do senador na corrupção e numa possível tentativa de assassinato… fora que, no fim do ano passado (2016), onde o STF simplesmente decidiu que não se pode condenar assassinos, em caso de aborto. No último exemplo, o Supremo Tribunal Federal simplesmente decidiu quando a vida humana deve, ou não ser exterminada.
Se o STF tem o poder de decidir quem deve viver ou morrer, quem pode matar ou não um inocente, o que ele não pode fazer? Não existe lei, não existe moral, não existe sociedade que possa parar uma decisão desses juízes. Acham-se deuses, decretando como tudo deve funcionar, ditando o que é o certo e o que é o errado.
A piada do STF não é seu poder pretensamente divino, mas sim a crença nesse poder, a apologia a esse poder. Penso muito no caso da policial que foi processada e condenada porque simplesmente disse a verdade nua e crua para um juiz comum: juiz não é Deus. A policial simplesmente queria aplicar uma multa, e o juiz usou de seu cargo para tentar impedi-la… é claro que, na mente desse juiz em particular, ele é como Zeus, que pode entrar na casa de qualquer um, levar as filhas, irmãs e esposas de qualquer mortal para cama e, óbvio, não dever satisfações a ninguém por isso.
Na História do pensamento humano existe um sujeito chamado Xenófanes, que viveu na Grécia Antiga e deu um passo majestoso para criticar o antigo panteão grego: Xenófanes não dava nenhuma moral aos deuses, pois estes não valeriam nada e existiriam mortais muito mais nobres e virtuosos do que as divindades conhecidas. O que esse pensador grego fez foi, nada mais nada menos, que rejeitar a autoridade de divindades que, na realidade, não mereciam o posto que detinham. Os deuses do Olimpo brincavam com vidas humanas como um garoto brinca com um formigueiro, causando prantos, dor, sangue, destruição… E moldando as regras conforme suas vontades, seus caprichos, suas mentalidades.
E assim como Xenófanes, devemos rejeitar a autoridade do STF. A piada da vez é quem a leva em consideração para algo, quem crê, realmente, nesta instituição e que sirva para alguma coisa e em que, jamais, representaria perigo algum. Os juízes do STF não são deuses. Não passam de mortais tão defeituosos como qualquer pessoa, tão propensos a falhas quanto eu ou você (possivelmente até mais propensos…). Suas carreiras não lhes asseguram de não cometerem erros, de não caírem em contradições espúrias, não lhes dão a incorruptibilidade, ou poderes mágicos para decidir o que é certo e o que é errado.
É uma completa piada acreditar que algum tribunal possa decidir quando se pode matar um inocente, que um criminoso pode ser solto sem pena alguma, que a Constituição pode ser rasgada.
Rasguemos o STF, que o povo desconsidere sua autoridade, que suas decisões e piadas sobre loiras tenham o mesmo e justo peso. DO R.CONSTANTINO

Pau na Lava Jato e mantenha o roubo


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Alguma coisa de anormal no País em que feto leva tiro antes de nascer? Era previsível que o desgoverno peemedebosta, em aliança com os tucanalhas e torcida organizada da petelândia, faria o que pudesse para sabotar a Lava Jato. Por isso, não causa surpresa a clara sabotagem contra a Força Tarefa em Curitiba, remanejando a equipe da Polícia Federal que atuava exclusivamente com a equipe do Deltan Dallagnol.
Nossos políticos canalhas pensam que são mais malandros que outros bandidos. Como era esperado, a Comissão de Ética do Senado perdoou Aécio Neves. Claro, os outros senadores acusados de falcatras desejam o mesmo tratamento. O presidente que perdeu totalmente a governabilidade também fez um comentário muito estranho a amigos e aliados próximos. Michel Temer teria dito que, se eventualmente perder na Câmara que tenta cooptar, terminará vencendo no Supremo Tribunal Federal que não vai condená-lo por corrupção passiva ou por organização criminosa (que vem por aí).
Rodrigo Janot prepara o tiro final contra Temer com base nas delações premiadas de Lúcio Funaro e, principalmente, de Eduardo Cunha. A “colaboração” de Cunha com a Justiça promete detonar Michel Temer e aliados próximos dele, como Moreira Franco e Eliseu Padilha. Quem mais vai tomar no Cunha? Em Brasília, aumentou muito a venda de fralda geriátrica para políticos...
Cunha sabe de tudo. Funaro, também. Não foi à toa que Geddel Vieira Lima fez pressão sobre a mulher do Funaro. O troco veio com uma temporada no Presídio da Papuda, em Brasília. Foi ironicamente comovente ver o chorinho de Geddel, cabelinho cortado como presidiário, ao saber que não teria sua prisão preventiva relaxada.  
Hoje, nosso Presidente da República é Eunício de Oliveira. Temer foi para a Alemanha para a reunião do G-20. Rodrigo Maia, o substituto eventual de olho nos 180 dias de Presidência com a eventual queda de Temer, foi dar um passeio de trabalho na Argentina. Aliás, pouco importa com quem seja o titular do Palácio do Planalto. Quem governa de fato o Brasil é o Crime Institucionalizado e sua corrupção sistêmica entranhada no regime Capimunista Rentista.
A próxima jogada da bandidagem é manjada. O plano é investir o dinheiro roubado no Brasil e escondido lá fora para ser esquentado no programa de privatizações no setor elétrico que ontem o desgoverno oficializou. Algumas velhinhas de Taubaté acreditaram que o negócio não vai causar aumentos na conta de energia para os consumidores. A turma inocente ou criminosamente burra acreditou que o prometido fim da Conta de Desenvolvimento Energético – subsídio que todos nós pagamos – será compensado pelo que for arrecadado com a privatização, sem gerar aumentos de tarifas. Santa ingenuidade, Batman!
Eis o retrato assustador do Brasil. Políticos nos assaltam usando como arma o regramento excessivo estatal que eles manipulam e interpretam conforme as conveniências. Tem alguma diferença entre eles e os criminosos do Rio de Janeiro, que cada vez mais utilizam armas de guerra para roubar e barbarizar? Claro que tem! Os primeiros são bandidos atuam de forma mais refinada e com o respaldo do voto dos assaltados/roubados.
Por isso, é importante, de imediato, aprofundar nas redes sociais a campanha cívica “#reelejaninguém”. Não resolve totalmente o problema – que só pode ser solucionado com uma Intervenção Institucional. No entanto, já dá um susto na bandidagem de cima, enquanto os marginais do andar de baixo aprimoram o jeitinho de infenizar o cotidiano do brasileiro.
Ainda bem que o quase-caído Presidente Michel Temer declarou, na Alemanha, que “não existe crise econômica no Brasil”... As declarações temerárias dão náusea... Será que os coxinhas que lhe deram sustentação, mesmo sabendo que ele era vice da petelândia, sentem o mesmo? Certamente, não. Imbecis e canalhas têm estômago e fígado de aço...  
Quem tomará no Cunha?
Manter ou não manter
Nojento
Encontro no abismo

Fim da força-tarefa pode trazer prejuízo à Lava Jato, afirma Fenapef

6 de julho de 2017
A Federação Nacional dos Policiais Federais – Fenapef, legítima representante dos 15 mil policiais federais do país, recebe com preocupação a notícia de que a Polícia Federal decidiu mudar a estrutura de trabalho da Operação Lava Jato, a mais bem-sucedida operação da Polícia Federal.
Ao desestruturar a força-tarefa, a Lava Jato passará a seguir o rito normal de um inquérito policial comum, que têm trâmites excessivamente burocráticos. Também terá que dividir recursos financeiros e de efetivo policial com outras investigações, passando os policiais federais a concorrer em escalas de sobreaviso, espécie de plantão para atuar em flagrantes da unidade policial.
O formato de força-tarefa permitia contato da Polícia Federal com o Ministério Público e com o Judiciário de forma permanente, célere e exclusiva, empregando eficiência nas investigações.
A Fenapef irá procurar a Direção Geral da PF para apurar o motivo das mudanças.
Em time que está ganhando não se mexe!

Cunha negocia termos para delação que pode atingir Temer


Tratativas estão mais avançadas do que as do doleiro Lúcio Funaro
Por O Globo
O ex-deputado Eduardo Cunha
André Coelho / Agência O Globo
RIO - O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tenta negociar acordo de colaboração premiada com os investigadores da Operação Lava-Jato, conforme informou o colunista do GLOBO Lauro Jardim. As tratativas estão mais avançadas do que as do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, antigo parceiro de Cunha, que foi transferido ontem do presídio da Papuda para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Condenado a 15 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro, Cunha permanece preso no Complexo Médico-Penal, no Paraná.
Ambas as propostas de delações provocam temor no Palácio do Planalto, porque podem comprometer o presidente Michel Temer, já atingido pelas revelações dos donos e executivos do Grupo J&F, que controla da JBS. Funaro já admitiu ter atuado como o operador financeiro para o PMDB. E Temer manifestou desconforto com uma suposta pressão feita por Cunha da prisão.
Em março, a Justiça do Distrito Federal encaminhou ao presidente 19 perguntas feitas por Eduardo Cunha. Cinco dias depois, Temer disse ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, em encontro no Palácio do Jaburu no qual foi gravado pelo empresário, que estava sendo “fustigado” por Cunha.
Na conversa no Jaburu, Joesley diz que está “de bem” com o ex-deputado, e ouve de Temer: “Tem que manter isso, viu?”. Segundo investigadores, a resposta de Temer configuraria um aval para a compra do silêncio de Cunha. O presidente é investigado no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de obstrução à Justiça.
Desde que foi preso, em outubro do ano passado, Cunha nega por meio de cartas e de seus advogados a intenção de firmar acordo de delação. Porém, nos bastidores, conseguiu driblar a resistência de procuradores e negocia termos para um acordo.06/07/2017 - DO R.DEMOCRATICA

Polícia Federal encerra grupo exclusivo da Lava Jato em Curitiba

Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress
Membros da Lava Jato em coletiva na 39ª fase da operação, na superintendência da Polícia Federal em Curitiba
ESTELITA HASS CARAZZAI
FSP DE CURITIBA
A Polícia Federal encerrou, nesta semana, a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba —ou seja, o grupo de delegados e agentes dedicados exclusivamente à operação.
Em nota, a instituição informou que os policiais passarão a integrar a Delecor (Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas), dentro da própria superintendência da PF. Eram quatro delegados e mais um grupo de agentes, num total de 40 pessoas dedicadas exclusivamente à Lava Jato em Curitiba.
"Não há motivo orçamentário, nem político", disse o delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Lava Jato em Curitiba, em entrevista nesta quinta (6). "É uma decisão operacional."
Segundo a PF, a medida "prioriza ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário", e aumenta o efetivo dedicado ao combate à corrupção e lavagem de dinheiro.
Cada um dos delegados da Lava Jato possuía cerca de 20 inquéritos, segundo a PF —um número bastante elevado em comparação com o auge da força-tarefa, que chegou a reunir 11 delegados.
Havia relatos de sobrecarga de trabalho e acúmulo de funções.
Com a mudança, informa a nota, a carga de trabalho será reduzida e distribuída entre outros policiais da Delecor, que vai reunir cerca de 80 pessoas, sendo 16 delegados. "Nenhum dos delegados atuantes na Lava Jato terá aumento de carga de trabalho, mas, ao contrário, ela será reduzida", informou a PF.
A ideia, segundo Paula, é criar um núcleo de "investigação permanente contra crimes de alta corrupção" –ao contrário da força-tarefa, que era instituída por portaria e poderia ser revogada a qualquer momento.
Para a instituição, o número de policiais na sede do Paraná "está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade".
REPERCUSSÃO
Integrantes da Lava Jato na PF afirmaram à Folha que a mudança foi "administrativa", a fim de compensar a redução no efetivo de policiais cedidos à força-tarefa.
O problema vem ocorrendo há alguns meses, especialmente pela demanda maior em outros Estados, como Rio de Janeiro e Brasília.
"São várias as prioridades agora", comentou Paula, que relatou que havia dificuldade em levar gente especializada a Curitiba. "Os policiais do Rio não vêm mais. Brasília, nem se fala. Não tem condições."
A força-tarefa da PF já vinha sofrendo um corte progressivo de pessoal: em maio, o número de delegados dedicados à Lava Jato na PF de Curitiba caiu de nove para quatro. O argumento, na época, foi a queda da demanda da operação, e a criação de grupos em outros Estados.
A expectativa agora é que as investigações sejam, de fato, otimizadas, com o apoio do restante da equipe da Delecor.
O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, em redes sociais, chegou a associar o fim da força-tarefa a problemas orçamentários.
"A força-tarefa da Polícia Federal na Operação Lava Jato deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados. Mas, para salvar o seu mandato, Temer libera verbas à vontade", afirmou Lima, ao comentar a notícia da liberação de emendas parlamentares pelo governo federal.
Mas Paula negou problemas de verbas: disse que os recursos para a Lava Jato estão reservados em orçamento desde o início do ano, e que não houve cortes.
"Pode ser até que sobre recurso", comentou, em função da dificuldade de remover policiais especializados a Curitiba.
Para o delegado, a mudança é uma "adequação à realidade".
A extinção da força-tarefa será publicada nesta sexta (7), no boletim interno da Polícia Federal. 06/07/2017 - DO R.DEMOCRATICA

Doleiro e operador do PMDB, Lúcio Funaro promete entregar em delação premiada o presidente Michel Temer e bancada do partido, além de ministros

Por Felipe Frazão
Veja.com

AMEAÇA - O doleiro Lúcio Funaro: seu depoimento é uma amostra do estrago que ele pode causar
(Alexandre Schneider/VEJA)

A pedido do Ministério Público Federal, com quem negocia um acordo de colaboração premiada, o doleiro Lúcio Funaro, operador de propinas do PMDB, foi transferido nesta quarta-feira do Complexo Penitenciário da Papuda para a carceragem da Polícia Federal, em Brasília. Funaro vai passar uma temporada de dez dias na sede da PF, até o dia 14 de julho.
A decisão foi do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, que mandou prender Funaro provisoriamente na Operação Sépsis, há um ano. A diretoria do Centro de Detenção Provisória da Papuda recebeu comunicado eletrônico da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal para transferir Funaro imediatamente, com escolta da PF.
A delação de Funaro, caso se concretize, é tida por aliados do presidente Michel Temer como um dos fatores que agravaria a crise e poderia levar à queda do peemedebista. Em conversas com advogados, o doleiro demonstrou irritação com o fato de sua irmã ter sido presa em maio (ela foi solta no mês passado). Conforme VEJA noticiou, ele também revelou que sua mulher vinha sendo pressionada por mensagens pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo fraterno de Temer, que queria saber se Funaro fecharia uma delação premiada. Geddel foi preso na segunda-feira passada – o juiz cita na decisão as “pressões” que o ex-ministro exercia.
Funaro prometeu nas tratativas para a delação contar sobre fraudes que desfalcaram o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FI-FGTS, administrado pela Caixa Econômica Federal. Funaro diz que Temer teria solicitado cerca de 20 milhões de reais como comissão de operações do FI-FGTS para bancar campanhas em 2012 e 2014.
Ele também deve falar sobre os termos da delação da JBS. Em seus depoimentos, o empresário Joesley Batista afirmou que pagou propina para que o doleiro e o ex-deputado Eduardo Cunha, para quem o doleiro operou, se mantivessem calados na prisão, supostamente com aval de Temer – o que o presidente nega.
Chamado a falar sobre Temer no inquérito contra o presidente, Funaro afirmou que o presidente da República tinha pleno conhecimento de como funcionavam os esquemas de corrupção que abasteciam o cofre do PMDB e que chegou a se encontrar pessoalmente com ele.

Maia disse a Tasso que manterá equipe econômica se assumir a vaga de Temer

Josias de Souza

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, conversou com o senador Tasso Jereissati (CE), comandante interino do PSDB. Foi um diálogo franco. Falaram sobre a hipótese de afastamento do presidente da República. Tasso queria saber o que Maia faria se o trono lhe caísse no colo. E o substituto constitucional de Michel Temer esboçou alguns compromissos. Entre eles o de manter a equipe econômica e higienizar o gabinete ministerial. Chegou mesmo a dizer que não hesitaria em deslocar do Planalto o seu sogro, Moreira Franco, hoje ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.
Depois desse encontro, ocorrido na quarta-feira, Tasso e outros tucanos, que não suportavam a ideia de ter que chamar Rodrigo Maia de presidente da República, passaram a tratá-lo como um mal menor diante do caos —ou de Temer, que avaliam ser a mesma coisa. A cúpula do DEM assegura que não há uma conspiração contra Temer. Não precisa. Quando um presidente escapa ao controle e consome a si mesmo, o primeiro nome da linha sucessória cresce como cipreste à beira do túmulo. Maia não precisou tramar contra Temer. Pelo contrário, mantém um comportamento discreto.
Temer sabe como essas coisas funcionam. Ele era um vice-presidente “decorativo” quando o derretimento de Dilma Rousseff o levou a afirmar que ''ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo'' de 7% de aprovação. Ou que o país precisa de alguém que ''tenha a capacidade de reunificar a todos''. Não imaginou que um ano depois, acomodado na poltrona de presidente, entraria num processo de autocombustão capaz de transformar Rodrigo Maia numa opção para o pós-Temer.