sexta-feira, 7 de julho de 2017

Cunha negocia termos para delação que pode atingir Temer


Tratativas estão mais avançadas do que as do doleiro Lúcio Funaro
Por O Globo
O ex-deputado Eduardo Cunha
André Coelho / Agência O Globo
RIO - O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tenta negociar acordo de colaboração premiada com os investigadores da Operação Lava-Jato, conforme informou o colunista do GLOBO Lauro Jardim. As tratativas estão mais avançadas do que as do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, antigo parceiro de Cunha, que foi transferido ontem do presídio da Papuda para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Condenado a 15 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro, Cunha permanece preso no Complexo Médico-Penal, no Paraná.
Ambas as propostas de delações provocam temor no Palácio do Planalto, porque podem comprometer o presidente Michel Temer, já atingido pelas revelações dos donos e executivos do Grupo J&F, que controla da JBS. Funaro já admitiu ter atuado como o operador financeiro para o PMDB. E Temer manifestou desconforto com uma suposta pressão feita por Cunha da prisão.
Em março, a Justiça do Distrito Federal encaminhou ao presidente 19 perguntas feitas por Eduardo Cunha. Cinco dias depois, Temer disse ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, em encontro no Palácio do Jaburu no qual foi gravado pelo empresário, que estava sendo “fustigado” por Cunha.
Na conversa no Jaburu, Joesley diz que está “de bem” com o ex-deputado, e ouve de Temer: “Tem que manter isso, viu?”. Segundo investigadores, a resposta de Temer configuraria um aval para a compra do silêncio de Cunha. O presidente é investigado no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de obstrução à Justiça.
Desde que foi preso, em outubro do ano passado, Cunha nega por meio de cartas e de seus advogados a intenção de firmar acordo de delação. Porém, nos bastidores, conseguiu driblar a resistência de procuradores e negocia termos para um acordo.06/07/2017 - DO R.DEMOCRATICA

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