PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
MANAUS - Pelo menos 60 presidiários morreram em sangrento confronto
de facções no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, entre a
tarde de domingo, 1, e a manhã desta segunda-feira, 2, de acordo com a
Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas. Houve
esquartejamentos e decapitações, informa a Polícia Militar.
Durante a rebelião, dez agentes carcerários foram feitos reféns,
mas posteriormente liberados. Os detentos do regime fechado haviam
tomado a área dos presos no semi-aberto, após abrirem uma passagem.
Outros presos também foram feitos de reféns. Alguns dos liberados saíram
feridos do complexo. A situação foi controlada por volta das 9 horas.
Segundo o secretário de Segurança, Sérgio Fontes, a
carnificina se deu por conta de um confronto interno entre as facções
Família do Norte e Primeiro Comando da Capital (PCC). Paralelamente à
rebelião, 87 detentos fugiram de outra penitenciária na capital
amazonense, o Instituto Penal Antonio Trindade (Ipat), também na tarde
desse domingo. Oito destes já foram recuperados.
Epitácio Almeida, presidente da Comissão de defesa dos Direitos
Humanos da OAB-AM, coordenou as negociações com os presos e trabalhou na
libertação dos reféns, que foram soltos na manhã desta segunda. De
acordo com ele, este é um dos piores massacres em presídio que já houve
no País.
As informações ainda desencontradas a respeito da rebelião e das fugas geraram apreensão na cidade ainda na noite de domingo. DO ESTADÃO