PAZ AMOR E VIDA NA TERRA
" De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega
a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
[Ruy Barbosa]
Lula deveria aproveitar o tempo que agora
sobra para ensinar aos milhões de desempregados como é que se faz para
viver uma vida de milionário sem trabalhar
Por: Augusto Nunes
Por falta de verba para fretamento de jatinhos, o PT desistiu
de bancar as viagens de Dilma Rousseff e sua comitiva de desocupados. A
partir de agora, a Assombração do Alvorada terá de contentar-se com
discurseiras no jardim, obedientemente aplaudidas pela plateia que junta
a criadagem do palácio ao bando de áulicos sustentados por milhões de
pagadores de impostos. É preciso manter a animação da tropa que aguarda
ao lado da patroa a definitiva ordem de despejo.
Neste ano, Lula não recebeu um único e escasso convite para fazer
palestras no Brasil ou no exterior. Entre 2011 e 2013, foi sempre
extensa a fila de empresários dispostos a contratar por até 400 mil
dólares um palestrante que se limitava a cumprimentar-se pelo parto do
Brasil Maravilha ─ um superlativo embuste registrado em cartório. Com os
avanços da Lava Jato, também parou de crescer até a coleção de títulos
de doutor honoris causa.
O fim da farra aérea de Dilma e a aposentadoria forçada do camelô de
empreiteira nada têm a ver com a crise econômica que atormenta os
brasileiros comuns: foram provocados pelo fechamento das torneiras que
abasteciam com dinheiro sujo o caixa do PT e o cofre do Instituto Lula.
Para ajudar a presidente demitida, o partido promete reprisar a vaquinha
que socorreu José Dirceu. O padrinho talvez há tenha reduzido o volume
de reservas sob a guarda de Paulo Okamotto.
O palanque ambulante poderia usar o tempo que agora sobra ensinando
aos 12 milhões de brasileiros desempregados como é que se faz para viver
uma vida de milionário sem trabalhar. E tanto o poste quanto o seu
fabricante deveriam aproveitar o momento adverso para submeter-se a um
teste de popularidade de altíssima precisão. Basta que embarquem num
avião de carreira e perguntem aos demais passageiros o que estão achando
da situação do Brasil.
Teori Zavascki acaba de expedir ofício a Sérgio Moro. O
Antagonista espera que o juiz de Curitiba possa retomar rapidamente as
investigações sobre Lula
.
Ministro da Justiça apoia Moro
Brasil
21:37
Alexandre de Moraes foi a Curitiba visitar Sérgio Moro. Ele
declarou apoio à Lava Jato. Ele também se reuniu com integrantes da
força-tarefa.
DO ANTAGONISTA
Além de ficar apenas três anos numa gaiola
de ouro, delator conseguiu a impunidade para os filhos; é um escândalo
dentro do escândalo
Por: Reinaldo Azevedo
Com
que autoridade o senhor Sérgio Machado sai acusando Deus e o mundo,
incidindo, logo à partida, como deveriam testemunhar os jornalistas que
cobriam o Congresso em 1998, em mentiras grotescas? Ora, com a
autoridade de um bandido, que, confessamente, assaltou os cofres
públicos, de maneira continuada, durante 12 anos. Fez da Transpetro, que
é patrimônio coletivo, fonte de enriquecimento pessoal e de traficância
política. Tanto é assim que, sem ficar pobre, cercado de todo o
conforto, vai devolver aos cofres públicos R$ 75 milhões.
Só um
esclarecimento para quem não lembra: apelei aos jornalistas que cobriam o
Congresso em 1998 porque este senhor afirma, em sua delação, que,
naquele ano, o PSDB montou um esquema com dinheiro ilegal para eleger ao
menos 50 deputados, que deveriam depois fazer Aécio Neves presidente da
Câmara — o que só aconteceu em 2001. Qualquer um que acompanhava os
bastidores da política naquele tempo sabe que isso é uma grossa
besteira.
Até agora,
ninguém, a não ser este escriba, ousou dizer isso porque fica parecendo
que está sabotando a Lava-Jato. Como já superei a fase de me importar
com o que dizem a meu respeito e tenho o luxo de só dever satisfações à
minha consciência, então digo. A santidade a que alguns procuradores
aspiram parece contaminar também os delatores.
Todo apoio
à Lava-Jato! Que ninguém toque na Lava-Jato! Que a operação siga
fazendo o seu trabalho! Ao menor sinal de REAL INTERFERÊNCIA, NÃO DE
TRAMOIA INDUSTRIADA, que se bote a boca no trombone. Mas que ela siga a
lei e não se desborde, ela também, da moralidade. Afinal de contas, não
parece ser um bom caminho um sistema que, para punir bandidos, acaba
criando uma casta de bandidos.
O acordo
feito pelo Ministério Público Federal com Sérgio Machado é inaceitável.
Simplesmente assim. Este senhor, um dos mais agressivos bandidos
desnudados pela Lava-Jato, não conheceu o cárcere nem um dia sequer.
Outros, que manipularam somas muito menores, amargaram meses de
xilindró. Ele não! Tudo indica que falou o que queriam que falasse; que
contou o que queriam que contasse; que acusou os que queriam que
acusasse. E lhe restou, ao fim e ao cabo, uma pena de três anos numa
gaiola de ouro.
Vai ficar
encerrado numa mansão com piscina e quadra poliesportiva numa parte do
litoral cearense chamada, ironicamente, de Praia do Futuro. Em muitos
aspectos, ninguém é mais passado do que ele. Seu pai, Expedito Machado
da Ponte, que foi deputado e ministro de João Goulart, esteve na leva de
políticos cassados em 1964 porque acusados de corrupção, não em razão
de alinhamento ideológico. Mas volto ao ponto.
O
espantoso é que, além de Machado ter conseguido garantir para si uma
vida de nababo, dois de seus três filhos comprovadamente envolvidos em
falcatruas, não serão nem sequer processados. Nada! O Ministério
Público, sabe-se lá com que autoridade, lhes concedeu uma anistia
prévia. Convenham: Machado não é exatamente um homem de bem, certo? Não é
um monumento à moralidade nacional. O que mais poderia querer depois de
ter sido flagrado? Três aninhos encarrado em uma mansão, com direito a
conviver com 27 pessoas (incluindo um padre), e a garantia de ficha
limpa para seus filhotes.
Não é o
único a viver no “dolce far niente”. Paulo Roberto Costa e Pedro
Barusco — aquele que decidiu devolver US$ 97 milhões — experimentam
situação parecida. Outro dia alguém viu Barusco num condomínio de luxo,
com um copo de uísque na mão e um charuto. Mais um pouco, ele vestia uma
casaca, punha uma cartola na cabeça e virava uma caricatura.
AGU Caberia à Advocacia Geral da União
recorrer contra esses claros abusos que estão sendo praticados pelo
Ministério Público. Isso já não é delação premiada. Isso é demonstrar,
na prática, que o crime compensa. Mas sei que a AGU não vai fazer nada
porque logo apareceria um procurador para acusá-la de estar tentando
impedir a delação premiada.
Espero que
pessoas e entidades entrem com uma Ação Popular contra acordos dessa
natureza — em especial, reitero, àquele feito por Sérgio Machado. Cabe
também ao ministro Teori Zavascki, relator do petrolão e homem que
homologa as delações, refletir a respeito. Esses acordos não podem
chafurdar na mais escandalosa imoralidade em nome da moralidade.
Ah,
tivesse Machado se apresentado espontaneamente, sem que fosse ao menos
um investigado, num ato de contrição e arrependimento, e eu estaria aqui
a defender pra ele cadeia nenhuma. Mas não foi isso, não! Ele só se
lembrou de ficar com vontade de ser um homem decente quando a Lava-Jato
realizou em sua casa um mandado de busca e apreensão.
Aí passou a
ser, então, uma espécie de colaborador da operação. A mais recente
gravação que fez, que veio a público, evidencia com clareza solar que
ele tenta colocar palavras na boca de seus interlocutores. Afinal de
contas, quem traiu seu país não seria fiel a seus parceiros de
trajetória: ele sabia o que estava fazendo: cavando a impunidade para si
e para dois de seus três filhos, comprovadamente metidos em falcatruas.
É preciso rever a pena de Machado se não se quer fazer da Lava-Jato, também, um mecanismo que, de fato, premia bandidos.
Afundada em dívidas, a gigante da telefonia pede recuperação judicial.
Tamanho do espeto: espantosos R$ 65,4 bilhões. Um dos sócios é o BNDES
Por Reinaldo Azevedo
Ai, ai… A
Oi entrou com um pedido de recuperação judicial. Pois é… Está pedindo
uma chance antes da falência. Isso quer dizer que a empresa não tem como
pagar as suas dívidas, que chegam a R$ 65,4 bilhões. Se vocês queriam
ver enterrado mais um símbolo da era Lula, pronto! Eis aí. Não
custa lembrar. A Oi passou a ter esse nome depois que a Telemar comprou
a Brasil Telecom, de Daniel Dantas. Ainda com o antigo nome, a Telemar
resolveu, ora vejam que graça!, ser sócia de Fábio Luiz da Silva, o
Lulinha, na Gamecorp. Não
só! Lula mudou a Lei Geral de Telecomunicações para permitir que a
Telemar comprasse a Brasil Telecom, com financiamento do BNDES. Escrevi
largamente a respeito neste blog. Cheguei a cravar uma frase: “No mundo
inteiro, os negócios se fazem de acordo com as leis; no Brasil, as leis
se fazem de acordo com os negócios”. Num post de 2013 (leia aqui), cujo título vai abaixo, explico a operaçã
Ah,
sim: a Oi não está conseguindo arcar com os compromissos assumidos
junto à Anatel. Já assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas
não adiantou. Não
obstante, a empresa foi muito prestativa em fazer o que não era sua
obrigação: instalou uma antena para servir Lula no tal sítio de Atibaia… Desde o começo Desde
o começo, a Telemar vem embalada em polêmica. Quem, a esta altura, deve
olhar estoicamente para o horizonte é Luiz Carlos Mendonça de Barros,
que chamou a turma da Telemar, o que foi revelado por um grampo ilegal,
de “rataiada”. O então ministro achava que o grupo acabaria se
comportando mal. Bem,
a história da suposta privataria — nunca aconteceu! — é aquela em que
bandidos saíram como mocinhos, e mocinhos, como bandidos. A
Telemar era formada por Previ, BNDES, Petros, Andrade Gutierrez e Grupo
La Fonte, de Carlos Jereissati. Os fundos e o banco público concordaram
em ficar fora da gestão, que ficou a cargo dos sócios privados. Quando
Lula mudou a lei para permitir que a Telemar comprasse a Brasil
Telecom, havia o discurso de que o país precisava de uma grande empresa
nacional de telefonia. Pra quê? Não sei. Perguntem a quem enriqueceu ou
ficou ainda mais rico. Os brasileiros não ganharam nada com isso. E o que acontece agora? O
juiz vai analisar o pedido da Oi e decidir se autoriza ou não a
recuperação. Se não autorizar, é falência. Se der sequência, há 60 dias
para o solicitante apresentar um plano de recuperação. Esse plano será submetido aos credores. Em 180 dias, dirão se concordam ou não. Havendo recusa, há a decretação da falência No
período, a empresa para de pagar suas dívidas, mas o tal plano tem de
dizer como serão saldadas posteriormente. No tempo em que durar a
recuperação, as ações não podem ser negociadas em bolsa. Nota: o mercado considera a situação da Oi irrecuperável. A maioria aposta mesmo é na falência. Que a empresa tenha ruído um mês depois do PT, vamos convir, eis um forte simbolismo. DO R.DEMOCRATICA