PAZ AMOR E VIDA NA TERRA " De tanto ver triunfar as nulidades, De tanto ver crescer as injustiças, De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto". [Ruy Barbosa]
sexta-feira, 5 de maio de 2017
Duque aproximou Lula do status de condenado
O depoimento espontâneo de Renato Duque a Sergio Moro alterou drasticamente a situação penal de Lula. Até aqui, o grão-mestre do PT era personagem de uma ficção em que imóveis reformados lhe caíam sobre o colo —um sítio em Atibaia, um tríplex no Guarujá. Duque injetou na fantasia de Lula uma realidade que tem começo, meio e fim. Nela, Lula desempenha um papel mais condizente com o seu histórico -o papel de chefe.
Duque pintou no depoimento um Lula muito parecido com o personagem retratado numa petição que o procurador-geral da República Rodrigo Janot protocolou no Supremo Tribunal Federal em maio do ano passado. Na peça, Janot requereu a inclusão do ex-presidente petista no “quadrilhão”, como é conhecido o principal inquérito da Lava Jato.
Janot anotou: ''Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse.''
Representante do PT na diretoria corrupta da Petrobras, Duque adicionou carne no angu do procurador-geral. Disse que Lula não apenas sabia da roubalheira como era beneficiário das propinas. Contou detalhes dos encontros secretos que manteve com o pajé do petismo. Revelou mais: com a Lava Jato nos seus cancanhares de vidro, Lula orientou Duque a apagar as digitais que imprimira em contas na Suíça. Não é só: segundo Duque, Lula ecoava preocupações de Dilma Rousseff.
O depoimento de Duque mostrou que a defesa de Lula se autoimpôs uma missão irrealizável. Para refutar a acusação de que seu cliente era o comandante máximo do petrolão, os advogados de Lula se esforçam para provar que aquele ex-operário que chegou à Presidência como um mito e deixou o Planalto como um recordista de popularidade era, na verdade, um míope meio bobo —indigno de sua trajetória de sucesso.
A cinco dias do encontro de Lula com Sérgio Moro, o enredo do maior escândalo da história tornou-se mais lógico. Diferentemente do que sucedeu com o mensalão, o petrolão se afasta da construção fictícia de uma corrupção acéfala, uma máfia sem capo. O depoimento de Renato Duque alterou o status de Lula. O chefão do PT se distancia da condição de bobo, aproximando-se da de condenado. DO J.DESOUZA
Duque diz que Lula “sabia de tudo e tinha pleno comando”
com Estadão Conteúdo, Da Redação
O ex-diretor de Serviços da Petrobrás afirmou nesta sexta-feira, 5, em juízo, que se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por três vezes após ele deixar a Petrobrás, em 2012. Foram encontros em 2012, 2013 e 2014 – o último, depois de deflagrada as investigações de corrupção na estatal.
“Nesse encontro de 2012, para mim ficou muito evidente, fiquei surpreendido com o conhecimento que ele tinha com esse projeto de sondas”, afirmou Duque.
Condenado e candidato a delator, Duque foi ouvido pelo juiz federal Sérgio Moro, dos processos de primeira instância da Operação Lava Jato, em Curitiba.
Duque, que pediu para ser novamente ouvido por Moro.
O último encontro com Lula foi em julho de 2014. “Foi no aeroporto Congonhas, no hangar da TAM. Eu tenho passagem. acredito que tinha Infraero, porque teve passagem para ir ao hangar.”. Duque disse ainda que, para ele “Lula tinha pleno conhecimento de tudo e detinha comando”
Seguindo ele, foi um encontro por intermédio de João Vaccari, ex-tesoureiro do PT.
O candidato a delator assumiu que cometeu “ilegalidades”.
“Mas quero pagar pelas ilegalidades que eu cometi. Se for fazer uma comparação om o teatro, da situação que a gente vive, sou um ator, tenho papel de destaque nessa peça, mas não sou nem o diretor, nem o protagonista dessa história.”
O réu afirmou que quer “passar essa história a limpo”.
Assista abaixo aos vídeos do depoimento
Depoimento de Renato Duque – Vídeo 1
ISTOÉ-TERRA
A Lava Jato e a imagem de Gilmar Mendes
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, é um juiz
muito bem informado. Deve saber o grau de apoio e de resistência dentro
da magistratura às suas decisões e declarações.
O que o cidadão comum talvez não saiba é que, nos últimos dias, aumentaram as manifestações de insatisfação –dentro dos tribunais– com o andar da carruagem e o papel exercido por Gilmar Mendes nos julgamentos da Lava Jato.
Gilmar Mendes sempre demonstrou desassombro ao defender suas posições, despreocupado em desagradar juízes ou membros do Ministério Público. Há dez anos, criticou os magistrados pelo que chamou de “covardia institucional” ao receber “denúncias ineptas” oferecidas pelos procuradores.
Não se intimidou quando cerca de 400 juízes assinaram manifesto em apoio ao juiz federal Fausto Martin de Sanctis, que contrariou o ministro ao decretar a prisão do banqueiro Daniel Dantas.
O fato novo é que as críticas a Gilmar nesta semana partiram de desembargadores ponderados, que não costumam jogar lenha na fogueira, e de juízes que refizeram sua avaliação anterior sobre o ministro Edson Fachin.
*
O Blog preserva as fontes, mas transcreve algumas dessas opiniões:
*
– “Estamos diante de um típico caso de impeachment. Acho que nós, juízes de verdade, que trabalhamos de sol a sol, incansavelmente, em prol da Justiça, teríamos de nos mobilizar, exigindo um posicionamento da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)”.
– “Em sala de aula, valendo-me da liberdade de cátedra, há muito, em razão de fatos semelhantes, envolvendo essa mesma figura, já dei início à campanha”.
– “O Gilmar Mendes está pisando na Constituição do Brasil e nos códigos penal e criminal da nação. Gostaria de ver um cabra muito macho para acabar com essa farra”.
– “Sei da história de gente que se suicidou, depois de ter vendido empresa, perdendo tudo no investimento, feito com o dinheiro da venda, no tal Grupo X. Acho que está na hora de lançarmos uma campanha na base do boca a boca”.
– “Quando da indicação do Ministro Fachin, manifestei minhas dúvidas sobre a correção da indicação. Pois bem. Engulo minhas palavras. Eu talvez seja quem tem certezas além do que deveria. Fachin brilha. Além de, corajosamente, mandar o pedido de impeachment de Gilmar Mendes para parecer do Janot, ainda resolveu enviar o pedido de Habeas Corpus de Palocci para o Plenário do STF apreciar”.
– “A decisão colegiada –-principalmente a do Plenário do Supremo-– tem uma legitimidade imensa, e Fachin, também corajosamente, a prestigiou, em detrimento do que outros integrantes da segunda Turma pensariam, isto é certo. Esta é a opinião (sobre enviar ao Plenário) de 90% dos juízes com que falei”.
*
É compreensível o pedido de preservação das fontes. Como diz um desembargador, “não poderia assumir publicamente a bandeira do impeachment, nem comentar o caso julgado pelo ministro, porque eu, diferentemente do que ocorre com ele, respeito a Lei Orgânica da Magistratura”.
A propósito, sobre os limites para manifestações públicas de magistrados, continua atual a nota divulgada em dezembro de 2016 pela Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Ajufesp), transcrita a seguir.
*
NOTA DA AJUFESP
A Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul vem a público esclarecer que o Estatuto da Magistratura (Lei Complementar 35/1979, aplicável a todos os magistrados do Brasil) proíbe aos magistrados que manifestem “por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério” (art. 36, inciso III). Além disso, a Lei Complementar 35/1979 exige que todos os magistrados mantenham “conduta irrepreensível na vida pública e particular” (art. 35, inciso VIII).
Também assim o Código de Ética da Magistratura Nacional, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça em agosto de 2008, quando o órgão e o STF eram presididos pelo Ministro Gilmar Mendes.
Nesse contexto, causa espécie a sem-cerimônia com que o próprio Ministro Gilmar Mendes, magistrado do Supremo Tribunal Federal, vem reiteradamente violando as leis da magistratura e os deveres éticos impostos a todos os juízes do país, valendo-se da imprensa para tecer juízos depreciativos sobre decisões tomadas no âmbito da Operação Lava Jato e mesmo sobre decisões de colegas seus, também Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Nada impede que o Ministro Gilmar Mendes, preferindo a função de comentarista à de magistrado, renuncie à toga e vá exercer livremente sua liberdade de expressão, como cidadão, em qualquer dos veículos da imprensa, comentando – aí já sem as restrições que o cargo de juiz necessariamente lhe impõe – o acerto ou desacerto de toda e qualquer decisão judicial.
Enquanto permanecer magistrado da mais alta Corte do país, porém, a sociedade brasileira espera que ele se comporte como tal, dando o exemplo de irrestrito cumprimento das leis do país e dos deveres ético-disciplinares impostos a todos os juízes. DO F.V.FOLHA.COM
O que o cidadão comum talvez não saiba é que, nos últimos dias, aumentaram as manifestações de insatisfação –dentro dos tribunais– com o andar da carruagem e o papel exercido por Gilmar Mendes nos julgamentos da Lava Jato.
Gilmar Mendes sempre demonstrou desassombro ao defender suas posições, despreocupado em desagradar juízes ou membros do Ministério Público. Há dez anos, criticou os magistrados pelo que chamou de “covardia institucional” ao receber “denúncias ineptas” oferecidas pelos procuradores.
Não se intimidou quando cerca de 400 juízes assinaram manifesto em apoio ao juiz federal Fausto Martin de Sanctis, que contrariou o ministro ao decretar a prisão do banqueiro Daniel Dantas.
O fato novo é que as críticas a Gilmar nesta semana partiram de desembargadores ponderados, que não costumam jogar lenha na fogueira, e de juízes que refizeram sua avaliação anterior sobre o ministro Edson Fachin.
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O Blog preserva as fontes, mas transcreve algumas dessas opiniões:
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– “Estamos diante de um típico caso de impeachment. Acho que nós, juízes de verdade, que trabalhamos de sol a sol, incansavelmente, em prol da Justiça, teríamos de nos mobilizar, exigindo um posicionamento da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)”.
– “Em sala de aula, valendo-me da liberdade de cátedra, há muito, em razão de fatos semelhantes, envolvendo essa mesma figura, já dei início à campanha”.
– “O Gilmar Mendes está pisando na Constituição do Brasil e nos códigos penal e criminal da nação. Gostaria de ver um cabra muito macho para acabar com essa farra”.
– “Sei da história de gente que se suicidou, depois de ter vendido empresa, perdendo tudo no investimento, feito com o dinheiro da venda, no tal Grupo X. Acho que está na hora de lançarmos uma campanha na base do boca a boca”.
– “Quando da indicação do Ministro Fachin, manifestei minhas dúvidas sobre a correção da indicação. Pois bem. Engulo minhas palavras. Eu talvez seja quem tem certezas além do que deveria. Fachin brilha. Além de, corajosamente, mandar o pedido de impeachment de Gilmar Mendes para parecer do Janot, ainda resolveu enviar o pedido de Habeas Corpus de Palocci para o Plenário do STF apreciar”.
– “A decisão colegiada –-principalmente a do Plenário do Supremo-– tem uma legitimidade imensa, e Fachin, também corajosamente, a prestigiou, em detrimento do que outros integrantes da segunda Turma pensariam, isto é certo. Esta é a opinião (sobre enviar ao Plenário) de 90% dos juízes com que falei”.
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É compreensível o pedido de preservação das fontes. Como diz um desembargador, “não poderia assumir publicamente a bandeira do impeachment, nem comentar o caso julgado pelo ministro, porque eu, diferentemente do que ocorre com ele, respeito a Lei Orgânica da Magistratura”.
A propósito, sobre os limites para manifestações públicas de magistrados, continua atual a nota divulgada em dezembro de 2016 pela Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Ajufesp), transcrita a seguir.
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NOTA DA AJUFESP
A Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul vem a público esclarecer que o Estatuto da Magistratura (Lei Complementar 35/1979, aplicável a todos os magistrados do Brasil) proíbe aos magistrados que manifestem “por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério” (art. 36, inciso III). Além disso, a Lei Complementar 35/1979 exige que todos os magistrados mantenham “conduta irrepreensível na vida pública e particular” (art. 35, inciso VIII).
Também assim o Código de Ética da Magistratura Nacional, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça em agosto de 2008, quando o órgão e o STF eram presididos pelo Ministro Gilmar Mendes.
Nesse contexto, causa espécie a sem-cerimônia com que o próprio Ministro Gilmar Mendes, magistrado do Supremo Tribunal Federal, vem reiteradamente violando as leis da magistratura e os deveres éticos impostos a todos os juízes do país, valendo-se da imprensa para tecer juízos depreciativos sobre decisões tomadas no âmbito da Operação Lava Jato e mesmo sobre decisões de colegas seus, também Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Nada impede que o Ministro Gilmar Mendes, preferindo a função de comentarista à de magistrado, renuncie à toga e vá exercer livremente sua liberdade de expressão, como cidadão, em qualquer dos veículos da imprensa, comentando – aí já sem as restrições que o cargo de juiz necessariamente lhe impõe – o acerto ou desacerto de toda e qualquer decisão judicial.
Enquanto permanecer magistrado da mais alta Corte do país, porém, a sociedade brasileira espera que ele se comporte como tal, dando o exemplo de irrestrito cumprimento das leis do país e dos deveres ético-disciplinares impostos a todos os juízes. DO F.V.FOLHA.COM
Duque diz que Lula 'tinha o pleno conhecimento de tudo' ao ser interrogado por Sérgio Moro
Ex-diretor da Petrobras foi reinterrogado pelo juiz Sérgio Moro nesta sexta-feira (5) em processo da Operação Lava Jato envolvendo o ex-ministro Palocci.
O ex-diretor da Petrobras Renato Duque relatou ao juiz federal Sérgio
Moro, nesta sexta-feira (5), que se reuniu três vezes o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em 2012, 2012 e 2014, quando já havia saído
da direção da estatal. “Nessas três vezes, ficou claro, muito claro pra
mim, que ele tinha o pleno conhecimento de tudo e detinha o comando”,
afirmou Duque.
Segundo Duque, no último encontro, em julho de 2014, já com a Lava Jato
em andamento, Lula perguntou se ele tinha algum dinheiro das sondas no
exterior. O ex-presidente teria alertado a ele: “Presta atenção no que
eu vou te dizer: Se tiver alguma coisa, não pode ter. Não pode ter nada
no teu nome, entendeu?”.
Lula teria dito ainda que a ex-presidente Dilma Rousseff estava preocupada com o assunto e que iria tranquilizá-la.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro
em uma ação penal da Operação Lava Jato que apura se o ex-ministro
Antônio Palocci recebeu propina para atuar a favor da Odebrecht. Duque
também é réu no mesmo processo, além de outros 13 investigados. Duque
havia ficado em silêncio durante interrogatório realizado no dia 17 de
abril e pediu para ser interrogado novamente pelo juiz.
Ao final do interrogatório, Duque afirmou que se sente mais leve por
ter falado. “Eu cometi ilegalidades. Quero pagar pelas ilegalidades, mas
quero pagar pelas ilegalidades que eu cometi”.
O réu fez um comparativo da situação que vive com uma peça de teatro.
“Eu sou um ator, tenho um papel de destaque nesta peça, mas eu não fui e
não sou nem o diretor nem o protagonista desta história. Eu quero pagar
pelo o que eu fiz”.
O ex-diretor da Petrobras ainda se colocou a disposição para esclarecer
fatos e disponibilizar as provas que tiver. “Estou aqui para passar
esta história a limpo”.DO G1
Palocci sobre delação: ‘É o único jeito de sobreviver’ - O cerco se fecha para Pezão e Dornelles
Ex-ministro espera novos avanços da Lava Jato sobre ele
O ex-ministro vem dizendo ter plena consciência de que a investigação ainda avançará um bocado sobre, desvendando outras traficâncias da companheirada petista.
Palocci se compara a Dirceu e concorda com a análise do colega de que sua liberdade é temporária. Ambos estão convictos de que Dirceu voltará à clausura rapidamente.
Além disso, Palocci acredita ser capaz de negociar um bom acordo com o Ministério Público para deixar a prisão em breve.
Na quinta-feira, ao explicar a um amigo por que pretende fazer delação, ele foi taxativo: “É o único jeito de sobreviver quando se entra aqui”.
O cerco se fecha para Pezão e Dornelles
Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro afirma que houve abuso de poder
Os dois foram condenados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RJ) por abuso de poder político e econômico por conceder benefícios a empresas prestadoras de serviço ao Estado em troca de posteriores doações à sua campanha em 2014.
O órgão defende ainda que devem ser realizadas eleições indiretas pelo Legislativo. DO R.ONLINE
Gilmar Mendes é alvo principal da internet após libertação de Dirceu
por Clarissa Stycer
Desde que a decisão foi proferida, a consultoria Bites registrou 1.025.595 interações envolvendo o ministro no Twitter, Facebook e LInkedin. A notícia de que juristas apresentaram um pedido de impeachment contra ele foi a mais compartilhada.
Somente no Twitter, foram 73.619 tuítes com o seu nome — 22,8% de tudo que se escreveu sobre o ministro na rede social nos últimos seis meses.
No mesmo intervalo de tempo, seus companheiros na soltura de Dirceu, Ricardo Lewandoswki e Dias Tofolli, foram citados em 15.174 e 11.643 tuítes, respectivamente. DO L. JARDIM
Eliziário Goulart Rocha: O canastrão quer se livrar dos tomates
Na ausência de uma tábua salvadora, a Lula só resta mesmo espernear
É natural que quem passou a vida interpretando se preocupe com o ângulo da câmera, sobretudo quando sabe que pode ser uma de suas últimas cenas fora das grades. Luis Inácio Lula da Silva interpreta até hoje o operário humilde, embora não saiba o que é trabalho de verdade desde os anos 1970 e tenha passado longo período saboreando as delícias do ócio ideológico remunerado por fora. E tanto atuou que está quase convencido de ser o personagem que criou, assim como Zé Dirceu estava quase convencido de sua inocência quando foi cassado e preso em função do Mensalão.
Há atores extraordinários e atores ordinários. Os extraordinários imortalizam personagens capazes de provocar na plateia o riso escancarado ou o choro convulsivo. Os ordinários não convencem ninguém, mas ainda assim conseguem levar às gargalhadas o público disposto a rir para não chorar e conduzir às lágrimas os patetas – ou cúmplices – capazes de acreditar na mais genuína história da carochinha.
O pedido da defesa de Lula para que a câmera, ao contrário do que ocorreu até aqui nos depoimentos da Lava Jato, não feche no interrogado, e sim utilize plano aberto para mostrar todo o ambiente, mais do que representar a malandragem porca visando a edições esperrrtas para o horário eleitoral gratuito – uma excrescência da qual os brasileiros há muito deveriam ter sido poupados –, revela o desespero de quem sabe que, na ausência de uma tábua salvadora, só resta mesmo é espernear.
O canastrão prestes a ter como camarim uma cela podia se poupar de certos micos, mas tal decisão dificilmente é tomada por quem se julga acima de coisas comezinhas como a Constituição, o Código Penal ou a vergonha na cara. Saber se retirar de cena quando ainda resta uma ínfima possibilidade de exibir dignidade é coisa para poucos. Na impossibilidade de evitar a metafórica chuva de tomates ao final de uma apresentação farsesca, resta pedir que os cinegrafistas façam plano geral, na esperança de que o público preste mais atenção nas cortinas ou no brilho do assoalho, e não no de sua cara de pau. DO .ANUNES
Moro demonstra que está curiosíssimo para ouvir Palocci
Sete depoimentos de uma tacada só
Louco para ouvi-las, Moro agendou, de uma só vez, sete depoimentos do ex-ministro. Só no processo a que responde pela suposta negociação de um terreno para o Instituto Lula, Palocci será ouvido no dias 8, 9, 22, 24 e 26 de maio e 5 e 7 de junho.
É raríssimo um réu ser convocado a depor por atacado, como determinou Moro.
Na mesma ação, Marcelo Odebrecht, que comandava a construtora responsável pela aquisição do tal terreno, também vai prestar depoimento, nos dias 5 e 7 de junho. DO R.ONLINE
PGR pede cassação de mandato do governador da Paraíba
Ele responde por abuso de poder político praticado durante a campanha de 2014
O despacho, assinado pelo vice-procurador-geral eleitoral, Nicolau Dino, rebate um recurso impetrado por Coutinho na ação a que ele responde por “abuso de poder político” durante a campanha de 2014.
“Não se vislumbra disputa igualitária, diante do flagrante uso da máquina pública em benefício de determinada candidatura, o que impõe o reconhecimento de abuso de poder político”, escreve Dino.
Reformas: sem a trabalhista não haverá previdenciária, ameaçam os deputados
Josias de Souza
A coisa começou como um aviso ao Planalto. Mas já evoluiu para a categoria de ameaça. Aliados de Michel Temer na Câmara condicionam a mexida na Previdência à aprovação da reforma trabalhista no Senado. Ou os senadores avalizam as mudanças que os deputados introduziram na CLT ou a Câmara desligará da tomada a reforma da Previdência.
Um deputado do PMDB, partido de Michel Temer, resumiu a encrenca em conversa com o blog: “Aprovamos a reforma trabalhista sob forte pressão. Sindicatos distribuem cartazes com as nossas fotos. Chamam a gente de traidor da classe operária. Depois de todo esse desgaste, seria intolerável se os senadores desfigurassem o texto aprovado na Câmara. Nós ficamos com a fama de inimigos de trabalhador. E os senadores fazem o papel de bonzinhos. Não dá. A cara deles também precisa sair nos cartazes.”
Me deixem deixar de ser vítima: me deixem voltar a ser eu
Por #AgoraÉQueSãoElas
Por Su Tonani*Não, eu não fui amante de José Mayer.
Declaro que não fiz acordo com nenhuma parte envolvida e muito menos recebi algum dinheiro.
Não fui demitida da Rede Globo. O meu contrato, como o previsto, se encerrou com o final da novela.
Declaro que não retirei queixa contra José Mayer pelo simples fato de que nunca a fiz.
Eu fui vítima de assédio sexual. E agora estou sendo vítima novamente. Das especulações que colocam dúvidas sobre a minha dor. E me fazem revivê-la.
Em 31 março de 2017, depois de oito meses sendo assediada pelo ator José Mayer, depois de ter levado minha denúncia de assédio às instâncias de poder ao meu alcance e não ter encontrado justiça, depois de ver o medo dos colegas de testemunhar o que viram, sentindo que não tinha mais a quem recorrer, decidi. Sem nenhum outro recurso à minha disposição, optei por tornar pública minha denúncia no blog feminista #AgoraÉQueSãoElas. Um espaço que me acolheria.
Mas não pensem que foi uma decisão trivial. Ela foi recheada de medo.
Sabe por que dá tanto medo de delatar um abuso?
Porque nossa cultura machista culpa a mulher, a vítima, pela violência vivenciada. É isso que corre as redes. É o que passa pelo boca a boca. É o que passeia por nossos aplicativos de relacionamento. É o que é impresso nos jornais. A história da mulher sedutora, agora passional e vingativa. Da mulher que mereceu. Da amante rejeitada.
Essa é a história que o mundo machista gosta de contar. E que nos acostumamos a aceitar como versão mais plausível. Saiba: essa prática nos desempodera. Nos revitimiza. E neste momento é como me sinto. Me sinto vítima novamente.
Vítima de quem, agora?
Vítima de profissionais exibicionistas. Vítima da narrativa produzida por tabloides irresponsáveis, das versões misóginas da violência que vivi que tornam suspeito meu gesto de denúncia, bem como a sororidade das que me apoiaram. E tenham certeza: estou sendo revitimizada pelo machismo que tenta me enfraquecer, me roubar a coragem de lutar. Mas cada vez que o conteúdo que questiona minhas razões é compartilhado, não sou só eu que estou sendo subjugada. Toda vítima está sendo coagida. Reprimida. Oprimida. Todas as que ainda não se manifestaram, em qualquer contexto, no país todo, duvida de si. E cogita seguir calada.
Dentre as intimações que recebi do delegado havia a informação de que eu estaria cometendo crime de desobediência por não depor. Como se neste tipo de crime a decisão de abrir um inquérito é exclusiva da vitima? Se eu assim quisesse, o ideal não seria uma delegadA? Temos as delegacia de atendimento às mulheres para isso, não?!
Me sinto interrogada inescrupulosamente. Mesmo sem prestar queixa nenhuma. Quantas vezes terei de pedir para respeitarem o meu não? E quantas não se identificarão tristemente e optarão pelo silêncio ao ver o escrutínio sob o qual me vejo agora?
Sinto que a minha história teve começo, meio e fim. Terminou na terça à noite, 04 de abril de 2017, com um pedido de desculpa da Rede Globo e uma carta de confissão do José Mayer, ambos lidos no Jornal Nacional. Senti que tive a justiça que desejava. Pouco creio que a punição criminal para o meu caso tenha alcance maior que já tivemos. Mais potência. Seja mais transformadora.
A clara sensação que tive após a publicação do meu relato, genuinamente acolhido pelas feministas foi: a minha coragem trouxe vida às memórias de abusos enterrados pelas mulheres no fundo do que são. Como já vimos acontecer com o #PrimeiroAssédio. Foi como se meu grito tivesse acordado a dor de outras. Foi como se o meu grito tivesse se tornado o de todas nós. Isso empodera. Mas assusta.
O meu objetivo ao expor a minha historia foi sair da invisibilidade, romper o silenciamento imposto, transcender este lugar de vítima que me era insuportável. Sou apenas uma profissional, que cansada de ser desrespeitada, lutou pelo que acredita. Por que incomodou tanto o meu silêncio pós-relato? Talvez porque eu não tenha cumprido o papel da oportunista exibicionista que o patriarcado esperava. Talvez porque não tenha sido a liderança, o exemplo que queriam que eu fosse. Desculpe desapontar estas e estes.
Em circunstancias diferentes da minha, é claro que o mais apropriado é um processo criminal e cível. Estimulo sim, todas as mulheres a levarem seus casos às autoridades, demandarem a devida atenção e buscarem a aplicação da lei. Mas acredito que obtive a justiça que queria e me sinto contemplada. Tive meu desejo desrespeitado uma vez. Isso me fez vítima. Quero deixar de sê-lo e seguir. Será que dessa vez minha vontade será respeitada?
O silêncio. É o que eu quero. Não o silenciamento coercitivo. O silêncio que eu escolho. A minha vida de volta. Qualquer versão diferente da que eu emiti neste mesmo blog e da que emito agora é mentirosa. E essas mentiras ferem, não só a mim, mas a todas as mulheres que batalham por sua voz. Queremos falar e calar quando bem entendermos. Nos concedam esse direito.
A minha história é a história de uma mulher jovem que não aceitou o assédio de um homem com mais poder que ela. Neste caso, o ator rico e famoso. O Brasil não está acostumado a lidar com este tipo de história. Eu sei. Mas não barateiem a minha história. Até porque ela é de muitas de nós.
Movemos um pouco a estrutura. Agora é segurar o rebite. O revés machista que deseja nos manter nos velhos lugares submissos de sempre. Me sinto vitoriosa. Fizemos grande porque fizemos juntas. Fui ouvida. Fomos. Somos muitas. Demonstramos força. E torço com tudo de mim que saiamos deste ciclo mais confiantes que sim, é possível mudar. Empresas começaram a repensar os protocolos nos casos de assédio. Homens descobriram que o mundo mudou. Falamos de assédio em espaços de poder antes impermeáveis a este debate.
Me orgulho de ter contribuído como pude para isso. E agora quero seguir.
Reservo a mim o direito de encerrar esse assunto. Chego ao final da minha jornada. Estou no limite da minha capacidade emocional de seguir na linha de frente dessa luta. Peço que respeitem os meus limites, violados anteriormente, quando tudo isso começou. Outras podem assumir a frente dessa luta. E eu me comprometo a sempre apoiá-las, assim como fui apoiada por tantas. DA FOLHA.COM
*Su Tonani é figurinista
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