Ex-diretor da Petrobras foi reinterrogado pelo juiz Sérgio Moro nesta sexta-feira (5) em processo da Operação Lava Jato envolvendo o ex-ministro Palocci.
O ex-diretor da Petrobras Renato Duque relatou ao juiz federal Sérgio
Moro, nesta sexta-feira (5), que se reuniu três vezes o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em 2012, 2012 e 2014, quando já havia saído
da direção da estatal. “Nessas três vezes, ficou claro, muito claro pra
mim, que ele tinha o pleno conhecimento de tudo e detinha o comando”,
afirmou Duque.
Segundo Duque, no último encontro, em julho de 2014, já com a Lava Jato
em andamento, Lula perguntou se ele tinha algum dinheiro das sondas no
exterior. O ex-presidente teria alertado a ele: “Presta atenção no que
eu vou te dizer: Se tiver alguma coisa, não pode ter. Não pode ter nada
no teu nome, entendeu?”.
Lula teria dito ainda que a ex-presidente Dilma Rousseff estava preocupada com o assunto e que iria tranquilizá-la.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro
em uma ação penal da Operação Lava Jato que apura se o ex-ministro
Antônio Palocci recebeu propina para atuar a favor da Odebrecht. Duque
também é réu no mesmo processo, além de outros 13 investigados. Duque
havia ficado em silêncio durante interrogatório realizado no dia 17 de
abril e pediu para ser interrogado novamente pelo juiz.
Ao final do interrogatório, Duque afirmou que se sente mais leve por
ter falado. “Eu cometi ilegalidades. Quero pagar pelas ilegalidades, mas
quero pagar pelas ilegalidades que eu cometi”.
O réu fez um comparativo da situação que vive com uma peça de teatro.
“Eu sou um ator, tenho um papel de destaque nesta peça, mas eu não fui e
não sou nem o diretor nem o protagonista desta história. Eu quero pagar
pelo o que eu fiz”.
O ex-diretor da Petrobras ainda se colocou a disposição para esclarecer
fatos e disponibilizar as provas que tiver. “Estou aqui para passar
esta história a limpo”.DO G1
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