O juiz federal Sérgio Moro decretou o bloqueio de até R$ 3
milhões do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir
Bendine, seus supostos operadores de propina André Gustavo Vieira da
Silva e de Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior e a empresa MP
Marketing, Planejamento Institucional e Sistema de Informação Ltda. A
decisão atende a pedido do Ministério Público Federal.
O montante a ser bloqueado se refere à propina supostamente
recebida por Bendine da Odebrecht. Os R$ 3 milhões teriam sido
repassados em três entregas em espécie, no valor de R$ 1 milhão cada, em
um apartamento em São Paulo, alugado por Antônio Carlos.
Os pagamentos, segundo a força-tarefa da Lava Jato, ocorreram
em 2015, nos dias 17 e 24 de junho e 1º de julho pelo Setor de Operações
Estruturadas, o departamento de propinas da empreiteira que abasteceu
centenas de políticos.
O bloqueio será implementado pelo BacenJud, sistema do Banco
Central acionado para executar ordens dessa natureza. Moro mandou juntar
o comprovante do confisco nos autos da Lava Jato.
A MP Marketing, Planejamento Institucional e Sistema de
Informação é controlada por André Gustavo Vieira da Silva. Segundo a
Lava Jato, a empresa é “de fachada” e “o quadro de empregados da empresa
durante toda sua existência foi absolutamente exíguo ou nulo”.
“Apesar de sustentar que os R$ 3 milhões pagos em São Paulo
são lícitos e se referem à consultoria prestada pela MP Marketing,
Planejamento Institucional e Sistema de Informação Ltda à Odebrecht,
André Gustavo faz questão de registrar que seu irmão Antônio Carlos,
alvo da Operação Xepa, ‘desconhece os fatos completamente e não possui
qualquer responsabilidade no recebimento de tais valores’, o que causa
estranhamento, pois Antônio Carlos também é sócio da MP Marketing,
Planejamento Institucional e Sistema de Informação Ltda e seria natural
que estivesse a par de um contrato de consultoria com valor tão
expressivo”, afirma a Lava Jato.
“A empresa MP Marketing de André Gustavo claramente não tem
atividade e foi criada apenas para emissão de notas relacionadas a
contratos fictícios de recursos de origem criminosa.” DA ISTOÉ
PAZ AMOR E VIDA NA TERRA " De tanto ver triunfar as nulidades, De tanto ver crescer as injustiças, De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto". [Ruy Barbosa]
quinta-feira, 27 de julho de 2017
Procurador diz que ministro da Justiça não consultou Lava Jato sobre necessidade de efetivo da PF
'É uma responsabilidade dele essa diminuição, e temos que fortalecer a polícia federal', afirmou Athayde Ribeiro Costa nesta quinta-feira (27).
O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Athayde Ribeiro Costa
criticou nesta quinta-feira (27) o ministro da Justiça Torquato Jardim
pelas mudanças na Polícia Federal em Curitiba
que atingiram a equipe da Operação Lava Jato. Segundo Costa, Torquato
Jardim não procurou saber quais são as necessidades da operação.
Torquato foi anunciado como ministro da Justiça em 28 de maio. Em 6 de julho, a Polícia Federal divulgou o encerramento do grupo de trabalho exclusivo da Operação Lava Jato na capital paranaense. A equipe passou a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor).
"Sequer consultou a força-tarefa sobre o quanto de investigação tinha e
o quanto de necessidade de efetivo havia. É uma responsabilidade dele
essa diminuição, e temos que fortalecer a Polícia Federal", afirmou o
procurador.
A declaração foi dada durante a coletiva de imprensa que detalhava a 42ª fase da Operação Lava Jato, que prendeu o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine.
De acordo com Athayde Ribeiro Costa, a operação está no auge da
maturidade. "No Ministério Público Federal está claro que ela é
prioridade. É assim com o doutor Rodrigo Janot e certamente será com a
doutora Raquel Doge."
O G1 entrou em contato com o Ministério da Justiça e, até a publicação desta reportagem, não havia recebido retorno.
Decisão administrativa
O superintendente da Polícia Federal no Paraná Rosalvo Ferreira Franco
afirmou que a decisão de estabelecer as mudanças foi "puramente
administrativa". "Em nenhum momento houve a extinção do grupo [a
força-tarefa da Lava Jato na PF]. Pelo contrário, houve uma
restruturação, e também não houve uma diminuição do efetivo", destacou.
Ao anunciar as mudanças, a Polícia Federal afirmou que a Delecor passou
a contar com 84 policiais, sendo 16 delegados. Do total de delegados,
quatro atuam no Espírito Santo, sendo que dois deles já participaram da
Lava Jato anteriormente.DO G1
PF prende ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil em nova fase da Lava Jato
Operação foi batizada de Cobra e cumpre três mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão.
Por Adriana Justi e Fernando Castro, G1 PR e RPC, Curitiba
O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine foi
preso na 42ª fase da Operação Lava Jato deflagrada pela Polícia Federal
(PF) na manhã desta quinta-feira (27) no Distrito Federal, Pernambuco,
Rio de Janeiro e São Paulo. Bendine foi preso em Sorocaba.
O publicitário André Gustavo Vieira da Silva, que é representante de
Bendine, e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior também foram presos.
A atual fase foi batizada de Cobra e cumpre três mandados de prisão
temporária e 11 de busca e apreensão. A prisão temporária tem prazo de
cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo ou convertida para
preventiva, que é quando o investigado não tem prazo para deixar a
prisão.
Segundo depoimento de delação feito por Marcelo Odebrecht e Fernando
Reis, Bendine solicitou e recebeu R$ 3 milhões para auxiliar a
empreiteira em negócios com a Petrobras. Conforme os delatores, o
dinheiro foi pago em espécie através de um intermediário.
A nova fase também mira operadores financeiros suspeitos de
operacionalizarem o recebimento dos R$ 3 milhões. Aparentemente, de
acordo com a PF, estes pagamentos somente foram interrompidos com a
prisão de Marcelo Odebrecht.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há evidências indicando
que, numa primeira oportunidade, um pedido de propina no valor de R$ 17
milhões foi realizado por Aldemir Bedine à época em que era presidente
do Banco do Brasil, para viabilizar a rolagem de dívida de um
financiamento da Odebrecht AgroIndustrial.
"Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, executivos da Odebrecht que
celebraram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público,
teriam negado o pedido de solicitação de propina porque entenderam que
Bendine não tinha capacidade de influenciar no contrato de financiamento
do Banco do Brasil", disseram os procuradores.
Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
A fase anterior da Operação da Lava Jato, batizada de Poço Seco tinha ocorrido em maio.
Investigações
Em 2015, Bendine era braço direito da então presidente Dilma Rousseff. E
deixou o banco com a missão de acabar com a corrupção na petroleira,
alvo da Lava Jato. Mas, segundo os delatores, ele já cobrava propina no
Banco do Brasil, e continuou cobrando na Petrobras.
O pedido de propina, segundo os delatores, foi feito em 2014, quando
Aldemir Bendine era presidente do Banco do Brasil. Na delação de
Fernando Reis, o ex-executivo da Odebrecht conta que foi procurado pelo
publicitário André Gustavo Vieira da Silva com uma queixa sobre o
ministro da Fazenda Guido Mantega.
O nome da operação
O nome da operação é uma referência ao codinome dado ao principal
investigado nas tabelas de pagamentos de propinas apreendidas no chamado
Setor de Operações Estruturadas da Odrebrecht durante a 23ª fase da
operação.
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