quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Huck declara a patrocinador que não se candidatará, mas mantém o PPS no ar

Josias de Souza

Um dos patrocinadores de Luciano Huck procurou-o para conversar sobre seus planos políticos. Almoçaram na última quarta-feira. O empresário indagou a Huck se ele seria mesmo candidato à Presidência da República. Disse que não gostaria de ver sua logomarca associada a um projeto presidenciável. Em timbre categórico, o apresentador da Rede Globo declarou: 1) Não disputará o Planalto; 2) Não se filiará a nenhum partido político.
Posteriormente, ao relatar o encontro, o interlocutor de Huck disse estar convencido de que o nome dele não constará do rol de opções nas urnas de 2018. Curiosamente, o blog apurou que Huck ainda não informou sobre sua suposta decisão à cúpula do PPS, legenda com a qual vem negociando. Até a noite de quinta-feira, o partido permanecia no ar.
Nas conversas com o PPS, Huck disse ter simpatia pelo partido, que considera “decente”. Mas não se comprometeu a assinar a ficha de filiação. Declarou que gostaria de desempenhar um papel político em 2018. Mas não sabia se iria apenas “participar” do processo ou “competir” efetivamente na sucessão. Na última reunião, ocorrida há duas semanas, Huck comprometera-se a dar uma resposta definitiva ao PPS no final de dezembro. Confidenciou que a Globo lhe cobrava uma definição.

Deputado-presidiário é o signo da falência moral

Josias de Souza

Ele se chama Celso Jacob. Mas poderia se chamar Senhor Nada. No momento, ele tem domicílio no presídio da Papuda, em Brasília. Mas dá expediente na Câmara dos Deputados. Sim, é isso mesmo. Celso Jacob, o Senhor Coisa Nenhuma, exerce o mandato de deputado durante o dia e retorna para a cadeia à noite. Condenado em julho do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal a 7 anos e 2 meses de cadeia, Celso ‘Nada’ Jacob cumpre a pena em regime semiaberto.
Um condenado criminal exerce um mandato eletivo há um ano e quatro meses. E todos fingem não ver. É como se os colegas do Nada olhassem para ele no plenário da Câmara sem conseguir alcançá-lo com os olhos. O olhar atravessa o Nada e vai bater no couro da poltrona. Filiado à facção do PMDB do Rio, o Nada foi condenado por fraudar a licitação de uma creche.
Invisível na Câmara, o Nada foi enxergado na penitenciária. Tentou entrar com dois pacotes de biscoitos e um pedaço de queijo provolone escondidos na cueca. Foi recolhido ao isolamento por sete dias. A punição pode ser prorrogada por 30 dias. Esse personagem, ex-fraudador de licitações, agora traficante de biscoitos e queijos, transita pelos corredores da Câmara como representante do povo do Rio de Janeiro. O nornal seria que fosse cassado. Mas o normal, em temos de Lava Jato, foi extinto no Brasil.
– Atualização feita às 23h01 desta quinta-feira: O Tribunal de Justiça do DF revogou a autorização que permitia ao 'Senhor Nada' frequentar a Câmara durante o dia. A decisão talvez mostre aos parlamentares que não é possível ignorar o inaceitável.

Supremo revela tendência à autodesmoralização

Josias de Souza
A questão é de enorme relevância. E deveria preocupar a todos. Tomado por suas decisões mais recentes, o Supremo Tribunal Federal tomou gosto pelo comportamento de alto risco. O pedido de vista do ministro Dias Toffoli, que interrompeu o julgamento sobre a restrição do foro privilegiado, confirma uma estonteante tendência para a autodesmoralização.
Muita gente está empenhada em chamar a atenção do Supremo. Foi assim no caso do afastamento meia-sola de Renan Calheiros da linha sucessória da Presidência da República. Os alertas soaram também quando o STF lavou as mãos no caso de Aécio Neves. Mas isso parece agravar a situação. Quanto mais se critica a Suprema Corte, mais desmoralizada ela se empenha em ficar.
A instância máxima do Judiciário brasileiro demonstra uma incapacidade atroz de resistir aos impulsos autodestrutivos. Já é possível concluir, sem qualquer margem para dúvidas, que o Supremo caminha para igualar-se em desmoralização ao Legislativo e ao Executivo. Com uma diferença: os políticos foram arrastados para o caldeirão pela Lava Jato. O Supremo pula no melado ardente voluntariamente.
Por 7 votos a 1, prevaleceu o voto do ministro Luiz Roberto Barroso. Por esse voto, o foro privilegiado valerá apenas para os crimes cometidos durante o exercício do mandato, se tiverem alguma relação com o exercício da função pública. Dito de outro modo: o privilégio seria exceção. Como regra geral, todos seriam igualados perante a lei. Ao pedir vista, sabe-se lá em nome de quais interesses!, Dias Toffoli comportou-se como menino dono da bola que interrompe uma partida que perdia de goleada.
Aos pouquinhos, vai se solidificando a impressão de que um pedaço do Supremo opera para oferecer proteção a malfeitores. Foi à lata do lixo todo o prestígio que a Suprema Corte amealhara no julgamento do mensalão. Mas não se deve dizer isso em voz alta. Aí mesmo é que o Supremo pode atear fogo às togas. Impossível prever o comportamento de um suicida.

A MAIORIA SILENCIOSA, ESTÚPIDA E OPORTUNISTA, AO FUGIR DO DEBATE POLÍTICO É A PRINCIPAL RESPONSÁVEL PELO ESTADO DE CALAMIDADE EM QUE SE ENCONTRA O BRASIL.

quinta-feira, novembro 23, 2017

A página Embaixada da Resistência está entre as melhores no Facebook no que refere ao debate político. E o "Embaixador" desta feita foi direto ao ponto. Escreveu um texto em que analisa o dito "apolítico", ou seja, aquele tipo que abre a bocarra para afirmar que não tolera a política. Outros desse tipo, mais matreiros, simplesmente nem sequer pronunciam a palavra política. Fogem do debate político como o diabo foge da cruz.
Viver é um risco permanente, afinal bactérias, virus e outros migro-organismos patogênicos podem levar um cidadão sadio para o cemitério. Mas pior do que esses males invisíveis que a intervenção médica ainda pode mitigar são os políticos, mormente aqueles ditos de "esquerda" ou ainda outros que mesmo não rezando pela cartilha vermelha os toleram pelo seu silêncio oportunista. Afinal, exemplos no Brasil desses gêneros de sub-cidadãos, rematados boçais, abundam. E, por isso mesmo, deu no que deu. O Brasil está no vinagre, ou melhor, os brasileiros em sua esmagadora maioria estão à deriva num mar revolto de corrupção e roubalheiras.
O texto da Embaixada da Resistência traça um perfil desses vermes vagabundos, oportunistas e covardes. E cabe como uma luva para tipificar muita gente boa aqui no Brasil que mesmo ante o assalto à Nação que veio à tona pela Operação Lava Jato, continuam torcendo o nariz quando numa roda de bate-papo alguém se refere a uma questão política. O 'Embaixador' ilustra a postagem no FB com um vídeo supimpa que traz o depoimento da chinesa Lili Tong Williams, que reproduzo acima, concedido ao excelente site norte-americano Infowars, editado pelo jornalista Alex Jones.

Diz o 'Embaixador', em seu texto:

O "APOLÍTICO". Da série: "Esse bando de desocupados vive falando de política, eu tenho mais que fazer, eu estou acima dessas guerrinhas idiotas...".
E prossegue:
"Eu não estou interessado em política, eu tenho mais com que me ocupar, eu estou interessado em cuidar da minha vida, arrranjar um bom sustento, cuidar da minha vida, da minha família, amigos, divertir-me, etc..."
Ok sua MAJESTADE bestial, agora explique-nos:
Como vai "cuidar da sua vida" quando todas as responsabilidades e decisões acerca da "sua" preciosa vida forem coletivizadas e transferidas para o Estado?
Como vai se sustentar quando o Estado confiscar e se apropriar de quase toda a riqueza que você conseguir amealhar focado exclusivamente na "sua vida"?
Como vai cuidar da sua família quando o Estado reclamar a autoridade da educação dos seus filhos para a sua guarda?
Como sequer constituir uma família quando é gerado um ambiente de hostilidade entre homens e mulheres e para com tudo quanto a família representa?
Como vai ser capaz de manter a sua propriedade e usufruir da sua preciosa vida, quando o Estado incentivar nas ruas uma cultura de roubo, assassinato e impunidade?
Etc, etc, etc, etc...
Como vai fazer isso tudo super-homem?
Como vai andar sem pernas? Falar sem língua? Comer sem boca? Agarrar sem mãos?
"Ah mas ninguém manda em mim"
Você è à prova de bala? À prova de tanques? À prova da realidade?
Conte-me os seus segredos seu maluco.
Quer ser alienado seja, não quer participar da defesa da sua liberdade não participe, deixe que os outros o façam.
Sem ressentimentos nem dedos apontados, compreendemos e aceitamos as suas limitações.
Mas não tente ser nosso inimigo, não atrapalha nem despreza quem tem a gentileza de lutar pela sua liberdade de cuidar do que resta da "sua vida", nem faça das suas limitações e da sua ignorância um grande motivo de orgulho. Seja HUMILDE. DO A.AMORIM

Temer joga R$ 15 bi no ralo e apregoa o colapso


Josias de Souza
Relator da Previdência, Arthur Maia expõe a versão light da reforma durante jantar no Alvorada
Os deputados que aceitaram o convite de Michel Temer para jantar no Alvorada na noite passada foram submetidos a uma atmosfera indigesta. Ecoado pelo ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e por economistas como Marcos Lisboa, o anfitrião trovejou sobre os comensais previsões apocalípticas. Temer declarou no discurso de abertura que a economia sofrerá um “colapso” se a reforma da Previdência não for aprovada. Horas antes, o orador autorizara sua infantaria legislativa a aprofundar o rombo previdenciário em pelo menos mais R$ 15 bilhões.
Enquanto os deputados digeriam a versão lipoaspirada da proposta previdenciária, exposta no Alvorada pelo relator Arthur Maia, o Congresso, reunido em sessão conjunta da Câmara e do Senado, derrotava o presidente. Derrota consentida por Temer. A pretexto de obter o apoio de prefeitos à reforma, o presidente concordara com a derrubada de um veto de sua autoria. Com isso, foi ressuscitada uma mágica chamada “encontro de contas”. Prevê que prefeituras penduradas na Previdência poderão abater de suas dívidas os créditos que afirmam ter no governo.
O veto de Temer havia sido encomendado pela equipe econômica. A perda de R$ 15 bilhões é uma estimativa otimista. Numa conta mais salgada, feita pela Confederação Nacional dos Municípios, estima-se que a renegociação reduza as dívidas das prefeituras em até 50%. O espeto cairia de R$ 75 bilhões para algo como R$ 45 bilhões. Nessa matemática, a União deixaria de receber R$ 30 bilhões.
Com as prefeituras quebradas, esses recebimentos eram incertos, diz um apologista de Temer. O importante é aprovar a reforma, acrescenta. O diabo é que nada insinua, por ora, que a Previdência será reformada no atual governo. O Planalto precisa de pelo menos 308 votos na Câmara. Auxiliares de Temer sustentam que ele já dispõe de algo como 250 votos. Juram que compareceram ao jantar do Alvorada quase 200 votos. Quem esteve no recinto contou algo como uma centena de deputados.
Antes do repasto, o governista Fábio Ramalho (PMDB-MG), vice-presidente da Câmara, revelou o que enxerga em sua bola de cristal: “Ninguém vai votar a reforma da Previdência. Se tiver 100 votos é muito.” Para desassossego de Temer os prefeitos não votam no Congresso. Os governadores, com quem o presidente almoçou, também já não têm tanta ascendência sobre suas bancadas. pouco já não controlam suas bancadas. Mal comparando, Temer vai ganhando a aparência do sujeito que vende o carro para comprar gasolina.

PF cumpre mandados na Bahia e em Minas contra grupo que fraudava licitações

Grupo formado por políticos e empresários locais, além de servidores, fraudava licitações para desviar recursos públicos.

A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria Geral da União (CGU), cumpre, na manhã desta quinta-feira (23), 9 mandados de prisão preventiva, 4 de prisão temporária, 13 mandados de medidas cautelares e 41 de busca e apreensão em cidades na Bahia e em Minas Gerais.
A operação Lateronis tem objetivo de combater crimes de desvio de recursos públicos destinados à área da educação no centro-sul baiano. Um grupo formado por políticos e empresários locais, além de servidores, fraudava licitações, principalmente em contratos na área de educação, para desviar recursos públicos.
Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades baianas de Barra do Choça, Cândido Sales, Condeúba, Encruzilhada, Ribeirão do Largo, Gandu, Itambé, Jequié, Piripá, Vitória da Conquista, Tanhaçu, Ipirá, Salvador, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Formosa do Rio Preto. Em Minas Gerais, a operação ocorre na cidade de Mata Verde.
A operação conta com a participação de 160 policiais federais e 16 auditores da CGU.
Polícia Federal cumpre mandados em operação na Bahia nesta quinta-feira (23) (Foto: Divulgação/ PF-BA)
Polícia Federal cumpre mandados em operação na Bahia nesta quinta-feira (23) (Foto: Divulgação/ PF-BA)
Segundo as investigações, iniciadas em 2013, três falsas cooperativas que pertenciam a um mesmo grupo, vencedoras de licitações recorrentes, desviavam recursos públicos obtidos através de contratos celebrados com diversos municípios, na área de transporte, sobretudo escolar. Com os dados obtidos foi possível verificar que essas cooperativas serviam apenas de “fachada”, não havendo concorrência entre elas uma vez que as vencedoras eram definidas previamente.
Os contratos fraudados entre 2010 e 2016 em vários municípios somam R$ 140 milhões de reais, dos quais 45 milhões teriam sido desviados. Parte dos valores recebidos pelas cooperativas era repassado para servidores públicos, que corrompiam agentes públicos para fraudar licitações na área de transporte, principalmente transporte escolar, e até para influenciar decisões dos governo.
De acordo com as investigações, o grupo usava a verba desviada também para financiar campanhas políticas como forma de se manterem dominantes no poder. O grupo escolhia, por exemplo, quem seriam os candidatos, e até quem seriam os secretários nomeados pelos prefeitos nos municípios em que o grupo atuava.
Até mesmo a aprovação das contas do município pelas câmaras municipais era decidida pelo grupo. Uma espécie de atuação paralela que influenciava decisões públicas a favor de interesses ligados ao esquema criminoso.
Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e fraude à licitação.
PF cumpre mandados de prisão, medidas cautelares e busca e apreensão nesta quinta-feira (230 (Foto: Divulgação/ PF-BA)
PF cumpre mandados de prisão, medidas cautelares e busca e apreensão nesta quinta-feira (230 (Foto: Divulgação/ PF-BA)
Segundo a PF, o nome da operação, Lateronis, é uma referência aos soldados da Roma antiga, que guardavam as laterais e as costas do imperador e que, de tanto estarem ao lado do poder, passaram a acreditar que eram o próprio poder e que podiam atuar de forma impune ao cometerem delitos contra os mais pobres.
A PF vai detalhar a operação em coletiva à imprensa na Delegacia de Polícia Federal em Vitória da Conquista, às 9 horas [horário local].
Operação Lateronis é deflagrada nesta quinta-feira (23) em cidades do interior da Bahia (Foto: Divulgação/ PF-BA)
Operação Lateronis é deflagrada nesta quinta-feira (23) em cidades do interior da Bahia (Foto: Divulgação/ PF-BA)
Por Ana Paula Andreolla, TV Globo