Grupo formado por políticos e empresários locais, além de servidores, fraudava licitações para desviar recursos públicos.
A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e
a Controladoria Geral da União (CGU), cumpre, na manhã desta
quinta-feira (23), 9 mandados de prisão preventiva, 4 de prisão
temporária, 13 mandados de medidas cautelares e 41 de busca e apreensão
em cidades na Bahia e em Minas Gerais.
A operação Lateronis tem objetivo de combater crimes de desvio de
recursos públicos destinados à área da educação no centro-sul baiano. Um
grupo formado por políticos e empresários locais, além de servidores,
fraudava licitações, principalmente em contratos na área de educação,
para desviar recursos públicos.
Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades baianas de Barra do
Choça, Cândido Sales, Condeúba, Encruzilhada, Ribeirão do Largo, Gandu,
Itambé, Jequié, Piripá, Vitória da Conquista, Tanhaçu, Ipirá, Salvador,
Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Formosa do Rio Preto. Em Minas
Gerais, a operação ocorre na cidade de Mata Verde.
A operação conta com a participação de 160 policiais federais e 16 auditores da CGU.
Os contratos fraudados entre 2010 e 2016 em vários municípios somam R$
140 milhões de reais, dos quais 45 milhões teriam sido desviados. Parte
dos valores recebidos pelas cooperativas era repassado para servidores
públicos, que corrompiam agentes públicos para fraudar licitações na
área de transporte, principalmente transporte escolar, e até para
influenciar decisões dos governo.
De acordo com as investigações, o grupo usava a verba desviada também
para financiar campanhas políticas como forma de se manterem dominantes
no poder. O grupo escolhia, por exemplo, quem seriam os candidatos, e
até quem seriam os secretários nomeados pelos prefeitos nos municípios
em que o grupo atuava.
Até mesmo a aprovação das contas do município pelas câmaras municipais
era decidida pelo grupo. Uma espécie de atuação paralela que
influenciava decisões públicas a favor de interesses ligados ao esquema
criminoso.
Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, organização
criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e fraude à
licitação.
A PF vai detalhar a operação em coletiva à imprensa na Delegacia de Polícia Federal em Vitória da Conquista, às 9 horas [horário local].
Por Ana Paula Andreolla, TV Globo
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