VLADY OLIVER
É impressionante como os políticos ─ e jornalistas, em grande parte ─
tem a necessidade quase intestina de fazer uma leitura errada das
manifestações Brasil afora. Há muito o que comemorar no dia de hoje,
meus caros. Primeiro: a população em peso entendeu a real natureza dessa
crise: FORA PT. Não é somente a defesa do impeachment, mas o fim de uma
época inteira de roubalheiras representada por esta quadrilha. Não é
pouca coisa.
A clareza que emana agora da população é muito maior que em 2013, por
exemplo. Agora sim nos livraremos desses calhordas, de forma ordeira e
democrática, no tabuleiro das leis e da ordem. A CUT e seus canalhas ─
parece nome de banda de forró ─ entendeu o recado e foi cercar os
Instituto do vigarista e não o palácio do planalto. No canal da
platinada, por exemplo, na maior parte do tempo, jaz uma cadeira vazia
no lugar daquela cretina fundamental. Não é um avanço?
Outro foco das manifestações muito claro é o apoio à Operação Lava
Jato e ao juiz Sergio Moro. De sua pena afiada com certeza sobrarão
penas duras para boa parte dessa quadrilha. Apoiá-lo é fundamental neste
momento. Dona Dilma hoje escalou o ministrinho falante para servir os
salgadinhos, de boca fechada. Cardozinho, o outro, acompanha o bonecão
do Lula preso, encastelado na Esplanada, calado como cabe a um suspeito.
É evidente que os idiotas farão a leitura torta de que o movimento de
hoje é menor que os anteriores. Sabem por quê? Porque muita gente
deixou de acreditar numa manifestação como esta como forma de protesto.
Não acreditam que esta corja de políticos irmanados que aí está proporá
outra coisa que não a salvação da própria pele.
Não entendem estes calhordas que estão mortos para as próximas
eleições, quando a verdadeira repulsa por todos eles se fará sentir nas
urnas. O PT acabou. Seus bracinhos patéticos brandido uma “luta de
classes” que não veio, deve fazê-los mesmo esvaziarem as gavetas, antes
da chegada dos camburões. Lula pode ir preso hoje sem medo. No máximo,
os dirigentes das organizações para militares que o cercam poderiam ser
algemados juntos, para lhes fazerem companhia.
O mito está morto. Até Aécio Neves desceu da janela e criou coragem
para sentir o “cheiro de povo” que amana das ruas verde amareladas pelo
sol de inverno que teremos pela frente para trilhar, em defesa de nossas
liberdades. A ficha caiu.DO A.NUNES