quinta-feira, 10 de março de 2016

MP de São Paulo pediu a prisão preventiva de Lula

Pedido será analisado por juíza que trata de denúncia contra ex-presidente
Por Tiago Dantas
O Globo
Promotores chegam à coletiva nesta quinta-feira para explicar denúncia contra o ex-presidente Lula
Marcos Alves / Agência O Globo

SÃO PAULO - O Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo que investiga a suspeita de crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica relacionados ao tríplex do Guarujá.
Na denúncia apresentada nesta quinta-feira, os promotores dizem ser “imprescindível o decreto da prisão preventiva, em razão da conveniência da instrução criminal” e por entender que o ex-presidente poderá “movimentar sua ‘rede’ violenta de apoio para evitar que o processo crime que se inicia tenha seu curso natural”.
Os promotores dizem haver probabilidade de “evidente ameaças a vitimas e testemunhas e prejuízo na produção das demais provas do caso, impedindo até mesmo o acesso no ambiente forense”.
Os promotores negaram nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, que o oferecimento de denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha motivação política. Lula foi denunciado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Caso haja condenação, as penas para os dois crimes somadas variam de 4 a 13 anos de prisão.
Apesar de negar motivação política, o promotor José Carlos Blat afirmou que outros integrantes do PT devem ser investigados, por suspeita de terem sido "agraciados" com unidades da Bancoop.
A ex-primeira-dama Marisa Letícia e o filho do casal, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foram denunciados por lavagem de dinheiro. Outras 12 pessoas foram denunciadas, entre elas o ex-dono da OAS, Leo Pinheiro, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ambos investigados pela Operação Lava-Jato.
- O MP não trabalha com calendário político. É pautado em prazos judiciais, pouco importando se esse procedimento tenha qualquer tipo de repercussão política ou social - afirmou o promotor Blat, um dos responsáveis pela denúncia.
Os promotores também rebateram a acusação de que a investigação do triplex no Guarujá é de exclusividade da Justiça Federal de Curitiba. Eles disseram que algumas provas foram compartilhadas entre os dois grupos:
- Enquanto o apartamento diz respeito (ao MP estadual), o que tem dentro do apartamento e o sítio de Atibaia pertencem ao MPF e a bem-sucedida Operação Lava-Jato - afirmou o promotor Cássio Conserino.
A denúncia foi mal recebida e considerada "foi muito política" pelo Palácio do Planalto. A ação do MP ocorreu quatro dias antes dos protestos marcados para domingo. O Instituto Lula emitiu nota, nesta quinta-feira, em resposta à denúncia. De acordo com o texto, a denúncia “não tem base na realidade” e “Lula não pode ocultar patrimônio que não tem”.10/03/2016 DO R.DEMOCRATICA

Protesto contra Dilma em Curitiba deve reunir mais de 100 mil pessoas

protesto curitiba
O protesto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) deve reunir mais de 100 mil pessoas em Curitiba neste domingo, 13, a partir das 14h, com a concentração na Praça Santos Andrade e passeata até a Boca Maldita na rua XV de Novembro. A previsão é do coordenador do Movimento Brasil Livre, Eder Borges. “Vamos colocar 100 mil pessoas. As palavras de ordem vão do impeachment ou cassação de Dilma, de apoio à Operação Lava Jato, à Polícia Federal e ao juiz Sérgio Moro”, disse Borges.
O MBL prevê manifestações ainda em Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Guarapuava, Paranaguá, entre outras cidades do Paraná. “Está sendo tudo muito espontâneo, as pessoas das outras cidades nos procuram, querem material, bonecos do Lula pixuleco. Vai ser a maior manifestação da história do país. Todas as capitais, as grandes cidades nos estados, não há mais clima e condições política de Dilma permanecer no governo”, adianta Borges.

O coordenador do MBL também falou do recuo do PT, do governo Dilma e de Lula que antes estavam convocando a militância petista para partir para confronto nas ruas no domingo e depois desistiram da convocação. “Não tem risco nenhum. Desde o ano passado tentam amedrontar as famílias para não irem. Mas eles não têm contingente para isso. Temos um bom apoio da polícia, que está sempre ao nosso lado. E existe uma diferença muito grande de contingente”, disse. DO FABIOCAMPANA