segunda-feira, 10 de abril de 2017

Sérgio Moro chora com discurso de estudante que busca cura do câncer nos EUA

Taciana Pereira, 22 anos, uma das presidentes do Brazil Conference. |
Taciana Pereira, 22 anos, uma das presidentes do Brazil Conference.
O Brazil Conference – megaconferência que reuniu nos Estados Unidos a elite política brasileira – foi liderado por uma estudante de 22 anos que busca a cura do câncer na Universidade de Harvard. Aluna da instituição desde 2014, a curitibana Taciana Pereira foi uma das presidentes do evento, responsáveis por organizar a série de painéis, debates e palestras, que reuniram nomes como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o juiz federal Sérgio Moro. No discurso de encerramento do evento, a jovem universitária levou o magistrado às lágrimas.
Aluna do quarto ano do curso de bioengenharia, Taciana conquistou uma bolsa de mais de 90% para estudar em Harvard e hoje desenvolve pesquisas relacionadas à cura do câncer. Na fala, abordou a falta de incentivo ao conhecimento científico no Brasil e defendeu maior aporte de recursos às pesquisas. É por meio da educação que ela acredita ser possível mudar o sentido da frase “tinha que ser brasileiro...”. Neste ponto, emocionou o juiz que julga os processos da Lava Jato.
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“O Moro chorou quando eu estava falando. O resto do time da organização viu e veio me contar. Eu achei legal que ele ficou para ver [o discurso]”, disse Taciana. “A frase ‘tinha que ser brasileiro...’ é algo que se diz quando algo dá errado. Eu quero que a gente consiga mudar isso. Eu quero que, quando alguém desenvolve uma patente, faça uma publicação ou ganhe o prêmio Nobel, as pessoas digam: ‘Tinha que ser brasileiro...’”, completou a estudante.
A fala de Taciana não tocou apenas Moro, mas também sensibilizou outros universitários de Harvard e do Massachusetts Institute os Technology (MIT) que acompanhavam a conferência. “A gente conseguiu inspirar muitos jovens. Muitos estudantes mandaram mensagem, dizendo que querem voltar ao Brasil, trabalhar pelo Brasil, coisa que não pensavam [em fazer] antes”, disse.
Filha de funcionários públicos – a mãe, da área da educação; o pai, da saúde –, Taciana cresceu no bairro Água Verde, em Curitiba. Gostava de jogar futebol com o irmão e com os primos. A afinidade com os esportes lhe abriu as da Escola Internacional de Curitiba, onde ganhou uma bolsa-atleta para estudar. Ali, decidiu que tentaria realizar o sonho de estudar em Harvard.
“Você pensa que só entram em Harvard pessoas de nome, muito ricas ou gênio. Na verdade, eu não sou nem gênio, meu sobrenome é Pereira e não sou rica”, apontou.

Bastidores

Os preparativos para esta edição do Brazil Conference começaram em abril do ano passado. Taciana aponta que a equipe de presidentes do evento primou por elaborar uma grade equilibrada, que contemplasse visões opostas de temas pertinentes e atuais. No intervalos das aulas e das pesquisas, acostumou-se a receber telefonemas de ministros e políticos, para afinar detalhes da conferência.
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“Foi uma experiência muito empoderadora, porque tivemos a liberdade de escolher o que debater sobre o Brasil (...). Ao mesmo tempo, foi surreal, porque você sai da sala de aula e recebe ligação de algum político famoso. Foi indescritível”, disse.
Apesar das expectativas de eventuais “confrontos” entre palestrantes, o clima foi de cordialidade nos dias dos eventos e não houve embates mais agressivos – à exceção de algumas alfinetadas pontuais. “O Moro e a Dilma, por exemplo, não se cruzaram. A Dilma veio exclusivamente para a fala dela e foi embora. O Moro ficou, assistiu a outras palestras”, contou Taciana.
Além de Moro e Dilma, reuniu nomes como o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, o ex-ministro José Eduardo Cardoso, o procurador Deltan Dalagnol, o apresentador Luciano Huck, o ator Vagner Moura e o ex-secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. “Ficamos muito felizes com a repercussão, não só pela cobertura da mídia, mas pelo alcance, pelo diálogo que houve em torno de temas do Brasil”, disse a universitária. DO GAZETADOPOVO

Tietagem com goleiro Bruno envergonha todo brasileiro sério


blog
Foram quase sete anos sem disputar partida profissional. Exatos 2.499 dias separam o 5 de junho de 2010, última partida de Bruno pelo Flamengo, e o 8 de abril de 2017, estreia pelo Boa Esporte. Condenado por 22 anos e três meses pelo assassinato de Eliza Samúdio e por ocultação de cadáver, Bruno certamente não retornou ao futebol como desejava.
Mas o simples fato de ter retornado, e de ainda por cima ter sido ovacionado pela torcida local, diz muito sobre os valores disseminados em nosso país. Ou melhor: sobre a ausência de valores! Parece que o futebol está acima de tudo, e a fama serve como salvo-conduto para os crimes.
“O goleiro teve uma tarde com status de ídolo. Único jogador que teve o nome gritado pela torcida e disputado pelas crianças, na hora de entrar em campo”, conta a reportagem da Folha de S. Paulo. Um assassino triplamente qualificado disputado pelas crianças. O crime, de fato, compensa no Brasil.
Um amigo jornalista desabafou numa rede fechada de debates: “Os que foram ao estádio cultuar o goleiro Bruno, inclusive levando suas crianças, são idiotas, sim, idiotas e imorais, rebanho bovino em forma de gente, que se deixa fanatizar por futebol e também quer aparecer aos holofotes da mídia. Há pessoas que estão no nível dos animais e têm a dignidade de um cachorro diante de um osso. Por isso, as autoridades não devem dar palanque a um criminoso: sempre haverá porcos morais para aplaudi-lo e transformá-lo em herói”.
Gustavo Nogy comentou em sua página do Facebook:
O goleiro Bruno matou, mandou matar, Eliza Samudio. Matou, mandou matar, deu o corpo aos cães. Durante todo o processo, manteve a expressão dura. Com esforço, em alguns depoimentos fingiu o arrependimento que não tem. Condenado a 22 anos de prisão, cumpriu pouco mais de 6 e foi solto por liminar, dada a demora no julgamento do recurso. Tão logo solto, foi contratado pelo Boa Esporte, time mineiro. Os cartolas não conseguiram conter a euforia. Justificaram, tergiversaram, deram de ombros. Decerto abriram champanhes. Ontem, Bruno jogou pela primeira vez depois do assassinato e foi muito bem recebido. Não houve protestos nos arredores do estádio. Entrou com criança no colo e foi aplaudido, ovacionado, festejado, perdoado. Desfez a dureza facial e até sorriu. Ele merece segunda chance. Disse há alguns dias que “a vida segue”. Para ele, segue. Para Eliza Samudio, nem tanto. Que ele cumprisse a pena e vivesse em silêncio. Mas não: voltou aplaudido, ovacionado, festejado, perdoado. Matou, mandou matar, deu o corpo aos cães. Cometeu pênalti logo no primeiro jogo.
Há quem diga que Bruno está jogando de acordo com as regras do jogo, que está livre legalmente, cumpriu parte de sua pena, e deve ter direito a uma segunda chance. Balela! Se a lei é absurda, não devemos por isso fechar os olhos para a injustiça que ela protege ou compensa.
Um amigo advogado comentou: “Realmente, ele está jogando de acordo com as regras do jogo. O problema justamente é esse: as regras do jogo, leia-se, sistema jurídico penal brasileiro. E o sistema reflete a cultura predominante, que é justamente essa de sempre passar a mão na cabeça de infratores”.
Se a lei é ridícula, então o mínimo que devemos esperar é uma punição social, moral, o ostracismo, o repúdio da população. Não selfies! Quem defende o goleiro adota a mentalidade esquerdista, que encara marginal como “vítima da sociedade” que precisa de carinho em vez de punição severa.
João Luiz Mauad, no mesmo debate, disse: “O Japão é recordista de suicídios, entre outras coisas, justamente porque lá é muitas vezes mais difícil conviver com a vergonha pública do que propriamente com a punição da lei. Essa diferença demonstra como as nossas instituições informais são fracas”.
Cristiano Carvalho, advogado, acrescentou: “Instituições são formais e informais… só que a cola da sociedade são as informais (ou social norms, como denominam outros) – as informais não têm prescrição, preclusão, duram tanto quanto a memória humana. E, na era do cyberspace, da informação a custo zero armazenada em nuvem, literalmente podem durar para sempre. Por isso que já há inclusive teses e movimentos jurídicos em prol do ‘direito ao esquecimento’.”
No Brasil isso nem é preciso: o povo esquece, e no dia seguinte! Tem memória curta. Vota em político safado, pensa em votar num populista que acabou de destruir a nação. Cai em tudo que é embuste de oportunista de plantão. E não é só uma questão de ignorância; é também uma questão de caráter, de valores morais, de ética.
Um povo que festeja a volta de um assassino ao futebol, apenas sete anos depois do crime, e coloca crianças para tirar fotos com ele, é um povo indecente, fadado ao fracasso. A permissividade dos brasileiros para com o crime está no epicentro de nossos males. O “coitadismo” é o câncer que corrói nossas estruturas sociais. Todo brasileiro sério está envergonhado hoje.
Rodrigo Constantino

Moro reconhece dificuldade de investigar vazamentos e diz que 'é como caçar fantasmas'




Curitiba- PR- Brasil- 24/10/2016- O o juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, durante sessão especial na Assembléia Legislativa do Paraná (ALEP). Foto: Pedro de Oliveira/ ALEP
O juiz Sergio Moro em sessão especial na Assembleia Legislativa do Paraná
O juiz federal Sergio Moro reconheceu vazamentos em delações de executivos da Odebrecht na operação Lava Jato e afirmou que investigá-los "é quase como se fosse uma caça a fantasmas".
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil na Havard Business School, em Cambridge (EUA), o responsável pela operação afirmou que a investigação de vazamentos ilegais de depoimentos de investigados à imprensa "fica comprometida por questões jurídicas", como o direito ao sigilo de fontes de jornalistas e a liberdade de imprensa, garantidos pela Constituição.
"Não estou reclamando destas proteções jurídicas, acho importante", afirmou Moro.
Há duas semanas, a defesa do presidente Michel Temer na ação que pede a cassação da chapa Dilma Rouseff-Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu a anulação das oitivas da Odebrecht, inclusive a de Marcelo Odebrecht, alegando que o TSE só teria convocado executivos da empreiteira para depoimento após o vazamento ilegal do conteúdo da delação feita como parte da Lava Jato.
O ex-presidente Lula, por sua vez, enviou uma petição ao comitê de direitos humanos da Organizações das Nações Unidas (ONU), alegando que a operação busca a "destruição de reputação através de vazamentos ilegais de documentos e depoimentos à mídia".
À reportagem, Moro disse que investigar jornalistas e veículos que publicaram conteúdos vazados "seria contrário a proteção de fontes, à liberdade de imprensa".
"E isso nós não faríamos", disse.
Sobre o recuo na investigação contra o blogueiro Eduardo Guimarães —que no mês passado teve celular, pen-drive e notebook apreendidos na investigação do suposto vazamento do mandado de condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado—, Moro argumentou que "é difícil" definir o que é um jornalista.
"Existe a posição no Brasil de que não é necessário um diploma, mas o fato de você ter uma página na internet qualifica alguém como jornalista? Então, por exemplo, você tem uma página no Facebook, isso é jornalismo? Ou um blog, como era o caso, é jornalismo?"
Após ser criticado por órgãos como a associação Repórteres sem Fronteiras, o juiz voltou atrás e excluiu Guimarães do processo.
Moro também nega qualquer conflito ético nas fotos em que aparece sorrindo ao lado do senador Aécio Neves (PSDB), que tem foro privilegiado e teria acertado repasses de R$ 50 milhões, segundo executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, após o leilão para a construção da hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia, em dezembro de 2007.
As imagens foram divulgadas no ano passado. "Olha, não tenho nenhum processo do senador na minha responsabilidade porque ele tem foro privilegiado e não foi tratado sobre assuntos relativos ao processo, evidentemente."
Leia a entrevista completa da BBC Brasil com o juiz federal Sergio Moro durante a Brazil Conference, organizada por estudantes de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology) no último fim de semana, nos EUA.
BBC Brasil: Estamos em um momento em que o núcleo do governo tenta invalidar delações da Odebrecht, alegando vazamentos ilegais a imprensa. Essa falta de controle pode colocar em risco a operação, uma vez que estamos em uma das principais delações neste momento. Como é que a Lava Jato consegue descobrir o maior esquema de corrupção do Brasil, ou um deles, mas não consegue controlar este tipo de vazamento?
Sergio Moro: É, esta é uma questão interessante. É como aquela velha charada: "O que é o que é que quando você divide você destrói?" E isso é um segredo. A partir do momento em que se compartilha a informação com outras pessoas, sempre vai surgindo a possibilidade de um vazamento ilegal.
Às vezes, tem-se de fazer uma ressalva, há uma crítica a supostos vazamentos na Lava Jato que não são propriamente vazamentos. Nossa legislação exige que estes processos sejam conduzidos em público, que os julgamentos sejam públicos, e isso significa também que as provas acabam se tornando públicas em um momento no processo. Então, muitas vezes, o que as pessoas falam que é vazamento na verdade não é.
Agora, pontualmente realmente ocorreram vazamentos e muitas vezes se tenta investigar isso, mas é quase como se fosse uma caça a fantasmas, porque normalmente o modo de se investigar isso de maneira eficaz seria, por exemplo, quebrando sigilos do jornalista que publicou a informação. E isso nós não faríamos, porque seria contrário a proteção de fontes, à liberdade de imprensa.
Então, infelizmente, há uma dificuldade de descoberta desses fatos. Não que nós não tenhamos mecanismos de investigação, mas que a utilização deles fica comprometida por conta dessas proteções jurídicas. E eu não estou reclamando destas proteções jurídicas, acho importante.
BBC Brasil: O senhor citou a liberdade de imprensa e o direito ao sigilo de fontes. A associação Repórteres sem Fronteiras classificou como "clara tentativa de quebra de sigilo de fonte" a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães, do blog da Cidadania. Como o senhor avalia esse episódio? Esse foi um equívoco?
Moro: Olha, esse é um caso pendente, então eu teria dificuldade de falar. Mas, baseado no que já foi colocado no processo, tem uma questão jurídica relevante em qualificar a atividade, em particular daquela pessoa, como ele sendo jornalista ou não. Havia uma série de controvérsias a respeito de se o que a pessoa fazia era jornalismo ou não.
Houve algumas manifestações, por exemplo até desse próprio órgão, no sentido de que seria a atividade dele jornalismo, e se entendeu de tomar a postura mais prudente, já que alguns órgãos assim de classe ou representativos estavam tendo essa posição, de se tratá-lo como jornalista.
BBC Brasil: Essa avaliação foi feita antes da repercussão negativa também?
Moro: Sim, foi uma questão debatida no processo. E realmente não é uma questão tão fácil. O que define um jornalista, né? Tudo bem, existe a posição no Brasil de que não é necessário um diploma, mas o fato de você ter uma página na internet qualifica alguém como jornalista? Então, por exemplo, você tem uma página no Facebook, isso é jornalismo? Ou um blog, como era o caso, é jornalismo? Então havia uma série de discussões em cima da circunstância fática envolvendo aquele caso.
BBC Brasil: Na opinião do senhor, especificamente, esse tipo de atividade é jornalismo?
Moro: Não, eu não entraria nesse mérito porque é um caso pendente. Estou dizendo que teve essa controvérsia.
BBC Brasil: Opositores e políticos que são alvo da Lava Jato alegam ciclicamente que a operação seria parcial ou relevaria determinados personagens políticos ou determinados partidos. O senhor deu munição a esses argumentos quando foi fotografado sorrindo junto com o senador Aécio Neves em um evento que homenageou Michel Temer, ambos citados no âmbito da operação. O senhor se arrepende desse momento?
Moro: Olha, a investigação é feita de maneira indiferente às opiniões políticas dos investigados. O que é relevante é se há comportamento criminoso ou não, e não a questão da opinião pública dessa pessoa. Agora, o juiz tem uma vida que também é fora do gabinete e às vezes existem essas situações de serem tiradas fotos.
Aqui mesmo neste evento muitas pessoas pedem fotos e muitas vezes a gente fica até constrangido de não tirar foto. Era um evento público, foi tirada a foto, e o que há é uma exploração política do episódio, mas não existe nenhum comportamento impróprio da minha parte.
BBC Brasil: O senhor, portanto, não vê ali então nenhum conflito ético.
Moro: Olha, eu não tenho nenhum processo do senador na minha responsabilidade porque ele tem foro privilegiado e não foi tratado sobre assuntos relativos ao processo, evidentemente. Se você está em um evento e as pessoas tiram fotos, bem, não tem como evitar.
BBC Brasil: Como o senhor avalia a proposta do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, de criminalização da carteirada (utilização do cargo ou função para se eximir do cumprimento de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio) e do abuso de imprensa (uso abusivo dos meios de comunicação ou de redes sociais pela autoridade encarregada da investigação que antecipa a atribuição de culpa, antes de concluída a investigação e formalizada a acusação)? O senhor as acha pertinentes?
Moro: Não estou suficiente informado sobre as propostas para dar uma opinião.
BBC Brasil: O senhor é descrito sempre em protestos de massa e hoje aqui nos corredores de Harvard como um herói, responsável por um resgate da moralidade política no Brasil. O senhor gosta desse tipo de homenagem? Elas são saudáveis no momento político em que a gente vive?
Moro: Olha, sempre tenho reforçado publicamente que o importante é o trabalho institucional, do Judiciário e das outras instituições, nesse caso.
Então, o que deve ser o foco é o fortalecimento das instituições e, dessa maneira, também isso envolve o fortalecimento da nossa democracia.
Agora, às vezes o trabalho que tem sido feito, pelos resultados, gera algum sentimento de gratidão por parte das pessoas e isso de maneira nenhuma pode ser reputado como algo negativo. Mas sempre, e inclusive publicamente, sempre me manifestei no sentido de que o importante é a parte institucional.
BBC Brasil: O senhor já disse várias vezes que não tem nenhum plano de se candidatar a cargos eletivos. Nunca? E por quê?
Moro: A resposta é não, não tenho nenhuma pretensão de ir para uma carreira politica. Meu trabalho é como magistrado, simples assim.