segunda-feira, 2 de abril de 2018

Não há salvação para quem vê em Lula um salvador da pátria

segunda-feira, 2 de abril de 2018

A falácia do homem providencial transforma em seita o que deveria ser um partido e diviniza qualquer vigarista bom de bico. Post de Augusto Nunes:

O que faz tanta gente capaz de caminhar e chupar sorvete ao mesmo tempo acreditar, anos a fio, que algum ser humano nasceu para salvar uma nação, um continente ou o mundo? O que deu na cabeça dos milhões de alemães que se juntaram no rebanho que percorreu, primeiro com entusiasmo e depois sem queixumes, o caminho da perdição traçado por um patético Adolf Hitler? O que levou uma imensidão de italianos a enxergar no bufão Benito Mussolini o restaurador do Império Romano?
A falácia do homem providencial transforma em seita o que deveria ser um partido, mistura empatia com devoção e pode promover a salvador da pátria qualquer vigarista bom de bico. Veja-se o caso de Lula. Ele se tornou muito mais que o líder do PT. É o deus do bando ─ e deuses não pecam, não erram, não se enganam, jamais estacionam em dúvidas. “Quando Lula fala, o mundo se ilumina”, resumiu a mente escura da professora Marilena Chauí.
A catarata de bandalheiras descobertas pela Lava-Jato vai reduzindo a partido nanico o que foi até recentemente um ajuntamento hegemônico. Mas os xiitas remanescentes ignoram a diferença entre velório e festa de batizado: esses morrerão venerando a sumidade incomparável que não existiu. A caravana que, guiada por Lula, andou zanzando pelo sul é a versão ultrajeca da tropa de imberbes que, enquanto Hitler apressava o próprio funeral, combatiam nos subúrbios de Berlim.
“O Brasil é muito longe”, dizia Tom Jobim. O país em que vivem os devotos de Lula, por exemplo, fica perto do tempo das cavernas.

Hashtag em apoio aos protestos pela prisão de Lula viraliza

pção e a favor do impeachment, Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua, estão com protestos marcados em todo território nacional para esta terça-feira (03). A principal bandeira dos protestos é a imediata prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Nesta quarta-feira (4), o Supremo Tribunal Federal (STF) voltará a julgar o habeas corpus de Lula. Se o HC for indeferido, o petista será preso, visto que seus recursos em segunda instância já foram negados.
“Mais de 800 mil pessoas já aceitaram o convite do Vem Pra Rua para protestar contra a soltura de Lula e o enterro da Lava Jato”, de acordo com O Antagonista.
Você pode conferir a lista das cidades e os locais de concentração dos protestos do Vem Pra Rua clicando AQUI.
O Movimento Brasil Livre (MBL) também está com protestos marcados por todo território nacional e continua convocando os brasileiros que desejam ver o STF confirmando a prisão do ex-presidente envolvido em inúmeros escândalos de corrupção.

A mídia Diário Nacional, propagada constantemente por membros do MBL, citou quatro motivos para o cidadão brasileiro ir pra rua nesta terça-feira.
1 – Lula, já condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, poderá ficar impune enquanto o povo paga por suas mordomias.
2 – Se o habeas corpus for concedido à Lula, poderá ser concedido a todos os outros corruptos de todos os partidos, incluindo os que já estão presos e aqueles que estão prestes a serem condenados em segunda instância.
3 – Com a porteira da impunidade aberta, será a destruição da Lava Jato e do sistema de Justiça.
4 – Além de beneficiar corruptos, a decisão a favor de Lula poderá beneficiar qualquer condenado em segunda instância que se encontra preso aguardando o julgamento na terceira instância. Inclusive estupradores e assassinos.
O Congresso Nacional e o STF já estão cercados por grades em razão das manifestações de amanhã pela prisão de Lula.

Abaixo-assinado por prisão em 2.º grau busca ‘sensibilizar’ ministros a 48 horas do Dia D de Lula

Procuradores e magistrados que subscrevem Nota Técnica protocolada no Supremo afirmam que iniciativa 'não é uma forma de pressão sobre os ministros' que vão julgar na quarta, 4, habeas corpus preventivo do ex-presidente condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso triplex

Amanda Pupo- ESTADÃO
02 Abril 2018 | 15h44
Foto: Ricardo Stuckert/Facebook Lula
Integrantes do Ministério Público e do Judiciário protocolaram nesta segunda-feira, 2, no Supremo Tribunal Federal (STF) uma nota técnica e um abaixo-assinado com cerca de 5 mil assinaturas, entre magistrados e membros do MP, para que a Corte não mude o entendimento que permite a prisão de condenados na segunda instância da justiça. Segundo o promotor de Justiça de Brasília, Renato Varalda, o ato não é uma forma de pressão sobre os ministros do STF, mas uma tentativa de “sensibilização” para que o Supremo respeite a jurisprudência firmada em 2016 (que possibilita a execução antecipada da pena) quando for julgar o habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira, 4.
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Também nesta segunda-feira, juristas prometem para as 17h30 a entrega de manifestação com 3.262 assinaturas pela revisão da histórica decisão de outubro de 2016 em que o entendimento atual sobre prisões após segunda instância foi firmado, em julgamento no qual o STF negou liminar a habeas e Ações Declaratórias de Constitucionalidade contra execuções de penas após confirmação de sentenças em segundo grau.
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Varalda compõe o grupo de dez pessoas, entre integrantes do MP e juízes, que entregou os documentos no prédio da Corte em Brasília nesta tarde de segunda-feira. A intenção do grupo também era de passar nos gabinetes dos ministros para deixar a nota técnica e o abaixo-assinado. Não há audiências com ministros previstas para esta tarde.
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O manifesto, que conta com a assinatura do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, é apresentado dois dias antes do julgamento pelos 11 ministros do STF do habeas corpus do petista, condenado a 12 anos e um mês no caso triplex. As assinaturas continuarão sendo colhidas até esta quarta-feira. Portanto, o grupo não fala em um número fechado de adesões, que vem ocorrendo desde quinta-feira passada, de forma virtual.
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De acordo com Varalda, o movimento não é feito em função do caso de Lula, mas pelo o que pode ocorrer no julgamento de seu habeas corpus, caso a Corte atenda o pedido do petista, que pede para ser preso somente quando não couberem mais recursos na justiça contra a condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundos os membros do MP, preocupação é com efeito “cascata” de eventual decisão.
“Esse abaixo-assinado é de procuradores, promotores e juízes preocupados com a impunidade e com o grande índice de criminalidade no Brasil. A preocupação é que ocorra um efeito cascata, em que haja a liberação de homicidas, latrocidas, estupradores, traficantes do Brasil todo a partir do momento em que o tribunal rever o posicionamento e inviabilizar a execução de pena após condenação em segunda instância”, afirmou Varalda.
O grupo de juristas e integrantes do MP também abordam a interpretação que é dada ao princípio constitucional da presunção de inocência, usado como principal argumento entre os que defendem a prisão de condenados somente após o trânsito em julgado das ações penais.
“Presunção de inocência não tem essa abrangência toda. Ela é um princípio relativo como qualquer outro princípio, ela deve ser analisada e balizada com outros princípios da Constituição Federal, como o princípio à vida, o princípio da garantia da propriedade e da segurança pública. Por isso é possível sim a execução provisória em segundo grau”, disse o promotor do DF.
Manifesto. Também apoiam o manifesto o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, no Paraná, procurador Deltan Dallagnol, as procuradoras da Lava Jato, em São Paulo, Thaméa Danelon e Anamara Osorio, os procuradores José Augusto Vagos e Sérgio Luiz Pinel Dias, da Lava Jato, no Rio, a procuradora regional da República, Ana Paula Mantovani, além dos procuradores-gerais de Justiça de Goiás (Benedito Torres), do Alagoas (Alfredo Mendonça) e do Rio (Eduardo Gussem) e, ainda, o procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas de União, Julio Cesar Marcelo de Oliveira.
“Nada justifica que o STF revise o que vem decidindo no sentido de que juridicamente adequado à Constituição da República o início do cumprimento da sanção penal a partir da decisão condenatória de 2ª instância. A mudança da jurisprudência, nesse caso, implicará a liberação de inúmeros condenados, seja por crimes de corrupção, seja por delitos violentos, tais como estupro, roubo, homicídio etc”, afirma o abaixo assinado.

Áudio: Presidente afastado do TCE-RJ admite esquema de propina, em gravação feita por delator

egunda-feira, 2 de abril de 2018


Material foi entregue à PGR por empresário do setor de transportes

Por Bela Megale e Aguirre Talento
O Globo


Presidente afastado do TCE-RJ Aloysio Neves foi preso durante a Operação Quinto do Ouro
Fabiano Rocha / Agência O Globo


BRASÍLIA – Alvo da Lava-Jato no Rio, o presidente afastado do Tribunal de Contas do Estado do Estado (TCE-RJ) Aloysio Neves, que até então negava recebimento de propina, admitiu pela primeira vez em gravação feita por um delator que se beneficiou de pagamentos ilícitos. Em um áudio gravado no dia13 de dezembro de 2016 pelo empresário Marcos Andrade Barbosa Silva, do setor de ônibus, Neves admite participar do esquema de pagamento de propina no tribunal e receber mesada de R$ 100 mil. A gravação faz parte do material entregue pelo empresário no acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

TRECHO DO DIÁLOGO:

Marcos: E essas questões desses pedidos todos que ele fez, cês ta... você tavam ciente disso ou ele fez à revelia tudo isso?
Aloysio: Não. Esse do metrô eu não sabia de nada.
Marcos: Então ele fez tudo à revelia por ele próprio?
Aloysio: O do Backheuser [referência ao presidente da Carioca Engenharia]? Eu também não sabia de nada. O do... do arco federal. Do arco não. Da...
Marcos: Da favelas?
Aloysio: ... deste 1 milhão do Maracanã, da concessão, nós não recebemos nada, teve nada dado pela concessão.
Marcos: Então foi o... o voo solo dele.
Aloysio: E o metrô, ele fez um voo, combinou as parcelas mensais que vinham, oitenta ou cem. Veio uma parcela só que ele entregou. E a partir daí ele disse que tava ruim por causa de negócio de Lava-Jato. E não entregou (mais).
O dia da gravação é o mesmo da deflagração de uma das fases da Lava Jato no Estado, que conduziu coercitivamente o ex-presidente do TCE-RJ Jonas Lopes para prestar depoimento. Na conversa, o empresário demonstra preocupação com os esquemas ilícitos do TCE-RJ. Por isso, Aloysio Neves explica o que sabia sobre atos ilícitos envolvendo o recebimento de propina pelos conselheiros. Neves afirma, porém, que diversas cobranças de propina eram “voo solo” de Jonas Lopes.
Aloysio Neves foi afastado da presidência do TCE-RJ por ordem do Superior Tribunal de Justiça em março do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Quinto do Ouro. O conselheiro foi denunciado pela PGR na semana passada pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

MESADA DE R$ 100 MIL

Em outro trecho da conversa, o empresário lhe questiona sobre o recebimento de uma mesada de R$ 100 mil paga pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). O conselheiro confirma o relato e diz que recebia os pagamentos primeiramente do ex-secretário Hudson Braga e, posteriormente, segundo os investigadores, de Luiz Carlos Bezerra, operador do político.
Marcos: Você não tem receio daquela mesada que ele te dava de R$ 100 mil por mês?
Aloysio: (ininteligível)
Marcos: Quem te trazia aquilo?
Aloysio: O Hudson.
Marcos: O Hudson no final?
Aloysio: É.
Marcos: E antes?
Aloysio: Era aquele Zé Luiz que trazia, já tá preso.
Marcos: Zé Luiz?
Aloysio: Não é Zé Luiz? Que (era) o chefe de gabinete dele?
Marco: (ininteligível)
Aloysio: Luiz com... Luiz não sei o quê.
Outro delator, o ex-secretário do governo Cabral Carlos Miranda confirmou em sua delação premiada o pagamento de mesada de R$ 100 mil a Aloysio Neves. Segundo ele, o pagamento era feito desde janeiro de 2007, quando ele era chefe de gabinete da presidência da Assembleia Legislativa do Rio.
Aloysio se tornou conselheiro do TCE em abril de 2010, tornando-se vice-presidente do órgão em 2015 e 2016 e presidente em 2017, até ser afastado do tribunal na Operação Quinto do Ouro.
Na denúncia apresentada na semana passada contra o conselheiro, a Procuradoria-Geral da República aponta que ele recebeu o valor de R$ 100 mil ao menos 87 vezes entre janeiro de 2007 e março de 2014, quando já era conselheiro do TCE-RJ.
De acordo com Carlos Miranda, parte do dinheiro de propina a Aloysio foi entregue por meio de galerias de arte.
"Parte desse dinheiro foi entregue em galerias de arte, que foram cinco pagamentos ao galerista Francisco, no Shopping Cassino Atlântico, que aproximadamente cinco pagamentos foram feitos a Silvia Cintra, na Rua das Acácias", afirmou Carlos Miranda.
Em depoimento aos investigadores, a galerista Silvia Assunção, dona do empreendimento citado por Carlos Miranda, confirmou que chegou a receber pagamentos em nome do conselheiro feitos em espécie por terceiros.
Carlos Miranda contou ainda que fez repasses para diversas pessoas em diferentes endereços no Rio, e que uma delas se chamada Pierre Areias, na época responsável pelo pagamento de viagens do conselheiro que "eram bem caras e giravam em torno de R$ 300 mil". Pierre trabalhava em uma agência de viagens de um funcionário do gabinete do deputado Jorge Picciani.
Em depoimento aos procuradores, Pierre confirmou que conheceu Aloysio Neves por meio de Cabral e que recebeu dinheiro em espécie para prestar serviços a ele. "A mensalidade era paga em espécie e os valores eram entregues na casa de Aloysio Neves, na rua Prudente de Moraes, 514/301, ou no gabinete junto à Assembleia". Os apelidos referentes ao conselheiro, segundo Miranda, eram "Lulu" ou "Ipanema" .
Procurada, a defesa de Aloysio Neves afirmou que nega qualquer envolvimento do conselheiro com fatos criminosos e que sua inocência ficará provada no curso do processo.

Brasil viveu 'pacto oligárquico de saque ao Estado', diz Barroso


Sem citar nomes, ministro do Supremo diz que corrupção era 'modo de conduzir o país'

Por O Globo


O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal
Jorge William / Agência O Globo
(22/11/2017)
SÃO PAULO - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse nesta segunda-feira que, no Brasil, celebrou-se um "pacto oligárquico de saque" entre políticos e empresários. Durante palestra em evento da ONU, em São Paulo, e sem citar nomes, o ministro afirmou que a corrupção era um "modo de conduzir o país".
— Celebrou-se de longa data, e com renovação constante, um pacto oligárquico de saque ao estado brasileiro entre parte da classe política e parte da classe empresarial e parte da burocracia estatal — afirmou Barroso, durante discurso no Fórum Internacional das Nações Unidas sobre a Segurança Humana na América Latina.
Responsável por autorizar a prisão de amigos do presidente Temer, como o advogado José Yunes e o coronel reformado da PM João Baptista Lima Filho, Barroso não falou nada explicitamente sobre a Operação Skala, que investiga benefícios a empresas que atuam no Porto de Santos em troca de pagamentos a Temer.
— (A corrupção) não era produto de falhas individuais, era um programa, um modo de conduzir o país com um nível de contágio espantoso que envolva empresas públicas e privadas, agentes públicos e privados. Foi espantoso o que realmente aconteceu no Brasil — disse o ministro do STF.
Ainda de acordo com Barroso, o país está passando, por outro lado, por um "fenômeno mundial", que é o combate à corrupção:
— O Brasil, nos últimos tempos, se deu conta que nós vivenciamos uma corrupção que era sistêmica, era endêmica.


02/04/2018 DO R.DEMOCRATICA

“O maior retrocesso ao combate à impunidade no Brasil”

De Ascânio Seleme, no Globo:
“Se havia alguma dúvida, agora não há mais. A Polícia Federal e o Ministério Público trabalham de maneira republicana, não importa qual seja o alvo. Acusados, juntamente com a imprensa, de atacar pobres e indefesos petistas, a nova ação contra o presidente Michel Temer prova que seu objetivo é buscar e encontrar crimes, delitos e malfeitos, não importando quem os tenha cometido. Com essa lógica o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve sua vida esmiuçada em quatro processos e por um deles já foi devidamente condenado a 12 anos e um mês de prisão.
Com o mesmo objetivo, PF e MP agora se imiscuem nas atividades de Temer e seus familiares. E as provas são tão sólidas quanto às encontradas nos processos de Lula. No caso do atual presidente, elas mostram sua atuação em benefício próprio antes e depois de assumir a Presidência. Temer muito provavelmente será condenado. Se não agora, uma vez que a Câmara teria que autorizar o prosseguimento da ação, com certeza mais adiante, depois de deixar o Palácio do Planalto em 2019.

(…) Tampouco pode-se atacar a Justiça nas duas primeiras instâncias (…).
Foi no STF que empacaram os casos de Aécio, Renan e inúmeros outros denunciados por corrupção com vastidão de provas. E é no STF que se desenha o maior retrocesso ao combate à impunidade no Brasil. Se o Supremo julgar procedente o habeas corpus de Lula, quarta-feira que vem, estará sepultando de vez a prisão de criminosos depois de sentença confirmada em segunda instância. E o Brasil voltará ao período de trevas do qual acabara de sair.”