terça-feira, 17 de julho de 2018

A PROVA DA MENTIRA DE DORIA E MONICA RACY CONTRA BOLSONARO

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Tirei o print da página deles antes de editarem, onde tinha o nome dela cono apresentadora do programa!
 

Ciro perde o nexo na busca por segundos de TV

Ciro e Carlos Lupi, presidente do PDT, conversam com dirigentes do PCdoB, no aeroporto de Recife
Desdenhado por Lula, Ciro Gomes deixou de lado o PT. Passou a flertar com o que restou da chamada esquerda. Não houve amor à primeira vista. E o candidato piscou para o centrão. Impôs condições. Eventuais alianças com legendas como PP, PR e DEM só seriam cogitadas depois de um acerto com PCdoB e PSB, “porque a hegemonia moral e intelectual do rumo estará afirmada.” Às vésperas da convenção que o confirmará como presidenável do PDT, Ciro exibe uma solidão hegemônica. Trata inimigo como irmão. E troca a retórica da moralidade por alguns segundos adicionais de propaganda eleitoral no rádio e na TV.
No último sábado, Ciro reuniu-se com os caciques do centrão —os mesmos que depuseram Dilma Rousseff e evitaram a queda de Michel Temer, chamado por Ciro de “escroque” e “golpista”. Reiterou no encontro a disposição de suavizar suas propostas econômicas antiliberais. Nas últimas 48 horas, Ciro cortejou a cúpula do PCdoB. Primeiro, visitou o único governador da legenda: Flávio Dino, do Maranhão. Nesta terça-fera, deixou-se fotografar ao lado da presidente do partido, Luciana Santos; do antecessor dela, Renato Rabelo; e de Renildo Calheiros, irmão de Renan Calheiros e membro do comitê central do PCdoB.
Em mensagem postada no Twitter, Ciro anotou: ''Informei aos companheiros do PCdoB todos os últimos passos que tenho dado em direção a construir as bases de um novo projeto nacional de desenvolvimento… Quer dizer: o programa de Ciro pode ser algo tão difuso que se ajusta a qualquer ideologia —da direita pró-Temer à esquerda órfã de Lula. Caso o candidato consiga compor algum tipo de coligação, o eleitor estará autorizado a suspeitar que o acordo será baseado em qualquer coisa, menos em “hegemonia moral e intelectual.”
Josias de Souza

Brasil cava seu abismo com insistência e método

Josias de Souza
A realidade brasileira está cada vez mais inacreditável. Há duas semanas, fui às férias convencido de que nada de relevante aconteceria na política durante a Copa do Mundo. No Brasil, porém, nada tornou-se uma palavra que ultrapassa tudo. A ausência foi de apenas 15 dias. Mas volto ao trabalho com uma nova visão sobre o Brasil, o mais antigo país do futuro em todo o mundo.
Imaginei que conseguiria descansar do noticiário. Planejara passar os olhos e os ouvidos a limpo. Nada de internet, TV ou jornal. Não deu. O repouso foi contaminado por uma espantosa sequência de fatos extraordinários protagonizados por pessoas ordinárias —em todos os sentidos. O país não merecia destino tão medíocre. Mas instalou-se uma espécie de monarquia tropical. Reina a esculhambação.
Numa manhã de domingo, retido na cama do hotel pela preguiça e pelo frio, fui despertado por uma novidade que chegou via celular. Minha mulher leu em voz alta a mensagem enviada por uma amiga: TRF-4 manda soltar Lula. Minha reação foi instantânea: Esqueça, é notícia falsa. E ela: Será? A contragosto, fui à manchete do UOL. E descobri que, no Brasil, o pesadelo é, hoje, melhor do que o despetar.
O inusitado não era obra do TRF-4, mas de um desembargador do tribunal. Não um desembargador qualquer. Tratava-se de um desembargador de porta de cadeia. Do tipo que aproveita a condição de plantonista para produzir um habeas corpus partidário, revendo decisão tomada em colegiado por seus colegas. Coisa mantida pelo STJ e STF, as Cortes supostamente superiores de Brasília.
É como se a história do Brasil contemporâneo tivesse pretensões literárias. Ela parece buscar paralelos na dramaturgia grega. Exagera nos detalhes. Transforma o plantão de um magistrado companheiro em oportunidade a ser aproveitada por petistas aloprados. Esforça-se para demonstrar que o exato é o exagero, que a verdade é a esperteza.
Passado o espanto e a correção do despautério, sobrou a evidência de que os libertadores do Supremo fizeram escola. O Judiciário pulou dentro do mesmo micro-ondas que carbonizou a legitimidade do Legislativo e a autoridade do Executivo. Consolidou-se durante a Copa a sensação de que todos os países são difíceis de consertar. Só o Brasil é impossível.
As histórias de horror que ouvimos nos últimos anos —de partidos antropofágicos em guerra permanente, de cofres estuprados, de desemprego selvagem, de impunidade sádica, de bombas orçamentárias —são meras camadas de um abismo que continua sendo cavado com persistência e método. Volto do descanso cansado. O jornalista às vezes tira férias. A realidade nunca. Nem em tempo de Copa.