sexta-feira, 12 de junho de 2020

Bolsonaro consegue liderar a pacificação?

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
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O grande manicômio judasciário a céu aberto em que se transformou o Brasil vive momentos surreais. O povo segue bestificado no meio de uma pandemia que ainda matou menos que o esperado pelos pregadores de catástrofes. Os poderosos dirigentes públicos seguem na guerra de destruição institucional, com previsão de agravamento da judicialização da atividade política, que é a ameaça mais concreta contra os princípios democráticos (que temos no papel, mas não na vida real).
Aproveitando que hoje se comemora o Dia dos Namorados, vale advertir que os brasileiros estão flertando com o autoritarismo. O abuso de autoridade é a pedra de toque hedionda da nossa guerra de todos contra todos os poderes. Os limites de cada um são desafiados e desrespeitados o tempo todo. É urgente “Discutir a Relação”. Só que os amantes do caos não demonstram sincera vontade de pacificação. A tendência é que a pancadaria fique mais intensa e saia de controle.
A insanidade institucional é assustadora e perigosa. A coisa fica mais grave e fora de controle quando a sociedade também é contaminada pelo vírus do cinismo e do ceticismo político. Recebendo em dia seus salários pagos pelo povo, os “poderosos” sentem-se acima de tudo e de todos, enquanto brincam de teatrinho no palco do inferno. Os personagens do Executivo, Legislativo e Judiciário apostam na radicalização. O resultado tende a ser socialmente catastrófico. A maioria da população, na luta pela sobrevivência, está de saco superlotado.
A “oposição” segue no terceiro turno da eleição de 2018, focada unicamente em derrubar o Presidente da República. Conta com a colaboração permanente da extrema mídia carente das verbas oficiais perdidas. Senadores e deputados também jogam na ofensiva, aproveitando que o governo, até agora, não comprovou capacidade real de articulação política para obter vitórias no parlamento. O namoro com o Centrão é volúvel e cheio de riscos de traição – como em governos anteriores. No discurso, (ainda) não tem aliança com corrupção.
As redes sociais da Internet refletem o clima de periculosidade. Os extremos (a favor e contra o governo) se manifestam radicalmente, quase sempre em ritmo de intolerância, ódio e violência. São raras as opiniões equilibradas, focadas em soluções para o Brasil. A prevalência é do “achismo” combinado com agressões permanentes ao “inimigo”. Os debates são falsos. O diálogo é de agressão. O bate boca leva a lugar algum.
O maior pecado do governo do Presidente Bolsonaro é na comunicação. A massa fanática que votou em Bolsonaro se mantém fiel. Só que os segmentos mais esclarecidos que deram voto ao “Mito” começam a vacilar. Alguns já pularam do barco – principalmente na classe média/alta. Muitos apoiadores do Presidente se sentem “inseguros” e “desprotegidos” diante da crescente recuperação ofensiva da “oposição” (que parecia completamente perdida), com apoio de quem se considera membro da cúpula do Poder Judiciário.
Bolsonaro é o mesmo que sempre foi. Não engana ninguém. Os militares que o apoiaram e estão com ele no poder sabem muito bem disso. A “oposição” também sabe. Por isso, toda a ação é para forçar Bolsonaro a radicalizar e cometer alguma extrapolação que possa ser judicializada para tirá-lo do poder antes do tempo previsto. O triste é que o Presidente tem caído feito patinho na armadilha dos inimigos e opositores. O comportamento de Bolsonaro e de vários de seus colaboradores próximos retroalimenta a guerra de todos contra todos.
Bolsonaro é quem terá de liderar o processo de pacificação. A pergunta fatal é: Será que ele consegue? Se não conseguir, o maior prejudicado será ele mesmo. No momento, está ameaçadíssimo o processo de transição do Capimunismo para o Capitalismo, com pregações conservadoras. O “progressismo” tem tirado muito proveito da belicosidade de Bolsonaro e seus “seguidores” mais próximos. O Governo tem de agir mais, realizar mais, e não criar áreas de tensão. O conflito beneficia a esquerdalha – que vive de radicalização. Como é que Bolsonaro e seus próximos não enxergam este fato óbvio ululante, e caem na armadilha da narrativa esquerdopata?
Os Generais que elegeram Bolsonaro – chegaram e ocupam o poder junto com ele – têm o dever de aplicar tudo que aprenderam no Doutorado em Ciências Militares. Por enquanto, a estratégia está falhando. Às vezes, fica até a impressão de que ela não existe. Parece que tudo é apenas tática errática no exercício do poder real. Enquanto isso, a Turma do Mecanismo promove suas “aproximações sucessivas”, cada vez mais bem sucedidas, judicializando a política (ou a politicagem, se preferir).
Se o jogo ficar empatado, o prejudicado é o Brasil. A Turma do Mecanismo não quer mudança: deseja que tudo fique como sempre esteve. O povo, que deseja reformas e mudanças, teve sua  capacidade de mobilização reduzida com as medidas de isolamento praticadas na pandemia (que não tem data para acabar). A Turma do Mecanismo ainda não encontrou motivos jurídicos objetivos para incriminar Bolsonaro. Mas seguirá tentando... Até conseguir...
Bolsonaro tem a responsabilidade de liderar o processo de pacificação. Só ele pode ter sucesso neste sentido, pois isso não é papel do Legislativo (espaço legítimo do quebra-pau democrático), nem do Judiciário (a quem cabe apartar os conflitos legais). Todo abuso de autoridade precisa ser denunciado e reprovado imediatamente. Embora a galera goste, Bolsonaro não pode, nem deve, abusar do poder. Se fizer, acaba derrubado.
Ao Presidente só resta tomar atitudes equilibradas, inteligentes, frias e calculistas, fechando mais a boca e agindo estritamente dentro da lei e da ordem. Bolsonaro precisa contar até 13, antes de partir para a ignorância verbal. Nada resolve tirar a Secom do Palácio do Planalto, transferindo para o recriado Ministério das Comunicações, se o Presidente não colocar estratégia em sua comunicação pessoal. O estilo Bolsonaro é bacana para seguidores fanáticos do “Mito”. Só que é uma droga para o Governo. Talkey?
O tempo ruge, Presidente... O tempo vai passando... O Brasil acima de tudo tem de se tornar realidade (com ou sem apoio do Centrão). Do contrário, até o Acima de Todos não conseguirá produzir o milagre da sustentação do Governo. Os “deuses” do Judasciário seguem na concorrência desleal contra Ele... Talkey?
Se Bolsonaro e seus Generais falharem na transição, o caminho ficará escancarado para o retorno esquerdista (disfarçado de centro ou centrão), o que pode acirrar conflitos que podem levar o Brasil a uma fragmentação, a uma secessão, como é o desejo da Oligarquia Transnacional que nos controla porque deixamos...
Resumindo: O jogo é bruto. É geopolítico. Não é para inocentes amadores... É para estrategista de verdade... E a margem para erro é pequena...