Ai, meu Deus! Viva a diversidade! Ontem, contestei um especialista da USP! Hoje… A Natalie Lamour da Câmara dos Deputados, aquele que saiu do reality show para o estrelato (a metáfora nada tem a ver com condição sexual, obviamente), resolveu me satanizar num debate, ou algo assim, da Universidade Cândido Mendes. E, ele sim, não eu, mentiu duas vezes. Então vamos falar a sério, meu senhor!
Estou me referindo, naturalmente, ao deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que ganhou R$ 1 milhão no BBB 5, uns trabalhinhos malsucedidos na TV Globo (ele queria ser levado a sério) e acabou descobrindo as virtudes do socialismo do PSOL. Está bravo porque eu publiquei aqui o vídeo em que ele diz que o povo não deve decidir sobre o casamento gay num plebiscito porque é ignorante e preconceituoso. Parece que ele foi cobrado por alguém no debate e decidiu comover a platéia com o seu passado de menino pobre e jogá-la contra mim. Ele tem experiência nisso. Ficou rico assim. Esse troço de pobreza publicitária é uma moda já meio antiga. Mas ainda comove. Eu mesmo contive aqui “una furtiva lacrima”… Lula foi pobre, Marina foi pobre, Chalita foi pobre, Jean foi pobre…
Daqui a pouco, até Eike Batista vai dizer que já sonhou que era pobre. E sofreu muito!
Jean Wyllys é bom na arte de iludir. Tanto é que conseguiu levar aquele R$ 1 milhão do Big Brother se fazendo de vitima de concorrentes supostamente “homofóbicos”. Usou habilmente a acusação de homofobia para obter a chamada vantagem comparativa. Ninguém pode condená-lo por ter sido esperto. Se há trouxa que vota…. O post que escrevi sobre ele está aqui.
Eu não minto, não, rapaz! Em nenhum momento eu afirmei que ele acusou os pobres em particular. Ele é que mente ao sugerir isso. Facilita a sua resposta. E mente de novo ao negar que tenha chamado o povo como um todo de ignorante. Mas vamos fazer assim. Primeiro vocês vejam o vídeo em que ele ataca este “senhor Reinaldo Azevedo”. Vale a pena. Até porque a imprensa resolveu lhe dar corda. Se ele não virar Schopenhauer, ainda acaba presidente da República. Volto em seguida.
Dai-me temperança, Senhor!
Wyllys em vermelho. Vou em preto:
“Eu não posso falar do povo pobre porque eu sou povo pobre”.
Pobre uma pinóia! Pode até ter sido. Não é mais! O homem recebe R$ 26,7 mil por mês. Se todo trabalhador com registro em carteira tem 13 salários, parlamentar conta com 15 — e pode chegar a 19. Só? Ora… Recebe ainda R$ 15 mil mensais de verba indenizatória, R$ 3 mil de auxílio aluguel, entre R$ 4 mil e R$ 16 mil em passagens aéreas, R$ 4,2 mil para despesas de telefone e mais uma cota anual para gastar com postagem. Atenção! Contratação de funcionário de gabinete é outra história. Para isso, há verba mensal específica, de R$ 60 mil, se não me engano. Só entre salário e verba indenizatória, são R$ 580,5 mil por ano. O trabalhador que ganha o salário mínimo recebe o mesmo em… 82 anos! Imaginem se forem considerados os outros benefícios. Aí deve beirar os 500… Mas Wyllys é de uma pobreza que comove! Que se destaque: não estou debatendo salário de parlamentar, dizendo se é muito ou é pouco (não nesse post ao menos). Estou dizendo que é a afirmação de que ele é pobre é uma rematada mentira!
Eu vivia a minha infância e a minha adolescência abaixo da linha de pobreza. Talvez uma miséria que nenhum de vocês conheceram (sic) na vida: que é você ter de acordar e dormir sem ter o que comer e ter de ir para a escola mesmo assim. Eu sou uma pessoa que defendo o consumo, os bens simbólicos do pobre, e sou contrário a essa hierarquização que se faz em relação… Eu sou um defensor das minorias; isso não combina…
Eita! Ah, a retórica de certo tipo de baiano… E pensar que é conterrâneo de Rui Barbosa, né? De Castro Alves, de Gregório de Matos!!! Uns gigantes! “Triiiste Bahia, ó quão dessemelhante…” Paciência! “Nenhum de vocês conheceram” é gramática daquele livreco do MEC. Num professor universitário?! Misturar “bens simbólicos” com “consumo dos pobres” é cascatês antropológico. Jean Wyllys é só um ignorante pretensioso que fala depressa, passando a impressão de profundidade. Ele não sabe o que são “bens simbólicos”. Por isso foi fazer o seu doutorado no BBB. Tinha de aprender alguma coisa. Ocorre que eu não escrevi que ele atacou os pobres. Eu apontei o que ele efetivamente fez: chamou o povo de ignorante e desinformado. No BBB, choramingou: “Estão me mandando para o paredão só porque eu sou gay…” Na Cândido Mendes, fez praça de sua infância miserável. Daqui a pouco, vai dizer que fui destacado para persegui-lo, o pretensioso. É um estilo! Ele tem se dado bem com isso.
Portanto, essa matéria, feita por este senhor chamado Reinaldo Azevedo, é uma matéria de encomenda feita para me “consumir” (é isso???) como inimigo público no momento em que a minha luta tá avançando. Vocês não podem ser ingênuos em achar que a imprensa é neutra, que ela é transparente, que ela é isenta. Claro que não, gente! Pelo amor de Deus!(…)
Este senhor sou eu, hehe. Imaginem! Há uma grande conspiração para fazer da Natalie Lamour da Câmara o “inimigo público”. Ele realmente se atribui uma importância fabulosa. Naquele post inocente, eu me limitei a estranhar que um cara que só existe porque se exibiu num reality show, que foi muito bem-recebido pelos “ignorantes e desinformados” — que lhe deram uma bolada de R$ 1 milhão e garantem a sua vida nababesca hoje — fosse tratado com tanto desdém. A fala é um delírio que mistura prepotência de quem se acha grande o bastante para ser tomado como “inimigo público”, vitimismo triunfante e esquerdismo bocó, que deve ter aprendido com Ivan Valente.
Mentiu
Há uma questão essencial: ele mentiu, e eu não. Ele tem imunidade parlamentar, e eu sou apenas um homem do povo, sem garantias. Ele pode falar o que quiser sem provas. Eu preciso provar. O vídeo em que ele acusa o povo de ignorante e desinformado está aqui — não adianta tentar dar sumiço porque fiz cópia. A propósito: gostaria de saber como foi que os vídeos do Jean Wyllys no BBB — onde, diz ele hoje, fazia apenas um estudo antropológico — desapareceram do YouTube. Só achei um em que podemos vê-lo no seu papel mais notável. Mas antes vamos à sua consideração sobre o povo.
/ Blogs e Colunistas
Ai, meu Deus! Viva a diversidade! Ontem, contestei um especialista da USP! Hoje… A Natalie Lamour da Câmara dos Deputados, aquele que saiu do reality show para o estrelato (a metáfora nada tem a ver com condição sexual, obviamente), resolveu me satanizar num debate, ou algo assim, da Universidade Cândido Mendes. E, ele sim, não eu, mentiu duas vezes. Então vamos falar a sério, meu senhor!
Estou me referindo, naturalmente, ao deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que ganhou R$ 1 milhão no BBB 5, uns trabalhinhos malsucedidos na TV Globo (ele queria ser levado a sério) e acabou descobrindo as virtudes do socialismo do PSOL. Está bravo porque eu publiquei aqui o vídeo em que ele diz que o povo não deve decidir sobre o casamento gay num plebiscito porque é ignorante e preconceituoso. Parece que ele foi cobrado por alguém no debate e decidiu comover a platéia com o seu passado de menino pobre e jogá-la contra mim. Ele tem experiência nisso. Ficou rico assim. Esse troço de pobreza publicitária é uma moda já meio antiga. Mas ainda comove. Eu mesmo contive aqui “una furtiva lacrima”… Lula foi pobre, Marina foi pobre, Chalita foi pobre, Jean foi pobre…
Daqui a pouco, até Eike Batista vai dizer que já sonhou que era pobre. E sofreu muito!
Jean Wyllys é bom na arte de iludir. Tanto é que conseguiu levar aquele R$ 1 milhão do Big Brother se fazendo de vitima de concorrentes supostamente “homofóbicos”. Usou habilmente a acusação de homofobia para obter a chamada vantagem comparativa. Ninguém pode condená-lo por ter sido esperto. Se há trouxa que vota…. O post que escrevi sobre ele está aqui.
Eu não minto, não, rapaz! Em nenhum momento eu afirmei que ele acusou os pobres em particular. Ele é que mente ao sugerir isso. Facilita a sua resposta. E mente de novo ao negar que tenha chamado o povo como um todo de ignorante. Mas vamos fazer assim. Primeiro vocês vejam o vídeo em que ele ataca este “senhor Reinaldo Azevedo”. Vale a pena. Até porque a imprensa resolveu lhe dar corda. Se ele não virar Schopenhauer, ainda acaba presidente da República. Volto em seguida.
Dai-me temperança, Senhor!
Wyllys em vermelho. Vou em preto:
“Eu não posso falar do povo pobre porque eu sou povo pobre”.
Pobre uma pinóia! Pode até ter sido. Não é mais! O homem recebe R$ 26,7 mil por mês. Se todo trabalhador com registro em carteira tem 13 salários, parlamentar conta com 15 — e pode chegar a 19. Só? Ora… Recebe ainda R$ 15 mil mensais de verba indenizatória, R$ 3 mil de auxílio aluguel, entre R$ 4 mil e R$ 16 mil em passagens aéreas, R$ 4,2 mil para despesas de telefone e mais uma cota anual para gastar com postagem. Atenção! Contratação de funcionário de gabinete é outra história. Para isso, há verba mensal específica, de R$ 60 mil, se não me engano. Só entre salário e verba indenizatória, são R$ 580,5 mil por ano. O trabalhador que ganha o salário mínimo recebe o mesmo em… 82 anos! Imaginem se forem considerados os outros benefícios. Aí deve beirar os 500… Mas Wyllys é de uma pobreza que comove! Que se destaque: não estou debatendo salário de parlamentar, dizendo se é muito ou é pouco (não nesse post ao menos). Estou dizendo que é a afirmação de que ele é pobre é uma rematada mentira!
Eu vivia a minha infância e a minha adolescência abaixo da linha de pobreza. Talvez uma miséria que nenhum de vocês conheceram (sic) na vida: que é você ter de acordar e dormir sem ter o que comer e ter de ir para a escola mesmo assim. Eu sou uma pessoa que defendo o consumo, os bens simbólicos do pobre, e sou contrário a essa hierarquização que se faz em relação… Eu sou um defensor das minorias; isso não combina…
Eita! Ah, a retórica de certo tipo de baiano… E pensar que é conterrâneo de Rui Barbosa, né? De Castro Alves, de Gregório de Matos!!! Uns gigantes! “Triiiste Bahia, ó quão dessemelhante…” Paciência! “Nenhum de vocês conheceram” é gramática daquele livreco do MEC. Num professor universitário?! Misturar “bens simbólicos” com “consumo dos pobres” é cascatês antropológico. Jean Wyllys é só um ignorante pretensioso que fala depressa, passando a impressão de profundidade. Ele não sabe o que são “bens simbólicos”. Por isso foi fazer o seu doutorado no BBB. Tinha de aprender alguma coisa. Ocorre que eu não escrevi que ele atacou os pobres. Eu apontei o que ele efetivamente fez: chamou o povo de ignorante e desinformado. No BBB, choramingou: “Estão me mandando para o paredão só porque eu sou gay…” Na Cândido Mendes, fez praça de sua infância miserável. Daqui a pouco, vai dizer que fui destacado para persegui-lo, o pretensioso. É um estilo! Ele tem se dado bem com isso.
Portanto, essa matéria, feita por este senhor chamado Reinaldo Azevedo, é uma matéria de encomenda feita para me “consumir” (é isso???) como inimigo público no momento em que a minha luta tá avançando. Vocês não podem ser ingênuos em achar que a imprensa é neutra, que ela é transparente, que ela é isenta. Claro que não, gente! Pelo amor de Deus!(…)
Este senhor sou eu, hehe. Imaginem! Há uma grande conspiração para fazer da Natalie Lamour da Câmara o “inimigo público”. Ele realmente se atribui uma importância fabulosa. Naquele post inocente, eu me limitei a estranhar que um cara que só existe porque se exibiu num reality show, que foi muito bem-recebido pelos “ignorantes e desinformados” — que lhe deram uma bolada de R$ 1 milhão e garantem a sua vida nababesca hoje — fosse tratado com tanto desdém. A fala é um delírio que mistura prepotência de quem se acha grande o bastante para ser tomado como “inimigo público”, vitimismo triunfante e esquerdismo bocó, que deve ter aprendido com Ivan Valente.
Mentiu
Há uma questão essencial: ele mentiu, e eu não. Ele tem imunidade parlamentar, e eu sou apenas um homem do povo, sem garantias. Ele pode falar o que quiser sem provas. Eu preciso provar. O vídeo em que ele acusa o povo de ignorante e desinformado está aqui — não adianta tentar dar sumiço porque fiz cópia. A propósito: gostaria de saber como foi que os vídeos do Jean Wyllys no BBB — onde, diz ele hoje, fazia apenas um estudo antropológico — desapareceram do YouTube. Só achei um em que podemos vê-lo no seu papel mais notável. Mas antes vamos à sua consideração sobre o povo.
Transcrevo
Pergunta - Deputado Jean Wyllys, um plebiscito sobe o casamento gay, qual seria a sua opinião?
Jean Wyllys - O plebiscito seria uma tragédia, né? Porque se a gente for, digamos assim, usar o plebiscito para avaliar os temas principais da sociedade, a gente vai ver que a população, que não é devidamente informada, que não é informada de maneira correta, de maneira precisa, vai, por exemplo aprovar a pena de morte, vai aprovar a redução da maioridade penal… Ou seja: a gente não pode deixar na mão de uma sociedade que não é bem-informada determinados temas. Então o tema do casamento civil entre homossexuais também não pode ser deixado para um plebiscito porque as pessoas não estão bem informadas (…) A gente vai lidar com a resistência com o debate, promovendo o debate, que é fundamental, tentando esclarecer as mentes desses deputados em relação ao tema. Eu acho que os deputados partem da mesma ignorância, dos mesmos preconceitos, que a grande maioria da sociedade parte...
Sobrou um
Está tudo aí, dito com todas as letras. Ah, sim: que eu tenha visto, só sobrou este filme de Jean fazendo seu curso de doutorado. Nunca antes alguém se emocionou tanto com uma tese. E poucos lucraram tanto. Nos que restaram, ele só aparece discutindo assunto sério, como político e pensador. Será que este também vai desaparecer? O YouTube presta esse favor só a Jean ou a outros também? Volto para o arremate.
/ Blogs e Colunistas
Ai, meu Deus! Viva a diversidade! Ontem, contestei um especialista da USP! Hoje… A Natalie Lamour da Câmara dos Deputados, aquele que saiu do reality show para o estrelato (a metáfora nada tem a ver com condição sexual, obviamente), resolveu me satanizar num debate, ou algo assim, da Universidade Cândido Mendes. E, ele sim, não eu, mentiu duas vezes. Então vamos falar a sério, meu senhor!
Estou me referindo, naturalmente, ao deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que ganhou R$ 1 milhão no BBB 5, uns trabalhinhos malsucedidos na TV Globo (ele queria ser levado a sério) e acabou descobrindo as virtudes do socialismo do PSOL. Está bravo porque eu publiquei aqui o vídeo em que ele diz que o povo não deve decidir sobre o casamento gay num plebiscito porque é ignorante e preconceituoso. Parece que ele foi cobrado por alguém no debate e decidiu comover a platéia com o seu passado de menino pobre e jogá-la contra mim. Ele tem experiência nisso. Ficou rico assim. Esse troço de pobreza publicitária é uma moda já meio antiga. Mas ainda comove. Eu mesmo contive aqui “una furtiva lacrima”… Lula foi pobre, Marina foi pobre, Chalita foi pobre, Jean foi pobre…
Daqui a pouco, até Eike Batista vai dizer que já sonhou que era pobre. E sofreu muito!
Jean Wyllys é bom na arte de iludir. Tanto é que conseguiu levar aquele R$ 1 milhão do Big Brother se fazendo de vitima de concorrentes supostamente “homofóbicos”. Usou habilmente a acusação de homofobia para obter a chamada vantagem comparativa. Ninguém pode condená-lo por ter sido esperto. Se há trouxa que vota…. O post que escrevi sobre ele está aqui.
Eu não minto, não, rapaz! Em nenhum momento eu afirmei que ele acusou os pobres em particular. Ele é que mente ao sugerir isso. Facilita a sua resposta. E mente de novo ao negar que tenha chamado o povo como um todo de ignorante. Mas vamos fazer assim. Primeiro vocês vejam o vídeo em que ele ataca este “senhor Reinaldo Azevedo”. Vale a pena. Até porque a imprensa resolveu lhe dar corda. Se ele não virar Schopenhauer, ainda acaba presidente da República. Volto em seguida.
Dai-me temperança, Senhor!
Wyllys em vermelho. Vou em preto:
“Eu não posso falar do povo pobre porque eu sou povo pobre”.
Pobre uma pinóia! Pode até ter sido. Não é mais! O homem recebe R$ 26,7 mil por mês. Se todo trabalhador com registro em carteira tem 13 salários, parlamentar conta com 15 — e pode chegar a 19. Só? Ora… Recebe ainda R$ 15 mil mensais de verba indenizatória, R$ 3 mil de auxílio aluguel, entre R$ 4 mil e R$ 16 mil em passagens aéreas, R$ 4,2 mil para despesas de telefone e mais uma cota anual para gastar com postagem. Atenção! Contratação de funcionário de gabinete é outra história. Para isso, há verba mensal específica, de R$ 60 mil, se não me engano. Só entre salário e verba indenizatória, são R$ 580,5 mil por ano. O trabalhador que ganha o salário mínimo recebe o mesmo em… 82 anos! Imaginem se forem considerados os outros benefícios. Aí deve beirar os 500… Mas Wyllys é de uma pobreza que comove! Que se destaque: não estou debatendo salário de parlamentar, dizendo se é muito ou é pouco (não nesse post ao menos). Estou dizendo que é a afirmação de que ele é pobre é uma rematada mentira!
Eu vivia a minha infância e a minha adolescência abaixo da linha de pobreza. Talvez uma miséria que nenhum de vocês conheceram (sic) na vida: que é você ter de acordar e dormir sem ter o que comer e ter de ir para a escola mesmo assim. Eu sou uma pessoa que defendo o consumo, os bens simbólicos do pobre, e sou contrário a essa hierarquização que se faz em relação… Eu sou um defensor das minorias; isso não combina…
Eita! Ah, a retórica de certo tipo de baiano… E pensar que é conterrâneo de Rui Barbosa, né? De Castro Alves, de Gregório de Matos!!! Uns gigantes! “Triiiste Bahia, ó quão dessemelhante…” Paciência! “Nenhum de vocês conheceram” é gramática daquele livreco do MEC. Num professor universitário?! Misturar “bens simbólicos” com “consumo dos pobres” é cascatês antropológico. Jean Wyllys é só um ignorante pretensioso que fala depressa, passando a impressão de profundidade. Ele não sabe o que são “bens simbólicos”. Por isso foi fazer o seu doutorado no BBB. Tinha de aprender alguma coisa. Ocorre que eu não escrevi que ele atacou os pobres. Eu apontei o que ele efetivamente fez: chamou o povo de ignorante e desinformado. No BBB, choramingou: “Estão me mandando para o paredão só porque eu sou gay…” Na Cândido Mendes, fez praça de sua infância miserável. Daqui a pouco, vai dizer que fui destacado para persegui-lo, o pretensioso. É um estilo! Ele tem se dado bem com isso.
Portanto, essa matéria, feita por este senhor chamado Reinaldo Azevedo, é uma matéria de encomenda feita para me “consumir” (é isso???) como inimigo público no momento em que a minha luta tá avançando. Vocês não podem ser ingênuos em achar que a imprensa é neutra, que ela é transparente, que ela é isenta. Claro que não, gente! Pelo amor de Deus!(…)
Este senhor sou eu, hehe. Imaginem! Há uma grande conspiração para fazer da Natalie Lamour da Câmara o “inimigo público”. Ele realmente se atribui uma importância fabulosa. Naquele post inocente, eu me limitei a estranhar que um cara que só existe porque se exibiu num reality show, que foi muito bem-recebido pelos “ignorantes e desinformados” — que lhe deram uma bolada de R$ 1 milhão e garantem a sua vida nababesca hoje — fosse tratado com tanto desdém. A fala é um delírio que mistura prepotência de quem se acha grande o bastante para ser tomado como “inimigo público”, vitimismo triunfante e esquerdismo bocó, que deve ter aprendido com Ivan Valente.
Mentiu
Há uma questão essencial: ele mentiu, e eu não. Ele tem imunidade parlamentar, e eu sou apenas um homem do povo, sem garantias. Ele pode falar o que quiser sem provas. Eu preciso provar. O vídeo em que ele acusa o povo de ignorante e desinformado está aqui — não adianta tentar dar sumiço porque fiz cópia. A propósito: gostaria de saber como foi que os vídeos do Jean Wyllys no BBB — onde, diz ele hoje, fazia apenas um estudo antropológico — desapareceram do YouTube. Só achei um em que podemos vê-lo no seu papel mais notável. Mas antes vamos à sua consideração sobre o povo.
Transcrevo
Pergunta - Deputado Jean Wyllys, um plebiscito sobe o casamento gay, qual seria a sua opinião?
Jean Wyllys - O plebiscito seria uma tragédia, né? Porque se a gente for, digamos assim, usar o plebiscito para avaliar os temas principais da sociedade, a gente vai ver que a população, que não é devidamente informada, que não é informada de maneira correta, de maneira precisa, vai, por exemplo aprovar a pena de morte, vai aprovar a redução da maioridade penal… Ou seja: a gente não pode deixar na mão de uma sociedade que não é bem-informada determinados temas. Então o tema do casamento civil entre homossexuais também não pode ser deixado para um plebiscito porque as pessoas não estão bem informadas (…) A gente vai lidar com a resistência com o debate, promovendo o debate, que é fundamental, tentando esclarecer as mentes desses deputados em relação ao tema. Eu acho que os deputados partem da mesma ignorância, dos mesmos preconceitos, que a grande maioria da sociedade parte...
Sobrou um
Está tudo aí, dito com todas as letras. Ah, sim: que eu tenha visto, só sobrou este filme de Jean fazendo seu curso de doutorado. Nunca antes alguém se emocionou tanto com uma tese. E poucos lucraram tanto. Nos que restaram, ele só aparece discutindo assunto sério, como político e pensador. Será que este também vai desaparecer? O YouTube presta esse favor só a Jean ou a outros também? Volto para o arremate.
Arremate
No vídeo em que me ataca, Jean também fala do lado ruim das redes sociais, que foi ameaçado de morte e coisa e tal. Está apelando de novo. Eu recebo centenas de mensagem por dia com esse teor. É lamentável, sim! Mas não fico usando isso para provar que tenho razão em assuntos que são de outra alçada ou para posar de vítima.
Nem vem que não tem, deputado Jean! Eu não sou um daqueles bobalhões que tornaram verossímil o seu dramalhãozinho pessoal do gay perseguido, o que lhe rendeu R$ 1 milhão só naquela jornada — e, como se nota, muito mais depois. Mas que fique claro: chego a admirar a sua esperteza. Não deixa de ser um talento. E por último. Em matéria de Jean, eu escolho o talento: o Genet!
Por Reinaldo Azevedo