domingo, 29 de maio de 2011

Governo dá um basta a si mesmo.

Vejam a pérola da nota oficial publicada pelo secretário-geral da Presidência, Giberto Carvalho, e pela ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, depois do assassinato de um líder de ONG, em Rondônia, logo após a morte de outro casal de ambientalistas no Pará:

"Adelino era uma liderança reconhecida na Região Norte. Há três dias o Brasil se chocou com a execução de duas lideranças em circunstâncias semelhantes, no Pará. Hoje, mais uma morte provavelmente provocada pela perseguição aos movimentos sociais. Essas práticas não podem ser rotina em nosso país e precisam de um basta imediato".

Como o governo federal tem à sua disposição a Policia Federal, o Exército e até mesmo a Força de Segurança Nacional, sendo que os mortos vinham sendo ameaçados há anos, a responsabilidade é sua. Ou seja: os dois ministros fizeram uma nota indignada repudiando a si mesmos. Faz sentido.
DO BLOG DO CEL

PSDB coloca José Serra à frente de Conselho Político










Esq. para dir.: Pausa para café: Geraldo Alckmin, Aloysio Nunes, Fernando Henrique e Aécio Neves - Felipe Sigollo (via Twitter)






São Paulo – “Puxa de cá, ajeita de lá. Convenção de partido grande é sempre assim. A nossa começou mal e acabou bem”. Foi assim que o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) definiu a Convenção Nacional do PSDB realizada no sábado (28) em Brasília.
Sérgio Guerra (PE) foi reeleito presidente do PSDB. A primeira vice ficou Alberto Goldman.  Na secretaria geral, o partido manteve Rodrigo de Castro (MG).  O comando do Instituto Teotônio Vilela (ITV) ficará a cargo de Tasso Jereissati (CE).
O ex-governador José Serra (SP) vai para o Conselho Político, responsável por deliberar sobre alianças nacionais, fusões e incorporações partidárias. Também irá definir o processo de escolha dos candidatos a presidente da República e vice.
Fazem parte do novo conselho Fernando Henrique Cardoso (SP), Aécio Neves (MG) representará o Congresso, Geraldo Alckmin (SP) como ex-candidato a presidente e Marconi Perillo (GO) será o mandatário de oito governadores do PSDB.
DO BLOG DO ALOYSIO NUNES

Apenas coincidências.....

A WTorre, CLIENTE da PROJETO, do FRADECO SAFADO, estava à beira da falência ( dívida de 2 BILHÕES ) em 2010.
Saiu, por dois motivos.

Conseguiu vender, em 2010, seu prédio da Marginal para o Santander, também CLIENTE da  PROJETO, do FRADECO SAFADO.
E 2, conseguiu a entrada do BTG PACTUAL de André Esteves.
Aliás sobre ele, Luiz Cesar Fernandes, ex-dono do Pactual, tem uma opinião pessoal muito elogiável.

"Sempre tive consciência de que Esteves venderia a mãe para ter o poder".

O grande salto deste jovem bilionário de 38 anos, se deu exatamante quando conheceu uma figura.
Vocês sabem quem?

Isso mesmo, o Fradeco Safado.

Foi dele, o Santo Antônio de Palocci, a sugestão para que André Esteves arranjasse um banco estrangeiro para comprar o PACTUAL.
E veio o GOLDMAN SACHS e depois o UBS. Este ficou, aquele se foi.
Transação efetuada com enorme Taxa de Sucesso, como se vê na fortuna acumulada por André Esteves ( 1.4 bilhão de dólares ).

Formam um trio.
Todos amigos.
Todos bilionário em 2010.


Essas são algumas das coincidências que esse Deus impiedoso, sempre coloca nos caminhos tortuosos de integrantes da quadrilha.
Acho que vou pedir ao Edir Macedo que faça incansáveis vigílias lá na sua terra prometida de Canaã que fica em Del Castilho, para livrarmos nosso Padreco Safado de tanta dose de infortúnio.

DO COM. GENTE DECENTE

"O segundo governo Dilma".


Começa amanhã um novo governo Dilma Rousseff. O primeiro iniciou-se no dia 1º de janeiro e terminou há duas semanas quando a Folha de S. Paulo revelou o lado superconsultor de Antonio Palocci. Depois de duas semanas nervosas, de intervenções extemporâneas de Lula e paralisia geral no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff posará amanhã sorridente (conseguirá mesmo?) ao lado de Michel Temer, pouco antes de embarcar para uma viagem rápida para o Uruguai. Na quarta-feira, almoça com os senadores peemedebistas. Um dia depois, repete a dose com a bancada do PTB.
Logo ela, que sempre preferiu almoçar no máximo ao lado de Palocci conversando sobre assuntos administrativos. Agora, terá que, sem dar chance para a indigestão, engolir uma dieta gordurosa com peemedebistas e petebistas à mesa. Todos eles com muita fome. Assim como, nunca se deve esquecer nem menosprezar, terá que domar os próprios parlamentares petistas que hoje, quase que unanimemente, a criticam pelas costas.
Dilma Rousseff tentará, assim, fazer algo que não gosta e, até aqui, revelou não ter aptidão: política. Tentará tomar as rédeas do governo agora que teve o seu principal articulador político baleado e viu, a contragosto, a entrada em cena triunfal de Lula na semana passada.
O governo Dilma da forma como se viu nos seus cinco primeiros meses, portanto, acabou no Caso Palocci. A nova fase inicia-se com alguma dose de descrença dos políticos que mandam de fato em Brasília e – pior para Dilma – sem aqueles cem dias de lua de mel e poucas cobranças a que todo governo tem direito no início. Dilma já começa essa sua segunda encarnação no olho do furacão.
Além dos desafios naturais de todos os governos, o mais urgente para ela é afirmar-se como chefe política. Lula, com sua aparição pirotécnica da semana passada, teve o poder de desidratar Dilma e diminuí-la. Ela passou em poucos dias de presidente a, de novo, gerente. Lula tirou-lhe a autoridade. Se sua intenção foi a de fazer polítiicos e população em geral crerem que ela nção sabe governar sozinha, o resultado foi alcançado. Quem a conhece sabe o quanto isso a incomodou.
Dilma foi menos presidente nos últimos dias. A partir das reuniões desta semana tentará restaurar a autoridade arranhada. Não é tarefa fácil. Sobretudo por que terá que lidar na verdade com duas crises, a de Palocci e a do próprio governo. A crise Palocci, no limite, poderia acabar com sua demissão do governo. A outra, no entanto, não se resolve tão fácil. Da Coluna do Lauro Jardim, no portal da revista Veja

O que de fato aconteceu na convenção tucana e os três presidenciáveis. Ou: PSDB muda estatuto, e Conselho Político terá poder efetivo; Aécio e Guerra tiveram de ceder

A afirmação segundo a qual o grupo do senador Aécio Neves (MG) tratorou o de José Serra (SP) na convenção do PSDB não é informação, mas pré-pauta. Esse lead já estava escrito antes dos acontecimentos da madrugada, manhã e tarde deste sábado. Como Serra havia sido indicado para o Instituto Teotônio Vilela pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e como o ITV acabou ficando com Tasso Jereissati (CE), como queria o senador mineiro, então se tira a conclusão óbvia e errada.
De fato, a idéia inicial de Aécio e Sérgio Guerra, reconduzido à presidência do partido, era encostar Serra num conselho meramente consultivo. O relato óbvio de boa parte da imprensa seria este que se lê, embora as coisas não tenham se dado conforme o pretendido: “o ex-governador de São Paulo ganhou um cargo de consolação”. Pois é. Não foi assim.
A verdade é bem outra. A sexta-feira se fechou, e o sábado raiou com a firme disposição do PSDB de São Paulo de boicotar a convenção, o que seria um vexame para o partido e para aqueles que eram tidos como os “grandes vencedores”: Guerra e Aécio. Alckmin, FHC e Serra decidiram que não participariam do evento. Por quê?
O desenho impunha uma humilhação, vejam que fabuloso!, ao PSDB de São Paulo, que ainda é o, digamos, mercado eleitoral onde os tucanos mais têm votos. Querem um exemplo? É como se o deputado Pedro Tobias, o presidente da maior seção regional do PSDB, não existisse nem para os que se candidatam a chefes do partido nem para a imprensa. Tomam-se “decisões” e escrevem-se matérias “definitivas” sem consultá-lo.
Mudança de estatuto
Jereissati, de fato, já havia sido convidado para o ITV e aceitado o convite. Mas Alckmin, de um estado onde o PSDB é reiteradamente vitorioso — não é o caso do Ceará… —, reivindicava o cargo porque não gostou, e com razão, do lugar que se reservava ao estado no comando do partido. Nos bastidores, como se lê em toda parte, Guerra e Aécio diziam que entregar o ITV a Serra representaria o risco de um “comando paralelo” no partido. Ambos temeriam, sabe-se lá por quê, que o tucano paulista tivesse mais visibilidade no minúsculo ITV do que eles próprios na direção da legenda — formalmente é Guerra que dirige, mas ele hoje é um aliado de Aécio. Aí, então, acharam que encostar o candidato que teve quase 44 milhões de votos na eleição presidencial era uma boa idéia. Há uma tese por trás disso, da qual trato daqui a pouco.
Pois bem! Não foi exatamente Serra que não aceitou, mas o PSDB de São Paulo, a começar de Alckmin, que decidiu que não iria à convenção. E, segundo este blog apurou, não iria mesmo, o que levou pânico à turma de Guerra e Aécio. O sempre moderado e conciliador FHC faria o mesmo. Os adversários de São Paulo na batalha interna tiveram de ceder.
O partido, atenção!, mudou seus estatutos para abrigar um Conselho que não terá mais funções meramente consultivas, mas será deliberativo. Terá poder de decisão e veto sobre temas como:
- alianças;
- programa;
- forma de definição de candidatos.
E também terá estrutura para trabalhar. A mudança é tal que, na reta final, Sérgio Guerra estava disposto a recuar e defender a ida de Serra para o ITV mesmo… Considerou que era melhor aquela hipótese do que a alteração do estatuto do partido para abrigar este conselho político efetivamente deliberativo, o que, obviamente, diminui o seu poder.
Conseqüências e tese errada
Eu não faço o jogo da pomba lesa ou da Poliana bêbada. A blitz de comentários decretando a morte política de Serra, convidando-me a reconhecer isso que seria óbvio — NÃO RECONHEÇO PORQUE ACHO FALSO! —, me diz bem que jogo está sendo jogado; há petralhas ali, claro, mas não só. Sei da conversa: “Ah, você torce para Serra”. Cada um diga o que quiser, mas o fato é que não falei com o ex-governador, não.  Conversei, sim, com muitos outros tucanos. O que aconteceu foi isso que  relato acima.
Se querem saber, mais do que um “Serra vitorioso” na convenção, quem ganhou musculatura foi Geraldo Alckmin, que fez ver a tucanos um tanto nefelibatas que o PSDB de São Paulo existe — aliás, sem São Paulo, parece-me que o partido perde uma boa parte da sua importância, não? O esmagamento de Serra, conforme pretendiam alguns, não aconteceu.
O PSDB saiu unido da convenção? Depende do que se entende por “unidade”. Há uma tese muito errada por aí, abraçada por Aécio, segundo jornalistas que cobrem os bastidores da política: Serra teria de ser destruído agora, estabelecendo desde já um comando unitário no partido, de sorte que se defina já a candidatura à Presidência do PSDB, eliminando o bifrontismo do partido.
É mesmo, é?
Nem o PT, que guarda a memória do centralismo democrático dos partidos leninistas, tem esse tipo de unidade. Não será o PSDB a conseguir alguma coisa boa por esse caminho. Já li um texto quase douto (como tudo o que ele escreve) de Marcos Coimbra a respeito, dublê de cientista político e dono do Vox Populi. É dele a tese original de que Serra precisa ser eliminado da política — e, por conseqüência, os paulistas, que encarnariam confrontos que só existiriam no Estado.
É uma tolice notável, com pretensões a ciência política. A vitoriosíssima campanha de Obama se fez depois de uma disputa quase sangrenta com Hillary Clinton. A então candidata às prévias chegou a acusar de temerárias as posições de seu adversário sobre o Irã, por exemplo, quando Obama sugeria que dava para bater um papinho com Ahmadinejad.
Partidos democráticos não eliminam lideranças nem aniquilam grupos. Aqueles que forem maioria simplesmente vencem adversários internos no voto, segundo regras claras. A unidade possível do PSDB está em manter uma disputa civilizada na diversidade. Se o partido entender isso, bem; se não entender, pior. E a civilidade implica que aquele que não tem suas pretensões contempladas não sabota o candidato do partido. Não é o que se tem visto no tucanato desde 2002 — e isso, sim, é um problema.
Três candidatos
O fato é, passando a régua e fazendo a conta final, que o PSDB sai da convenção com três pré-candidatos à Presidência: Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra, em ordem alfabética.
E Sérgio Guerra preferia o partido que ele presidia até ontem àquele que ele presidirá a partir de amanhã.
Outros, com os mesmos fatos, certamente escreverão narrativa diversa. O tempor dirá . Mas só façam uma exigência: que a tal narrativa se sustente em fato, não em fofoca e nas aspas de seres anônimos.
Por Reinaldo Azevedo
REV. VEJA

PMDB agora tripudia: Temer confirma que gritou com Palocci. É o que dá ter um pato manco na Casa Civil

Qual é o malefício, para o governo, de se ter um pato manco na Casa Civil? Ninguém respeita! O PMDB, por exemplo, agora tripudia, depois de ter submetido o governo a uma humilhação na Câmara. Leiam trecho de reportagem de Eliane Cantanhêde e Catia Seabra na Folha deste domingo. Volto em seguida:
*
Ao confirmar que teve uma áspera discussão com o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) na semana passada, o vice-presidente Michel Temer disse ontem, depois de telefonar à presidente Dilma Rousseff, que “a situação agora é tranquilíssima”. Temer contou que acertou três encontros com Dilma para esta semana: amanhã de manhã, na Base Aérea, “para tirar uma foto sorridente”, uma conversa na terça-feira, de preferência a sós, e um almoço no Alvorada na quarta com senadores do PMDB, incluindo os considerados “rebeldes”, que costumam votar contra o governo.
O motivo da tensão foi o que Temer chamou de “ameaça velada” feita por Palocci, em nome de Dilma. Na semana passada, ele teria ligado ao vice-presidente dizendo que demitiria ministros do PMDB em caso de derrota -que de fato ocorreu- do governo na votação do Código Florestal na Câmara. Temer negou ter falado palavrões, mas contou que na conversa com Palocci o clima esquentou: “A conversa foi tensa, admito que subi o tom, falei alto mesmo, mas quem me conhece sabe que não sou de falar palavrões”.
No telefonema de ontem para Temer, Dilma reclamou sobre a divulgação do confronto e disse que “essa história toda é muito ruim e precisa acabar logo com isso”. Temer respondeu que está disposto a “ajustar os ponteiros” e que tem conversado bastante com Palocci. Para ele, o episódio chegou à imprensa superdimensionado: “há muita intriga de ambos os lados [PT e PMDB]“. Aqui
Comento
O tom, como se nota, é de deboche — deboche à moda Temer, claro: seco, magro, enxuto, de canto de boca. Que sentido faz um vice-presidente revelar que gritou com o ministro da Casa Civil? Temer é o segundo na linha sucessória, mas não da administração. E daí?

Basta o vice liberar as forças produtivas do PMDB, e se instala uma CPI no Senado rapidinho para investigar o segredo mais bem-guardado da República: como foi que Palocci ficou tão rico em tão pouco tempo? Temer gritou porque Palocci não está em condições de ameaçar ninguém. Quem pode ameaçá-lo é o PMDB.
Por Reinaldo Azevedo
REV. VEJA

Ai, Jesus! Tem celebridade do BBB me atacando! Será o meu fim? Ói eu aqui, Natalie Lamour!!!

Ai, meu Deus! Viva a diversidade! Ontem, contestei um especialista da USP! Hoje… A Natalie Lamour da Câmara dos Deputados, aquele que saiu do reality show para o estrelato (a metáfora nada tem a ver com condição sexual, obviamente), resolveu me satanizar num debate, ou algo assim, da Universidade Cândido Mendes. E, ele sim, não eu, mentiu duas vezes. Então vamos falar a sério, meu senhor!
Estou me referindo, naturalmente, ao deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que ganhou R$ 1 milhão no BBB 5, uns trabalhinhos malsucedidos na TV Globo (ele queria ser levado a sério) e acabou descobrindo as virtudes do socialismo do PSOL. Está bravo porque eu publiquei aqui o vídeo em que ele diz que o povo não deve decidir sobre o casamento gay num plebiscito porque é ignorante e preconceituoso. Parece que ele foi cobrado por alguém no debate e decidiu comover a platéia com o seu passado de menino pobre e jogá-la contra mim. Ele tem experiência nisso. Ficou rico assim. Esse troço de pobreza publicitária é uma moda já meio antiga. Mas ainda comove. Eu mesmo contive aqui “una furtiva lacrima”… Lula foi pobre, Marina foi pobre, Chalita foi pobre, Jean foi pobre…
Daqui a pouco, até Eike Batista vai dizer que já sonhou que era pobre. E sofreu muito!
Jean Wyllys é bom na arte de iludir. Tanto é que conseguiu levar aquele R$ 1 milhão do Big Brother se fazendo de vitima de concorrentes supostamente “homofóbicos”. Usou habilmente a acusação de homofobia para obter a chamada vantagem comparativa. Ninguém pode condená-lo por ter sido esperto. Se há trouxa que vota…. O post que escrevi sobre ele está aqui.
Eu não minto, não, rapaz! Em nenhum momento eu afirmei que ele acusou os pobres em particular. Ele é que mente ao sugerir isso. Facilita a sua resposta. E mente de novo ao negar que tenha chamado o povo como um todo de ignorante. Mas vamos fazer assim. Primeiro vocês vejam o vídeo em que ele ataca este “senhor Reinaldo Azevedo”. Vale a pena. Até porque a imprensa resolveu lhe dar corda. Se ele não virar Schopenhauer, ainda acaba presidente da República. Volto em seguida.
Dai-me temperança, Senhor!
Wyllys em vermelho. Vou em preto:

“Eu não posso falar do povo pobre porque eu sou povo pobre”.

Pobre uma pinóia! Pode até ter sido. Não é mais! O homem recebe R$ 26,7 mil por mês. Se todo trabalhador com registro em carteira tem 13 salários, parlamentar conta com 15 — e pode chegar a 19. Só? Ora… Recebe ainda R$ 15 mil mensais de verba indenizatória, R$ 3 mil de auxílio aluguel, entre R$ 4 mil e R$ 16 mil em passagens aéreas, R$ 4,2 mil para despesas de telefone e mais uma cota anual para gastar com postagem. Atenção! Contratação de funcionário de gabinete é outra história. Para isso, há verba mensal específica, de R$ 60 mil, se não me engano. Só entre salário e verba indenizatória, são R$ 580,5 mil por ano. O trabalhador que ganha o salário mínimo recebe o mesmo em… 82 anos! Imaginem se forem considerados os outros benefícios. Aí deve beirar os 500… Mas Wyllys é de uma pobreza que comove! Que se destaque: não estou debatendo salário de parlamentar, dizendo se é muito ou é pouco (não nesse post ao menos). Estou dizendo que é a afirmação de que ele é pobre é uma rematada mentira!
Eu vivia a minha infância e a minha adolescência abaixo da linha de pobreza. Talvez uma miséria que nenhum de vocês conheceram (sic) na vida: que é você ter de acordar e dormir sem ter o que comer e ter de ir para a escola mesmo assim. Eu sou uma pessoa que defendo o consumo, os bens simbólicos do pobre, e sou contrário a essa hierarquização que se faz em relação… Eu sou um defensor das minorias; isso não combina…
Eita! Ah, a retórica de certo tipo de baiano… E pensar que é conterrâneo de Rui Barbosa, né?  De Castro Alves, de Gregório de Matos!!! Uns gigantes! “Triiiste Bahia, ó quão dessemelhante…” Paciência! “Nenhum de vocês conheceram” é gramática  daquele livreco do MEC. Num professor universitário?! Misturar “bens simbólicos” com “consumo dos pobres” é cascatês antropológico. Jean Wyllys é só um ignorante pretensioso que fala depressa, passando a impressão de profundidade. Ele não sabe o que são “bens simbólicos”. Por isso foi fazer o seu doutorado no BBB. Tinha de aprender alguma coisa. Ocorre que eu não escrevi que ele atacou os pobres. Eu apontei o que ele efetivamente fez: chamou o povo de ignorante e desinformado.   No BBB, choramingou: “Estão me mandando para o paredão só porque eu sou gay…” Na Cândido Mendes, fez praça de sua infância miserável. Daqui a pouco, vai dizer que fui destacado para persegui-lo, o  pretensioso. É um estilo! Ele tem se dado bem com isso.
Portanto, essa matéria, feita por este senhor chamado Reinaldo Azevedo, é uma matéria de encomenda feita para me “consumir” (é isso???) como inimigo público no momento em que a minha luta tá avançando. Vocês não podem ser ingênuos em achar que a imprensa é neutra, que ela é transparente, que ela é isenta. Claro que não, gente! Pelo amor de Deus!(…)
Este senhor sou eu, hehe. Imaginem! Há uma grande conspiração para fazer da Natalie Lamour da Câmara o “inimigo público”. Ele realmente se atribui uma importância fabulosa. Naquele post inocente, eu me limitei a estranhar que um cara que só existe porque se exibiu num reality show, que foi muito bem-recebido pelos “ignorantes e desinformados” — que lhe deram uma bolada de R$ 1 milhão e garantem a sua vida nababesca hoje — fosse tratado com tanto desdém. A fala é um delírio que mistura prepotência de quem se acha grande o bastante para ser tomado como “inimigo público”, vitimismo triunfante e esquerdismo bocó, que deve ter aprendido com Ivan Valente.
Mentiu
Há uma questão essencial: ele mentiu, e eu não. Ele tem imunidade parlamentar, e eu sou apenas um homem do povo, sem garantias. Ele pode falar o que quiser sem provas. Eu  preciso provar. O vídeo em que ele acusa o povo de ignorante e desinformado está aqui — não adianta tentar dar sumiço porque fiz cópia. A propósito: gostaria de saber como foi que os vídeos do Jean Wyllys no BBB — onde, diz ele hoje, fazia apenas um estudo antropológico — desapareceram do YouTube. Só achei um em que podemos vê-lo no seu papel mais notável. Mas antes vamos à sua consideração sobre o povo.

Blogs e Colunistas
29/05/2011
às 7:19

Ai, Jesus! Tem celebridade do BBB me atacando! Será o meu fim? Ói eu aqui, Natalie Lamour!!!

Ai, meu Deus! Viva a diversidade! Ontem, contestei um especialista da USP! Hoje… A Natalie Lamour da Câmara dos Deputados, aquele que saiu do reality show para o estrelato (a metáfora nada tem a ver com condição sexual, obviamente), resolveu me satanizar num debate, ou algo assim, da Universidade Cândido Mendes. E, ele sim, não eu, mentiu duas vezes. Então vamos falar a sério, meu senhor!
Estou me referindo, naturalmente, ao deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que ganhou R$ 1 milhão no BBB 5, uns trabalhinhos malsucedidos na TV Globo (ele queria ser levado a sério) e acabou descobrindo as virtudes do socialismo do PSOL. Está bravo porque eu publiquei aqui o vídeo em que ele diz que o povo não deve decidir sobre o casamento gay num plebiscito porque é ignorante e preconceituoso. Parece que ele foi cobrado por alguém no debate e decidiu comover a platéia com o seu passado de menino pobre e jogá-la contra mim. Ele tem experiência nisso. Ficou rico assim. Esse troço de pobreza publicitária é uma moda já meio antiga. Mas ainda comove. Eu mesmo contive aqui “una furtiva lacrima”… Lula foi pobre, Marina foi pobre, Chalita foi pobre, Jean foi pobre…
Daqui a pouco, até Eike Batista vai dizer que já sonhou que era pobre. E sofreu muito!
Jean Wyllys é bom na arte de iludir. Tanto é que conseguiu levar aquele R$ 1 milhão do Big Brother se fazendo de vitima de concorrentes supostamente “homofóbicos”. Usou habilmente a acusação de homofobia para obter a chamada vantagem comparativa. Ninguém pode condená-lo por ter sido esperto. Se há trouxa que vota…. O post que escrevi sobre ele está aqui.
Eu não minto, não, rapaz! Em nenhum momento eu afirmei que ele acusou os pobres em particular. Ele é que mente ao sugerir isso. Facilita a sua resposta. E mente de novo ao negar que tenha chamado o povo como um todo de ignorante. Mas vamos fazer assim. Primeiro vocês vejam o vídeo em que ele ataca este “senhor Reinaldo Azevedo”. Vale a pena. Até porque a imprensa resolveu lhe dar corda. Se ele não virar Schopenhauer, ainda acaba presidente da República. Volto em seguida.
Dai-me temperança, Senhor!
Wyllys em vermelho. Vou em preto:

“Eu não posso falar do povo pobre porque eu sou povo pobre”.

Pobre uma pinóia! Pode até ter sido. Não é mais! O homem recebe R$ 26,7 mil por mês. Se todo trabalhador com registro em carteira tem 13 salários, parlamentar conta com 15 — e pode chegar a 19. Só? Ora… Recebe ainda R$ 15 mil mensais de verba indenizatória, R$ 3 mil de auxílio aluguel, entre R$ 4 mil e R$ 16 mil em passagens aéreas, R$ 4,2 mil para despesas de telefone e mais uma cota anual para gastar com postagem. Atenção! Contratação de funcionário de gabinete é outra história. Para isso, há verba mensal específica, de R$ 60 mil, se não me engano. Só entre salário e verba indenizatória, são R$ 580,5 mil por ano. O trabalhador que ganha o salário mínimo recebe o mesmo em… 82 anos! Imaginem se forem considerados os outros benefícios. Aí deve beirar os 500… Mas Wyllys é de uma pobreza que comove! Que se destaque: não estou debatendo salário de parlamentar, dizendo se é muito ou é pouco (não nesse post ao menos). Estou dizendo que é a afirmação de que ele é pobre é uma rematada mentira!
Eu vivia a minha infância e a minha adolescência abaixo da linha de pobreza. Talvez uma miséria que nenhum de vocês conheceram (sic) na vida: que é você ter de acordar e dormir sem ter o que comer e ter de ir para a escola mesmo assim. Eu sou uma pessoa que defendo o consumo, os bens simbólicos do pobre, e sou contrário a essa hierarquização que se faz em relação… Eu sou um defensor das minorias; isso não combina…
Eita! Ah, a retórica de certo tipo de baiano… E pensar que é conterrâneo de Rui Barbosa, né?  De Castro Alves, de Gregório de Matos!!! Uns gigantes! “Triiiste Bahia, ó quão dessemelhante…” Paciência! “Nenhum de vocês conheceram” é gramática  daquele livreco do MEC. Num professor universitário?! Misturar “bens simbólicos” com “consumo dos pobres” é cascatês antropológico. Jean Wyllys é só um ignorante pretensioso que fala depressa, passando a impressão de profundidade. Ele não sabe o que são “bens simbólicos”. Por isso foi fazer o seu doutorado no BBB. Tinha de aprender alguma coisa. Ocorre que eu não escrevi que ele atacou os pobres. Eu apontei o que ele efetivamente fez: chamou o povo de ignorante e desinformado.   No BBB, choramingou: “Estão me mandando para o paredão só porque eu sou gay…” Na Cândido Mendes, fez praça de sua infância miserável. Daqui a pouco, vai dizer que fui destacado para persegui-lo, o  pretensioso. É um estilo! Ele tem se dado bem com isso.
Portanto, essa matéria, feita por este senhor chamado Reinaldo Azevedo, é uma matéria de encomenda feita para me “consumir” (é isso???) como inimigo público no momento em que a minha luta tá avançando. Vocês não podem ser ingênuos em achar que a imprensa é neutra, que ela é transparente, que ela é isenta. Claro que não, gente! Pelo amor de Deus!(…)
Este senhor sou eu, hehe. Imaginem! Há uma grande conspiração para fazer da Natalie Lamour da Câmara o “inimigo público”. Ele realmente se atribui uma importância fabulosa. Naquele post inocente, eu me limitei a estranhar que um cara que só existe porque se exibiu num reality show, que foi muito bem-recebido pelos “ignorantes e desinformados” — que lhe deram uma bolada de R$ 1 milhão e garantem a sua vida nababesca hoje — fosse tratado com tanto desdém. A fala é um delírio que mistura prepotência de quem se acha grande o bastante para ser tomado como “inimigo público”, vitimismo triunfante e esquerdismo bocó, que deve ter aprendido com Ivan Valente.
Mentiu
Há uma questão essencial: ele mentiu, e eu não. Ele tem imunidade parlamentar, e eu sou apenas um homem do povo, sem garantias. Ele pode falar o que quiser sem provas. Eu  preciso provar. O vídeo em que ele acusa o povo de ignorante e desinformado está aqui — não adianta tentar dar sumiço porque fiz cópia. A propósito: gostaria de saber como foi que os vídeos do Jean Wyllys no BBB — onde, diz ele hoje, fazia apenas um estudo antropológico — desapareceram do YouTube. Só achei um em que podemos vê-lo no seu papel mais notável. Mas antes vamos à sua consideração sobre o povo.
Transcrevo
Pergunta - Deputado Jean Wyllys, um plebiscito sobe o casamento gay, qual seria a sua opinião?
Jean Wyllys -
O plebiscito seria uma tragédia, né? Porque se a gente for, digamos assim, usar o plebiscito para avaliar os temas principais da sociedade, a gente vai ver que a população, que não é devidamente informada, que não é informada de maneira correta, de maneira precisa, vai, por exemplo aprovar a pena de morte, vai aprovar a redução da maioridade penal… Ou seja: a gente não pode deixar na mão de uma sociedade que não é bem-informada determinados temas. Então o tema do casamento civil entre homossexuais também não pode ser deixado para um plebiscito porque as pessoas não estão bem informadas (…) A gente vai lidar com a resistência com o debate,  promovendo o debate, que é fundamental, tentando esclarecer as mentes desses deputados em relação ao tema. Eu acho que os deputados partem da mesma ignorância, dos mesmos preconceitos, que a grande maioria da sociedade parte...
Sobrou um
Está tudo aí, dito com todas as letras. Ah, sim: que eu tenha visto, só sobrou este filme de Jean fazendo seu curso de doutorado. Nunca antes alguém se emocionou tanto com uma tese. E poucos lucraram tanto. Nos que restaram, ele só aparece discutindo assunto sério, como político e pensador. Será que este também vai desaparecer? O YouTube presta esse favor só a Jean ou a outros também? Volto para o arremate.

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29/05/2011
às 7:19

Ai, Jesus! Tem celebridade do BBB me atacando! Será o meu fim? Ói eu aqui, Natalie Lamour!!!

Ai, meu Deus! Viva a diversidade! Ontem, contestei um especialista da USP! Hoje… A Natalie Lamour da Câmara dos Deputados, aquele que saiu do reality show para o estrelato (a metáfora nada tem a ver com condição sexual, obviamente), resolveu me satanizar num debate, ou algo assim, da Universidade Cândido Mendes. E, ele sim, não eu, mentiu duas vezes. Então vamos falar a sério, meu senhor!
Estou me referindo, naturalmente, ao deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que ganhou R$ 1 milhão no BBB 5, uns trabalhinhos malsucedidos na TV Globo (ele queria ser levado a sério) e acabou descobrindo as virtudes do socialismo do PSOL. Está bravo porque eu publiquei aqui o vídeo em que ele diz que o povo não deve decidir sobre o casamento gay num plebiscito porque é ignorante e preconceituoso. Parece que ele foi cobrado por alguém no debate e decidiu comover a platéia com o seu passado de menino pobre e jogá-la contra mim. Ele tem experiência nisso. Ficou rico assim. Esse troço de pobreza publicitária é uma moda já meio antiga. Mas ainda comove. Eu mesmo contive aqui “una furtiva lacrima”… Lula foi pobre, Marina foi pobre, Chalita foi pobre, Jean foi pobre…
Daqui a pouco, até Eike Batista vai dizer que já sonhou que era pobre. E sofreu muito!
Jean Wyllys é bom na arte de iludir. Tanto é que conseguiu levar aquele R$ 1 milhão do Big Brother se fazendo de vitima de concorrentes supostamente “homofóbicos”. Usou habilmente a acusação de homofobia para obter a chamada vantagem comparativa. Ninguém pode condená-lo por ter sido esperto. Se há trouxa que vota…. O post que escrevi sobre ele está aqui.
Eu não minto, não, rapaz! Em nenhum momento eu afirmei que ele acusou os pobres em particular. Ele é que mente ao sugerir isso. Facilita a sua resposta. E mente de novo ao negar que tenha chamado o povo como um todo de ignorante. Mas vamos fazer assim. Primeiro vocês vejam o vídeo em que ele ataca este “senhor Reinaldo Azevedo”. Vale a pena. Até porque a imprensa resolveu lhe dar corda. Se ele não virar Schopenhauer, ainda acaba presidente da República. Volto em seguida.
Dai-me temperança, Senhor!
Wyllys em vermelho. Vou em preto:

“Eu não posso falar do povo pobre porque eu sou povo pobre”.

Pobre uma pinóia! Pode até ter sido. Não é mais! O homem recebe R$ 26,7 mil por mês. Se todo trabalhador com registro em carteira tem 13 salários, parlamentar conta com 15 — e pode chegar a 19. Só? Ora… Recebe ainda R$ 15 mil mensais de verba indenizatória, R$ 3 mil de auxílio aluguel, entre R$ 4 mil e R$ 16 mil em passagens aéreas, R$ 4,2 mil para despesas de telefone e mais uma cota anual para gastar com postagem. Atenção! Contratação de funcionário de gabinete é outra história. Para isso, há verba mensal específica, de R$ 60 mil, se não me engano. Só entre salário e verba indenizatória, são R$ 580,5 mil por ano. O trabalhador que ganha o salário mínimo recebe o mesmo em… 82 anos! Imaginem se forem considerados os outros benefícios. Aí deve beirar os 500… Mas Wyllys é de uma pobreza que comove! Que se destaque: não estou debatendo salário de parlamentar, dizendo se é muito ou é pouco (não nesse post ao menos). Estou dizendo que é a afirmação de que ele é pobre é uma rematada mentira!
Eu vivia a minha infância e a minha adolescência abaixo da linha de pobreza. Talvez uma miséria que nenhum de vocês conheceram (sic) na vida: que é você ter de acordar e dormir sem ter o que comer e ter de ir para a escola mesmo assim. Eu sou uma pessoa que defendo o consumo, os bens simbólicos do pobre, e sou contrário a essa hierarquização que se faz em relação… Eu sou um defensor das minorias; isso não combina…
Eita! Ah, a retórica de certo tipo de baiano… E pensar que é conterrâneo de Rui Barbosa, né?  De Castro Alves, de Gregório de Matos!!! Uns gigantes! “Triiiste Bahia, ó quão dessemelhante…” Paciência! “Nenhum de vocês conheceram” é gramática  daquele livreco do MEC. Num professor universitário?! Misturar “bens simbólicos” com “consumo dos pobres” é cascatês antropológico. Jean Wyllys é só um ignorante pretensioso que fala depressa, passando a impressão de profundidade. Ele não sabe o que são “bens simbólicos”. Por isso foi fazer o seu doutorado no BBB. Tinha de aprender alguma coisa. Ocorre que eu não escrevi que ele atacou os pobres. Eu apontei o que ele efetivamente fez: chamou o povo de ignorante e desinformado.   No BBB, choramingou: “Estão me mandando para o paredão só porque eu sou gay…” Na Cândido Mendes, fez praça de sua infância miserável. Daqui a pouco, vai dizer que fui destacado para persegui-lo, o  pretensioso. É um estilo! Ele tem se dado bem com isso.
Portanto, essa matéria, feita por este senhor chamado Reinaldo Azevedo, é uma matéria de encomenda feita para me “consumir” (é isso???) como inimigo público no momento em que a minha luta tá avançando. Vocês não podem ser ingênuos em achar que a imprensa é neutra, que ela é transparente, que ela é isenta. Claro que não, gente! Pelo amor de Deus!(…)
Este senhor sou eu, hehe. Imaginem! Há uma grande conspiração para fazer da Natalie Lamour da Câmara o “inimigo público”. Ele realmente se atribui uma importância fabulosa. Naquele post inocente, eu me limitei a estranhar que um cara que só existe porque se exibiu num reality show, que foi muito bem-recebido pelos “ignorantes e desinformados” — que lhe deram uma bolada de R$ 1 milhão e garantem a sua vida nababesca hoje — fosse tratado com tanto desdém. A fala é um delírio que mistura prepotência de quem se acha grande o bastante para ser tomado como “inimigo público”, vitimismo triunfante e esquerdismo bocó, que deve ter aprendido com Ivan Valente.
Mentiu
Há uma questão essencial: ele mentiu, e eu não. Ele tem imunidade parlamentar, e eu sou apenas um homem do povo, sem garantias. Ele pode falar o que quiser sem provas. Eu  preciso provar. O vídeo em que ele acusa o povo de ignorante e desinformado está aqui — não adianta tentar dar sumiço porque fiz cópia. A propósito: gostaria de saber como foi que os vídeos do Jean Wyllys no BBB — onde, diz ele hoje, fazia apenas um estudo antropológico — desapareceram do YouTube. Só achei um em que podemos vê-lo no seu papel mais notável. Mas antes vamos à sua consideração sobre o povo.
Transcrevo
Pergunta - Deputado Jean Wyllys, um plebiscito sobe o casamento gay, qual seria a sua opinião?
Jean Wyllys -
O plebiscito seria uma tragédia, né? Porque se a gente for, digamos assim, usar o plebiscito para avaliar os temas principais da sociedade, a gente vai ver que a população, que não é devidamente informada, que não é informada de maneira correta, de maneira precisa, vai, por exemplo aprovar a pena de morte, vai aprovar a redução da maioridade penal… Ou seja: a gente não pode deixar na mão de uma sociedade que não é bem-informada determinados temas. Então o tema do casamento civil entre homossexuais também não pode ser deixado para um plebiscito porque as pessoas não estão bem informadas (…) A gente vai lidar com a resistência com o debate,  promovendo o debate, que é fundamental, tentando esclarecer as mentes desses deputados em relação ao tema. Eu acho que os deputados partem da mesma ignorância, dos mesmos preconceitos, que a grande maioria da sociedade parte...
Sobrou um
Está tudo aí, dito com todas as letras. Ah, sim: que eu tenha visto, só sobrou este filme de Jean fazendo seu curso de doutorado. Nunca antes alguém se emocionou tanto com uma tese. E poucos lucraram tanto. Nos que restaram, ele só aparece discutindo assunto sério, como político e pensador. Será que este também vai desaparecer? O YouTube presta esse favor só a Jean ou a outros também? Volto para o arremate.
Arremate
No vídeo em que me ataca, Jean também fala do lado ruim das redes sociais, que foi ameaçado de morte e coisa e tal. Está apelando de novo. Eu recebo centenas de mensagem por dia com esse teor. É lamentável, sim! Mas não fico usando isso para provar que tenho razão em assuntos que são de outra alçada ou para posar de vítima.
Nem vem que não tem, deputado Jean! Eu não sou um daqueles bobalhões que tornaram verossímil o seu dramalhãozinho pessoal do gay perseguido, o que lhe rendeu R$ 1 milhão só naquela jornada — e, como se nota, muito mais depois. Mas que fique claro: chego a admirar a sua esperteza. Não deixa de ser um talento. E por último. Em matéria de Jean, eu escolho o talento: o Genet!
Por Reinaldo Azevedo

O CASEIRO DO PIAUÍ E A CAMAREIRA DA GUINÉ


Por Augusto Nunes - Veja.Abril
Nascido no Piauí, Francenildo Costa era caseiro em Brasília. Em 2006, depois de confirmar que Antonio Palocci frequentava regularmente a mansão que fingia nem conhecer, teve o sigilo bancário estuprado a mando do ministro da Fazenda.
Nascida na Guiné, Nafissatou Diallo mudou-se para Nova York em 1998 e é camareira do Sofitel há três anos. Domingo passado, enquanto arrumava o apartamento em que se hospedava Dominique Strauss-Kahn, sofreu um ataque violento do diretor do FMI e candidato à presidência da França, que tentou estuprá-la.
Consumado o crime em Brasília, a direção da Caixa Econômica Federal absolveu liminarmente o culpado e acusou a vítima de ter-se beneficiado de um estranho depósito no valor de R$ 30 mil. Francenildo explicou que o dinheiro fora enviado pelo pai. Por duvidar da palavra do caseiro, a Polícia Federal resolveu interrogá-lo até admitir, horas mais tarde, que o que disse desde sempre era verdade.
Consumado o crime em Nova York, a direção do hotel chamou a polícia, que ouviu o relato de Nafissatou. Confiantes na palavra da camareira, os agentes da lei descobriram o paradeiro do hóspede suspeito e conseguiram prendê-lo dois minutos antes da decolagem do avião que o levaria para Paris e para a impunidade perpétua.
Até depor na CPI dos Bingos, Francenildo, hoje com 28 anos, não sabia quem era o homem que vira várias vezes chegando de carro à “República de Ribeirão Preto”. Informado de que se tratava do ministro da Fazenda, esperou sem medo a hora de confirmar na Justiça o que dissera no Congresso. Nunca foi chamado para detalhar o que testemunhou. Na sessão do Supremo Tribunal Federal que examinou o caso, ele se ofereceu para falar. Os juízes se dispensaram de ouvi-lo. Decidiram que Palocci não mentiu e que as contundentes provas do estupro eram insuficientes para a aceitação da denúncia.
Depois da captura de Strauss, a camareira foi levada à polícia para fazer o reconhecimento formal do agressor. Só então descobriu que o estuprador é uma celebridade internacional. A irmã que a acompanhava assustou-se. Nafissatou, muçulmana de 32 anos, disse que acreditava na Justiça americana. Sempre jurando que tudo não passara de sexo consensual, o acusado foi soterrado pela montanha de evidências e, depois de trocar o terno pelo uniforme de prisioneiro, recolhido a uma cela.
Nesta quinta-feira, Francenildo completou cinco anos sem emprego fixo. Até agora, ninguém se atreveu a garantir a estabilidade financeira do caseiro que ousou contar um caso como o caso foi. No mesmo dia, Palocci completou cinco dias de silêncio: perdeu a voz no domingo, quando o país soube do milagre da multiplicação do patrimônio. Pela terceira vez em oito anos, está de volta ao noticiário político-policial.
Enquanto se recupera do trauma, a camareira foi confortada por um comunicado da direção do hotel: “Estamos completamente satisfeitos com seu trabalho e seu comportamento”, diz um trecho. Estimuladas pelo exemplo da imigrante africana, outras mulheres confirmaram que a divindade do mundo financeiro é um reincidente impune. Nesta sexta-feira, depois de cinco noites num catre, Strauss pagou a fiança de 1 milhão de dólares para responder ao processo em prisão domiciliar. Até o julgamento, terá de usar uma tornozeleira eletrônica.
Livre de complicações judiciais, Palocci elegeu-se deputado, caiu nas graças de Dilma Rousseff e há quatro meses, na chefia da Casa Civil, faz e desfaz como primeiro-ministro. Atropelado pela descoberta de que andou ganhando pilhas de dinheiro como traficante de influência, tenta manter o emprego. Talvez consiga: desde 2003, não existe pecado do lado de baixo do equador. O Brasil dos delinquentes cinco estrelas é um convite à reincidência.
Enlaçado pelo braço da Justiça, Strauss renunciou à direção do FMI, sepultou o projeto presidencial e é forte candidato a uma longa temporada na gaiola. Descobriu tardiamente que, nos Estados Unidos, todos são iguais perante a lei. Não há diferenças entre o hóspede do apartamento de 3 mil dólares por dia e a imigrante africana incumbida de arrumá-lo.
Altos Companheiros do PT, esse viveiro de gigolôs da miséria, recitam de meia em meia hora que o Grande Satã ianque é o retrato acabado do triunfo dos poderosos sobre os oprimidos. Lugar de pobre que sonha com o paraíso é o Brasil que Lula inventou. Colocados lado a lado, o caseiro do Piauí e a camareira da Guiné gritam o contrário.
Se tentasse fazer lá o que faz aqui, Palocci não teria ido além do primeiro item do prontuário. Se escolhesse o País do Carnaval para fazer o que fez nos Estados Unidos, Strauss só se arriscaria a ser convidado para comandar o Banco Central. O azar de Francenildo foi não ter tentado a vida em Nova York. A sorte de Nassifatou foi ter escapado de viver num Brasil que absolve o criminoso reincidente e castiga quem comete o pecado da honestidade.
DO BLOG PEDRO DA VEIGA

Bolsonaro e Sua Luta Desigual

por Lenilton Morato
As manifestações recentes do deputado federal Jair Bolsonaro tiveram grande repercussão nos veículos de comunicações. Insultado e criticado por virtualmente todos os lados, o parlamentar ganhou notoriedade ainda maior, mas não da maneira que deveria. Passou de defensor do pensamento dominante na sociedade para ser uma figura caricata utilizada para ilustrar como suas opiniões são equivocadas e retrógradas. Deixou de ser uma ameaça à esquerda e passou a ser utilizado por ela como símbolo do ódio contra os homossexuais (e de quebra contra os negros, em uma infeliz declaração) fazendo com que a população, que em sua maioria incontestável comunga de seus pensamentos, passasse a crer que o deputado é uma figura nefasta no âmbito do Congresso Nacional.
O intrigante é notar como este processo se deu. Quando Bolsonaro expõe as razões para se opor ao projeto pró homossexualismo (ou diversidade sexual), não fala sozinho. Por suas palavras, 60-70% da população também fala, como demonstram incontáveis pesquisas. Não. Os pais não querem seus filhos sendo doutrinados por uma escola que ensina que o certo é errado, que a exceção é a regra e que ensinam educação sexual ao invés de matemática, ciências e português. Os pais, em sua grande maioria, acreditam que o homossexualismo não pode ser tratado como sendo algo natural, normal ou padrão. Em contrapartida, essa mesma maioria também não ensina que os homossexuais devam ser maltratados, difamados ou humilhados. Bolsonaro, pois, defende valores que nós, o povo, acreditamos serem os norteadores de nossa sociedade. Mesmo assim "perde o jogo". Porque?
Ora, vivemos em uma nação, em um país, onde toda a grande mídia é orientada e comprometida com uma ideologia revolucionária. Sendo assim, desde as primeiras matérias nos jornais até passar a editor-chefe, o jornalista vai sendo trabalhado para que contribua com a "causa". Solidifica o que aprendeu na faculdade e, através de chefes ideologicamente comprometidos, passa a publicar e aceitar apenas um lado da história. E assim, deixa de ter a característica mais básica que se espera de qualquer jornalista ou buscador da verdade: a isenção.
Bolsonaro, então, não luta contra a poderosa e virtualmente invencível bancada governista. Ele luta, também, contra uma mídia inteira, contra poderosos meios de comunicações, de produção cultural e artística. Quando o parlamentar se dispõe a ir num Programa do Jô ou no Canal Livre por exemplo, ele estará sendo recebido por profissionais formadores de opinião, que não medirão esforços para destruí-lo e desacreditá-lo. Mesmo em um debate, o mediador irá pender para o lado do politicamente correto, do companheiro de causa, como aconteceu em praticamente todos os veículos de (des)informação em que o deputado compareceu. O apresentador, o "jornalista", não está ali para debater as ideias dos contendores, mas para fazer sensacionalismo com as declarações de Bolsonaro.
Nota-se que em nenhum jornal ou programa de televisão, tivemos matérias efetivamente sérias e isentas que procurasse ouvir e principalmente raciocinar em cima dos argumentos que foram expostos por eles. Simplesmente porque jornalismo sério e isento no Brasil praticamente não existe, especialmente nos grandes conglomerados de telecomunicações. Ninguém da grande mídia se deu ao trabalho de se perguntar: "será que o deputado não está certo"? Não. Tentaram apenas torná-lo uma caricatura, quase uma lenda urbana.
São muitas as razões que levam especialmente as emissoras de TV a não darem ao assunto um tratamento imparcial. Porém, pode-se destacar dois: o comprometimento ideológico de seus integrantes e o vínculo dessas empresas com o Estado, pois é ele que dá ou tira a concessão para as transmissões. É o Estado, também, que sustenta muitas emissoras de televisão por intermédio da propaganda de empresas estatais. Basta uma delas "pisar fora da faixa" que a resposta vem a galope.
Bolsonaro empreende uma luta que talvez não entenda. Ele detém na grande maioria de suas palavras e pensamentos a opinião e o desejo da maioria. Porém estas são armas muito fracas quando se luta contra um Estado aparelhado, uma mídia parcial e uma educação partidária e doutrinatória. Bater de frente não é a melhor forma de combater o establishment. Agindo desta maneira, o deputado deixa de ser um forte e potencial opositor para transformar-se em arma de contra-propaganda para seus próprios adversários.
O parlamentar acaba agindo como uma fera acuada, que nada mais pode fazer a não ser mostrar seus dentes e suas garras na defesa de suas convicções. Assim, mesmo defendendo o pensamento da maioria da população brasileira, ele não é ouvido como deveria, e um dos poucos congressista que efetivamente representa a vontade do povo é, cada vez mais, utilizado pela imprensa como uma figura tragicômica, quando deveria ter suas ideias debatidas e analisadas de forma isenta e imparcial, coisas que já não habitam os espaços da informação aqui nas terras tupiniquins.
DO BLOG MUJAHDIN CUCARACHA

Um Lula golpista.

Não há como negar. O que Lula fez com Dilma na semana que passou foi praticamente um golpe de estado. Ou estava tudo combinado e ela é o que muita gente afirma: uma esquenta-cadeira para a volta do velhaco em 2014. Lula chegou em Brasília, fez reunião política, deu ordens, disparou telefonemas e mostrou que ainda manda. Foi recebido de braços abertos e com sorrisos largos, tanto pelo PMDB quanto pelo PT. Continua sendo o cara. Dilma, o poste. A matéria abaixo é de O Globo.

A intensa e inusitada movimentação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aportou em Brasília no auge de uma crise provocada pela completa desarticulação política e pelo agravamento da situação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, deixou aliados que têm projetos próprios para 2014 preocupados. Parlamentares e cientistas políticos avaliam que a presidente Dilma Rousseff deu os primeiros sinais de que não tem apetite ou fôlego para disputar um segundo mandato. A constatação geral é que, ao pedir socorro ao seu antecessor e criador na primeira crise, Dilma encerrou a semana muito fragilizada.

- Independentemente das motivações de Lula, o fato é que, na primeira crise, Dilma precisou de apoio externo. O presidencialismo tem um aspecto decisório muito forte. O sinal que se tem é que o projeto dela não é de longo fôlego, e 2014 não está em seu horizonte. Esta não era uma crise tão forte e nem motivo para pedir ajuda externa. O recado que ela deu foi: "Olha, bola dividida para mim é complicado, e Lula é craque nisso" - avalia o cientista político Luiz Werneck Viana, da PUC-Rio.

Na oposição, a leitura é que essa fragilidade política revelada pela presidente Dilma em nada ajuda uma volta de Lula em 2014, justamente porque ele é seu avalista, foi para a TV e para as ruas propagandear suas qualidades. A comparação concreta é com o caso do ex-prefeito Celso Pitta, cria do ex-prefeito Paulo Maluf, que fracassou na gestão e levou junto seu criador. O líder do DEM na Cãmara, deputado ACM Neto (BA), diz que Dilma demonstrou não ter capacidade para conduzir politicamente o governo e precisou de uma bengala. - Isso a longo prazo para a oposição é ótimo. Quando Lula volta dando ordens e querendo ocupar espaço, mostra que ele ainda é o cara que manda. Isso esbarra no questionamento da autoridade de Dilma. Não vejo como isso pode dar em coisa boa - diz ACM Neto.

O lider do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), exalta a grande experiência de Lula, adquirida com três derrotas e o enfrentamento de graves problemas em seu governo, em contraponto com a presidente Dilma, que está começando agora seu governo. E minimiza:

- Não se pode cobrar dela a experiência que Lula tem. Dilma ainda não adquiriu em tão pouco tempo a perfeição dessa conduta política. Temos que ter paciência e tolerância - diz Henrique Alves, explicando que não enxerga nessa movimentação de Lula uma tentativa de ocupar espaço para ser opção em 2014. - Lula faz isso para ajudar Dilma, não para diminuí-la. E nosso projeto, do PMDB, daqui a quatro anos, é Dilma e Michel de novo na reeleição. Estamos nesse projeto para valer e vamos torcer para dar certo a longo prazo.

Apesar de elogiarem o "freio de arrumação" que Lula deu na descoordenação política do governo Dilma, alguns aliados não escondem que a repercussão, ao fim, foi muito negativa e arranhou profundamente a autoridade da presidente Dilma. Alguns alertam que, se Lula investir no enfraquecimento de Dilma, pode pagar um preço alto por isso. Um desses aliados com cargo no governo contou que semana passada, num encontro com empresários, era geral o clima de perplexidade com a agressividade de Lula intervindo no governo. - Dilma saiu com sua autoridade arranhada, e isso também não é bom para Lula. Se der errado o governo dela, ele também está morto, porque é seu avalista. Se Dilma for mal, quem vai capitalizar é a oposição. Lula foi para a TV dizer que Dilma era o máximo. E agora? Vai morar no Alvorada e ser babá da presidente o tempo todo? - diz um desses aliados.

FHC, o velhinho transviado, apóia os maconhódromos e a maconha feita em casa. E chama líder do PT de avançado.

É uma irresponsabilidade, no mínimo, um ex-presidente da República, num país com mais de um milhão de dependentes químicos, dos quais nem 1% tem o tratamento adequado por falta de dinheiro, instalações e ações do governo, pregar a legalização das drogas. É o que FHC está fazendo, no seu lamentável canto do cisne. Veja uma das respostas da sua entrevista para aquela colunista que espalhou a notícia do aborto de Dona Mônica Serra (aliás, na mesma resposta, FHC paga a prenda à jornalista, malhando José Serra pela questão do aborto), onde ele elogia o deputado Paulinho da Maconha e Tarso Genro, último ministro da Justiça, em cuja gestão o contrabando de crack tomou proporções gigantescas no Brasil:

Mônica Bergamo: Debates sobre costumes são sempre interditados no Brasil. A campanha de 2010 mostrou isso, com o aborto.

FHC: Eu fui contra aquilo. Esses assuntos não são de campanha eleitoral. E, se você não tiver coragem de ficar sozinho, não é um líder. Mas no Brasil tem uma vantagem: a proposta mais avançada no Congresso sobre drogas é do líder do PT, o deputado Paulo Teixeira. Ele esteve na minha casa, com o Tarso Genro [governador do Rio Grande do Sul], discutindo essa questão. Nossa posição é parecida. Uma parte da sociedade vai ser sempre contra, mas não estamos defendendo coisas irresponsáveis. A droga faz mal, eu sou contra o uso da droga, tem que fazer campanha para reduzir o consumo. Agora, a guerra contra ela fracassou. Tá aumentando o consumo, tá tendo um resultado negativo, tá danificando as pessoas e a sociedade. Vamos ver se tem outros caminhos. No filme, não estamos dando receitas, e sim abrindo os olhos.

Palocci quebrou o sigilo do Governo para faturar R$ 10 milhões em dois meses.

Da Folha de São Paulo:
O período em que a empresa de consultoria Projeto ganhou mais dinheiro, cerca de R$ 10 milhões, foi quando o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) tinha poder para acessar dados reservados e planos de investimentos do governo federal. Metade dos R$ 20 milhões de faturamento da empresa em 2010, revelado pela Folha, se deve ao período entre novembro e dezembro. Nesses meses, Palocci acumulou a atividade empresarial com a coordenação da equipe de transição da presidente Dilma Rousseff. Um coordenador da transição pode solicitar qualquer documento do governo. Além disso, já no início de novembro, Palocci teve acesso a informações sobre contratos a cumprir, lista de projetos e programas pendentes do governo Lula.

Duas leis obrigam os titulares dos órgãos a fornecer as informações solicitadas pelo coordenador da equipe de transição. Basta um ofício. Ontem, a revista "Veja" revelou que o apartamento em que o ministro vive em São Paulo, que é alugado, tem valor de mercado estimado em R$ 4 milhões. Com quatro suítes e três salas, o imóvel teria 640 m2 e condomínio de R$ 4.600 mensais. Segundo administradoras de imóveis ouvidas pela revista, o valor médio de locação no prédio é de R$ 15 mil. Com o condomínio e impostos, as despesas do ministro chegam a 83% de seu salário.

O advogado José Roberto Batochio, que defende Palocci, disse não haver problema em seu cliente ter feito parte da equipe de transição e, ao mesmo tempo, ser sócio da Projeto. Segundo Batochio, não há impedimento legal. Ele disse que, quando Palocci foi para a campanha, alterou o contrato social da empresa, da qual ficou só como sócio. O ministro avaliou que permanecer na administração da firma poderia gerar questionamentos, afirmou. Sobre o aluguel do apartamento, a Casa Civil informou que o ministro não comentará o assunto e que já havia dito que ele vivia em um imóvel alugado em São Paulo.

Michel Temer "assume" a Casa Civil, a Articulação Política e a falta de governo.

Na prática, depois de mandar Palocci calar a boca e se colocar no seu devido lugar, Michel Temer assume o comando da Casa Civil. O ministro consultor virou um pato manco e, diga-se de passagem, com as patinhas bem sujas. Leia, abaixo, a alegria e ironia do vice-presidente da República, em matéria da Folha de São Paulo.

Ao confirmar que teve uma áspera discussão com o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) na semana passada, o vice-presidente Michel Temer disse ontem, depois de telefonar à presidente Dilma Rousseff, que "a situação agora é tranquilíssima". Temer contou que acertou três encontros com Dilma para esta semana: amanhã de manhã, na Base Aérea, "para tirar uma foto sorridente", uma conversa na terça-feira, de preferência a sós, e um almoço no Alvorada na quarta com senadores do PMDB, incluindo os considerados "rebeldes", que costumam votar contra o governo.

O motivo da tensão foi o que Temer chamou de "ameaça velada" feita por Palocci, em nome de Dilma.
Na semana passada, ele teria ligado ao vice-presidente dizendo que demitiria ministros do PMDB em caso de derrota -que de fato ocorreu- do governo na votação do Código Florestal na Câmara.Temer negou ter falado palavrões, mas contou que na conversa com Palocci o clima esquentou: "A conversa foi tensa, admito que subi o tom, falei alto mesmo, mas quem me conhece sabe que não sou de falar palavrões".

No telefonema de ontem para Temer, Dilma reclamou sobre a divulgação do confronto e disse que "essa história toda é muito ruim e precisa acabar logo com isso". Temer respondeu que está disposto a "ajustar os ponteiros" e que tem conversado bastante com Palocci. Para ele, o episódio chegou à imprensa superdimensionado: "há muita intriga de ambos os lados [PT e PMDB]".

O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, reconheceu a gravidade da crise com o PMDB. A desavença ocorre num momento de fragilidade do governo. Palocci está sob investigação do Ministério Público depois que a Folha revelou que ele multiplicou seu patrimônio por 20 de 2006 a 2010. O ministro, que atuou como consultor de empresas, não detalhou como agia. A expectativa de Carvalho é que ele se manifeste publicamente nesta semana. "O pior que pode acontecer agora é o governo parar." O esforço a partir de agora é de pacificação para a votação do Código Florestal e para evitar a instalação de uma CPI no Senado para apurar o crescimento do patrimônio de Palocci. A dissidência do PMDB pode ser decisiva.
DO COTURNO NOTURNO

Tudo a Temer com os Inimigos Íntimos


Por Jorge Serrão

A corda já arrebentou, mas antes enforcou a vítima, que se achava o lado mais forte. Eis o enredo do filme de terror vivido por Antônio Palocci Filho. A situação dele é insustentável na Casa Civil. Não tem mais condições de fazer o meio campo do governo Dilma. Sobretudo com os “inimigos íntimos” – como deveriam ser chamados os “parceiros” do PMDB. Palocci é suspeito de tráfico de influência. Abafar o escândalo sempre é possível no governo dos companheiros. O custo disto é que pode ser muito alto ou fatal ao esquema petralha.

O maçom Palocci ganhou o ódio de ninguém menos que seu “irmão” de Ordem, o também maçom Michel Temer. O Globo reproduziu uma conversa telefônica feita por Palocci, para Temer, tentando se desculpar pela grosseria praticada durante a discussão anterior à votação do Código Florestal – na qual o governo saiu derrotado. Palocci tentou ser humilde: “Desculpe pelo telefonema anterior. A tensão está grande, mas sempre fomos amigos”. Temer retrucou, na lata: “Não, Palocci. Nunca fomos amigos íntimos”. O vice ficou PT da vida com o subalterno.

O bicho vai pegar. Temer reúne os caciques do PMDB, segunda-feira, para definir os rumos. José Sarney deve tentar apaziguar, em favor do governo. Quem ficou péssima na briga é Dilma Rousseff. A relação dela com Temer, que já era temerária, torna-se ainda mais assustadora. Intimamente, Michel sonha, morbidamente, sentar na cadeira dela. Está nas mãos de Deus decidir se Dilma sobreviverá à praga do PMDB. Eternamente governista, o partido parece mil vezes mais letal que um linfoma. Dilma encontrará Temer e a bancada peemedebista no Senado, quarta-feira que vem. Haja fígado!

Palocci terá de tomar litros do velho Hepatovis B12. Aquele remedinho com slogan: “É amargo, mas resolve”. O procurador da República Paulo José Rocha Júnior, que atua na primeira instância da Justiça Federal, já abriu uma investigação para apurar as suspeitas de enriquecimento ilícito. A Receita federal foi acionada a fornecer as informações fiscais da consultoria Projeto.

Palocci insiste em não fornecer a lista das empresas que o contrataram. Alega que assinou contratos com cláusula de confidencialidade e que, por isso, não pode revelar os nomes, nem os detalhes dos serviços que prestou para as empresas. A Procuradoria quer documentos que possam comprovar a prestação de serviço de consultoria pela empresa. O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, é quem terá de decidir se pede abertura de inquérito civel ou penal contra Palocci. A operação abafa está em andamento.

Deputados contrariados vazaram e o Alerta Total veiculou uma lista de empresas que teriam contratado os serviços de Palocci. Foram cotadas pelos parlamentares inconfidentes: Itaú-Unibanco, Pão de Açúcar, Organizações Globo, Íbis, LG, Samsung, Claro-Embratel, TIM, Oi, Sadia Holding, Embraer Holding, Dafra, Hyundai Naval, Halliburton, Volkswagen, Gol, Toyota, Azul, Vinícola Aurora, Siemens, Royal (transatlânticos). Também falaram de Souza Cruz e OAS, entre outras empreiteiras. A Projeto Consultoria, Planejamento e Eventos Ltda arrecadou – pelo menos oficialmente - R$ 7,4 milhões, desde 2006.

Os parlamentares inconfidentes insistem que Palocci pode não ter ficado com a grana para si. Exigem uma investigação para verificar se as “consultorias” serviram para esquentar dinheiro de caixa dois da última campanha presidencial. Se tal hipótese for verdadeira, o escândalo do Mensalão parecerá trabalho de amador.

A permanência de Palocci na Casa Civil só agrava o problema. E ele já perdeu o timming para jogar a toalha. De nada adiantará o advogado dele alegar que a investigação é ilegal. Os petralhas devem tomar cuidado com seus inimigos íntimos. Eles ameaçam tornar o escândalo ainda mais escatológico. Os petistas tem muito a Temer – literalmente falando, sem trocadilho do Agamenon Mendes Pedreira...

O mais triste de tudo é assistir a tanta bandalheira, currupção e tráfico de influência, em um País que se desindustrializa, não investe em educação como deveria e que aceita ser uma mera colônia de exploração e exportação a serviço da Oligarquia Financeira Transnacional. Os controladores se locupletam. E a maioria de brasileiros idiotizados sequer consegue reconhecer quem são seus verdadeiros inimigos íntimos.

Em síntese: Palocci está indo... O Brasil já era... Está alugado pelo Governo do Crime Organizado... Ou não? O Raul tá errado? Socorro, Velho Guerreiro...
DO ALERTA TOTAL

"Sargenta" Dilma.


Clique sobre a imagem para ampliar e leia a coluna de Dora Kramer, neste domingo, no Estadão.

No escândalo que assombra Campinas e aponta para nomes próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

'Corrupção é endêmica', diz juiz de Campinas

Para Nelson Augusto Bernardes de Souza, titular da 3ª Vara Criminal, magistrado que desmantelou esquema de fraudes em licitações, ‘estrutura penal não faz frente a crime organizado’

Fausto Macedo, de O Estado de S. Paulo
Ele mandou prender 20 empresários, servidores públicos e políticos de Campinas, até o vice-prefeito da cidade, Demétrio Vilagra, do PT. "A corrupção no Brasil é endêmica", adverte Nelson Augusto Bernardes de Souza, o juiz que desmantelou organização criminosa para fraudes em licitações e desvios de recursos públicos que podem chegar a R$ 615 milhões.

Aos 40 anos, 15 de toga, três filhos - um menino de 11 anos e gêmeos de dois anos e meio -, casado com juíza, filho de desembargador federal - Nelson Bernardes - ele dirige a 3.ª Vara Criminal de Campinas.

Sua causa é a Justiça, a quem declara paixão e crença. Sua rotina são 6 mil processos e a multidão de réus anônimos e miseráveis - 90% das demandas relativas a roubos e o flagelo das drogas, que atribui a "desajustes, desigualdades sociais".

Seu desafio maior é o poderio do colarinho-branco, enraizado na máquina pública. Não é todo dia que cai em sua mesa uma papelada contra a corrupção. Quando isso se dá, e quando as provas amealhadas pelo Ministério Público o convencem, como agora, inapelavelmente ele manda prender.

No escândalo que assombra Campinas e aponta para nomes próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o juiz rompeu costume secular do poder ao qual pertence e deu publicidade à sua decisão, invocando o interesse público. Citou decisão do ministro Otávio de Noronha, do STJ, em caso similar no inquérito 681 da Corte, e sua ordem tornou pública.

Prega um Judiciário forte, bem estruturado. Em meio às vicissitudes do dia a dia de sua missão ele encontra no esporte o prazer. Cultua o tênis e testa sua resistência esquiando nas encostas alvas de Bariloche. É "degustador diletante" de bom vinho. Nelson Augusto Bernardes de Souza recebeu o Estado.

ARTIGO: O Governo está doente. A Presidente também.


Fotos: revista Época. Clique sobre a imagem p/ vê-la ampliada

Por Nilson Borges Filho (*)
Durante o último pleito presidencial, quando a candidata Dilma Rousseff subia nas pesquisas e a sua candidatura se consolidava, ao mesmo tempo que havia uma euforia na coordenação de campanha da petista pelos números que as pesquisas apontavam, havia, também, uma preocupação com à sua saúde.

A candidata  se recuperava do tratamento quimioterápico e era visível o seu abatimento físico. Enquanto ministra da Casa Civil, Dilma trabalhava doze horas seguidas e nunca chegou a exaustão. 

Lula – conhecido por não gostar de pegar no pesado – admirava esse lado pegador daquela que seria sua sucessora. Mas, por maior que fosse o esforço da equipe médica em dizer que a doença da presidenciável estava sob controle, no mundo real as coisas eram bem diferentes do quadro que seus auxiliares pintavam para o público externo.

O mau-humor de Dilma Rousseff estava num crescente, inimaginável até para os seus próximos, acostumados com os rompantes da chefe. A coordenação de campanha creditava a mudança de comportamento da candidata  ao tratamento médico que estava se submetendo.

Longe dos olhos e ouvidos de Dilma, era comum entre os seus principais auxiliares o questionamento sobre a saúde da futura presidente da República. Nessa época recebi uma informação, de uma fonte confiável, de que não havia qualquer dúvida sobre quem seria a sucessora de Lula, mas dúvidas, haviam sim, sobre a resistência de Dilma para enfrentar um final de campanha e um início de governo duríssimo.

Nada do que ocorria naquela mansão de Brasília, sede da equipe de campanha, vazava para a imprensa. Tudo, inclusive a forte medicação que Dilma estava se submetendo era do conhecimento  público. Na oportunidade, publiquei na minha coluna semanal do jornal “A Notícia” de Joinville (SC), que havia, na coordenação de campanha da candidata, uma preocupação fora do comum com a sua saúde.

Por conta disso, recebi uma mensagem eletrônica de um beócio – como os há – de que eu estava torcendo contra a saúde da petista.  O militante estúpido – de pai e mãe – provavelmente alguém que se locupleta mamando em alguma teta do aparelhamento petista, leu a minha coluna com os olhos voltados para o desemprego.

Aliás, petistas e neo-pelegos  adoram um emprego público, desde que não precisem se submeter a concurso público. Recentemente, ainda em consequência do tratamento de combate ao câncer, Dilma pegou uma pneumonia nos dois pulmões, foi internada, passou por uma bateria de exames e recebeu forte medicação via cateter, o que não é nada comum.

A revista “Época desta semana esclarece, em parte, todo o procedimento médico que a presidente passou nas últimas semanas. A convocação do ex-presidente Lula, para tratar da crise que envolve o enriquecimento estupendo do chefe da Casa Civil de Dilma e para aplacar a ira da base alugada que está dando, mas não está recebendo, diz respeito não só a fraqueza política da presidente, como também à sua fragilidade física.

Dilma está doente e não tem forças suficientes para enfrentar reuniões cansativas com aliados gananciosos e, de quebra, aturar a briga de comadres dos “companheiros” petistas. O governo está à deriva, mesmo com dois presidentes da República tentando salvar o barco.