sexta-feira, 31 de agosto de 2012

PIB fraco faz Brasil perder posto de 6ª economia do mundo

Por Ana Clara Costa, na VEJA.com:
O fraco resultado da economia brasileira no segundo trimestre sepultou a permanência do Brasil como sexta maior economia do mundo – posto que havia sido atingido no início do ano com o anúncio dos resultados econômicos de 2011, desbancando o Reino Unido. Ainda que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mostre um estranho otimismo em relação aos próximos trimestres, o resultado atual – alta de 0,5% no PIB no primeiro semestre – coloca o país de volta à sétima posição, atrás de Grã-Bretanha, França, Alemanha, Japão, China e Estados Unidos.
Segundo dados da Economist Intelligece Unit (EIU), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos últimos doze meses soma 2,391 trilhões de dólares, ante 2,415 trilhões de dólares da Grã-Bretanha. No ano passado, a economia brasileira produziu riquezas que totalizaram 2,48 trilhões de dólares, enquanto o país europeu somou 2,26 trilhões de dólares.
Segundo o analista da EIU, Robert Wood, além da desaceleração econômica, a desvalorização do real foi crucial para a queda no ranking. “Desde março o real enfrenta expressiva queda ante o dólar e isso afetou, parcialmente, o PIB brasileiro na comparação mundial”, afirma Wood. Em março de 2012, a moeda americana era cotada a 1,71 real, enquanto, no final de junho, estava em 2,03 reais – mesmo cotação desta sexta-feira. “O desempenho da economia britânica é muito fraco, mas a libra tem se mantido estável em relação ao dólar”, acrescenta o economista.
Em abril deste ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já havia alertado, em seu relatório trimestral, que o Brasil perderia o posto de sexta economia devido ao enfraquecimento do real. O FMI prevê que a economia brasileira encerrá o ano com um PIB de 2,449 trilhões de dólares, enquanto o da Grã-Bretanha chegará a 2,452 trilhões de dólares. 
O resultado frustrante mostrou-se iminente, mesmo após as inúmeras medidas de estímulo anunciadas pelo Palácio do Planalto: desde o aumento do protecionismo para estimular a indústria nacional até a pressão do governo para o corte de juros e expansão do crédito por parte dos bancos públicos e privados. Por último, a presidente Dilma decidiu apelar para o que realmente impulsiona o crescimento sustentável do país: os investimentos em infraestrutura por meio de um agressivo plano de privatizações: o PAC das Concessões. Contudo, o anúncio veio tarde demais para salvar o PIB de 2012.
Por Reinaldo Azevedo

Serra chora na missa. Agora vai.

Um dia depois de perder a dianteira na disputa pela Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB) chorou ao participar de uma missa do padre Marcelo Rossi. O tucano foi convidado pelo sacerdote e acompanhou a cerimônia da primeira fila do altar. Chamada "missa de cura e libertação", a celebração tem, tradicionalmente, forte conteúdo simbólico. Rossi falou a Serra sobre a missa há cerca de 20 dias, durante rápido encontro na Bienal do Livro. Na ocasião, ressaltou que a missa era transmitida pela internet a "cerca de 500 mil pessoas". Ontem, outras 15 mil acompanharam a cerimônia in loco.
"Serra, você vai ver que missa emocionante é essa", avisou Rossi, logo no início. O padre pregou sobre superação de adversidades. Durante a palavra, citou um versículo de Eclesiástico. "Não entregues tua alma à tristeza e não aflijas a ti mesmo com tuas preocupações", disse, lendo o texto. "No mundo, querem nos derrubar com mentiras e inverdades. Aqui não", falou em outro trecho. Serra comungou. "Nada poderá me abalar. Nada poderá me derrotar", dizia a música que embalou a ceia.
No fim da missa, o tucano falou. Parabenizou o padre e dom Fernando Figueiredo pelo santuário que vão inaugurar. "Eles desconhecem os limites do impossível", disse. Depois, chorou ao lembrar que, já no fim da vida, sua mãe recebeu uma bênção de dom Fernando. "Isso me marcou muito". Serra recebeu água benta e saiu. "A porta está aberta para todos," disse padre Marcelo. "Mas amigo é amigo" concluiu. (Folha Poder)
DO CELEAKS

O futuro de Lula: levar cigarro para os companheiros na prisão?

O falastrão de Garanhuns sempre deu um jeito de escapar. Bene, será que ele deixará seus acólitos sem cigarrinho no presídio? Texto no Blog do Pannunzio:
Pela primeira vez na história do Brasil a cadeia é uma perspectiva concreta para ladrões de dinheiro público travestidos de luminares da República. Condenado por todos os crimes que lhe são imputados, o deputado João Paulo Cunha, que mandou a mulher receber em seu nome propina do Valerioduto, purgará 9 anos de prisão. E os outros réus deve seguir no mesmo caminho.
Fico pensando no desconforto moral de Lula, que segundo Roberto Jefferson foi o verdadeiro artífice do esquema de compra de votos, vendo o staff de seu primeiro governo na iminência de ser encarcerado. Como se sentirá o ex-presidente diante da desdita merecida por seus estafetas tarefeiros? Providenciará maços de cigarro para os ex-assessores presos ao final do julgamento ?
O Código Penal limita a possibilidade dos juízes de atenuar o sofrimento dos apenados. Condenados a até 4 anos de reclusão, os réus do Mensalão poderiam ter suas penas convertidas em prestação de serviço à comunidade. Foi o caso de Silvinho Land Rover que, a julgar pelo aconteceu até agora, fez o melhor negócio possível ao negociar com a justiça para se ver livre de ser condenado.
Se a soma das penas for menor do que oito anos de reclusão, o réu pode ter o privilégio de cumpri-la em regime semi-aberto. Ou seja: pode trabalhar durante o dia, mas deve retornar ao presídio para dormir. (Continuar).
DO ORLANDO TAMBOSI

Mensalão: Sociedade precisa saber do protagonismo do PT no escândalo, diz Roberto Freire

‘As oposições não podem ficar caladas. É preciso que a sociedade tome conhecimento da gravidade do mensalão de Lula pelo Supremo. A população precisa ser esclarecida do protagonismo do PT nesse escândalo, que foi o maior da República brasileira’


Presidente nacional do PPS, o deputado federal Roberto Freire (SP) afirmou, nesta quinta-feira (30), que a sociedade precisa saber da importância do julgamento do Mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e como o PT montou o esquema de desvio de dinheiro público e cooptação de parlamentares por meio de mesadas. Segundo o parlamentar, agora que as primeiras condenações de petistas e parceiros já começaram, os partidos de oposição devem usar as campanhas eleitorais para mostrar o que significa para o país o megaesquema montado pelo governo Lula para comprar, com dinheiro público, parlamentares da base aliada em troca de apoio no Congresso Nacional.
As oposições não podem ficar caladas. É preciso que a sociedade tome conhecimento da gravidade do mensalão de Lula pelo Supremo. A população precisa ser esclarecida do protagonismo do PT nesse escândalo, que foi o maior da República brasileira”, afirmou. Roberto Freire disse que a condenação dos mensaleiros confirma o que os partidos de oposição já haviam denunciado na época em que se deu o escândalo de corrupção. “As condenações já começaram. Lula não pode mais dizer que era tudo mentira, uma tentativa de golpe das oposições. As pessoas precisam saber o que eles fizeram com as instituições, como o Banco do Brasil e Câmara dos Deputados, para se perpetuar no poder”, afirmou o parlamentar.

Essas declarações foram dadas minutos depois de o ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF, proclamar seu voto pela condenação do deputado João Paulo (PT-SP) pelo crime de lavagem de dinheiro. Cunha já havia sido condenado por corrupção passiva e peculato.
Desmoralizado
Freire disse ainda que o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, foi desmoralizado pelo presidente do Supremo, Ayres Britto, por sua tentativa de beneficiar, quando deputado federal, as negociatas forjadas pelo operador do mensalão, Marcos Valério, em parceria com Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, para desviar dinheiro público.
Durante o julgamento, Ayres Britto classificou de “desconcertante” e “cômico” o projeto de Cardoso, apresentado em 2009, que liberou os donos de agências de publicidade contratadas pelo governo para usar, “como quisessem”, o chamado bônus de volume, uma espécie de comissão, repassada anualmente, pelos meios de comunicação à agência em decorrência da quantidade de mídia veiculada. “Agora, constatamos que as ideias de Cardoso eram para socorrer a quadrilha do mensalão”, afirmou Roberto Freire.
Ucho.info
DO ABOBADO

Fim da linha – Mandato de João Paulo já está cassado pelo Artigo 240 do Regimento Interno da Câmara. Assim que o STF publicar o resultado, ele está fora!

Ontem, no debate da VEJA.com, surgiu a dúvida sobre o que vai acontecer com o mandato do deputado João Paulo Cunha (PT-SP). Entendi que a Justiça não poderia, ela própria, cassar o seu mandato e que seria preciso seguir o ritual, com denúncia no Conselho de Ética e coisa e tal. Corrijo. João Paulo já está, na verdade, cassado. Tão logo seja publicada a decisão do Supremo, ele perde o mandato inapelavelmente.
Por quê? Por causa do Inciso VI do Artigo 240 do Regimento Interno da Câmara, que é claríssimo, a saber:
“Perde o mandato o deputado
(…)
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. É o caso de João Paulo”
É o caso. A condenação pelo STF é a última instância. Ainda que seu advogado quisesse apelar aos tais embargos infringentes — é discutível se pode, já escrevi a respeito —, isso de nada lhe poderia servir.
Ainda que isso fosse possível, seriam necessários ao menos quatro votos divergentes. No caso de João Paulo, não há. Ele foi condenado por peculato e corrupção passiva por nove votos a dois. A terceira condenação — lavagem de dinheiro — tem, sim, quatro votos divergentes. Ainda que coubesse algum recurso nesse caso, os outros dois liquidam a fatura.
Publicado o resultado, fim de papo! João Paulo terá seu mandato cassado. Pela Lei da Ficha Limpa, também os direitos políticos estão cassados por oito ano a partir do fim do cumprimento da pena.
João Paulo e o PT fizeram pouco das instituições, com impressionante arrogância. Réu do mensalão, recandidatou-se a deputado federal. Até aí, vá lá… Não estava condenado. Ousado, embora respondesse a processo na corte suprema do país, foi feito pelo PT presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o que é, convenha-se, um escárnio. Achando que não era o bastante, decidiu que não era o caso de esperar a decisão do STF: candidatou-se à Prefeitura de Osasco.
Não é mais candidato. Vai ter o mandato político cassado e estará inelegível por mais oito anos tão logo termine a cumprir a pena. Não está sendo punidos por sua arrogância, e sim pelos crimes que cometeu. De todo modo, precisa ser mais humilde.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA