Pela primeira vez na
história do Brasil a cadeia é uma perspectiva concreta para ladrões de
dinheiro público travestidos de luminares da República. Condenado por
todos os crimes que lhe são imputados, o deputado João Paulo Cunha, que
mandou a mulher receber em seu nome propina do Valerioduto, purgará 9
anos de prisão. E os outros réus deve seguir no mesmo caminho.
Fico pensando no desconforto moral de Lula, que segundo Roberto
Jefferson foi o verdadeiro artífice do esquema de compra de votos, vendo
o staff de seu primeiro governo na iminência de ser encarcerado. Como
se sentirá o ex-presidente diante da desdita merecida por seus estafetas
tarefeiros? Providenciará maços de cigarro para os ex-assessores presos
ao final do julgamento ?
O Código Penal limita a possibilidade dos juízes de atenuar o sofrimento
dos apenados. Condenados a até 4 anos de reclusão, os réus do Mensalão
poderiam ter suas penas convertidas em prestação de serviço à
comunidade. Foi o caso de Silvinho Land Rover que, a julgar pelo
aconteceu até agora, fez o melhor negócio possível ao negociar com a
justiça para se ver livre de ser condenado.
Se a soma das penas for menor do que oito anos de reclusão, o réu pode
ter o privilégio de cumpri-la em regime semi-aberto. Ou seja: pode
trabalhar durante o dia, mas deve retornar ao presídio para dormir. (Continuar).
DO ORLANDO TAMBOSI
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