sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Juiz eleitoral em SC determina que Facebook saia do ar por 24h


Um juiz eleitoral de Florianópolis determinou que o Facebook suspenda todo o seu conteúdo no Brasil durante 24 horas por não ter cumprido uma ordem para tirar do ar uma página que criticava um vereador.
A rede social também receberá multa diária de R$ 50 mil por não ter respeitado a decisão.
No dia 26 de julho, o juiz eleitoral Luiz Felipe Siegert Schuch expediu uma liminar mandando o site retirar do ar a página "Reage Praia Mole", de crítica a um projeto turístico em Florianópolis.
Quem fez o pedido foi o vereador Dalmo Meneses (PP), candidato à reeleição que se sentiu prejudicado pelo conteúdo veiculado de maneira anônima na comunidade.
Segundo a Justiça Eleitoral, a ordem foi desobedecida. Nesta quinta-feira (9), em nova decisão, Schuch mandou suspender o Facebook no país e deixar no site apenas um aviso informando estar "inoperante por descumprimento da lei eleitoral".
Em sua primeira decisão, o juiz citou uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral que "veda o anonimato" em propagandas no período de campanha.
"Sem identificação do responsável pelas manifestação das opiniões ali publicadas, estão noticiados fatos e julgamentos pessoais depreciativos", escreveu Schuch sobre a comunidade.
A ordem afirma que o cumprimento deve ocorrer a partir da notificação do Facebook.
Na rede social, nesta sexta-feira, é possível encontrar uma comunidade chamada "Reage Praia Mole 2", em que os responsáveis reclamam da desativação da página original.
A reportagem não conseguiu localizar o vereador Dalmo Meneses.
OUTRO LADO
A representação do Facebook no Brasil informou que "está em contato com a Justiça Eleitoral a respeito deste assunto e que tem procedimentos implementados para lidar com questões relacionadas com propaganda eleitoral".
A rede tem 37 milhões de usuários no Brasil.
DA FOLHA.COM




Mais uma armação da Carta Capital contra a Veja. Os caras são bandidos.

Vejam o que diz a revista Carta Capital:

Um momento crucial foi a conversa entre Policarpo e Cachoeira no dia 26 de julho de 2011. O jornalista pede ao contraventor para grampear um parlamentar da base governista, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO). Em suma, o diretor da Veja queria saber o que Arantes conversava com os dirigentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ligada ao ministério da Agricultura.

Agora vejam a transcrição que é feita no Blog do Garotinho:




















Lendo o texto acima, em que lugar da transcrição o editor da Veja fala em "ligação telefônica" ou pede para "grampear" o deputado Jovair Arantes? O que ele pede é uma dica. Uma dica para que ele prossiga a investigação. O que ele pede para a sua fonte, textualmente, é para ajudá-lo a descobrir ligações que o deputado poderia possuir com a Conab. Ligações de amizade, de parentesco, profissionais,etc. EM NENHUM MOMENTO FALA EM LIGAÇÕES TELEFÔNICAS! O desespero destes ratos não têm limites. Além de tudo, a conversa não tem nexo, parece estar editada, misturando várias conversas...

Observação: a revista Carta Capital não informa que, efetivamente, Jovair Arantes nomeou o presidente da CONAB, Evangevaldo Moreira dos Santos, que depois foi demitido por estar envolvido em acusação de receber uma propina de milhões. Leia aqui. Também omite que Jovair é deputado por Goiás, o que justifica que o editor buscasse informações com a sua fonte, que também atuava naquele estado.
DO CELEAKS

Quando uma imagem vale por mil palavras.

E no Brasil dos sem noção, os "nobres" senhores membros da CPIzza se comportam feito cachaceiros em botequim.
Certo que a senhora Watherfal não é de se jogar fora, mas ao menos essa cambada deveria ter um mínimo de respeito com o cargo que ocupam e com os votos que receberam dos idiotas de sempre.
Na minha opinião. Dez entre dez políticos da CPIzza estão mais preocupados em "passar o ferro" na bonitona da foto do que realmente apurar as maracutaias que levaram a criação desse circo de babacas.
E  PHOD@-SE!!!
DO MASCATE

O Mensalão e a organização dos mentirosos

  Merval Pereira, O Globo
Depois dos vários advogados que desfilaram em frente aos ministros do Supremo nestes primeiros dias de atuação da defesa, fica cada vez mais claro que é difícil tanto negar quanto minimizar o esquema de corrupção organizado pelo PT, transformando-o em simples caixa dois de campanha eleitoral.
A cada relato montado para descaracterizar a prática de crimes de seus representados, os advogados vão criando cenários tão fictícios que se torna quase impossível crer nesse desfile de homens e mulheres impolutos, políticos só interessados no bem público, heróis da resistência democrática sonhando com um Brasil melhor, empresários seríssimos, por razão insondável envolvidos em uma trama palaciana que simplesmente não existiu.
Os personagens descritos pelos advogados não combinam com encontros secretos em quartos de hotel, carros-fortes cruzando Brasília com dinheiro de fonte ilícita, saques na boca do caixa a mando de um empresário, Marcos Valério, que dava as cartas na política nacional sem ser dirigente partidário, membro do governo ou político eleito.
Publicitário já famoso e premiado, segundo seu advogado, Valério ganhou as licitações do governo por mérito próprio. Difícil acreditar quando sabemos que ele, nem tão respeitado assim no meio, especializou-se em desviar dinheiro público para financiar campanhas políticas, e que fazia negociatas dentro do governo que nada tinham a ver com sua função.
CLIQUE AQUI para ler o artigo, cujo título do autor é Sem Credibilidade. O título da chamada é do editor.
DO POLIBIO BRAGA

Greve dos funças federais.

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Gente do céu!!!
Quem diria que um dia veríamos a CÚt apoiando uma greve de funças públicos em um governo das Ratazanas Vermelhas?
Das duas uma: Ou a CÚt perdeu de vez a noção e passou a morder a mão que a alimenta.
Ou essas greves são orquestradas para desviar as atenções do julgamento do mensalão. (Ou como querem os PTralhas. Ação Penal 470). Hipótese essa que eu acredito ser a mais plausível.
Em ano eleitoral, com o PT perdendo terreno em várias capitais, e com o Sebento em condições precárias sem poder subir em palanques para mentir pra caraleo em busca de votos dos otários de sempre, e somando-se às sujas campanhas PTralhas. O vale tudo pela baderna estatal está bombando.
E mais uma vez quem sai prejudicado é a população que fica à mercê de gente que deveria estar no paredón e não em cargos públicos.
E vamo que vamo que até o final do julgamento do mensalão e das campanhas eleitorais, iremos assistir a muita baderna e bandalheira em nome da "democracia" mambembe e vagabunda que só uma Ratazana Vermelha pode proporcionar.
E se você está sendo prejudicado pelas greves dos funças federais e mesmo assim ainda vai votar no PT. Meus sinceros....
PHOD@-SE!!!
DO MASCATE

Fernando Haddad, o irresponsável! Ou: Baixaria chega junto com Lula

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, não nega o seu partido em todos os seus aspectos mais nefastos. A turma que cuida da sua campanha decidiu que era hora de ele ser notícia e de polarizar com José Serra — na marcha em que ia a coisa, a turma começou a temer que pudesse ficar fora do segundo turno. Então tiveram uma ideia: “Por que não partir para a baixaria? A gente já fez isso antes!”. E partiram! Levaram ao ar um vídeo em que um rapper dirige insultos absurdos a Serra, associando-o até a Hitler. Se o assunto é antissemitismo, demonstro que é Haddad quem anda mal acompanhado.
Muito bem! Haddad já tirou o vídeo do ar. O objetivo era apenas aparecer no noticiário como o outro polo da candidatura Serra. E, claro!, espalhar o lixo na rede, matéria em que o partido é especialista. Para tanto, conta com seus esbirros na esgotosfera, financiados por estatais e por administrações petistas, inclusive o governo federal. A campanha preconceituosa contra Kassab, diga-se, está de volta (ver post). Não pensem que se trata de inocência. Em tudo isso, há cálculo.
Kit gay
O candidato petista diz que não pedirá desculpas pela baixaria. Alegou ignorância. Uma informação objetiva: um troço assim sempre conta com a aprovação do candidato. Muito bem! Eis Haddad. Ele também não sabia de nada sobre os kits gays que estavam sendo preparados para distribuir nas escolas. Oficialmente, o material se destinava a combater o preconceito — objetivo meritório. De fato, tratava-se de proselitismo de quinta categoria. Haddad sumiu e largou a explicação para os assessores.
Enem
Os sucessivos fiascos do Enem — três anos seguidos — não viram o rosto angelical de Haddad. O rapaz desaparecia e botava os prepostos para falar. Os culpados eram sempre os outros. No caso do vazamento de questões do exame — elaborados por uma empresa escolhida a dedo, sem licitação —, inventou a teoria da “quebra controlada de sigilo”. A exemplo do que se deu com a campanha suja e com os kits gays, ele não podia se responsabilizar pelo Enem.
Caos nas universidades federais
Haddad comandou, sob a batuta de Lula, a dita fantástica expansão das universidades federais. No ano passado, os professores ficaram quatro meses em greve. Neste ano, já caminham para concluir o terceiro. Há campus com esgoto a céu aberto; em outros, faltam água e luz; há os que não contam com prédios para abrigar os cursos; mais adiante,  faltam laboratórios; acolá se estuda veterinária, mas sem o hospital para os bichinhos, que é onde os estudantes têm de praticar; os hospitais universitários de gente são um descalabro… Mas é claro que Haddad está alheio a isso tudo. A exemplo do que se deu com a campanha suja, com os kits gays e com o Enem, ele também não pode se responsabilizar pelas universidades federais.
Esse rapaz pretende, em suma, administrar a maior cidade do país dizendo sempre um solene “Não tenho nada com isso!”.
E podem esperar: vem mais baixaria por aí. A rede suja — financiada, reitero, com dinheiro público — está pronta para fazer o serviço. Essa gente toda aprendeu a não ter limites com Lula. Há mais do que coincidência no fato de a baixaria vir a público quando o Apedeuta toma as rédeas da campanha.
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

Cotas sociais e raciais nas universidades chegam à fase da estupidez absoluta. Dilma vai endossar um crime contra a educação e contra os pobres. Algumas polianas do cotismo agora se assustam. É mesmo, é? STF responde em parte por absurdo!

Decidi manter este texto no alto na homepage. Há muita coisa abaixo, escrita durante a madrugada.
Pois é… Ah, a alegria “democratista” dos inocentes, dos bem-pensantes, dos tolos. Algumas almas que se queriam e se querem generosas acreditavam que, se flertassem “só um pouquinho” com o cotismo, estariam contribuindo para a justiça social. Jamais se deram conta de que o papel das universidades, por exemplo, não é acabar com a desigualdade — tampouco perpetuá-la. Ou elas se orientam exclusivamente segundo os critérios de competência ou desempenho — vale dizer: mérito —, ou estarão assumindo um papel que não é o seu. Nem cumprirão a sua função primordial nem se desincumbirão com eficiência da nova tarefa que lhes é atribuída. Quando declararam constitucional a aplicação de cota racial — contra, entendo eu, a Carta Magna —, os ministros do Supremo não imaginavam o que estava por vir. Modestamente, eu imaginava isso e antevejo coisas piores. Pois bem, a presidente Dilma Rousseff está prestes a fazer uma grande besteira. E vai fazer. Porque é da natureza da corrente de pensamento a que ela pertence. A que me refiro?
A deputada Nice Lobão (PSD-MA), mulher do ministro Edson Lobão (Minas e Energia), tem dois grandes feitos na carreira: é a campeã de faltas às sessões da Câmara em 2011 e é autora de um projeto, já aprovado também no Senado — só falta agora a sanção de Dilma — que determina que as universidades e os institutos técnicos federais reservem 50% das vagas para alunos oriundos das escolas públicas. Mas não só isso! Nice Lobão resolveu transformar o ingresso na universidade num misto de charada grega com luta de classes e racialismo (sabem como são esses marxistas radicais da família Lobão, né?). A estrovenga aprovada no Senado está aqui.
Como funciona?
1 – Os alunos das escolas públicas serão selecionados segundo o seu “Coeficiente de Rendimento” no ensino médio. Para eles, o Enem, por exemplo, não terá a menor importância.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – Já aqui se abre a primeira e escandalosa porta para injustiças. Dentro da ruindade geral das escolas públicas, há diferenças brutais de qualidade. O aluno que tiver um bom desempenho numa escola relapsa e pouco exigente levará vantagem ao competir com o que tiver um desempenho médio numa escola séria. Mais: sabemos que inexistem critérios objetivos para avaliar se o currículo oficial foi mesmo ministrado. Aliás, não existe um currículo nacional!!! Não encontrei na lei nenhuma referência sobre estado de origem do estudante e vaga pretendida. Como se trata de ensino federal, entendo que o candidato de um estado pode concorrer a uma vaga na federal de outro. O ensino médio é uma lástima no país inteiro, é fato. Mas sabemos que, mesmo dada a ruindade geral, há disparidades regionais brutais. Não só isso: os negros e pardos de Santa Catarina somam pouco mais de 11%; na Bahia, chegam a 78%. Um negro ou pardo de Santa Catarina que disputasse uma vaga na Universidade Federal da Bahia certamente seria selecionado segundo a cota baiana, mas carregando o “Coeficiente de Rendimento” da escola catarinense.
2 – Atenção para a loucura: metade daqueles 50% de vagas reservadas a escolas públicas terá de ser preenchida por alunos oriundos de famílias com renda per capita de até 1,5 salário mínimo.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – A lei é omissa sobre a forma como se vai fazer essa verificação. Será com base apenas na declaração do candidato? Cada universidade federal terá de investigar a renda familiar do aluno para saber se ele fala a verdade? Ora… Não há estrutura para isso. Fingir pobreza passará a ser um bom negócio. Será um critério de seleção superior ao conhecimento de matemática e língua portuguesa. Tão logo isso esteja em vigência, é evidente que haverá uma inflação de candidatos com renda per capita inferior ao limite estabelecido, certo? E a lei que convida à fraude.
3 – Deputados e senadores avançaram ainda mais na sandice. Essa metade da metade que tem de pertencer a famílias com renda per capita inferior a 1,5 mínimo tem der ser preenchida por autodeclarados negros, pardos e indígenas, segundo o percentagem apontada pelo IBGE na unidade da federação em que está a universidade.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – Um pobre branco da escola pública leva desvantagem ao competir com um preto pobre ou mestiço pobre da escola pública, ainda que os dois tenham, então, o mesmo perfil social. A propósito: no caso do candidato indígena, o seu Coeficiente de Rendimento no que concerne ao domínio da língua terá como referência o português ou o idioma da sua tribo? Nesse caso, quem avalia?
4 – E aqueles outros 25% — a metade da metade oriunda da escola pública, mas que pode pertencer a famílias com renda per capita superior a 1,5 mínimo? Também para eles vale o critério da cor da pele.
ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – É a mesma do item 3.
A estupidez geral
A senhora Dilma Rousseff, que apoia o projeto, está botando os últimos pregos no caixão das universidades e institutos federais de ensino. Por quê? Só porque está abrindo as portas aos alunos da escola pública? NÃO!!! PORQUE METADE DAS VAGAS DESSAS INSTITUIÇÕES NÃO TERÁ MAIS NENHUM COMPROMISSO COM O DESEMPENHO DOS ALUNOS.
Notem que nem mesmo se exigirá deles uma nota aceitável no Enem — um exame que já é comprovadamente fraco. O único critério associado a desempenho é o tal Coeficiente de Rendimento, auferido em escolas distintas, provas distintas, segundo critérios distintos. Cria-se, obviamente, uma pressão sobre o professor da escola pública — que já padece, como diria o poeta, de diabólicos azares — em favor da facilitação. Ele e seus alunos terão clareza de que uma prova mais severa pode concorrer para criar dificuldades futuras ao aluno.
A escola pública vai melhorar?
A proposta, longe de democratizar o ensino universitário, concorre para democratizar a ignorância e para rebaixar o ensino universitário. Como se está assegurando ao aluno o ingresso na universidade segundo critérios que nada têm a ver com desempenho e competição, o que se tem, na prática, é uma pressão contrária: quanto mais relapso e “bonzinho” for o professor, tanto melhor.
Conheço e convivo com professores universitários, alguns meus contemporâneos da universidade. Atestam que a quantidade de semianalfabetos que chegam ao ensino superior é assustadora. Em vez de concorrer para melhorar a escola pública — sim, eu sei que é um processo demorado, mas não há outra saída —, essa lei vai usar a baixa qualidade como facilitador para o acesso ao ensino superior — vale dizer: quanto pior a escola de ensino médio, melhor!
Eis aí. Reitores das universidades federais incensavam as políticas de cotas. Também eles, mesmo sendo quem são, houveram por bem mandar os critérios acadêmicos para a ponta do pavio e aderir à demagogia. E os cotistas avançaram. A deputada Eunice, da grande família Lobão, pegou carona no debate e resolveu levar a coisa a sério, a seu modo. Pimba! Elio Gaspari, o maior propagandista das cotas no Brasil — para ele, quem se opõe à ideia é a turma do “andar de cima” —, deve estar satisfeito.
Agora os cotistas pretendem que o mesmo modelo seja aplicado ao mercado de trabalho público e privado. Chegará a hora em que alguém proporá que o Congresso, as Assembleias, as Câmaras de Vereadores e os tribunais obedeçam a critérios dessa natureza — por que não? Teremos uma democracia que não será feita dos mais votados e dos mais competentes, tudo em nome da… Justiça!
Ao votar a favor da proposta, o senador Pedro Taques (PDT-MT), que costuma ser sério, evocou a experiência americana como exemplo de política bem-sucedida de cotas. Acho que ele deveria estudar melhor o assunto — e não vou me alongar agora sobre esse particular. Noto, no entanto, que cota social e racial, com essa precisão na divisão da cor da pele e com esse número de vagas garantidas ao cotismo, não foi aplicada em lugar nenhum do mundo, nem na África do Sul pós-apartheid.
Agora, os reitores das universidades federais e os professores estão assustados. Sabem o que os espera. Anos de incúria e de desastre no ensino público vão cair inteiros no seu colo. Em muitas universidades, já se discute a criação de cursos especiais para os alunos, algo que os capacite minimamente em matemática e língua portuguesa. Eu estou falando sério.
O desastre já está em curso
Não é o que se vá produzir o desastre. Ele já está em curso. Será agravado. Entre os estudantes do ensino superior, 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa. Vejam quadro.
Em 2001-2002, 2% dos alunos universitários tinham apenas rudimentos de escrita e leitura. Em 2010, essa porcentagem havia saltado para 4%. Vale dizer: 254.800 estudantes de terceiro grau no país são quase analfabetos. Espantoso? Em 2001-2002, 24% não eram plenamente alfabetizados. Um número já escandaloso. Em 2010, pularam para 38%. Isso quer dizer que 2.420.600 estudantes do terceiro grau não conseguem ler direito um texto e se expressar com clareza. É o que se espera de um aluno ao concluir o… ensino fundamental!
O quadro já era ruim, como se nota, e foi agravado pela dupla Lula-Haddad. Agora, a lei da dona Lobão, aprovada na Câmara, acolhida por ampla maioria no Senado e a ser sancionada por Dilma, vai se encarregar de liquidar com o que resta.
Minhas homenagens ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que lutou brava e quase solitariamente contra essa estupidez no Senado. Foi inútil. Em nome da proteção aos pobres e aos vulneráveis, a maioria dos senadores mandou os pobres e os vulneráveis para a ponta do pavio. O que esses valentes fizeram foi condenar os ensinos fundamental e médio públicos à eterna ruindade. E essa ruindade, que já havia se alastrado para o ensino universitário, lá se instalará de vez!
Espero um texto de Elio Gaspari demonstrando por que isso é bom para os brasileiros e por que os críticos da proposta da dona Lobão são “demofóbicos”. Eu sempre presto muita atenção aos argumentos dos “demofílicos”.
PS – Ah, sim: Câmara, Senado e Dilma vão pisotear a autonomia universitária. Bem feito, senhores reitores! É nisso que dá ter o nariz marrom, viver de joelhos para o Executivo, subordinar a inteligência a um ente de razão. Vocês pediram chicote e vão ter chicote! Serão os coveiros das universidades federais.Texto originalmente publicado às 18h40 desta quinta
Por Reinaldo Azevedo
REV VEJA

O réu ausente no mensalão



No julgamento do mensalão há um ausente no banco dos réus que teria poder de abortar o caso no seu início, mas se omitiu, não cumpriu seu papel e sistematicamente violou a lei entre 2003 e 2005
Trata-se do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), criado em 1998 com a missão específica de identificar transações bancárias suspeitas de lavagem de dinheiro
Suely Caldas
O ESTADO DE S. PAULO
A legislação obriga os bancos a informarem ao Coaf todas as operações efetuadas em dinheiro vivo - depósitos ou saques - em valores acima de R$ 10 mil. Examinadas as transações, o órgão envia as que julgar suspeitas para o Ministério Público (MP) investigar.
No caso do mensalão, o Coaf escondeu as informações e não as repassou ao MP. Entre julho de 2003 e maio de 2005 as empresas do principal operador do esquema, o publicitário Marcos Valério, realizaram uma centena de saques em dinheiro vivo de valores entre R$ 100 mil e R$ 400 mil, transportados em malas até Brasília e distribuídos a parlamentares que, segundo a acusação, eram indicados pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Uma única notificação chegou ao MP de São Paulo em 2003. Depois, silêncio completo. E nenhuma ao MP de Minas Gerais, de onde saiu o grosso do dinheiro sacado por Valério na agência do Banco Rural em Belo Horizonte.
Se desde o primeiro momento o Coaf informasse as transações suspeitas de Valério e o MP pedisse abertura de inquérito à Polícia Federal, o mensalão teria sido obstruído no nascedouro. Ou o esquema seria obrigado a buscar outros meios de financiamento. "E por que o Coaf não agiu?", indagou a ex-deputada Denise Frossard em ofício dirigido ao então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ao qual o Coaf era subordinado.
Recebeu em resposta um convite de visita do ministro da Justiça e hoje advogado de um réu no caso Márcio Thomaz Bastos. Ele prometeu à deputada que o fato não se repetiria porque o Coaf passaria por uma competente reforma.
Na Fazenda a conversa com a ex-deputada foi interpretada como um recôndito desejo de Bastos de transferir o Coaf para o Ministério da Justiça. Se verdade é, não conseguiu.
O mensalão teve vertentes, filhotes e desdobramentos que não chegaram a ser apurados. O caso Coaf é um deles. Mas se destaca dos demais pelo importante papel que exerce no aparato policial para investigar crimes de lavagem de dinheiro. Como a investigação começa justamente a partir dele, sua omissão tem o poder de encobrir crimes e criminosos. Por isso não podem pairar dúvidas sobre sua atuação. Ele deveria funcionar no modelo de uma agência reguladora, agir com independência, autonomia e distanciado de más influências do poder político. Mas a realidade é outra.
Em 14 anos de existência, seu balanço apresenta resultados positivos, outros negativos. Ao completar dez anos, em março de 2008, o Coaf divulgou em relatório ter rastreado 686 contas bancárias de 748 pessoas ligadas à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que movimentaram R$ 63 milhões entre 2005 e 2007. A ação do Coaf permitiu à Justiça bloquear R$ 17,7 milhões dos criminosos. Ponto positivo.
Só que os negativos causam um estrago institucional tão nocivo que superam os positivos e comprometem sua credibilidade. E eles têm ocorrido a partir do uso político do órgão e da influência de quem tem poder para mandar. No caso do mensalão isso ficou flagrante: após a primeira notificação sobre as empresas de Valério, o Coaf emudeceu durante dois anos. Em conversa que tivemos em 2008, o advogado Antonio Gustavo Rodrigues, presidente do Coaf desde 2004, não explicou a omissão ao longo de dois anos e tratou de negar influência política: "Nunca sofri pressão política de algum superior, a não ser a interferência do chefe de gabinete do ministro (Palocci) no caso do caseiro".
Mensalão, violação da conta bancária do caseiro Francenildo Costa, saques em dinheiro de R$ 1,75 milhão feitos por dois aloprados do PT para comprar um dossiê falso contra tucanos. Tudo isso aconteceu, mas o Coaf não viu.
Jornalista, é professora de Comunicação da PUC-Rio

O escândalo Visanet, em que o Brasil acreditava ter visto R$ 73 milhões escoar do banco público para o PT, via agência DNA (Marcos Valério), foi ilusão de ótica


A legalização do valerioduto
POR GUILHERME FIUZA
ÉPOCA
Andressa Cachoeira, a musa do Brasil cafajeste, continua desfilando tranquilamente em sua missão de lavar a reputação do marido. Laudos médicos desmentiram sua denúncia de que o bicheiro sofria de depressão crônica, mas ela não se abalou. “Que mal esse homem fez ao Estado, à União, às pessoas?”, disse Andressa, firme na busca de compaixão para com o pobre réu. Já declarou até que Cachoeira é preso político. “Cala a boca, Magda!”, alguém gritaria em outros tempos, usando o famoso bordão do personagem de Miguel Falabella. Mas hoje o Brasil ouve calado os disparates da dama dos caça-níqueis. Ela está amparada na nova escala de valores que, tudo indica, vieram oficializar a doutrina da cara de pau.
O mensalão, por exemplo, foi um grande mal-entendido. Tanto que o Tribunal de Contas da União (que existe para guarnecer o dinheiro público) decidiu que estava tudo bem na movimentação milionária do Banco do Brasil para o bolso de Marcos Valério. Por coincidência, essa decisão veio calçar com perfeição a alegação dos advogados de Valério, Delúbio e mensaleiros associados – de que não havia dinheiro público no esquema do valerioduto. O escândalo Visanet, em que o Brasil acreditava ter visto R$ 73 milhões escoar do banco público para o PT, via agência DNA (Marcos Valério), foi ilusão de ótica.
Graças ao TCU, agora se sabe que tudo não passou de ilusão de ótica: doações privadas a um simples caixa dois
Graças ao TCU, agora se sabe que esses contratos eram perfeitos. E que, se apareceu uma montanha de dinheiro nas contas do grupo político de Lula e José Dirceu, tratava-se de doações particulares para um inocente caixa dois. Ou seja: o dinheiro era deles, eles gastavam como quisessem, compravam o que (e quem) bem entendessem. É um absurdo o país ter passado sete anos se intrometendo num assunto de foro íntimo. Como diria Andressa Cachoeira, que mal esses homens fizeram às pessoas?
A lei que serviu de base (ou pretexto) para a decisão do TCU, aprovada cinco anos depois do mensalão, foi proposta pelo atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O mesmo que declarou ser “leviano” relacionar o assassinato do agente federal Wilton Tapajós com a investigação da gangue do bicheiro, na qual a vítima se destacara. Valério e Cachoeira certamente são apreciadores desse senso de justiça. Chega de preconceito contra esses dois empresários brasileiros que fizeram história na última década.
O silêncio do ministro Cardozo e das demais autoridades sobre a execução do policial Wilton é ensurdecedor. Nunca se mudou de assunto tão rapidamente. Mas eles têm razão. Quem mandou a vítima ficar escutando conversa dos outros no telefone, atrapalhando negócios de alta prosperidade? Quem procura, acha. E onde já se viu ir ao cemitério sozinho, neste mundo perigoso de hoje? Alguém ainda há de concluir que foi suicídio culposo.
Esses homens que não fazem mal a ninguém são muitas vezes incompreendidos. Estava tudo bem depois da decisão libertadora do TCU, legalizando a parceria de Marcos Valério com o ex-diretor do BB Henrique Pizzolato, quando o Banco Rural veio atrapalhar a festa. Também réus no processo do mensalão, dirigentes do banco resolveram dizer que havia, sim, dinheiro público na conta da empresa de Valério. Essa alegação, enviada ao Supremo Tribunal Federal, é no mínimo um gesto ingrato. Afinal, ao lado do BMG, o Banco Rural foi o escolhido pelos chefes da quadrilha do mensalão para operar a dinheirama do esquema. Esses banqueiros nunca estão satisfeitos.
O problema foi que o banco teve de responder à acusação de lavagem de dinheiro, e aí o jeito foi abrir o bico e entregar a origem dos milhões. Vinha tudo de entidades estatais, diz o Rural, especialmente do Banco do Brasil. Mas não há de ser nada. Embora seja impossível demonstrar os serviços fantasmas prestados por Valério ao BB, os amigos de Lula, Dirceu e Dilma no TCU haverão de encontrar um jeitinho republicano de passar a limpo essas operações todas – nem que seja preciso recorrer ao senso de justiça do companheiro Cardozo.
Tudo aponta para um final feliz.
Aliás, a Justiça acaba de inocentar Erenice Guerra, a ministra que fez história transformando a Casa Civil num bazar de família.
Vá em frente, madame Cachoeira.
E mande lembranças à companheira Carminha.


(Foto: Reprodução)
GUILHERME FIUZA é jornalista. Publicou os livros Meu nome não é Johnny, que deu origem ao filme, 3.000 dias no bunker e Amazônia, 20º andar. Escreve quinzenalmente em ÉPOCA gfiuza@edglobo.com.br