domingo, 14 de outubro de 2012

O diabo, no inferno, deve estar apavorado ...

Morre o porco fedorento fidel castro
Anunciada a morte cerebral do tirano!
DO GRAÇANOPAISDASMARAVILHAS

Tucano Arthur Virgilio sai com 62% dos votos válidos. Candidata lulo-petista e comunista Vanessa Grazziotin só tem 32%.

Saiu a primeira pesquisa de intenções de votos em Manaus, capital do Amazonas. Ela mostra o ex-senador Arthur Virgilio ponteando a disputa com 68% dos votos válidos, seguido da senadora Vanessa Graziottin, PCdoB, apoiada fortemente pelo PT, por Lula e pelo governo Dilma, com 32% dos votos válidos. Brancos e nulos perfazem 8% e indecisos somam 3%. A pesquisa é da empresa Perspectiva e foi registrada no TSE. A disputa em Manaus é emblemática, porque reúne de um lado o ex-líder do governo FHC de um lado, tendo por contendora a representante das forças lulo-petistas, no caso a comunista Graziottin. DO POLIBIO BRAGA

O PT, o mensalão e a eleição em SP: Petistas agora sustentam que o povo também é corrupto

Escrevi na segunda-feira um texto afirmando que os petistas são tão fabulosos que conseguem mentir quando dizem “sim” e quando dizem “não” a uma mesma pergunta. A que me referia? À tal influência do “mensalão” nas eleições. Um sedizente intelectual, esbirro da legenda (embora se finja de independente), concedeu uma entrevista declarando a irrelevância do escândalo. Adotando o mesmo juízo de Lula, só que com linguagem mais sofisticada e hipócrita, assegurou que os eleitores estão preocupados com outros assuntos. No mesmo dia, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, sustentou o contrário: o julgamento do Supremo, segundo ele, prejudica, sim, o PT. Um disse “não” porque não quer o mensalão como uma marca do PT; o outro diz “sim” porque quer que outros acreditem na fantasia de que tudo não passa de uma tentativa de golpe contra o partido.
Muito bem! Divulgadas as primeiras pesquisas sobre o segundo turno em São Paulo, a turma do “sim” e a do “não” se uniram para sustentar uma terceira versão, ainda mais vigarista do que as outras duas. Como Fernando Haddad larga na frente tanto no Datafolha como no Ibope, asseguram que o mensalão interfere, sim, na disputa, MAS A FAVOR!!! Para os petistas, a eventual eleição de Fernando Haddad em São Paulo seria uma espécie de “resposta” dos eleitores ao Supremo Tribunal Federal, à “mídia” (que é como eles chamam a imprensa) e às oposições.
Não é do balacobaco? Quando Haddad estava numa situação apertada, Lula, por exemplo, dizia que o povão queria mesmo era saber se o Palmeiras passaria para a segunda divisão. Agora que aparece numa situação confortável, tanto ele como Zé Dirceu inverteram a lógica anterior: não só aquele mesmo povo estaria ligado no julgamento do mensalão como teria decidido fazer o que o STF não fez: absolver os mensaleiros. É asqueroso! E mentiroso também.
Este blog e o tempo
Você quer ver, leitor amigo, como é bom pensar com fundamento e princípio? Entre outras coisas, serve para que a gente não passe vergonha e possa responder por aquilo que escreveu — ou, então, o articulista tem de explicar por que mudou de ideia. Esta página tem milhares de leitores, em número, felizmente, crescente, porque, acho eu, o internauta encontra aqui coerência. Chegou a hora de LEMBRAR O PRIMEIRO ARTIGO QUE ESCREVI NA VEJA, publicado no dia 6 de setembro de 2006. Vale a pena reler um trecho (em azul):
Um novo refrão anda “nas cabeças, anda nas bocas”, poderia dizer o lulista Chico Buarque: a possível reeleição do presidente absolve os petistas de todos os seus crimes. As urnas fariam pelo PT o que o ditador soviético Josef Stalin fez por si mesmo: apagar a história. É um embuste. A vantagem do presidente se deve à economia, à inépcia e inapetência das oposições, às políticas assistencialistas, tornadas uma eficiente máquina eleitoral, e à ignorância, agora a serviço do tal “outro mundo possível”. O povo é, sim, um tipinho suspeito, mas não vota para livrar a cara dos marcolas da ideologia.
O voto do ignorante vale menos? Não. Mas também não vale mais. Nem muda a natureza das instituições. E não absolve ninguém, tarefa que continuará a ser da Justiça. A vacina contra o autoritarismo virótico de quem pretende cair nos braços do povo para ser absolvido de seus crimes está em Origens do Totalitarismo, da pensadora judia-alemã Hannah Arendt. Aprende-se ali que não devemos permitir que os inimigos da democracia cheguem ao poder, negando-nos, uma vez lá, em nome dos seus princípios, as liberdades que lhes facultamos em nome dos nossos.
A tese da absolvição serve ao propósito de pautar a imprensa com uma agenda virtuosa. O programa de governo do PT prevê, diga-se, o incentivo oficial à “mídia independente”. Em lulês, significa financiar, com o dinheiro dos desdentados, a sabujice disfarçada de jornalismo.
(…)
Volto a outubro de 2012
Não sei se Haddad será eleito. Como é óbvio, torço para que não seja. Já expus os motivos aqui dezenas de vezes. Caso isso aconteça, no entanto, nem está provada a irrelevância do mensalão (e já digo por quê) nem está evidenciada, claro!, a suposta resposta do “povo” àqueles que, seguindo a Constituição e as leis, condenaram os criminosos petistas que promoveram o mensalão.
O que explica a derrota vexaminosa do PT em Recife e Belo Horizonte, por exemplo? Ou o fato de o PT ter disputado 17 capitais com cabeça de chapa e ter vencido no primeiro turno em apenas uma? Os motivos principais, sabem os sensatos, estão ligados à política regional, até porque o tema “mensalão” quase não foi mencionado naqueles confrontos. Se a eventual eleição de Haddad em São Paulo significar uma resposta do povo ao Supremo e às oposições, dever-se-á concluir, então, que a derrota do PT na capital de Pernambuco e na de Minas terá significado uma resposta aos mensaleiros? Ou será que os paulistanos teriam especial admiração por delinquentes políticos?
Um dia antes da eleição, escrevi um artigo aqui afirmando que as urnas iriam demonstrar o que, de resto, já se sabia: Lula não é Deus, e não basta ele mandar para o povo obedecer. Não foi obediente em Recife, em Belo Horizonte e em muitos outros lugares. Resistiu, é bom notar, mesmo na capital paulista. O desempenho de Haddad no primeiro turno não é algo de que o petismo deva se orgulhar, não é?
Mas influi ou não influi?
Mas, afinal, o mensalão influi ou não no resultado das urnas? O Datafolha tentou medir o impacto do escândalo no desempenho de Haddad em São Paulo. Concluiu que 10% dos paulistanos deixavam de votar no petista por causa disso. Para ser sincero, tendo a desconfiar enormemente dessas medições. Parece-me uma tentativa de quantificar o imponderável. Acho, no fim das contas, a pergunta errada.
INTERFERE NA ELEIÇÃO AQUILO QUE OS CONCORRENTES NUMA DISPUTA CONSEGUEM TORNAR TEMAS INFLUENTES, AQUILO QUE PASSA PELO PROCESSO DE POLITIZAÇÃO. Em 2006 e 2010, temerosas da popularidade de Lula, as oposições deixaram o mensalão de lado, além de terem ignorado outras mazelas do governo. Logo, não teve peso nenhum!
Eu estou entre aqueles que acreditam que a política é um bom lugar para fazer… política! Isso a que se chamou “mensalão” é mais do que uma simples união de larápios para roubar os cofres públicos. É um método de conquista do estado. É possível tornar isso compreensível ao eleitor não especialista? Não só acho que é como considero necessário fazê-lo. Mais ainda: trata-se de uma obrigação daqueles que se opõem ao PT. É claro que uma campanha não deve se estruturar apenas em torno desse tema. A biografia de homem público de Haddad, por exemplo, está para ser desvendada. Até agora, o eleitor só teve acesso à versão edulcorada pelo petismo. Falta submetê-la aos fatos. Suas escolhas à frente do Ministério da Educação têm de ser debatidas e esmiuçadas.
Concluindo
É o eleitor, soberano, quem decide se o mensalão interfere ou não no seu voto. Cumpre a quem enfrenta o PT oferecer a sua narrativa daqueles eventos. Qualquer que seja, no entanto, a decisão do eleitorado, uma coisa é certa: ele pode condenar ou absolver os políticos, no máximo, com o seu voto. Já o julgamento do STF, esse não há urna que mude. José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares são corruptores, e Fernando Haddad é expressão do partido que tentou, segundo vários ministros do STF, dar um golpe nas instituições.
É uma obrigação política e moral da oposição deixar isso claro.
E arremato: sustentar que a eventual vitória do PT significaria a absolvição dos mensaleiros corresponde a afirmar que o povo também é corrupto.
Por Reinaldo Azevedo

VIGARICE INTELECTUAL, TEU NOME É MARILENA CHAUI! OU: FALOU A CARMINHA DO LIXÃO ÉTICO DO PETISMO!

Um amigo me envia um link de um texto publicado no dia 29 do mês passado num troço chamado “Rede Brasil Atual”, que pertence à CUT. O e-mail vinha com uma pequena introdução: “Leia o que disse Marilena Chaui; a mulher endoidou de vez”. Desconfio da sanidade intelectual desta senhora desde quando eu era de esquerda. Assim, não achei que ela pudesse me surpreender. Mas não é que me surpreendeu? Não existe limite para a sua decadência. Quando você imagina que ela não pode ir mais baixo, desafiadora, ela o contraria: “Posso, sim! Quer ver?”. E mergulha de cabeça no esgoto do pensamento, da história e da ética. Antes que entre no mérito, uma breve memória pessoal.
No comecinho dos 80, tentávamos uma greve de professores e estudantes na USP. Numa reunião conjunta de lideranças, dona Chaui — por quem muitos babavam embevecidos; eu e alguns amigos trotskistas a considerávamos mistificadora e populista — mostrava-se mais radical do que os próprios alunos. Num dado momento, indignada com o reitor, disparou um “Vá pra puta que o pariu”. Como não havia temperatura que justificasse aquela manifestação, as palavras como que se materializaram, desfilando naquela sala do Departamento de Filosofia em busca de um contexto. Eu mesmo fiquei encabulado. E não por causa do palavrão. Mesmo quando da canhota, tinha minhas ortodoxias. Achava que, se era para alguém ali se comportar como idiota, que fosse ao menos um de nós, os estudantes… Em matéria de estupidez, Marilena preenche todos os espaços. Havia outra coisa que me deixava um pouco com o pé atrás: sua biografia na esquerda era inexistente até o comecinho dos 80, como aluna e como professora. Quando veio a abertura política e quando já se podia mandar alguém à puta que o pariu, ela se transformou numa extremista. Entenderam? Fim da memória. Vamos ao fato.
No dia 28, Marilena participou de um debate no comitê de uma tal Selma Rocha, candidata a vereadora pelo PT — não se elegeu. O tema era este: “A Política Conservadora na Cidade de São Paulo”. Chaui, cujo salário é pago pelos paulistas há muitos anos para que ensine filosofia, afirmou, segundo a página da CUT, que “os candidatos Celso Russomanno (PRB) e José Serra (PSDB) representam duas vertentes da direita paulista igualmente prejudiciais à democracia, à inclusão e à cidadania”. Entendi. Se eles são tudo isso, entendo que deveriam ser proibidos de se candidatar, não é mesmo? Onde já se viu haver candidatos “prejudiciais à democracia”?
Escreve ainda a Rede Brasil Atual:
“Ela [Marilena] define o candidato do PRB como herdeiro do populismo tradicional de São Paulo, na linhagem de Adhemar de Barros e Jânio Quadros.”
Entendi. Mas e Paulo Maluf, de quem Russomanno era aliado antes de migrar para o PRB? O deputado do PP é hoje aliado do PT, como sabemos. Ela falou a respeito. Informa o site:
“Para Marilena, o ex-governador Paulo Maluf, cujo partido (PP) está aliado ao PT não eleições paulistanas, não se enquadra na tradição política representada por Russomanno, mas na do ‘grande administrador’, que ela identifica com Prestes Maia (prefeito de São Paulo de maio de 1938 a novembro de 1945) e Faria Lima (prefeito de 1965 a 1969). ‘Afinal, Maluf sempre se apresentou como um engenheiro.’”
Que coisa!
É um novo marco na decadência intelectual desta senhora: virou lavanderia da reputação de Paulo Maluf. Oito dias antes dessa declaração de Marilena, a juíza Liliane Keyko Hioki, da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, atendendo a um pedido do Ministério Público, dera prazo até o fim deste mês para o “engenheiro” Maluf devolver aos cofres da Prefeitura de São Paulo R$ 21,350 milhões. A sentença é consequência de uma ação de improbidade administrativa provocada, à época, por denúncia de… petistas, liderados então por José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça. Hoje, são todos aliados de Maluf.
Tudo passou! Aquele era o Paulo Maluf inimigo. Como tal, o PT o acusava de ladrão, truculento, reacionário, direitista (eles acham essa palavra um xingamento), fascista etc. Agora o homem está com o PT e terá uma fatia da Prefeitura caso Haddad vença. Pronto! Desapareceu o Maluf inimigo da democracia e da moralidade. Agora, Marilena Chaui apertaria comovida a sua mão e indagaria: “Como vai, engenheiro, da tradição dos grandes administradores?”.
Vergonha?
Alguém poderia indagar: “Essa mulher não tem vergonha de falar essas coisas?”. Não! Esquerdistas da linhagem a que ela pertence não têm vergonha, só interesses. Se Maluf serve ao projeto de poder do partido, eles lavam a sua biografia e podem até canonizá-lo, a exemplo do que fizeram com José Sarney, transformado em herói e estadista por Lula. Marilena Chaui é a Carminha do lixão ético petista.
Não pensem que ela parou por aí, não! Esta senhora, como vocês sabem, é a verdadeira formuladora da tese de que o mensalão era uma tentativa de golpe contra o governo Lula. Em sua palestra, mandou ver, segundo o site que trouxe a notícia:
“De acordo com ela [Marilena], se a República é constituída de três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, a atuação do STF ultrapassou o limite: ‘O fato de que o Poder Judiciário faça isso coloca em questão o que é a República. Alguém tem de erguer a voz e dizer que o Judiciário está fazendo com que a gente ponha em questão se este país é ou não uma República’”.
O “isso” a que ela se refere é o julgamento de petistas. Marilena acha que se trata de uma ameaça à República e propõe que alguém “erga a voz” contra ao Judiciário. Não é do balacobaco? Julgar petistas segundo todos os rigores da Constituição e das leis é, para a notável professora, um “golpe”. Já erguer a voz contra o Poder Judiciário deve ser exercício democrático…
Faz sentido, não é? A mulher que demoniza Serra como uma ameaça à democracia e insere o “engenheiro” Paulo Maluf na linhagem dos grandes administradores tem mais é de classificar de democracia a tentativa de golpe petista e de golpe o exercício da democracia.
Nem eu, que via com desconfiança aquela senhora meio destemperada no comecinho dos 80, imaginei que ela fosse morrer abraçada a Paulo Maluf. Tudo devidamente sopesado, é um fim justo para ambos.Texto publicado originalmente às 5h07
Por Reinaldo Azevedo

Aécio: Por não ser quente nem frio...

Números revelam queda da força do 'aecismo'

DO PORTAL MINAS 247
Apesar de ter vencido as eleições em Belo Horizonte, onde apoiou o candidato a reeleição Marcio Lacerda (PSB), vitorioso no primeiro turno, o senador tucano Aécio Neves foi derrotado no Estado nessas últimas eleições. Números indicam que seu partido, o PSDB perdeu força em Minas Gerais: das dez maiores cidades mineiras, que concentram 30% da população e 45% do PIB do Estado, os tucanos venceram apenas na capital e em Betim, tendo encolhido em todo o resto.
Segundo o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas Fabiano Angélico, a eleição demonstrou que "o aecismo está em declínio". De acordo com Fabiano, não será preciso aguardar o resultado do segundo turno para dimensionar o poder do PSDB e aliados nas maiores cidades do Estado. "Eles estão fora das quatro disputas que ocorrerão no final deste mês", diz o pesquisador. Os aecistas governarão uma população de 2,7 milhões – mais uma vez considerando as dez maiores cidades – enquanto os não aecistas estarão na governança de 3,2 milhões de pessoas.
Nem na terra natal
Curiosamente, o tucano não obteve bons resultados sequer na cidade de São João Del Rei – terra natal de sua família e de seu avô, Tancredo Neves. Pela primeira vez na história, o município a 180 quilômetros da capital mineira será administrado pelo PT. Eleito com 56,39% dos votos válidos, o petista professor Helvécio Luiz Reis obteve derrotou o peemedebista Nivaldo Andrade, que tentava a reeleição com o apoio entusiástico de Aécio Neves. - DO MEU ARARIPE

 

Os marginais do poder


Por Marco Antônio Villa
O Estado de S.Paulo
Vivemos um tempo curioso, estranho. A refundação da República está ocorrendo e poucos se estão dando conta deste momento histórico. Momento histórico, sim.
O Supremo Tribunal Federal (STF), simplesmente observando e cumprindo os dispositivos legais, está recolocando a República de pé.
Mariana - símbolo da República Francesa e de tantas outras, e que orna nossos edifícios públicos, assim como nossas moedas - havia sido esquecida, desprezada.
No célebre quadro de Eugène Delacroix, é ela que guia o povo rumo à conquista da liberdade. No Brasil, Mariana acabou se perdendo nos meandros da corrupção.
Viu, desiludida, que estava até perdendo espaço na simbologia republicana, sendo substituída pela mala - a mala recheada de dinheiro furtado do erário.
Na condenação dos mensaleiros e da liderança petista, os votos dos ministros do STF têm a importância dos escritos dos propagandistas da República.
Fica a impressão de que Silva Jardim, Saldanha Marinho, Júlio Ribeiro, Euclides da Cunha, Quintino Bocayuva, entre tantos outros, estão de volta. Como se o Manifesto Republicano de dezembro de 1870 estivesse sendo reescrito, ampliado e devidamente atualizado.
Mas tudo de forma tranquila, sem exaltação ou grandes reuniões.
O ministro Celso de Mello, decano do STF, foi muito feliz quando considerou os mensaleiros marginais do poder. São marginais do poder, sim. Como disse o mesmo ministro, "estamos tratando de macrodelinquência governamental, da utilização abusiva, criminosa, do aparato governamental ou do aparato partidário por seus próprios dirigentes".
E foi completado pelo presidente Carlos Ayres Brito, que definiu a ação do PT como "um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto".
Foram palavras duras, mas precisas. Apontaram com crueza o significado destrutivo da estratégia de um partido que desejava tomar para si o aparelho de Estado de forma golpista, não pelas armas, mas usando o Tesouro como instrumento de convencimento, trocando as balas assassinas pelo dinheiro sujo.
A condenação por corrupção ativa da liderança petista - e por nove vezes - representaria, em qualquer país democrático, uma espécie de dobre de finados. Não há no Ocidente, na História recente, nenhum partido que tenha sido atingido tão duramente como foi o PT.
O núcleo do partido foi considerado golpista, líder de "uma grande organização criminosa que se posiciona à sombra do poder", nas palavras do decano.
E foi severamente condenado pelos ministros.
Mas, como se nada tivesse acontecido, como se o PT tivesse sido absolvido de todas as imputações, a presidente Dilma Rousseff, na quarta-feira, deslocou-se de Brasília a São Paulo, no horário do expediente, para, durante quatro horas, se reunir com Luiz Inácio Lula da Silva, simples cidadão e sem nenhum cargo partidário, tratando das eleições municipais.
O leitor não leu mal. É isso mesmo: durante o horário de trabalho, com toda a estrutura da Presidência da República, ela veio a São Paulo ouvir piedosamente o oráculo de São Bernardo do Campo.
É inacreditável, além de uma cruel ironia, diante das condenações pelo STF do núcleo duro do partido da presidente. Foi uma gigantesca demonstração de desprezo pela decisão da Suprema Corte. E ainda dizem que Dilma é mais "institucional" que Lula...
Com o tempo vão ficando mais nítidas as razões do ex-presidente para pressionar o STF a fim de que não corresse o julgamento. Afinal, ele sabia de todas as tratativas, conhecia detalhadamente o processo de mais de 50 mil páginas sem ter lido uma sequer.
Conhecia porque foi o principal beneficiário de todas aquelas ações. E isso é rotineiramente esquecido. Afinal, o projeto continuísta de poder era para quem permanecer à frente do governo?
A "sofisticada organização criminosa", nas palavras de Roberto Gurgel, o procurador-geral da República, foi criada para beneficiar qual presidente?
Na reunião realizada em Brasília, em 2002, que levou à "compra" do Partido Liberal por R$ 10 milhões, Lula não estava presente?
Estava.
E quando disse - especialmente quando saiu da Presidência - que não existiu o mensalão, que tudo era uma farsa?
E agora, com as decisões e condenações do STF, quem está mentindo?
Lula considera o STF farsante?
Quem é o farsante, ele ou os ministros da Suprema Corte?

Como bem apontou o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, o desprezo pelos valores republicanos chegou a tal ponto que ocorreram reuniões clandestinas no Palácio do Planalto.
Isso mesmo, reuniões clandestinas. Desde que foi proclamada a República, passando pelas sedes do Executivo nacional no Rio de Janeiro (o Palácio do Itamaraty até 1897 e, depois, o Palácio do Catete até 1960), nunca na História deste país, como gosta de dizer o ex-presidente Lula, foram realizadas na sede do governo reuniões desse jaez, por aqueles que entendiam (e entendem) a política motivados "por práticas criminosas perpetradas à sombra do poder", nas felizes, oportunas e tristemente corretas palavras de Celso de Mello.
A presidente da República deveria dar alguma declaração sobre as condenações. Não dá para fingir que nada aconteceu. Afinal, são líderes do seu partido.
José Dirceu, o "chefe da quadrilha", segundo Roberto Gurgel, quando transferiu a chefia da Casa Civil para ela, em 2005, chamou-a de "companheira de armas". Mas o silêncio ensurdecedor de Dilma é até compreensível. Faz parte da "ética" petista.
Triste é a omissão da oposição.
Teme usar o mensalão na campanha eleitoral.
Não consegue associar corrupção ao agravamento das condições de miséria da população mais pobre, como fez o ministro Luiz Fux num de seus votos.
É oposição?
MARCO ANTONIO VILLA - HISTORIADOR. É PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DA BOA VIDA PARA A HISTÓRIA DA CAROCHINHA


“Saio da boa vida para entrar na história da carochinha”
Por Maria Lucia Victor Barbosa
Na sua Carta Testamento Getúlio Vargas escreveu: “Saio da vida para entrar na história”. Lula jamais cometeria o suicídio ainda que imerso no mar de lama em que se afoga seu partido. A frase mais adequada a seu pronunciamento seria: “Saio da boa vida para entrar na história da carochinha”.
Lula da Silva é claro continua na boa vida no sentido de gozar dos benefícios da “zelite”, mas não é a mesma coisa de quando era presidente da República.
E como não governou, mas deixou a vida levá-lo entre viagens espetaculares, palanques constantes, recepções a atletas, reuniões festivas, homenagens infindas, sendo que nos primeiros anos de mandato tinha uma espécie de primeiro-ministro atualmente condenado pelo STF como chefe da quadrilha do mensalão, José Dirceu, a existência presidencial era um não acabar de maravilhas.
Tretas, mutretas, trapaças ficavam a cargo do homem forte do governo que, como o próprio afirmou nada fazia sem que o chefe Lula soubesse e consentisse.

Que boa vida!
Lula pairava acima da lei.

Podia falar o que quisesse porque mesmo os maiores despautérios eram saudados com palmas, risos, gritos de júbilo.
Dessa boa vida Lula saiu em que pese desejar ardentemente a ela voltar.
Ele sabe que ter ou não ter poder eis a questão.
Entrar para a história da carochinha merece uma explicação. No passado histórias da carochinha eram narradas para crianças que acreditavam piamente nos contos, lembrando que carocha quer dizer peta, mentira.
Ora, Lula é um exímio contador de lorotas, um ególatra que se gaba constantemente de feitos que não fez.
Lula é uma propaganda enganosa bem sucedida digna de entrar eternamente para a história da carochinha apesar de que sua peta mais hilária, a que reza que o mensalão nunca existiu, foi agora desmentida pelo Supremo Tribunal Federal.
No julgamento considerado o mais importante de nossa história, além da condenação de várias figuras que atuaram como linhas auxiliares nos crimes de corrupção do governo Lula este amarga as que complicaram a vida de José Dirceu, carinhosamente apelidado de “capitão do time”; de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT; de José Genoino, ex-presidente do PT.
São figuras exponenciais do partido marcado pelo maior crime de corrupção governamental já havido no país, a monumental compra de votos de parlamentares cujo objetivo era a manutenção do PT no poder.
Algo, portanto, maculado com requintes de golpismo tão próprio da mente stalinista que articulou a sórdida trama.
Desagradavelmente surpreso Lula e os companheiros assistem ministros do Supremo Tribunal Federal julgando de acordo com a lei e melhor, com a isonomia que significa que a lei é igual para todos.
Destaque para o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, que nunca foi um boa vida nem precisou de cotas para chegar aonde chegou por mérito.
Ao horror das hostes petistas se opõe o encantamento cívico de grande parte da nação que não acreditava mais na condenação de poderosos.
Afirma assim sua independência o Poder Judiciário prestando um relevante serviço à democracia.
Diante da vexaminosa desventura a reação do ex-presidente não poderia ser pior.
Ele taxa o julgamento de hipocrisia, o que se configura uma afronta monumental, um desrespeito profundo, um desacato de enormes proporções ao STF.
Delúbio, o “homem bomba” que se imola pela causa continua calado.
Genoino diz ter a “consciência dos inocentes”, a mesma que devia ter Jacques o estripador.
No repetido diapasão petista ataca a imprensa, os reacionários, os moralistas, o STF e sonha em vão com o “favorecimento da população” aos crimes por ele e pelos companheiros cometidos.
José Dirceu, depois da conversa fiada e requentada da luta de classes, de direita versus esquerda, algo tão antigo quanto sua fuga para Cuba prefere voltara à obsessão do fortalecimento do poder petista e apela para a necessidade da vitória em São Paulo, além de frisar a urgência da consecução do antigo projeto de amordaçamento da mídia e do controle do Judiciário.
Não há dúvida de que ele aprendeu muito com seu ídolo Fidel Castro.
Certamente o PT enlameado não acabou.
Lula, ainda desfruta de popularidade e conta com os que pensam que histórias da carochinha são reais.
E tem mais.
Neste segundo turno os institutos de pesquisa, que erraram de cabo a rabo, já começaram a desenvolver seus enredos favorecendo a quem interessa.
Partidos são meros clubes de interesse facilmente cooptáveis. No PSDB, muitos erros estratégicos colaboram para o êxito do lulismo.
Entretanto, vai ficando cada vez mais evidente que “capitão do time” tinha um “general” que até hoje se diz um pobre operário.
O dia em que houver no Brasil uma oposição para valer isto ficará provado e o STF fará justiça.
Somente desse modo acontecerá para as futuras gerações o resgate moral dessa fase da política delinquente.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
mlucia@sercomtel.com.br
www.maluvibar.blogspot.com.br
@maluvi 
DO R.DEMOCRATICA