terça-feira, 19 de março de 2019

Trump e Bolsonaro celebram 'o ocaso do socialismo' nas Américas

terça-feira, 19 de março de 2019

Americano afirma que cogita até entrada do Brasil na Otan; questionado se apoiaria uma intervenção militar na Venezuela, brasileiro diz que não revelaria questões estratégicas

Jussara Soares, enviada especial , Paola de Orte, especial para O Globo e Daniel Ritner, do Valor Econômic

Jair Bolsonaro e Donald Trump chegam para entrevista coletiva após encontro bilateral
Foto: KEVIN LAMARQUE / REUTERS

WASHINGTON — Em uma entrevista conjunta nos jardins da Casa Branca, os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro mostraram o tom amistoso que deu o tom no encontro no Salão Oval, a portas fechadas, nesta terça-feira. Elogiando a campanha do presidente brasileiro, Trump disse que "o ocaso do socialismo chegou no nosso Hemisfério Ocidental", elogiou a ajuda do Brasil em relação à crise na Venezuela, afirmou que os dois países estão comprometidos em reduzir barreiras comerciais e disse que irá designar o Brasil como aliado extra da Organização do Tratado do Atlântico Norte ou "até mesmo da Otan".

— Hoje, eu e Bolsonaro falamos sobre Venezuela. O Brasil tem sido líder no retorno da Venezuela à democracia. Foi uma das primeiras nações a reconhecer o presidente legítimo (Juan) Guaidó (que se autoproclamou presidente interino em janeiro). Temos que parabenizar o povo brasileiro pela ajuda humanitária — afirmou o americano, aproveitando para fazer campanha numa referência velada aos democratas, que chama de socialistas. — Pedimos aos militares da Venezuela que parem de apoiar Maduro, que não é mais do que uma marionete de Cuba. O ocaso do socialismo chegou no nosso Hemisfério Ocidental e no nosso país também.

No mesmo tom ideológico, Bolsonaro citou o Foro de São Paulo, que segundo ele, "esteve próximo de conquistar o poder em toda a América Latina".

— Estados Unidos e Brasil estão irmanados na fé em Deus, contra a ideologia de gênero, o politicamente correto e as fake news. Queremos uma América grande e um Brasil grande também. Selamos uma aliança promissora entre as duas maiores democracias das Américas — disse o brasileiro, comentando ainda a relação comercial do Brasil com a China. — O Brasil vai fazer negócios com o maior número de países do mundo, mas sem viés ideológico.

Questionado por uma repórter americana sobre como ficarão as relações entre Brasil e Estados Unidos caso um adversário de Trump vença as eleições de 2020, Bolsonaro afirmou acreditar na reeleição do atual presidente:

 — É um assunto interno e respeitaremos o resultado das urnas em 2020. Mas eu acredito piamente na reeleição do presidente Trump.

— Obrigada, eu concordo — prontamente afirmou o americano.

Sobre a questão política na Venezuela, Bolsonaro afirmou que o "combate ao terrorismo e crime organizado são questões de urgência para os nossos povos":

— O restabelecimento da democracia na Venezuela é de interesse de nossos governos. No momento, estamos neste ponto: faremos o que for possível, juntos, para acabar com a ditadura venezuelana.

Ao ser perguntado sobre uma possível intervenção militar, no entanto, o presidente brasileiro foi mais cauteloso:

— Tem certas questões que se você divulgar deixam de ser estatégicas. Essas questões não podem se tornar públicas. Certas informações, se vierem à mesa, não podem ser debatidas de forma pública. É uma questão de estratégia e tudo o que tratarmos aqui será honrado.

Trump, por sua vez, voltou a dizer que os Estados Unidos estão "abertos a todas as possibilidades e opções". E disse que até cogita entrada do Brasil na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan):

— Pretendo designar o Brasil como um grande aliado não integrante da Otan ou mesmo possivelmente, se começarmos a pensar nisso, talvez um aliado da Otan — afirmou Trump. — Tenho que conversar com muita gente, mas talvez um aliado da Otan, o que seria um grande avanço na segurança e cooperação entre nossos países.

Em relação ao comércio bilateral, Trump elogiou Bolsonaro por abrir a economia:

— Teremos uma relação de trabalho muito boa, temos ideias muito parecidas. Pensamos a mesma coisa em relação ao comércio. Bolsonaro tem uma visão de liberar o setor privado e abrir a economia. Esse é o caminho para o crescimento econômico — afirmou, comentando o pedido do Brasil para fazer parte da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico. — Damos as boas vindas às aspirações do Brasil de entrar na OCDE.

Bolsonaro agradeceu:

— O apoio americano ao ingresso na OCDE será entendido como um gesto de reconhecimento. Esta é a hora de superar toda a resistência e explorar o vasto potencial entre Brasil e EUA.

Trump ainda elogiou a campanha de Bolsonaro:

— Quero lhe parabenizar por sua incrível vitória nas eleições de outubro. Foi incrível, um desafio muito grande. Parabenizo por sua recuperação do episódio terrível que sofreu.

Bolsonaro chegou de carro à Casa Branca e foi recebido na entrada da Ala Oeste por Trump, que o esperava. No Salão Oval, os dois presidentes trocaram camisas de futebol e saudações. Trump entregou uma camiseta de um time local a Bolsonaro. O presidente brasileiro retribuiu com uma camiseta da seleção com a número 10, usado por Pelé. Como havia feito na véspera, Bolsonaro ignorou as seguidas visitas de seus antecessores aos Estados Unidos, e disse que o Brasil mudou "após algumas décadas de presidentes antiamericanos".
 
O encontro com Trump foi o ponto alto da viagem do presidente brasileiro aos Estados Unidos. Bolsonaro chegou a Washington no domingo e na segunda discursou na Câmara de Comércio dos EUA. Esta é a primeira viagem bilateral do brasileiro. 19/03/2019DO R.DEMOCRATICA

ANÁLISE EXCLUSIVA! A IMPORTÂNCIA E O IMPACTO GEOPOLITICO DO ENCONTRO DOS PRESIDENTES JAIR BOLSONARO E DONALD TRUMP.

Terça-feira, março 19, 2019


Creio que a cobertura da NBR neste vídeo, emissora oficial do Governo brasileiro, sobre a visita do Presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos está melhor do que a da grande mídia com seus comentaristas insuportáveis e manipuladores. O vídeo está com ótima qualidade.

A visita do Presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, ao contrário de interpretações e análises formuladas pela grande mídia não tem nada em comum com as visitas mais recentes de outros presidentes brasileiros. A diferença fundamental da reunião Bolsonaro-Trump vai muito mais além dessas interpretações baratas que tentam minimizar a importância do encontro entre os dois Chefes de Estado ao mesmo tempo em que relativizam o evento.

Também não se tem na história das relações entre Brasil e Estados Unidos uma acolhida por parte de um Chefe de Estado norte-americano a um Presidente brasileiro como se registra agora. Para começo de conversa o Presidente Donald Trump hospedou o Presidente Jair Bolsonaro e sua comitiva na Blair House, instalação destinada a acolher os mais altos dignitários em visita oficial aos Estados Unidos. Não me recordo que essa honraria tenha sido dispensada no passado a Presidentes brasileiros em visita oficial aos Estados Unidos.

E não pode ser descurado de forma nenhuma o fato de que e comportamento político-ideológico de Bolsonaro e Trump tem muito mais semelhanças do que divergências. Tanto é que a reação do establishment e sua ponta de lança que é a mainstream media em relação a ambos são rigorosamente iguais, ou seja, de cerrada oposição. A reação à ascensão de Bolsonaro à Presidência da República no Brasil, tida como evidente durante a campanha eleitoral chegou a tal ponto que tentaram assassiná-lo.
Outro detalhe importante a ser notado em decorrência dessa visita oficial do Chefe de Estado brasileiro aos Estados Unidos é que pela primeira vez na história se verifica uma sintonia de propósitos manifesta entre os dois Chefes de Estado. Sim, porque principalmente a partir da dita Nova República após o ciclo de governos militares, a questão ideológica calcada no antiamericanismo foi elevada ao extremo sob a dominância da visão comunista, principalmente a partir da chegada ao poder no Brasil do esquerdista Fernando Henrique Cardoso que abriu as portas do Poder a Lula e seus sequazes atrelando a política exterior do Brasil aos ditames do Foro de São Paulo.

Essa guinada ultraesquerdista teve como primeiro efeito o afastamento do Brasil dos Estados Unidos e a ascensão de títeres comunistas em todo o continente latino-americano. Deve-se notar também que essa inflexão à esquerda combinou-se com a ascensão do comunista Barack Obama nos Estados Unidos, haja vista que lá também, sob o manto do Partido Democrata, viceja historicamente o deletério esquerdismo.

A visita oficial do Presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos tem de ser analisada sob esses parâmetros que acabei, resumidamente, de anotar e que jamais serão aventados pelos analistas - todos eles esquerdistas - que dominam a grande mídia. E isso vale também para os Estados Unidos, embora lá ainda pontifiquem veículos de mídia como a TV Fox News além de jornais e sites noticiosos de viés conservador, bem como uma pujante rede de emissoras de rádio com notáveis jornalistas e comentaristas conservadores.
O mais importante site noticioso conservador do mundo com sede nos EUA, o Breitbart, deu destaque para o encontro Blosonaro-Trump, registrando o momento em que o Presidente brasileiro entrega ao líder norte-americano a camisa 10 da Seleção de Futebol Brasileira. Antes Trump presenteou Bolsonaro com camiseta de time norte-americano.
E para concluir, deve-se assinalar que na história política do Brasil, Jair Bolsonaro é o primeiro Presidente da República de viés conservador e que chegou ao poder ancorado num apoio popular inaudito. Coube a Bolsonaro rasgar o manto vermelho da escrotidão comunista que encobria a realidade, ou seja, que majoritariamente o povo brasileiro é conservador nos costumes e na política.

Portanto esta visita do Presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos difere de todas as outras realizadas por presidentes anteriores. Tanto é que tem um poderoso impacto geopolítico que a grande mídia e seus jornalistas subordinados ao establishment tentarão de todas as formas minimizar.

Finalmente, deve-se considerar ainda que a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República do Brasil tem sim impacto geopolítico super importante naquilo que concerne ao que tem sido conceituado como "globalismo" estratégia operada principalmente pela ONU e União Europeia tendo em vista um poder global que planeja fazer tábula rasa dos Estados-nação. DO A.AMORIM