segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dupla desafinada

“Eu sou o presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Posso garantir ao senhor que os preços não vão subir”.

Guido Mantega, a um empresário que lhe perguntou se devia acreditar no ministro da Fazenda ou no presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que já avisou que o preço da gasolina vai subir, deixando o país  sem saber qual dos dois vai chorar com outro pito de Dilma Rousseff para aprender a não dizer besteiras em público.
AUGUSTO NUNES-REV-VEJA

Cuide dos bandidos, Sarney, e deixe os cidadãos em paz.


Ao invés de novo plebiscito sobre o desarmamento, proponha leis mais duras para os criminosos, torne mais rigoroso o Código Penal e proponha prisão perpétua. Só assim a bandidagem que usa armas ilegais ficará com um pé atrás. Menos leniência com os facínoras e mais respeito aos cidadãos que, por necessidade, se submetem às dificuldades legais para obter uma arma de fogo. Cuide dos ilegais, senador, que dos cidadãos honestos cuida a lei. Ponto.

E para você, senador, eu não chamo Charlton Heston, mas o John Wayne. Se vier novo plebiscito, nova surra.
DO BLOG DO ORLANDO TAMBOSI

O assassinato da esperança


No
Ano 9 da Era da Mediocridade, os ibopes e sensus repetem a cada
pesquisa que milhões de brasileiros, sobretudo os alojados no miserável
universo do Bolsa Família, aprenderam a renunciar ao sonho, a
render-se sem lamentos ao assassinato da esperança e a contentar-se com o adiamento da morte. É suficiente a vida envilecida, sem horizontes, embrutecida. Uma vida não vivida. Augusto Nunes - Veja Online ( aqui
)
DO MOV.ORDEM VIG.CONTRA CORRUPÇÃO

A banalização dos símbolos


Prof.ª Aileda de Mattos Oliveira
(Membro da Academia Brasileira de Defesa)


O ministro da Defesa, num dos seus desastrados discursos, pretendeu que o passado seja esquecido, embora a reciprocidade não ocorra, pois sua colega de outra pasta deseja, como a Rainha de Copas, cortar as cabeças de quem não admite rezar pelas contas de seu rosário, na ladainha da tal Comissão punitiva.

Não há como esquecer o passado ao ver a senhora Rousseff em função presidencial, pondo em prática a arte da dissimulação em benefício de seus objetivos políticos, que não se modificaram, apesar do tempo. Há que se admitir, no entanto, que os seus artifícios de captação de simpatia pode ter surtido efeito a alguns, como ao Tríplice Comando. O ministro que deseja que se pense somente no futuro deve se sentir recompensado com o comportamento servil do trio que esqueceu o passado.

As notícias desagradáveis se sucedem e dão ciência de que os atos executados pelos que deveriam resguardar a aura dos símbolos de suas respectivas Instituições, a fim de estimularem a sua conquista com o respeito de quem os recebe, respondem, agora, pela perda do caráter místico que os envolvia, esvaziando-os de seu valor histórico e afetivo, pela banalidade de sua distribuição.
DO MOV.ORDEM.VIG.CONTRA CORRUPÇÃO

“Balanço dos cem dias de Dilma é decepcionante”

  aloysio nunes 

Senador Aloysio Nunes no plenário do Senado - Cadu Gomes
Liderança do PSDB - No plenário no do Senado, o senador Aloysio Nunes (PSDB/SP) classificou de “decepcionante” o balanço dos cem dias do Governo Dilma. Na mesma linha do líder Álvaro Dias (PSDB/PR), o senador paulista afirmou que a presidente da República não realizou nenhuma iniciativa concreta decorrente das suas anunciadas intenções, seja quanto à reforma política ou tributária, seja quanto à redução do gasto público e controle da inflação.
“Passados três meses, nem uma linha, orientação ou um ponto de vista, Governo sobre a reforma política. Nada. Nem uma palavra da presidente ou da sua coordenação política sobre qual o sistema eleitoral mais conveniente para o País.”
Ele lembrou que, quando veio ao Congresso anunciar suas intenções no início do ano, Dilma Rousseff apontou a reforma tributária como uma exigência inadiável para o desenvolvimento do País e chegou até a adiantar que fazer um estudo fatiado do assunto.
“Até agora não chegou ao Congresso nenhuma ínfima fatia desse estudo, nada. Era de se esperar que, já no período da transição, entre a  eleição e a posse, a presidente fizesse um rascunho pelo menos para dizer aos brasileiros como vai fazer para desonerar a folha de pagamento”, declarou.
Até agora, disse o senador tucano, o Governo Dilma, só se dirigiu ao Congresso para retirar a sua prerrogativa de debater o salário mínimo e para enviar medidas provisórias, a exemplo do que autoriza mais um empréstimo do BNDEs para grandes empresários privados, desta vez para os que vão participar do consórcio responsável pela construção do trem bala. “Enquanto isso, os leilões do trem bala são sucessivamente adiados, um atrás do outro”, criticou.
Quanto à inflação, Aloysio Nunes disse que Dilma Rousseff garantiu que não permitiria a sua volta “em hipótese alguma, mas a inflação já vem se aproximando do teto da 6,5% para os próximos doze meses projetado pelo Governo. “No combate à inflação, o Governo está perdido como barata tonta. Basta ver declarações do ministro da Fazenda, anunciando medidas que nada têm a ver com o diagnóstico”, opinou.
Em seguida, completou: “Lamento fazer essa constatação, mas tenho receio de que a presidente esteja desperdiçando capital político. Ela traz consigo a responsabilidade de quem, venceu uma eleição disputada e renhida. E a inflação é o caminho certo para o esvaziamento político de um governo, que precisa adotar medidas duras e difíceis para reverter os problemas angustiantes e urgentes que o povo brasileiro enfrenta.”

Trabalho escravo: vamos expropriar o governo; vamos expropriar Dilma Rousseff

Vocês estão acompanhando o noticiário sobre a existência de trabalho degradante nos canteiros de obras do PAC, seja na construção de usinas, seja na construção de casas. Quando é que um deputado ou senador de esquerda vai sugerir uma PEC propondo a expropriação de construtoras e empreiteiras? Do que estou falando? Leiam isto:

No dia 17 de março deste ano, a Agência Brasil noticiava o que segue:
“A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, pediu hoje (17/3) que o Senado dê prioridade à aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o confisco de terras onde for constatada a exploração de mão-de-obra escrava.
Ela lembrou que a legislação atual brasileira prevê, por exemplo, a possibilidade da perda da terra no caso de a propriedade ser usada para o cultivo de plantas usadas para a produção de drogas, o que não ocorre no caso de flagrante de trabalho escravo.
Para ela, o país não pode mais conviver com a prática desse tipo de crime e é necessário endurecer a lei a respeito de tema. “O trabalho escravo é a maior degradação que existe e não podemos mais conviver com ele”, ressaltou a ministra, durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado.”
A ministra está se referindo a uma PEC já aprovada na Câmara que prevê a expropriação da propriedade rural em que for constatado trabalho escravo ou análogo à escravidão. Mas o que, afinal de contas, caracteriza o “trabalho escravo ou análogo”?
O trabalho rural é regulado pela Norma Regulamentadora 31 (a NR-31) ,do Ministério do Trabalho. O empregador está obrigado a cumprir 252 itens. A depender do humor do fiscal, o descumprimento de um único já caracteriza o tal “trabalho escravo”. Querem um exemplo? Se um empregado é contratado para trabalhar numa roça de café, por exemplo, e, por alguma razão, o dono da propriedade o transfere para cuidar do jardim e do gramado da sede da fazenda, isso só pode ser feito mediante exame médico aprovando a sua aptidão para o novo trabalho. Ou isso ou “trabalho análago à escravidão”…
Agora vejam esta foto de Joel Silva, da Folhapress.
canteiro-dois-pac1
Acima, vocês vêem um alojamento de operários na periferia de Campinas, interior de São Paulo, que estão construindo casas do programa “Minha Casa, Minha Vida”. As construtoras estão trabalhando, como sabem, para o governo federal. Trata-se de uma iniciativa financiada por dinheiro público. Vejam a foto de novo, por favor. Viram? Agora leiam algumas das exigências da NR-31 que para o trabalho rural.
31.23.5 Alojamentos
31.23.5.1 Os alojamentos devem:
a) ter camas com colchão, separadas por no mínimo um metro, sendo permitido o uso de beliches, limitados a duas camas na mesma vertical, com espaço livre mínimo de cento e dez centímetros acima do colchão;
b) ter armários individuais para guarda de objetos pessoais;
c) ter portas e janelas capazes de oferecer boas condições de vedação e segurança;
d) ter recipientes para coleta de lixo;
e) ser separados por sexo.
31.23.5.2 O empregador rural ou equiparado deve proibir a utilização de fogões, fogareiros ou similares no interior dos alojamentos.
31.23.5.3 O empregador deve fornecer roupas de cama adequadas às condições climáticas locais.
31.23.5.4 As camas poderão ser substituídas por redes, de acordo com o costume local, obedecendo o espaçamento mínimo de um metro entre as mesmas.
Concluindo
Bem, parece evidente que a construtora que trabalha para Dilma Rousseff, se empregador rural fosse, seria, efetivamente acusada de trabalho escravo ou análogo à escravidão. Os 252 itens da NR-31 talvez não sejam cumpridos nem na Suíça. Se vocês lerem a íntegra  — é fácil achar na Internet — , a maioria dos caseiros de propriedades rurais Brasil afora, muitos deles vivendo bem, obrigado!, seriam “escravos”. Mas não quero debater isso agora.
O que pergunto é se a valente esquerda nativa vai propor também a expropriação de empreiteiras e construtoras, a exemplo do que se quer fazer com a propriedade rural. Ou será que um dono de terra é, como direi?, “menos proprietário de sua propriedade” do que os outros?
Reitero: o que se vê acima tem a chancela do governo federal. As construtoras são apenas as empresas terceirizadas. O patrão é o governo; a patroa é Dilma!
Já sei! Vamos expropriar o governo federal! Vamos expropriar Dilma Rousseff!
Cadê a esquerda, que não bota a boca no trombone? Deve estar empenhada em algum projeto para se pendurar nas tetas do governo. A luta em favor da “craçe operária” só faz sentido quando há algum partido inimigo no poder.
Por Reinaldo Azevedo
REV.VEJA

Dilma virou 'quase bonachona', diz FHC



Nos cem dias de Dilma Rousseff, FHC propõe oposição menos agressiva do que foi com o ex-presidente Lula


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avalia que, nestes primeiros cem dias do governo Dilma Rousseff, o que mais se notou foi a substitutição do estilo “popular-tonitruante” de Luiz Inácio Lula da Silva pela fala “tecnocrática-comedida” da atual presidenta.
Na entrevista abaixo ao Poder Online, feita por email, FHC afirma que Dilma Rousseff, nestes cem dias, abandonou sua imagem antiga, “carrancuda e autoritária”,  e adotou o estilo de uma “senhora quase bonachona, embora cortante quando necessário”.
Fernando Henrique mostra simpatia pela atual presidenta, e o mesmo mal estar dos últimos anos com Lula.
Dito isto, o ex-presidente tucano propõe: a oposição a Dilma Rousseff deve ser menos agressiva, “o que ajudará a melhorar nossos costumes políticos”.
Poder Online – Qual sua avaliação sobre estes  primeiros cem dias do governo Dilma Rousseff?
Fernando Henrique Cardoso - É difícil julgar um governo pelos cem primeiros dias, pois a opinião pode ser mero preconceito ou, ao contrário, uma visão que se pensa que é objetiva mas pode ser precipitada. Talvez se possa falar mais apropriadamente do “estilo de governar” do que das políticas do governo. Neste sentido, o contraste entre  o estilo “popular-tonitruante” de Lula e a fala tecnocrática-comedida de Dilma seja o que mais se nota.
Poder Online – E como o senhor classificaria o estilo Dilma?
Fernando Henrique Cardoso - Vê-se que a presidente entendeu que no mundo contemporâneo a imagem conta muito: apresenta-se elegante e sorridente, não se poupando de posar para os fotógrafos. E no lugar da carrancuda e autoritária Dilma aparece uma senhora quase bonachona, embora cortante quando necessário.
Poder Online – Esse estilo é melhor ou pior do que o do ex-presidente Lula?
Fernando Henrique Cardoso – Como o país, ou melhor as elites atentas à mídia pareciam cansadas do estilo anterior, a sensação é de “normalidade”, quase alívio: menos piruetas verbais, menos escorregões retóricos que levam a opiniões superficiais e mesmo absurdas, do que as que ouvíamos no passado recente. Mas atenção: estilo não quer dizer substância das políticas. O caso da Vale mostra que continua a tendência à ingerência do governo em matéria econômica que não lhe diz respeito. E a proclamada austeridade fiscal se choca com a continuidade de transferências de recursos do Tesouro (na verdade empréstimo tomados no mercado) para o BNDES subsidiar as “empresas vencedoras”, escolhidas pelo governo para serem as condutoras do crescimento econômico.
Poder Online – Como foi o seu encontro com ela durante aquele almoço com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama?
Fernando Henrique Cardoso – Meu encontro com a presidente no almoço do Obama, assim como o encontro anterior em uma homenagem ao jornal Folha de S.Paulo, foi simpático e atencioso. Pessoalmente só recebi gentilezas de alguém que durante o passado teve apenas encontros breves comigo e não amizade. Já o Lula …
Poder Online – E a oposição à Dilma? Deve ser diferente da oposição feita ao ex-presidente Lula?
Fernando Henrique Cardoso – Talvez ela requeira menos agressividade, posto que no governo anterior o PSDB foi definido como “inimigo”, e eu como a personificação do diabo. Menor agressividade não quer dizer menos clareza na crítica, quando for o caso, mas talvez seja possível dizer com maior objetividade no que e por qual motivo discordamos, o que ajudará a melhorar nossos costumes políticos e a permitir que as pessoas conheçam melhor a razão pela qual apóiam ou discordam de tal ou qual decisão do governo.
Fonte: IG
DO BLOG DO WELBI
1 comentários:
AGUIA DOURADA disse...
Tá bom fhc por falta de agressividade a oposição perdeu duas eleições e caminha para uma terceira se este for o caminho, porque não pede desculpas a ela pelos poucos momentos em que o psdb se posicionou contra, a culpa por tudo que está acontecendo tem a mão do psdb por omissão os eleitores não querem saber de plumas e sim de cacetetes... assim não dá sempre gostei mais do DEM votei em Serra por causa dele e do indio, dois dos poucos que honram a OPOSIÇÃO.

POLITICAMENTE CORRETO JÁ ENCONTROU O CULPADO PELA TRAGÉDIA DE REALENGO: O REFERENDO DE 2005


A coleção de bobagens e vigarices que os "especialistas do fato consumado" têm repetido desde a lamentável tragédia ocorrida em Realengo é assustadora.
Imagem da Internet
fotoformatação (PVeiga)



"Abraham Lincoln may have freed all men, but Samuel Colt made them equal."

Esses falsos profetas, seduzidos pela psicologização do mundo, espancam a lógica com a mesma desenvoltura com que derramam sua avalanche de argumentos desprovidos de qualquer fundamento concreto.

Ninguém se interessa pelos dados objetivos - e o maior de todos, está posto, é a responsabilidade individual do assassino -, mas apenas pelo hobby preferido de todo pensador politicamente correto: levar os clichês para passear.
Eu fico fascinado com a desfaçatez de um acadêmico que vai à TV dizer, com um ar afetado de autoridade, que "é mais provável morrer num assalto quando se está armado".

De nada adianta lembrar à audiência que essa "constatação" não passa de um chute, afinal não há nenhum estudo empírico que a confirme.

Que nada! O estrago já está feito...

O coração condoído e a comoção nacional se encarregam de incutir no subconsciente do telespectador a mensagem nada oculta: "ARMAS MATAM! É PRECISO DESARMAR A POPULAÇÃO!"
Bullshit!

Se esse tipo de argumentação tivesse que ser levada a sério verdadeiramente, seria necessário, por honestidade intelectual e respeito ao debate, apontar o quadro geral da coisa.

Por exemplo, como quantificar quantos crimes já foram evitados simplesmente porque uma pessoa armada deu um disparo pro alto, afugentando o bandido que pretendia entrar na casa ao lado?

Ou essas estatísticas são apresentadas por inteiro, ou deixa-se de uma vez de lado esse exercício cotidiano de "mãe Dinah" que os intelectuais vêm fazendo nos meios de comunicação.
Pessoalmente, nem preciso de estatísticas para ser contra qualquer campanha estatal a favor do desarmamento.

Basta lembrar que Sarney apóia essa estrovenga ridícula e, na minha escala individual de valores, tudo o que é bom para Sarney, é ruim para o Brasil...

Estou exagerando? Bem, me digam vocês: alguém aí daria ouvidos a Sarney se ele aparecesse dizendo que comprar o carro "A" é melhor que comprar o carro "B"? Ou que um Big Bob é melhor que um Big Mac? Ou, ainda, que um milk shake de morango é melhor que um de ovomaltine? Ora, então por que diabos eu deveria escutar o que ele acha melhor sobre o porte de armas? Eu, não!
"Ah, mas isso é ser muito maniqueísta. Rejeitar só porque Sarney apóia não é algo muito simplório?"
Bom, até posso concordar que seja.

Mas o fato é que há uma infinidade de argumentos lógicos capazes de mostrar - de forma conclusiva - que o desarmamento civil não tem absolutamente nenhuma relação com tragédias como a do Rio. Mostrar isso é espantosamente simples, basta que o interlocutor esteja disposto a entender.
Antes de qualquer outra coisa, é preciso que se pare de uma vez por todas com essa estupidez de dizer que ou o Brasil restringe (ainda mais!) o comércio legal de armas, ou vamos virar um país como os Estados Unidos.

Já disse antes, e repito: queira Deus que nos tornemos como os EUA! Sabem por quê? Porque lá mata-se seis pessoas por grupo de 100 mil habitantes, quatro vezes menos que nestas terras tupiniquins. Isso, meus caros, não é assim porque eu quero que seja. É assim porque assim são os fatos!
Sim, eles têm lá seus massacres em Columbines da vida, mas that's the point: nenhum lugar do mundo está livre da ação de psicopatas. Prever - e evitar - casos como o de Realengo - atenção agora! - NÃO é política de Estado, afinal é simplesmente impossível determinar quando vai ocorrer um surto psicótico em alguém.

Política pública é garantir que os cidadãos livres não sejam assaltados e mortos nas ruas, ou dentro de suas casas. Agora digam aí: onde os indivíduos estão mais protegidos no seu cotidiano? Na belicosa América, ou neste país mulato-hospitaleiro-pacífico-e-malemolente? So, I rest my case!
E eu nem vou aqui perder tempo comparando os índices de criminalidade do Brasil com os da Suíça, o país que tem a população civil mais armada do mundo. Tenho certeza que vocês já entenderam o espírito da coisa, e que não será preciso passar mais um carão no suposto pacifismo brasileiro...
"Mas se o psicopata não tem acesso a armas, há menos risco de causar mortes", argumentam os que insistem em ligar o caso Realengo ao desarmamento civil.

Meus queridos vamos entender de uma vez por todas o seguinte: um psicopata não comete suas atrocidades porque tem acesso a armas. Ele as comete porque... é um psicopata!

Não se trata de oportunidade, mas de condição, percebem?

Se o tal Wellington não tivesse conseguido comprar armas (ilegalmente, diga-se de passagem. A proibição do comércio legal can suck my balls...), ele teria entrado lá com facas, correntes, barbeadores enferrujados ou qualquer outra coisa.

O que temos de fato concreto é que proibir o comércio legal de armas não poderia garantir que fatos como os ocorridos em Realengo deixassem de acontecer.

Ou vocês acham que o psicopata, tal qual São Paulo na estrada de Damasco, veria a luz e decidiria, pelo bem dos outros, não comprar armas no mercado negro?

Ora, tenham a santa paciência!

Afinal, é preciso que se lembre que as pistolas usadas por Wellington não foram adquiridas legalmente, com emissão de nota fiscal e toda a burocracia (que é imensa!) pertinente.

Again: como diabos a vitória do "SIM" naquele referendo (ou em algum outro) poderia ter mudado as coisas?

Não poderia! Essa linha argumentativa não passa de trapaça retórica pura e simples.
E nem vou perder muito tempo comentando a idiotice segundo a qual toda arma ilegal foi, um dia, legal. Isso implicaria dizer que todas as armas hoje na ilegalidade foram roubadas da casa de alguém, o que é, por motivos óbvios, uma estupidez sem tamanho.

Sem considerar casos como o do maluco que abriu fogo num cinema em Campinas (acho que foi lá mesmo, mas giyf), matando várias pessoas.

Pra quem não lembra, o rapaz estava portando uma metralhadora Uzi, uma arma de uso exclusivo das Forças Armadas!

Desnecessário dizer que aquela belezinha nunca foi legal, afinal ninguém pode comprar algo assim na loja da Taurus mais perto de você. E aí, desarmamentistas? Cadê seu Deus agora?!
Eu não gosto de armas. Não teria uma arma. Mas não aceito que o Estado me tire o direito de poder vir a ter uma arma, no dia em que eu decidir fazê-lo, ainda mais quando o faz valendo-se de desculpas esfarrapadas de quinta categoria!
DO B. RESISTENCIA DEMOCRATICA

Não perca as reveladoras anotações no diário de Dilma Rousseff em março

Confira na seção Feira Livre o terceiro capítulo do Diário da Dilma publicado na edição nº 55 da  revista Piauí.

AUGUSTO NUNES-REV.VEJA

Descaso com o Fundeb

MENTIRA
“Os recursos do Fundeb [Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica] integram sim o orçamento dos municípios e têm sido decisivos para a valorização da educação básica. É importante lembrar que o Fundeb é fruto de uma emenda constitucional que obriga o investimento de 60% dos recursos do fundo na valorização dos profissionais do magistério. Portanto, estão garantidos os recursos necessários para um dos propósitos para o qual o fundo foi criado, ou seja, a melhoria da remuneração dos professores.” (Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na coluna semanal O Presidente Responde, 22/06/2010.)
A VERDADE
Apesar da dinheirama repassada pelo Fundeb – R$ 17,1 bilhões desde 2007 –, a fiscalização da aplicação dos recursos no governo do ex do PT foi mínima e precária. Sem controle efetivo, mostra reportagem do jornal O Globo, são inúmeras as irregularidades, inclusive o desvio do dinheiro que deveria pagar os salários dos professores. Dos nove estados que recebem complementação federal via Fundeb, sete estão no Nordeste – os outros são Pará e Amazonas. Para o procurador regional da República Fábio George, da 5ª Região, à frente do Fórum de Combate à Corrupção em Pernambuco, sem fiscalização, “o Fundeb é um dos programas mais fraudados na região Nordeste”. Fato comprovado pela Controladoria-Geral da União: 41% das prefeituras investigadas entre 2007 e 2008 tinham licitações fraudulentas, e 58% gastavam dinheiro do Fundeb de maneira indevida. Até agora, o governo Rousseff não mexeu uma palha sequer para resolver o problema. Mesmo assim, mais R$7,8 bilhões serão repassados pelo Fundeb este ano. Sem qualquer garantia de que se revertam em melhor remuneração para os professores. Dinheiro público, pago pelos contribuintes, que escorre pelo ralo da incompetência.
DOB. GENTE QUE MENTE

Finalmente, um discurso tucano de oposição no Senado.


Abaixo, techo do discurso do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) no Senado, hoje à tarde:

A administração de Dilma Roussef, nos seus cem dias vive situação surrealista. Herdeira dos erros e danos gerados pelo Governo anterior, encobertos pelo marketing propagandístico, ufanista, não pode enfrentar com transparência a verdadeira herança maldita recebida, primeiro porque foi responsável e ativa geradora, já que era considerada a administradora geral dos programas governamentais.

Segundo, porque a sua eleição deveu-se à acachapante popularidade fabricada pelo festival de irresponsabilidades fiscais do Governo Lula. É, portanto, herdeira sacramentada e fiel depositária do descontrole das contas públicas, que vem penalizando danosamente os seus cem dias de Governo.

Recolhida ao silêncio palaciano, ela é compelida a sorver os equívocos do seu antecessor. Em vez dos comícios públicos diários, da inauguração de obras inacabadas, de lançamento de projetos ilusórios, o seu Governo vem cultivando o mutismo, não por respeito à liturgia presidencial, mas para evitar confronto com o antecessor. Sua postura tem exibido inegavelmente um contraponto ao comportamento açodado e atropelador da liturgia do cargo do mandatário anterior.

Leia mais aqui.  Ao chegar na página do Senado, clique sobre o nome do senador Álvaro Dias.
DO COTURNO NOTURNO

A Fábrica de dinheiro


DANIEL PEREIRA e RODRIGO RANGEL
Revista Veja
Mesmo banida por envolvimento no escândalo do mensalão. empresa fatura 1 bilhão de reais em obras do PAC. Seu dono é tesoureiro do partido

Esqueça a ladainha dos interesses nacionais e das prioridades da população. Os partidos mostram aquela gana toda para controlar órgãos públicos com a finalidade de conseguir prestígio político e, quase sempre, recursos financeiros. Por isso, transformam ministérios, estatais e autarquias em verdadeiras "fábricas de dinheiro" que funcionam à base de fraudes em licitações, superfaturamento de preços e cobrança de propina em contratos firmados com o governo. Esses ensinamentos são do ex-deputado Roberto Jefferson e estão registrados em documentos produzidos durante as investigações do mensalão, o maior e o mais bem documentado esquema de corrupção da história brasileira. Jefferson falou com conhecimento de causa. Em 2005, quando o escândalo veio à tona, ele presidia o PTB, que instalara uma máquina clandestina de arrecadação de propina nos Correios. Cada empresa fornecedora da estatal repassava um porcentual dos lucros do contrato para o partido. A contabilidade da quadrilha foi exposta em relatório da Polícia Federal. Mostrava, por exemplo, que a Distribuidora de Manufaturados Ltda, (Dismaf) transferia à direção do PTB 4% do que recebia dos Correios.

Seis anos depois, o mensalão é um processo à espera de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Já o PTB e a Dismaf continuam a marchar de mãos dadas pelo terreno caviloso em que se misturam interesses públicos, privados e políticos. Com uma diferença: a empresa - antes modesta fornecedora de materiais de consumo - começou a movimentar cifras que, se somadas, superam a casa do bilhão de reais. Prova de que a corrupção e um excelente negócio. A Dismaf prosperou. Um dos segredos desse crescimento vertiginoso foi uma guinada mercadológica. Em vez de vender bolsas a carteiros e fardas a militares, que renderam 2,6 milhões de reais em 2006, a empresa passou a comercializar trilhos para ferrovias. Só no ano passado, suas vendas ao governo garantiram 346 milhões de reais de faturamento, oriundos de contratos com a Valec, estatal vinculada ao Ministério dos Transportes. O futuro é ainda mais promissor. Há dois meses, a Dismaf ganhou nova licitação da Valec para fornecimento de trilhos às ferrovias Norte-Sul e de Integração Oeste-Leste, duas obras prioritárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Valor do contrato: 720 milhões de reais. A finalização do processo, porém, depende de algumas variantes.

Ainda em fevereiro, um dia depois da licitação, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, mandou suspender o processo. Cardeal do PR, partido que também protagonizou o mensalão. Nascimento decidiu que a Dismaf só será declarada oficialmente vencedora e o contrato só será assinado depois que a área técnica da Valec responder a questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União. O TCU quer ter certeza de que não houve direcionamento na licitação. Esse é o menor dos problemas do governo. O fantasma do mensalão ronda a Dismaf. Em abril de 2010, os Correios publicaram no Diário Oficial um aviso de penalidade no qual proíbem a empresa de participar de licitações e de firmar contratos com a estatal durante cinco anos - ou seja, até 2015. Em outras palavras, ela está impedida de participar de qualquer negócio com o governo. Apesar dessa sanção, a Valec não vetou a presença da Dismaf no último pregão das ferrovias. Em linha com a empresa, a estatal alegou que a proibição só valia para contratos com os Correios. Não é verdade. Maior autoridade governamental nessa seara, a Controladoria-Geral da União (CGU) repudia tal entendimento. Em nota a VEJA, a CGU foi clara: as portas de toda a administração federal estavam fechadas para a Dismaf. Ao saber dos detalhes do caso, a CGU foi além e determinou à Corregedoria a apuração e a eventual responsabilização do diretor da Valec que autorizou a Dismaf - "declarada inidônea" - a participar da licitação.

"A Dismaf não está impedida nem foi declarada inidônea, com exceção dos Correios, não teve envolvimento com o mensalão e nunca houve intimação do Ministério Público ou da Polícia Federal para que prestasse esclarecimento", defende-se a empresa. Caberá à Justiça decidir a questão. A Dismaf não produz um prego. Importa e comercializa produtos. Da China, começou comprando têxteis. Depois, aço. Agora, apresenta-se como distribuidora exclusiva das duas maiores usinas de trilhos do mundo. Movimenta recursos astronômicos em duas pequenas salas localizadas e quase escondidas num centro comercial de Brasília. Além de mudar de ramo, com a adoção dos trilhos como locomotiva de suas operações, a Dismaf cresceu graças a uma teia de contatos políticos construída a partir da velha parceria público-privada. A empresa tem como proprietários os irmãos Basile e Alexandre George Pantazis. Basile é também tesoureiro do PTB-DF e amigo do peito do senador Gim Argello. Líder do partido no Senado. Gim se gaba de ser próximo à presidente Dilma Rousseff. Jacta-se de ter influência no Palácio do Planalto e de abrir portas na Esplanada. Foi pelas

mãos desse cicerone gargantão que Basile se aproximou dos caciques que comandam a Valec. E o caso do presidente do Senado, José Sarney (PMDB), e de seu filho Fernando, empresário cujos tentáculos na Ferrovia Norte-Sul são investigados pela Polícia Federal. Gim e José Sarney são aliados. O primeiro e soldado leal ao segundo.

Basile mandou dizer que, apesar de ser tesoureiro. não trabalha na coleta de recursos para o PTB nem procura empresários em nome da sigla. Alegou ainda que ele e sua empresa jamais contribuíram financeiramente com a legenda. "Ele nunca captou recursos para o partido. Quem faz isso sou eu. Em Brasília, o PTB só trabalha com o dinheiro do fundo partidário", disse Gim Argello. O senador contou que conhece Basile há "uns oito anos". Admira-o por ser inteligente e trabalhador. Existe proximidade afetiva e geográfica. Há pouco tempo, eles passaram a morar na Península dos Ministros, uma quadra nobre no também nobre bairro do Lago Sul. Menos de 1 quilômetro separa uma casa da outra. Basile, que costuma ser visto a bordo de uma Ferrari, comprou a mansão no ano passado por 6 milhões de reais. Segundo Gim Argello, foi-se o tempo em que o PTB se lambuzava nas tais fábricas de dinheiro. Hoje, declarou ele, não haveria mais cobrança de propina nem desvio de verbas, tal qual relatado por Roberto Jefferson, que continua presidente do PTB. "Acabou. Comigo nunca aconteceu."

Apesar de a "fábrica de dinheiro" ter sido desativada, os parlamentares do PTB continuam empenhados em ocupar espaço no governo da presidente Dilma Rousseff (veja o quadro). É apenas a velha ladainha. Sob a proteção do anonimato, um senador e um deputado petebistas contaram que Basile, o tesoureiro-empresário, e conhecido por operar para o caixa do partido - inclusive na BR Distribuidora, que tem um diretor indicado por Gim e outro pelo senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello. No jargão, operar significa recolher dinheiro. Na semana passada, o PTB conseguiu nomear Evangevaldo Moreira dos Santos para a presidência da Conab, estatal com orçamento de 6 bilhões de reais. Evangevaldo foi investigado pela Polícia Federal por corrupção quando esteve à frente do INSS de Goiás. Luiz Antonio Marques. um ex-subordinado de Evangevaldo, anrmou à polícia que o chefe cobrava propina de empresários. O dinheiro era repassado a parlamentares do partido. Evangevaldo diz que não foi encontrada nenhuma prova contra ele, e que o inquérito foi arquivado. E tudo, portanto, coisa do passado.
PERCA TEMPO-O BLOG DO MURILO

Falta vergonha

“Isso é problema do Itamaraty”.

Lula, sobre os passaportes especiais que providenciou em parceria com Celso Amorim, um dia antes de deixar o governo, para garantir que a filharada (“no interesse do país”) continuasse driblando alfândegas mais quatro anos, informando que agora cabe ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, resolver também problemas criados por ex-presidentes que atropelam a ética, a moral e a lei.
AUGUSTO NUNES-VEJA

Convocação: Enquete contra o Desarmamento



Prezados leitores de LIBERTATUM:
O Movimento Pela Legítima Defesa - PLD,  convida-os a participarem da oportunista enquete promovida pelo O Globo com a finalidade de retomar a campanha pelo desarmamento. Participe você também e dê a eles o seu retumbante "não"!

Enquete no globo, com resultado oposto ao que pretendem:
http://oglobo.globo.com/rio/vote/6208.asp?pergunta=6208&resultado=0&editoria=4

Resultado (até esta postagem): 2918 votos  / Sim = 39,20% / Não: 60,80%
 

Pergunta: Você acha que a campanha do desarmamento deveria ser retomada?
Sim, para evitar massacres como o que aconteceu na escola de Realengo
-  Não. O problema não é a lei, é a entrada de armas ilegais no país
 

http://oglobo.globo.com/participe/vote/resultado.asp?pergunta=6208&editoria=4&resultado=1
 
Atenciosamente
Diogo Waki  - Coordenador Paulista da PLD

Montanhas ao Mar


Por Percival Puggina 10/04/2011

Os comunistas brasileiros são renitentes. Foram os últimos a chorar quando Stalin morreu. O facínora russo estava paradinho dentro do caixão havia vários dias, "entre archotes e com algodão nas narinas", como descreveria Nelson Rodrigues, e os comunistas brasileiros ainda não acreditavam que as notícias de sua morte expressassem um fato real. Menos ainda, uma realidade espiritual. Para eles, Stalin era um símbolo, uma instituição, uma entidade, espécie de messias, filho de um sapateiro e de uma lavadeira, nascido em Gori numa noite em que o luminoso céu da Geórgia fora riscado por uma estrela vermelha.


Texto completo

Em 1989, quando caiu o Muro, alguns renitentes me acusaram de acreditar em boatos por ter comentado sobre as estátuas de Lênin que estavam sendo derrubadas no Leste Europeu, coisa que a revista Manchete estampara em fotos de meia página. Jogar ao chão estátuas do líder da Revolução de 1917 era mais do que um sacrilégio. Era uma impossibilidade material, tipo arremessar montanhas ao mar.

Como católico, chego a invejar o tamanho dessa confiança. Veja, por exemplo, leitor, a mística expressão de fé incondicional contida na carta que D. Paulo Evaristo Arns mandou a seu "queridíssimo Fidel" em 6 de janeiro de 1989, por ocasião dos 30 anos da revolução cubana. Lá pelas tantas, o paparicado e purpurino cardeal arcebispo de São Paulo lascou assim: "A fé cristã descobre, nas conquistas da Revolução, os sinais do Reino de Deus, que se manifesta em nossos corações e nas estruturas que permitem fazer da convivência política uma obra de amor". E mais adiante: "Tenho-o presente diariamente em minhas orações, e peço ao Pai que lhe conceda sempre a graça de conduzir os destinos de sua pátria". Grandes defensores da democracia D. Paulo Evaristo e seus admiradores!

Note-se que no mês anterior, em dezembro de 1988, uma delegação de bispos alemães havia estado em Cuba. Em matéria sobre a visita, publicada na revista 30 Giorni de jan/89, eles contaram que a Igreja cubana não tinha acesso à Educação, que todos os religiosos estrangeiros haviam sido expulsos, que o contingente de sacerdotes e religiosos reduzira-se a 15% do que já fora, que quem se proclamasse cristão ficara excluído da possibilidade de ascensão funcional e que, como consequência, apenas 1% dos cubanos frequentava a igreja.

D. Paulo escreveu a Fidel em cima de tal fato. E foi acalentar no sono dos que são capazes de arder todo e qualquer bem na fogueira dessa ideologia malsã, a irresponsabilidade do que escrevera. Referia-se, então, ao mesmo regime que, vinte anos depois, como prova de benevolência, ainda liberta às pencas dissidentes políticos! Alguns bispos cubanos, felizmente, responderam a D. Paulo. A longa carta que lhe mandaram, entre outras coisas, relata esta grande novidade: "Cuba sofre, já há trinta anos, uma cruel e repressiva ditadura militar, num estado policial que viola, constante e institucionalmente os direitos fundamentais da pessoa humana".

Ao fim da dissertação, os três bispos que a assinam concluem: "Deus queira que seu país nunca tenha que passar pela trágica experiência que nós estamos atravessando". Esse deve ter sido o trecho que mais desagradou D. Paulo, subtraindo-lhe, por instantes, o melífluo sorriso que adorna de falsidade suas manifestações. Afinal, reproduzir no Brasil a experiência cubana era tudo que ele mais desejava. Oh, raios! Como é que os bispos cubanos lhe esfregavam no rosto o fato de estarem rezando contra seus mais caros anseios pastorais?

É provável que o leitor esteja duvidando. "Não é razoável. Nada disso pode ser verdade. Um cardeal católico não poderia dirigir tal louvação a uma ditadura que tanto perseguia a Igreja e que já durava 30 anos". Pois é tudo exato e veraz, letra por letra, meu caro. Tenho em mãos cópia das correspondências, que à época li nos jornais. As duas foram transcritas na imprensa brasileira e a de D. Paulo foi reproduzida em espanhol no Granma, com grande destaque.

Aliás, eu mesmo escrevi para o Correio do Povo, em 26 de janeiro de 1989, um artigo intitulado "A epístola de Paulo, (o Evaristo)", tecendo ironias sobre a falta de juízo do cardeal paulista, cujos olhos, ao reverso do apóstolo dos gentios, cada vez mais se revestiam de escamas. E acrescentei que a mesma carta a Fidel poderia ter sido enviada em circular, por D. Paulo, para os governos da Alemanha Oriental, Bulgária, Polônia, Hungria, Albânia e tantos outros. Afortunadamente vivíamos, então, os primeiros dias do ano da Graça (poderíamos dizer, sem exagero, o ano da Grande Graça) de 1989, quando começariam a desabar os regimes do Leste Europeu.

Contados vinte e dois anos sobre aqueles episódios, seguiram para a Espanha, dia 7 deste mês de abril de

2011, mais 37 prisioneiros de consciência do regime cubano! Totalizam-se, assim, 126 libertações negociadas pelo Vaticano. O total remanescente nas masmorras, contudo, permanece desconhecido das organizações de Direitos Humanos e da opinião pública mundial.

Duas perguntas se recusam ao silêncio:

1ª) se todos esses prisioneiros podiam ser libertados, por que estavam presos? e

2ª) se estavam presos porque era assim que deviam estar, em vista do bom Direito e da boa Justiça, por que foram libertados?

A brutal malignidade do regime que D. Paulo reverencia e que tantos brasileiros cultuam evidencia-se muito mais nessas duas perguntas do que nas improváveis respostas que a elas sejam dadas.

Não lhes falta, sequer, o despudor de apresentar o regime cubano como símbolo da autodeterminação, apesar de ser conduzido a grades de ferro pela determinação unipessoal de um tirano que aplaudiu o massacre da Tchecoslováquia pelas tropas russas e que interveio militarmente, com soldados de seu povo, em revoluções comunistas pelo mundo afora.

Esse tirano que D. Paulo, Lula, Dilma, Zé Dirceu, Frei Betto, Chico Buarque e muitos outros

veneram montou uma ordem social tão esquizofrênica e tão canalha que produziu este resultado sem igual na história do operariado mundial: quando, no ano passado, foi anunciada a demissão de uma quinta parte da força de trabalho cubana, mediante pagamento de um mês de salário por cada dez anos de atividade, a Central dos Trabalhadores de Cuba aplaudiu a providência!

E eles continuam crendo. Continuam sonhando com jogar montanhas ao mar. E gostando do que veem em Cuba. São óbvias as tendências sádicas e a falta de caráter de quem louva e apoia um regime assim.
______________

* Percival Puggina (66) é titular do blog www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.
DO BLOG LIBERTATUM

O dinheiro fácil das centrais


EDITORIAL

O Estado de S.Paulo - 11/04/11

Sem nenhum esforço, pois o dinheiro lhes é repassado automaticamente pelo governo, as centrais sindicais receberam no ano passado R$ 102,2 milhões, que gastaram do jeito que quiseram, sem se preocupar em prestar contas ao poder público. Com o aumento do número de trabalhadores com registro em carteira e da renda real média dos brasileiros, em razão do crescimento da economia, também as receitas das centrais aumentam. No ano passado, elas foram 20,8% superiores às de 2009, quando haviam crescido 21,6% em relação ao ano anterior.

A legislação que lhes assegura o direito de apropriar-se de uma parte do salário dos brasileiros não as obriga a informar, nem mesmo aos trabalhadores que dizem representar, o que fazem com tanto dinheiro. Fazem o que bem entendem.

Como mostrou o jornal Valor na segunda-feira, algumas compram ou constroem sede para abrigar com mais comodidade e conforto seus dirigentes e sua burocracia, afirmam realizar cursos de formação sindical, organizam convenções ou congressos e, sobretudo, procuram atrair mais sindicatos, pois a distribuição do bolo do imposto sindical é proporcional ao número de entidades e de trabalhadores da base que, teoricamente, elas representam. Gastam também com passagens aéreas, hospedagens, alimentação e outras despesas de viagem.

A transferência também para as centrais de parte do valor retirado anualmente do salário de cada trabalhador com registro em carteira, sindicalizado ou não, para, em tese, sustentar a representação dos trabalhadores é apenas a mais recente de um série de graves distorções e anomalias no campo trabalhista geradas pelo imposto sindical. Criado na década de 1940, durante a ditadura varguista do Estado Novo, o imposto sindical é cobrado em março de todos os trabalhadores, na base de um dia de trabalho. Mudou de nome em 1966, para "contribuição sindical", mas manteve suas características originais e continuou a gerar distorções na estrutura sindical, à custa do trabalhador.

Ao longo dos anos, a distribuição automática da arrecadação desse imposto, que no ano passado superou R$ 1 bilhão, gerou um sindicalismo estruturado primordialmente para receber esse dinheiro, e não, como é legítimo nas sociedades organizadas, para representar os trabalhadores de sua base e defender seus interesses profissionais. A maioria dos sindicatos habilitados a receber parte do imposto sindical não tem representatividade, não atua na defesa daqueles que deveria representar e serve apenas para sustentar uma casta de dirigentes que vive à custa daqueles que deveria defender. E certamente vive em condições muito melhores do que esses.

Durante o segundo mandato de Lula, as centrais sindicais foram incluídas entre as entidades sindicais habilitadas a receber uma fatia do bolo do imposto sindical. Até então, esse bolo era distribuído entre os sindicatos (60%), as federações (15%) e as confederações (5%), cabendo ao governo os restantes 20%. O governo Lula abriu mão de metade de sua fatia, cedendo-a às centrais; as demais entidades sindicais mantiveram sua participação no bolo.

A maior das centrais, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), vinculada ao PT, e também a que recebe a maior fatia do bolo sindical (no ano passado, teve direito a R$ 31,9 milhões), diz-se contra o imposto sindical, mas não abre mão do dinheiro que o imposto lhe assegura. Outras centrais defendem essa tributação sobre o salário do trabalhador alegando que, sem ela, não haveria como sustentar um sistema de representação sindical. Ou seja, sem o imposto, a estrutura sindical brasileira ruiria.

Mas seria melhor para o País, e sobretudo para os trabalhadores, se acabasse essa estrutura anômala, formada por sindicatos que na grande maioria só existem para sustentar seus dirigentes, e que se mostrou totalmente incapaz de acompanhar as transformações do mundo do trabalho, que criou novas realidades e novas demandas. Sobre ela se construiria um sindicalismo melhor, mais decente e eficaz, verdadeiramente vinculado às bases profissionais. Ou seja, sem pelegos.
DO PERCA TEMPO-BLOG DO MURILO

Militares fazem abaixo-assinado pedindo cancelamento de "Amor e Revolução"



Uma conclusão tendenciosa:  O novelista Tiago Santiago disse: "enfim, achei uma iniciativa despropositada, que interessa apenas aos criminosos, torturadores e assassinos, que violaram as Convenções de Genebra, nos chamados ’anos de chumbo’ da ditadura militar". Movcc/Gabriela

Da redação - uol.com
A novela "Amor e Revolução" vem rendendo na internet, apesar de a audiência ainda estar aquém do esperado na TV.

Desta vez, um portal militar resolveu fazer um abaixo-assinado contra a novela de Tiago Santiago, que aborda o período da ditadura militar no Brasil.

Os donos do site querem que a trama seja proibida de ir ao ar no SBT.
No texto, os autores dizem que "é óbvio que o governo federal através da comissão da verdade, recém criada, está participando do acordo em exibir a novela Amor e Revolução no SBT. Parece-nos que se trata de um acordo firmado com o empresário Silvio Santos, visando o saneamento do Banco Panamericano do próprio empresário. As forças armadas não devem permitir, dentro da legalidade, que tal novela seja exibida, pelos motivos óbvios abaixo declarados. Convém salientar que as forças armadas já se manifestaram negativamente a respeito da novela Amor e Revolução".

E completam: "sendo assim, o efetivo da forças armadas, tanto da ativa como inativos e pensionistas, vêm respeitosamente através desse abaixo assinado, como um instrumento democrático, solicitar do digno Ministério Público Federal, representado acima, providências em defesa da normalidade constitucional, vista o cumprimento da lei de anistia existente, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal. Nestes termos pede deferimento em caráter urgentíssimo".

Procurado pelo NaTelinha, o novelista Tiago Santiago falou sobre o protesto: "Achei despropositado, porque a novela é respeitosa com as Forças Armadas, mostrando herói militar e oficiais democratas, a favor da legalidade. Em diversos trechos da novela, há menções favoráveis a militares, evidenciando que nem todos participaram do golpe e da violenta repressão à oposição".

Santiago também comentou sobre a ideia de que a novela foi feita após o saneamento do banco Panamericano: "o argumento de que a novela teria qualquer coisa a ver com o saneamento do Banco Panamericano também não procede. A proposta partiu de mim para o SBT e não vice-versa. Comecei os trabalhos antes de saber que havia qualquer problema com o Banco e antes de saber também que a Dilma seria eleita presidente".

E concluiu: "enfim, achei uma iniciativa despropositada, que interessa apenas aos criminosos, torturadores e assassinos, que violaram as Convenções de Genebra, nos chamados ’anos de chumbo’ da ditadura militar".

A colaboradora de Tiago Santiago em "Amor e Revolução", Renata Dias Gomes, também falou com o NaTelinha. Ela comentou que "felizmente a ditadura e a censura acabaram e hoje a gente pode contar uma história sem medo. Ou deveria poder".
DO BLOG MOV.ORDEM VIG.CONTRA CORRUPÇÃO

Presente de grego.

Dilma passou dois dias conhecendo Atenas, antes de ir para a China. Mas, é claro, o marketing produziu uma noticia:  vamos vender biocombustível para os gregos. Aquele mesmo biocombustível que não conseguimos produzir nem mesmo para abastecer os carros no Brasil e cujos preços estão ajudando a empinar a inflação. A notícia é um verdadeiro presente de grego.

DO B. DO CEL

Dilma vai falar de direitos humanos na China? Deveria fazer isso nas obras do Minha Casa, Minha Vida.


Uma das principais vitrines do governo Dilma Rousseff, o programa Minha Casa, Minha Vida tem trabalhadores em condições degradantes em São Paulo. Desde o início do ano, fiscais do Ministério do Trabalho e procuradores do Ministério Público do Trabalho flagraram casos de pessoas do Norte e do Nordeste atraídos pela oferta de emprego nos canteiros de obras, mas que acabam vivendo precariamente e com situação trabalhista irregular. A maioria dos casos partiu de denúncias do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da região de Campinas (93 km da capital).

A Folha visitou alojamentos e obras de casas populares do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) onde trabalhadores vivem em locais superlotados, sem ventilação e com problemas de higiene e saneamento.Nos locais, podem ser vistos colchões ou beliches construídos com madeira da própria obra ao lado de botijões de gás e rede elétrica. Os operários são contratados por empreiteiros terceirizados de grandes construtoras e ganham abaixo do piso da categoria (de R$ 990 para pedreiro, por exemplo), apesar da promessa de que receberiam o dobro. As construtoras delegam aos empreiteiros a tarefa de fornecer alimentação, moradia e registro em carteira.

"Eles chegam com a promessa de ganhar R$ 2.000, são registrados por R$ 900 e acabam tirando R$ 500 porque [o empreiteiro] desconta o valor da passagem", afirma Francisco da Silva, diretor do sindicato em Campinas. O Ministério Público registrou casos de retenção da carteira. A meta do governo federal até 2014 é construir 2 milhões de imóveis para famílias de baixa renda. Recém-chegado do Piauí, Manuel Edionaldo, 30, disse à reportagem estar há 21 dias com a carteira retida porque o empreiteiro desapareceu. Mas, por enquanto, não quer nem ouvir falar em retornar ao Estado natal. "Lá está pior, não tem trabalho." Edionaldo está no alojamento com 12 trabalhadores da Flávio Ferreira ME, que disseram estar há um mês sem salário. Como o empreiteiro sumiu, tentavam resolver com as construtoras. A Folha não o localizou.

No local, estão sendo erguidas 2.380 habitações, com R$ 120,8 milhões, para famílias que recebem até três salários mínimos mensais. Em fevereiro, a Polícia Federal chegou a prender três pessoas da empreiteira JKRJ, prestadora de serviços da Odebrecht e da Goldfarb, responsáveis pelas obras na região, por suspeita de aliciamento e maus tratos. "As construtoras deveriam fiscalizar pois podem ser responsabilizadas", diz a procuradora Eleonora Coca. Predominam nordestinos, que relatam que foram procurados por intermediadores, que negociam com pequenas agências de turismo. Em Americana (SP), empregados da Cardoso Xavier, subcontratada da MRV Engenharia, ficaram sem salários por 40 dias porque o dono da empreiteira sumiu. No local, destinado a 670 moradias, procuradores flagraram aliciamento de 24 operários do MA e 22 de AL. Segundo o sindicato, o fluxo de operários é intenso e os contratados por empreiteiras são 90% do pessoal. (Matéria da Folha de São Paulo)
DO BLOG DO CEL

Dilma, Marcos Maia e David Cameron.


Dilma Rousseff, em plena crise do dólar, resolveu passar dois dias visitando a Acrópole e outros pontos turísticos de Atenas, a capital grega. Um fim-de-semana vinte estrelas.  Custeado pelo nosso real  hipervalorizado. Marco Maia, o petista gaúcho que fugiu dos agricultores e está embromando o Código Florestal, está indo para a Espanha, para assistir Real Madrid x Barcelona. Quem paga a conta? O brasileiro que paga os juros mais altos do mundo e a mais alta carga tributária do planeta, na relação custo x benefício. Enquanto isso, em tempos de crise, David Cameron, primeiro-ministro da Inglaterra,  dá o exemplo de que é possível fazer férias baratas. E principalmente, honestas. Viajou até Granada, Espanha, numa companhia aérea low cost e ficou alojado num hotel de três estrelas. A viagem comemora o 40.º aniversário da mulher, Samantha Cameron, que se realiza no dia 18 deste mês. Longe dos três filhos, o casal tem aproveitado para namorar e passar alguns momentos a sós. O contribuinte britânico, acostumado com os luxos da monarquia, está tendo um exemplo de bom senso e respeito. Já o contribuinte brasileiro...
DO COTURNO NOTURNO