PAZ AMOR E VIDA NA TERRA " De tanto ver triunfar as nulidades, De tanto ver crescer as injustiças, De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto". [Ruy Barbosa]
domingo, 7 de setembro de 2014
A cartada de Aécio
Na eleição mais imprevisível desde o fim da ditadura, o candidato do PSDB à Presidência mostra seu plano para virar o jogo e chegar ao segundo turno, convencendo o eleitorado de que tem a melhor estratégia para conduzir o país
Sérgio Pardellas (sergiopardellas@istoe.com.br)
Mineiro como o
candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, o ex–presidente da Câmara e
tetraneto do patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada,
costumava repetir pelos corredores do poder em Brasília: “A combinação
entre o fato novo e o fato consumado embalou as maiores reviravoltas da
história”. Numa ofensiva a menos de um mês das eleições presidenciais,
Aécio se dedica a impedir a consumação dessa alquimia política, que
levaria Marina Silva (PSB), o grande fato novo da disputa eleitoral,
para o segundo turno. Em caminhadas pelas ruas do País, o tucano
demonstra otimismo, mesmo diante do cenário desfavorável das pesquisas, e
insiste que o fenômeno Marina ainda não é um fato consumado. Nos
debates e em entrevista à ISTOÉ concedida na quarta–feira 3, Aécio
adotou o mantra: “Estarei no segundo turno. O desejo de mudança irá
prevalecer. Quem concorrer contra Dilma vence as eleições. E nós temos o
time mais qualificado”, afirmou.
CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA DE AÉCIO NEVES
CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA DE AÉCIO NEVES
A tarefa não é simples. Mas, tratando–se de
uma eleição marcada pelo imponderável, é prudente não arriscar
prognósticos definitivos. Quem ousou fazer vaticínios intempestivos se
estrepou mais adiante. Foi o caso do marqueteiro de Dilma, João Santana.
Segundo ele, a presidenta seria reeleita no primeiro turno devido a um
fenômeno denominado por ele de “antropofagia de anões”. Atualmente, são
remotíssimas – quase nulas – as chances de Dilma liquidar as eleições no
primeiro turno. Nem o mais abnegado militante petista leva fé nessa
variável. Ou seja, além de ofensiva aos concorrentes, a declaração
emitida no ano passado por João Santana revelou–se uma precipitação. No
meio político, todos concordam que o tucano vive a situação mais
delicada desde o início da pré–campanha. Mas quem descartaria com 100%
de convicção uma nova mudança na eleição mais imprevisível desde o fim
da ditadura?
Na tentativa de virar o jogo eleitoral,
Aécio promoveu uma inflexão na campanha. As novas diretrizes foram
ditadas em reunião, na semana passada em São Paulo, com a participação
do marqueteiro do PSDB, Paulo Vasconcelos, da equipe de comunicação do
candidato e do staff político. No encontro realizado no comitê do PSDB
instalado na capital paulista, decidiu–se subir o tom contra Marina
Silva, reforçar o discurso da “mudança com segurança”, mobilizar as
bases e lideranças políticas e intensificar o corpo a corpo com o
eleitorado em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro – os três maiores
colégios eleitorais do País. Segundo as últimas pesquisas, Marina
disparou no Rio, tomou a dianteira em São Paulo e encostou em Aécio em
seu reduto eleitoral. Em São Paulo, os tucanos assistiam impassíveis até
a semana passada ao crescimento do voto apelidado de “Geraldina” –
Geraldo Alckmin para governador e Marina para presidente. Segundo
recentes levantamentos, 43% dos eleitores de Alckmin dizem votar na
candidata do PSB. O fenômeno lembra o ocorrido em 2006, em Minas, só que
em benefício de Aécio. Consistiu no voto conhecido como “Lulécio” (Lula
presidente, Aécio governador). Para recuperar o terreno perdido em São
Paulo, o candidato do PSDB ao Planalto acertou com o ex–presidente
Fernando Henrique Cardoso a ampliação de sua participação na campanha.
Na avaliação dos estrategistas tucanos, FHC imprime uma marca de
credibilidade à candidatura, no momento em que Aécio quer se distinguir
de Marina apresentando–se como a opção da “mudança com segurança”. Não
por acaso, FHC concedeu entrevista coletiva ao lado de Aécio na
terça–feira 2 no comitê tucano. “Por que foi possível domar a inflação?
Porque tinha uma equipe. Eu não sou economista. Mas tinha capacidade de
juntar um time. Não se governa sozinho”, salientou FHC. “Aécio simboliza
a competência e a experiência para poder governar”, acrescentou.
NOVA ESTRATÉGIA
Em São Paulo, Aécio Neves intensificará as caminhadas ao lado de Geraldo Alckmin,
em primeiro no Estado. FHC (abaixo) aumentará sua participação na campanha
No Rio, a aposta de Aécio para voltar a
crescer é intensificar as viagens ao Estado. Em Minas, o PSDB passará a
defender o legado do senador e ex–governador mineiro. O sentimento entre
os tucanos mineiros é de que a equipe de comunicação da campanha
nacional equivocou–se ao formular propostas de forma genérica,
esquecendo–se de regionalizá–las. Um dos efeitos dessa estratégia
malsucedida seria um distanciamento dos eleitores do discurso de Aécio.
“Houve uma passividade. A nossa campanha não foi na linha correta, mas o
erro já está sendo corrigido”, reconheceu Marcus Pestana, presidente do
PSDB de Minas Gerais.
Convencido de que a presidenta Dilma
Rousseff perde a eleição para qualquer adversário no segundo turno,
Aécio vai passar as próximas semanas tentando convencer o eleitor que
para mudar o País não basta apear o PT do Palácio do Planalto. “A
mudança começa no dia da posse do novo presidente e não no dia da
eleição”, prega o tucano. “Nós temos as melhores propostas para o futuro
do Brasil e vamos mostrar isso às pessoas”, afirma. Aécio concorda com a
imprevisibilidade do pleito. É a marca indelével desta eleição
presidencial. Para o senador mineiro, uma das poucas certezas em relação
ao eleitorado é o desejo de mudança. Outra, é que ela estará consagrada
a partir do dia 1º de janeiro de 2015.
Fotos:
Pedro Dias/Ag. Istoé, Orlando Brito/PSDB; Rafael Hupsel/Ag. Istoé;
Ailton de Freitas/Ag. o Globo; Wellington Pedro/Imprensa MG; JEFFERSON
BERNARDES/PREVIEW.COM; Igo Estrela/Coligação Muda Brasil
DA ISTOÉ
Ideb para o ensino médio sintetiza a estagnação dessa etapa escolar no país
Índice nacional que mostra a estagnação
do ensino médio no país serve também para entender as altas taxas de
evasão nas salas de aula. Especialistas pedem mudanças, como a revisão
da grade curricular
Renata Mariz
Publicação: 07/09/2014 08:00 Atualização:
Recém-divulgado pelo governo federal, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para o ensino médio, que permaneceu em 3,7 pontos — numa escala de 0 a 10 — entre 2011 e 2013, sintetiza bem a estagnação dessa etapa escolar no país, mas não revela com clareza consequências ainda piores da má qualidade dos colégios. Pouco atraídos pelo aprendizado, um em cada dez estudantes do antigo segundo grau abandona as salas de aula antes do término do ano letivo. Além disso, 12% reprovam e 30% dos matriculados estão com atraso de mais de dois anos no fluxo regular.
Leia mais notícias em Brasil
Os dados do Ministério da Educação (MEC) desenham o cenário assustador do ensino médio no Brasil, sobretudo porque o público a que se destina, adolescentes e jovens, está naturalmente mais propenso a trocar o estudo pelo trabalho ou a simplesmente não buscar nem um nem outro — a chamada geração “nem-nem”, estimada em um a cada cinco brasileiros de 15 a 29 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Especialistas em educação chamam atenção para a urgência de uma reforma no sistema de ensino, sob pena de um retrocesso em conquistas sociais recentes.
Para a professora Mônica Cavalcanti, que leciona na rede pública do Distrito Federal e é doutoranda em educação pela Universidade de Brasília, o colapso atual do ensino médio é um acúmulo de práticas inadequadas desde os primeiros anos do ensino fundamental, a exemplo do afrouxamento na avaliação dos alunos.
A matéria completa para assinantes está aqui. Para assinar, clique aqui.
DO CORREIOBRASILIENSE
Renata Mariz
Publicação: 07/09/2014 08:00 Atualização:
Recém-divulgado pelo governo federal, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para o ensino médio, que permaneceu em 3,7 pontos — numa escala de 0 a 10 — entre 2011 e 2013, sintetiza bem a estagnação dessa etapa escolar no país, mas não revela com clareza consequências ainda piores da má qualidade dos colégios. Pouco atraídos pelo aprendizado, um em cada dez estudantes do antigo segundo grau abandona as salas de aula antes do término do ano letivo. Além disso, 12% reprovam e 30% dos matriculados estão com atraso de mais de dois anos no fluxo regular.
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Os dados do Ministério da Educação (MEC) desenham o cenário assustador do ensino médio no Brasil, sobretudo porque o público a que se destina, adolescentes e jovens, está naturalmente mais propenso a trocar o estudo pelo trabalho ou a simplesmente não buscar nem um nem outro — a chamada geração “nem-nem”, estimada em um a cada cinco brasileiros de 15 a 29 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Especialistas em educação chamam atenção para a urgência de uma reforma no sistema de ensino, sob pena de um retrocesso em conquistas sociais recentes.
Para a professora Mônica Cavalcanti, que leciona na rede pública do Distrito Federal e é doutoranda em educação pela Universidade de Brasília, o colapso atual do ensino médio é um acúmulo de práticas inadequadas desde os primeiros anos do ensino fundamental, a exemplo do afrouxamento na avaliação dos alunos.
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DO CORREIOBRASILIENSE
Deduragem de Paulo Roberto Costa arrasa com políticos, apresentador de TV, ex-craque de futebol e etc...
Edição
do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A
impressão em Brasília, desde ontem à noite, é que caiu um outro avião,
ironicamente conhecido pelo prefixo “PT-PRC”, na cabeça dos dirigentes do PT e
do PSB, que pode mudar o rumo dessa imprevisível eleição presidencial. Como era
previsto e conhecido há mais de uma semana nos bastidores do poder, o
“avião-delator” Paulo Roberto Costa entregou nomes e provas contra os comparsas
nos crimes de lavagem de mais de R$ 10 bilhões sob investigação da Operação
Lava Jato. Dilma Rousseff e Marina Silva ficaram apertadinhas ontem. Se o
doleiro Alberto Youssef aderir à delação premiada, a crise fica “ainda mais
séria”.
Além
dos esperados políticos da base governista, junto com três governadores, 61
senadores e mais de 200 deputados, na lista de PRC aparece um milionário
apresentador de televisão, um ex-craque de futebol, vários presidentes de
clubes e, para tornar o Dia Internacional do Sexo mais excitante, o tesoureiro
nacional do PT, João Vaccari Neto. Neste ponto, procuradores já desconfiam que
a Lava Jato se junta com a recente investigação sobre suspeita de lavagem de
dinheiro, envolvendo o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendini, dedurado
pelo motorista que fora servidor da amiga Rosemery Noronha. E se a Itália fizer
retornar ao Brasil o ex-diretor de marketing do BB, Henrique Pizzolato,
foragido do Mensalão, para contar tudo que sabe, o PT terá de sair do mapa...
Se
a investigação puder realmente ser levada a todas as consequências, na prática,
a República Sindicalista do Brasil teria de ser fechada para revisão completa.
Agora o risco concreto é que, como o escândalo mexe com muita gente poderosa
demais, comece a ser abafada – da mesma forma como ocorreu com escândalo do
Banestado -, para restringir as punições a alguns bodes expiatórios, como é
costume no Brasil da Impunidade ampla, geral e irrestrita.
A
revista Veja deste final de semana traz uma listinha inicial dos nomes que
Paulo Roberto Costa citou, apresentando provas de envolvimento na Lava Jato: “Entre
eles estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão (PMDB-MA). Do Senado, Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do
PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), o eterno líder de qualquer governo. Já no grupo de
deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), um
dos mais ativos integrantes da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades
e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro citado por Paulo Roberto
como destinatário da propina”.
Veja
também informa que, da lista de três “governadores” citados pelo ex-diretor,
todos os políticos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em
curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual
governadora do Maranhão. Logicamente, por causa das negociatas com a refinaria
breu e Lima, em Pernambuco, sobrou para o agora santificado Eduardo Campos
(PSB), ex-governador e ex-candidato à Presidência da República morto no mês
passado em um acidente aéreo. Para pavor dos petistas, PRC confirmou que João
Vaccari Neto, Tesoureiro Nacional do Partido dos Trabalhadores, era o operador
encarregado de fazer a ponte entre os esquemas e o partido.
Concretamente,
com provas, Paulo Roberto Costa dedurou pelo menos 25 políticos vinculados a
cinco partidos (PT, PMDB, PP, PR e PTB). Um nome misterioso é de um “operador
do PMDB”, político fluminense, a quem Paulo Roberto Costa atribuiu o papel de
intermediário de aliados do governo em negociações com empresas fornecedoras de
bens e serviços à Petrobras. A atuação desse político se estenderia à
distribuição de propinas a partir de contas no exterior. Paulo Roberto Costa se
complicou por causa dos US$ 23 milhões que mantinha em 12 contas na Suíça –
onde também é investigado por lavagem de dinheiro.
Franco
atirador
O
Globo informa que Paulo Roberto Costa deixou os procuradores com a impressão de
que o mecanismo de cobrança e partilha de propinas em contratos da Petrobras
funcionou para políticos e partidos aliados ao governo como uma espécie de
continuação do Mensalão. Na verdade, aquilo que popularmente se chamou de
Mensalão, com as famosas condenações pelo Supremo Tribunal Federal, não passou
de mero roubo de galinha da vizinha perto do que as Operações Lava Jato e Porto
Seguro constatam.
A
Lava Jato segue na rota de derrubada da República, graças ao trabalho do juiz
Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba. A Porto Seguro, em
segredo judiciário, conseguiu ser abafada, nos bastidores, pela influência de
Luiz Inácio Lula da Silva – que, milagrosamente, ficou de fora do Mensalão.
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