Edição
do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A
impressão em Brasília, desde ontem à noite, é que caiu um outro avião,
ironicamente conhecido pelo prefixo “PT-PRC”, na cabeça dos dirigentes do PT e
do PSB, que pode mudar o rumo dessa imprevisível eleição presidencial. Como era
previsto e conhecido há mais de uma semana nos bastidores do poder, o
“avião-delator” Paulo Roberto Costa entregou nomes e provas contra os comparsas
nos crimes de lavagem de mais de R$ 10 bilhões sob investigação da Operação
Lava Jato. Dilma Rousseff e Marina Silva ficaram apertadinhas ontem. Se o
doleiro Alberto Youssef aderir à delação premiada, a crise fica “ainda mais
séria”.
Além
dos esperados políticos da base governista, junto com três governadores, 61
senadores e mais de 200 deputados, na lista de PRC aparece um milionário
apresentador de televisão, um ex-craque de futebol, vários presidentes de
clubes e, para tornar o Dia Internacional do Sexo mais excitante, o tesoureiro
nacional do PT, João Vaccari Neto. Neste ponto, procuradores já desconfiam que
a Lava Jato se junta com a recente investigação sobre suspeita de lavagem de
dinheiro, envolvendo o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendini, dedurado
pelo motorista que fora servidor da amiga Rosemery Noronha. E se a Itália fizer
retornar ao Brasil o ex-diretor de marketing do BB, Henrique Pizzolato,
foragido do Mensalão, para contar tudo que sabe, o PT terá de sair do mapa...
Se
a investigação puder realmente ser levada a todas as consequências, na prática,
a República Sindicalista do Brasil teria de ser fechada para revisão completa.
Agora o risco concreto é que, como o escândalo mexe com muita gente poderosa
demais, comece a ser abafada – da mesma forma como ocorreu com escândalo do
Banestado -, para restringir as punições a alguns bodes expiatórios, como é
costume no Brasil da Impunidade ampla, geral e irrestrita.
A
revista Veja deste final de semana traz uma listinha inicial dos nomes que
Paulo Roberto Costa citou, apresentando provas de envolvimento na Lava Jato: “Entre
eles estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão (PMDB-MA). Do Senado, Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do
PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), o eterno líder de qualquer governo. Já no grupo de
deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), um
dos mais ativos integrantes da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades
e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro citado por Paulo Roberto
como destinatário da propina”.
Veja
também informa que, da lista de três “governadores” citados pelo ex-diretor,
todos os políticos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em
curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual
governadora do Maranhão. Logicamente, por causa das negociatas com a refinaria
breu e Lima, em Pernambuco, sobrou para o agora santificado Eduardo Campos
(PSB), ex-governador e ex-candidato à Presidência da República morto no mês
passado em um acidente aéreo. Para pavor dos petistas, PRC confirmou que João
Vaccari Neto, Tesoureiro Nacional do Partido dos Trabalhadores, era o operador
encarregado de fazer a ponte entre os esquemas e o partido.
Concretamente,
com provas, Paulo Roberto Costa dedurou pelo menos 25 políticos vinculados a
cinco partidos (PT, PMDB, PP, PR e PTB). Um nome misterioso é de um “operador
do PMDB”, político fluminense, a quem Paulo Roberto Costa atribuiu o papel de
intermediário de aliados do governo em negociações com empresas fornecedoras de
bens e serviços à Petrobras. A atuação desse político se estenderia à
distribuição de propinas a partir de contas no exterior. Paulo Roberto Costa se
complicou por causa dos US$ 23 milhões que mantinha em 12 contas na Suíça –
onde também é investigado por lavagem de dinheiro.
Franco
atirador
O
Globo informa que Paulo Roberto Costa deixou os procuradores com a impressão de
que o mecanismo de cobrança e partilha de propinas em contratos da Petrobras
funcionou para políticos e partidos aliados ao governo como uma espécie de
continuação do Mensalão. Na verdade, aquilo que popularmente se chamou de
Mensalão, com as famosas condenações pelo Supremo Tribunal Federal, não passou
de mero roubo de galinha da vizinha perto do que as Operações Lava Jato e Porto
Seguro constatam.
A
Lava Jato segue na rota de derrubada da República, graças ao trabalho do juiz
Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba. A Porto Seguro, em
segredo judiciário, conseguiu ser abafada, nos bastidores, pela influência de
Luiz Inácio Lula da Silva – que, milagrosamente, ficou de fora do Mensalão.
Essa história promete grandes revelações. Tomara que sejam levadas a sério e os corruptos e corruptores devidamente punidos. O difícil é isso aconteceu. Daqui a pouco apareceu alguém para dizer que é perseguição. Esse é o nosso querido país.
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