domingo, 12 de outubro de 2014

Posicionamento de Marina Silva no segundo turno da eleição presidencial

Ontem, em Recife, o candidato Aécio Neves apresentou o documento “Juntos pela Democracia, pela Inclusão Social e pelo Desenvolvimento Sustentável”.
Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como uma carta compromisso com os brasileiros, com a nação.
Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio.
Seria um amesquinhamento dos propósitos manifestados por Aécio  imaginar que eles se dirigem a uma pessoa e não aos cidadãos e cidadãs brasileiros.
E seria um equívoco absoluto e uma ofensa imaginar que me tomo por detentora de poderes que são do povo ou que poderia vir a ser individualmente  destinatária de  promessas ou compromissos.
Os compromissos explicitados e assinados por Aécio tem como única destinatária a nação e a ela deve ser dada satisfação sobre seu cumprimento.
E é apenas nessa condição que os avaliei para orientar minha posição neste segundo turno das eleições presidenciais.
Estamos vivendo nestas eleições uma experiência intensa dos desafios da política.
Para mim eles começaram há um ano, quando fiz com Eduardo Campos a aliança que nos trouxe até aqui.
Pela primeira vez, a coligação de partidos se dava exclusivamente por meio de um programa, colocando as soluções para o país acima dos interesses específicos de cada um.
Em curto espaço de tempo, e sofrendo os ataques destrutivos de uma política patrimonialista, atrasada e movida por projetos de poder pelo poder, mantivemos nosso rumo, amadurecemos, fizemos a nova política na prática.
Os partidos de nossa aliança tomaram suas decisões e as anunciaram.
Hoje estou diante de minha decisão como cidadã e como parte do debate que está estabelecido na sociedade brasileira.
Me posicionarei.
Prefiro ser criticada lutando por aquilo que acredito ser o melhor para o Brasil, do que me tornar prisioneira do labirinto da defesa do meu interesse próprio, onde todos os caminhos e portas que percorresse e passasse, só me levariam ao abismo de meus interesses pessoais.
A política para mim não pode ser apenas, como diz Bauman, a arte de prometer as mesmas coisas.
Parodiando-o, eu digo que não pode ser a arte de fazer as mesmas coisas.
Ou seja, as velhas alianças pragmáticas, desqualificadas, sem o suporte de um programa a partir do qual dialogar com a nação.
Vejo no documento assinado por Aécio mais um elo no encadeamento de momentos históricos que fizeram bem ao Brasil e construíram a plataforma sobre a qual nos erguemos nas últimas décadas.
Ao final da presidência de Fernando Henrique Cardoso, a sociedade brasileira demonstrou que queria a alternância de poder, mas não a perda da estabilidade econômica.
E isso foi inequivocamente acatado pelo então candidato da oposição, Lula, num reconhecimento do mérito de seu antecessor e  de que precisaria dessas conquistas para levar adiante o seu projeto de governo.
Agora, novamente, temos um momento em que a alternância de poder fará bem ao Brasil, e o que precisa ser reafirmado é o caminho dos avanços sociais, mas com gestão competente do Estado e com estabilidade econômica, agora abalada com a volta da inflação e a insegurança trazida pelo desmantelamento de importantes instituições públicas.
Aécio retoma o fio da meada virtuoso e corretamente manifesta-se na forma de um compromisso forte, a exemplo de Lula em 2002, que assumiu compromissos com a manutenção do Plano Real, abrindo diálogo com os setores produtivos.
Doze anos depois, temos um passo adiante, uma segunda carta aos brasileiros, intitulada: “Juntos pela democracia, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável”.
Destaco os compromissos que me parecem cruciais na carta de Aécio:
  • O respeito aos valores democráticos, a ampliação dos espaços de exercício da democracia e o resgate das instituições de Estado.
  • A valorização da diversidade sociocultural brasileira e o combate a toda forma de discriminação.
  • A reforma política, a começar pelo fim da reeleição para cargos executivos, que tem sido fonte de corrupção e mau uso das instituições de Estado.
  • Sermos capazes de entender que, no mundo atual, a ampliação da participação popular no processo deliberativo, através da utilização das redes sociais, de conselhos e das audiências públicas sobre temas importantes, não se choca com os princípios da democracia representativa, que têm que ser preservados.
  • Compromissos sociais avançados com a Educação, a Saúde, a Reforma Agrária.
  • Prevenção frente a vulnerabilidade da juventude, rejeitando a prevalência da ótica da punição.
  • Lei para o Bolsa Família, transformando-o em programa de Estado
  • Compromissos socioambientais de desmatamento zero, políticas corretas de Unidades de Conservação, trato adequado da questão energética, com diversificação de fontes e geração distribuída.
  • Inédita determinação de preparar o país para enfrentar as mudanças climáticas e fazer a transição para uma economia de baixo carbono, assumindo protagonismo global nessa área.
  • Manutenção das conquistas e compromisso de assegurar os direitos indígenas, de comunidades quilombolas e outras populações tradicionais. Manutenção da prerrogativa do Poder Executivo na demarcação de Terras indígenas
  • Compromissos com as bases constitucionais da federação, fortalecendo estados e municípios e colocando o desenvolvimento regional como eixo central da discussão do Pacto Federativo.
Finalmente, destaco e apoio o apelo à união do Brasil e à busca de consenso para construir uma sociedade mais justa, democrática, decente e sustentável.
Entendo que os compromissos assumidos por Aécio são a base sobre a qual o pais pode dialogar de maneira saudável sobre seu presente e seu futuro.
É preciso, e faço um apelo enfático nesse sentido, que saiamos do território da política destrutiva para conseguir ver com clareza os temas estratégicos para o desenvolvimento do país e com tranqüilidade para debatê-los tendo como horizonte o bem comum.
Não podemos mais continuar apostando no ódio, na calúnia e na desconstrução de pessoas e propostas apenas pela disputa de poder que dividem o Brasil.
O preço a pagar por isso é muito caro: é a estagnação do Brasil, com a retirada da ética das relações políticas.
É a substituição da diversidade pelo estigma, é a substituição da identidade nacional pela identidade partidária raivosa e vingativa.
É ferir de morte a democracia.
Chegou  o momento de interromper esse caminho suicida e apostar, mais uma vez, na alternância de poder sob a batuta da sociedade, dos interesses do pais e do bem comum.
É com esse sentimento que, tendo em vista os compromissos assumidos por Aécio Neves,  declaro meu voto e meu apoio neste segundo turno.
Votarei em Aécio e o apoiarei, votando nesses compromissos,  dando um crédito de confiança à sinceridade de propósitos do candidato e de seu partido e, principalmente, entregando à sociedade brasileira a tarefa de exigir que sejam cumpridos.
Faço esta declaração como cidadã brasileira independente que continuará livre e coerentemente, suas lutas e batalhas no caminho que escolheu.
Não estou com isso fazendo nenhum acordo ou aliança para governar.
O que me move é minha consciência e assumo a responsabilidade pelas minhas escolhas.
DO BLOG DA MARINA

NEIL FERREIRA: Com a Onda Aécio, só falta pregar os pregos no caixão da moribunda

(Foto: Orlando Brito)
Reviravolta: no segundo turno, é a vez da Onda Aécio (Foto: Orlando Brito)
Artigo de Neil eu acredito Ferreira publicado no jornal Diário do Comércio, de São Paulo
A moribunda está com a sororoca da morte, só falta fechar o caixão, pregar os pregos e enterrar.
“Aé Aé Aé Aécio Que eu vou!” “Aé Aé Aé Aécio e Carlinhos Sensitivo Que eu vou!” Aé Aé Aé Aécio e Maricy Que eu vou!” (Será que Marina vai? Duvido).
Parece que Marina não está afim de engrossar a Onda Aécio. Numa carta, certamente escrita por Maurício Rands, petista radical e um dos autores do seu programa, Marina faz exigências quase impossíveis de serem aceitas por Aécio ou qualquer outro candidato que quisesse um acordo.
Uma delas, é a da retirada da redução da maioridade legal em crimes hediondos cometidos por menores, projeto do candidato a vice do Aécio, senador Aloysio Nunes Ferreira (mais de 11 milhões de votos quando foi eleito).
Outra, é a reforma agrária nos moldes impostos pelo Stédile, do MST. Duvido que Aécio as aceite.
Há mais outras 9 ou 10 exigências, como se seu programa, perdedor, pudesse ser colocado no lugar do programa vencedor: Aécio teve 34 milhões de votos e Marina, 21 ou 22. Marina, perdedora, quer sair vencedora pela capitulação de Aécio. Eu votei no Aécio e no seu programa, não votei no programa da Marina, acho que você também.
DataFalha e Ibope saem com empate técnico na primeira pesquisa do 2º turno, ambos deram números exatamente iguais, Aécio, 51; e Dilma, 49. Cada vez confio mais no Carlinhos Sensitivo, que anteviu “vitória apertada” do Aécio. Tem sentido, os números começam confirmando.
Deixe-me praticar o pouquinho de aritmética que aprendi na escola, vamos ler esses números: arredondando pra não complicar, Aécio teve nas urnas 34% e aparece agora com 51 pontos, cresceu 17. Dilma teve nas urnas 42% e aparece agora com 49, cresceu 7 pontos.
Aécio cresceu 10 pontos a mais do que Dilma!
Pode esperar o festival de mentiras, grossura, ódio e baixaria que participarão da campanha, é só o que eles sabem fazer além de corromper e assaltar o nosso país. É a sororoca da morte.
Há informações quentes de que a família de Eduardo Campos e o governador de Pernambuco, eleito no 1º turno com um dilúvio de votos, já manifestaram seus apoios. Tomara que tenham uma participação forte.
Mas assim como está, já está muito bom, um voto a mais pra nós serão 10 no fígado da mineira-gaúcha, que mente até de onde é. Deve votar 2 vezes, uma em cada Estado de nascença.
É possível que Aécio incorpore  o slogan do falecido ex-candidato Eduardo Campos: “Não vamos desistir do Brasil”. Eu não vou desistir do Aécio nem que a vaca tussa. O presidente do PSB e Maurício Rands, da coordenação da campanha de Marina, são petistas radicais ululantes que devem estar fazendo o que podem pra melar esse acordo com a Marina, que seria um soco no queixo dos lulopetistas, obrigando-os a largar o osso que querem roer até o fim dos tempos, como os 70 anos do PRI mexicano. Mas o PSB oficializou seu apoio, mesmo com  os dois  traíras lá dentro. Todo cuidado é pouco.
A Onda Aécio será tsunami de votos no 2º turno pela expulsão dessa bandidagem corrupta que nos assalta há 12 anos. Mas a previsão do tempo aqui no meu teclado vê como muito distante a formação de um Marinaço.
A primeira reunião do PT depois do susto com a Onda Aécio, com o retrato da terrorista Stella tomando toda a parede, “Minha companheira de armas” do Zé Dirceu, como se ele tivesse pegado em armas algum  dia, até nisso eles mentem.
A nossa hora é agora, não vamos deixar passar um segundo sequer, “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”; vamos lá, não vamos faltar, não vamos anular. Muito cuidado com o já ganhou, cuidado com o salto alto.
A expulsão da quadrilha nunca esteve tão próxima, os mais estrelados deles puxando cana na Papuda (ficou faltando um), e o resto tendo que procurar emprego e trabalhar.
(Foto: Agência Brasil)
Marina e suas exigências: quem votou em Aécio, votou em seu programa de governo, não no de Marina (Foto: Agência Brasil)
Como disse Roberto Campos: “O PT é um partido de intelectuais que não pensam e de trabalhadores que não trabalham”. Vão ter que pensar (na morte da bezerra) e trabalhar pra ganhar o scotch de 25 anos de cada dia, blinis com caviar de tira-gosto, o Romanée Conti para acompanhar a janta e o Cohiba de 30 dólares cada pra ser degustado com café e conhaque francês. A moleza dessa vida dura vai acabar.
Ri ao ver a foto da terrorista com aqueles enormes óculos, agora eliminados acho que por força das plásticas e do Photoshop, com os olhos postos no infinito, na vitória do terrorismo que levaria nosso país a ser uma democrácia cubana ou venezuelana, na parede da reunião de choradeira da 2ª feira.
É “democrácia”, a democracia com o sotaque do Tchávez e do Fidel. O Retrato da Terrorista Quando Jovem tomando quase a parede inteira, como um ícone de Santidade Revolucionária da Founding Mother do Estado Stalinista, a República Socialista Soviética do Brasil.
Não tinha a bigodeira do Stalin mas a vi, sem estar lá. Ela orou na igreja do Bomfim, fingindo uma religião que não tem; afinal, religião é o ópio do povo. Tentou empurrar nos crentes a mentira que mentiu quando disse que faxinou a corrupção do seu governo. Faxinou pra baixo do tapete.
O Jornal Nacional deu um banho de informações sobre o dinheiro da Petrobras, que engordou as burras do PT e minutos depois, a Dilma mentiu no seu programa político que o seu governo “combate a corrupção”(sic). Ela trata todo mundo como otário. Quem acredita, é.
E mente não as mentiras inocentes do Pinóquio, mas mentiras com que ela “faz o diabo” (sic) pra ganhar a eleição a qualquer custo. Vai perder.
O marqueteiro, autor da sua  campanha imunda, mentirosa, sem vergonha do 1º turno, discursa mais mentiras: “– Agora faremos uma campanha propositiva” (sic), acredite se quiser; e voltada para os jovens das redes sociais, que “Querem o combate à corrupção” (mais sic aí), não acredite nem sob tortura no pau de arara. Antes que piscasse um olho, já tinha baixaria na internet.
A campanha imoral, feita contra Marina, volta-se agora contra Aécio. A mentira corre solta. As redes ditas sociais já estão invadidas por ataques ao Aécio e à sua mulher e filhas. Agora as primeiras mentiras saíram da boca da Dilma, candidata mentirosa e, pior, uma presidente mentirosa: Armínio Fraga, apontado com ministro da Fazenda de Aécio “Vai reduzir o salário mínimo”. Daqui pra inventarem que vai acabar com a Bolsa Família não demora um segundo. Não sei se terão a sem-vergonhice na cara de dizer que vai privatizar a Petrobras, que já depenaram.
Se eu fosse o Aécio, responderia com uma única palavra, pra não perder tempo com a sujeira: “Prove!”
Quando estourou o Rosegate, com aquela namorada do Lula sustentada por nós, foi plantada a fala anônima, tipo dito do povão falando e elogiando : “– U ômi é macho come todas.”
Agora, Aécio é mulherengo, sua mulher é “corna mansa” e mais imundícies impronunciáveis num espaço decente como este do DC.
Podemos esperar mais, que virão. Contudo, Aécio, como eu e você, leu o filósofo Vicente Matheus que, pleno de sabedoria, é autor do “Primeiro Postulado de Vicente”: “Quem sai na chuva é pra se queimar”.
Aécio aguentou firme e quase sozinho o tranco, quando os institutos de pesquisas o colocavam no fundo do poço do Pré Sal com 14 pontos,  e alguns “aliados” mandavam recados, via jornais e não no segredo de reuniões de discussão de estratégia, para retirar sua candidatura. Trairagem.
Aécio engoliu os traíras, que o iriam engolir, tal e qual engolimos o Zagalo. Ao PT com repulsa: vocês vão ter que engolir o Aécio. DO R.SETTI-VEJA

IMPRESSIONANTE!!! O PT ESTÁ MAIS DESORIENTADO DO QUE QUANDO ERA UM PARTIDO INVIÁVEL DA OPOSIÇÃO. É A FORÇA DE SUA HERANÇA MALDITA SE VOLTANDO CONTRA ELE PRÓPRIO

O PT está desorientado. Desorientado como nunca se viu. Não sabe o que pensar, o que fazer, o que falar. Se a dianteira do tucano Aécio Neves é de 2 pontos, de 8 ou de 18 — segundo os mais variados institutos —, isso, não sabemos. Mas ninguém duvida de que esteja à frente de Dilma — nem os próprios petistas. O PT não larga atrás no segundo turno desde 1989 (em 1994 e 1998, FHC se elegeu no primeiro). E isso, não tem jeito, acaba induzindo a erro. Dilma está falando bobagens sobre a investigação, João Santana erra a mão no horário eleitoral — o do tucano está muito melhor —, e os terroristas da Internet, atônitos, enfiam as patas traseiras pelas patas dianteiras, numa escalada de virulência também inédita.
Tudo isso vai caracterizando uma espécie de vale-tudo e de jogo sujo contraproducente. Neste domingo, Marina Silva tem tudo para anunciar o apoio a Aécio — algum efeito terá. De todo modo, parece que a esmagadora maioria do seu eleitorado já migrou para o tucano por conta própria. Como pano de fundo — e, ao mesmo tempo, protagonista —, o escândalo de dimensões inéditas na Petrobras. No Nordeste, o candidato do PSDB vai abrindo trincheiras, com o apoio do família Campos em Pernambuco, com um Tasso Jereissati senador no Ceará, com um ACM Neto na Bahia.
Dilma e a Petrobras
A candidata do PT está perplexa. Nem a maquiagem nem a marquetagem de João Santana conseguem esconder. Quando alguém, na sua condição, também presidente da República, usa o tempo para criticar a investigação e para acusar perseguição — não nos esqueçamos de que a operação Lava Jato nasceu de uma investigação da Polícia Federal —, eis, então, um sinal de que as coisas vão de mal a pior.
Dilma se queixa de “vazamentos seletivos”. Infelizmente para ela, os depoimentos que já começaram a causar um terremoto no mundo político — e estamos só no começo — não pertencem àquela parte da investigação coberta pelo sigilo de Justiça; não integram a fatia de depoimentos da chamada “delação premiada”.
Não tendo o que dizer, Dilma diz, então, qualquer coisa e pede que tudo seja divulgado, como se o “tudo” lhe pudesse ser benéfico. Ora, não nos esqueçamos de que, segundo apurou a VEJA, a parte sigilosa dos depoimentos atinge, por exemplo, o seu ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, além de algumas cabeças coroadas do PMDB.
Pois é… Paulo Roberto contou tudo. As diretorias eram separadas em cotas partidárias. O PT tinha a de Serviços, a de Exploração e Produção e a de Gás e Energia. O PP ficava com a de Abastecimento — que era a do engenheiro —, e o PMDB, com a Internacional. Cada partido tinha o seu operador para cuidar do serviço sujo.
Ele deu detalhes de como a coisa funcionava, por exemplo, na de Serviços, que era comandada pelo petista Renato Duque:
“A diretoria de Serviços, através da comissão de licitação, ia no cadastro, escolhia as empresas de acordo com a complexidade da obra, de acordo com valor da obra aproximado, que já se tinha ideia etc, e separava as empresas. Então, quem fazia tudo isso era a comissão de licitação interna da companhia, da Petrobras”. Eis aí.
Que se note: em nenhum momento Paulo Roberto nega que ele próprio cometesse também aos crimes. Ao contrário: ele narra a história na condição de um dos operadores. O que Dilma queria? Que os donos da Petrobras — os brasileiros — fossem privados dessas informações? Por quê?
O PT nega tudo e tal, mas as provas do crime estão lá, com a Polícia Federal, com o Ministério Público e com a Justiça. Na hora em que essa história chegar, de fato, aos engravatados é que a terra vai tremer. NOTEM QUE, ATÉ AGORA, NÃO SE SABE QUEM ERA O VERDADEIRO CHEFE DO ESQUEMA. Não se enganem: numa engrenagem como essa, alguém dava a última palavra e harmonizava os interesses. Quem???
Horário eleitoral
As circunstâncias estão forçando o horário eleitoral de Dilma na TV a ser reativo, tenso, mal humorado, rancoroso e terrorista. O partido tenta empregar contra a Aécio a tática empregada contra Marina, sem se dar conta de que, de fato, não tirou votos da candidata do PSB com aquela retórica. Embora as pesquisas tenham deixado de apontar a tempo, eles estavam migrando para Aécio — ou voltando para ele, sabe-se lá.
Dia desses, no metrô, ouvi uma conversa de pessoas simples,  sem, vamos dizer, sotaque universitário. Uma das mulheres dizia à outra: “Cê vai ver: agora o PT vai começar a xingar o Aécio; eles sempre fazem isso…” E, de fato, eles sempre fazem isso. E isso era de tal sorte esperado que há uma boa possibilidade de que ninguém dê bola.
O PT opta pelas piores práticas de demonização de pessoas e de sua biografia. Transformar Armínio Fraga e FHC em inimigos do salário mínimo é uma fraude, uma mentira, uma indignidade. Inferir que o ex-presidente agrediu nordestinos é indecoroso. Eis aí: de fato, a propaganda de Aécio passou a falar em nome da mudança e da esperança. Ao PT, restou o exercício do medo, do ódio e do ressentimento.
Faltam 13 dias para o segundo turno. Há pela frente os debates, que, agora sim, oporão de verdade os candidatos com chances de vencer a disputa. Dá para dizer que Aécio já ganhou? É claro que não! Mas já dá para afirmar com absoluta certeza que Dilma perdeu o juízo. Ao chamar de golpistas os eleitores que se negam a votar nela, evidenciou que, no fundo do peito, ainda nutre um profundo desprezo pela democracia. Pode ser inexperiência. né? Afinal, ela venceu até hoje 100% das eleições que disputou: UMA. Não deve saber que é a derrota que evidencia se o político aderiu ou não aos valores democráticos — afinal, é só nas tiranias que o mandatário vence sempre, governanta!
Parte da herança maldita do petismo o atropelou na reta final da disputa. À diferença de Dilma, eu respeito as urnas, mesmo quando não gosto do resultado — estou achando que, nesse caso, há uma boa chance de um gostar. E, porque respeito, encerro assim: que o eleitor decida. A democracia existe para que ele exerça a sua soberania, não para que um partido vire o dono da sociedade.
Por Reinaldo Azevedo-da Veja