terça-feira, 4 de julho de 2017

Temer e Gilmar Mendes voltam a ter encontro fora da agenda oficial do Planalto

Ministro do STF disse que eles discutiram ampliação da biometria para 2018. Gilmar Mendes participará do julgamento de Temer se a Câmara autorizar prosseguimento da denúncia.

presidente Michel Temer e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, voltaram a se reunir fora da agenda oficial do Palácio do Planalto.
A informação foi divulgada pelo site Antagonista e confirmada pela TV Globo.
Gilmar Mendes disse que eles discutiram a ampliação da biometria para as eleições de 2018.
Como ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes vai participar do julgamento da denúncia contra Temer se a Câmara autorizar o prosseguimento da acusação oferecida pela Procuradoria Geral da República contra o presidente pelo crime de corrupção passiva.
Na semana passada, Temer e Gilmar já tinham se reunido na casa do ministro do Supremo sem que o compromisso fosse registrado nas agendas oficiais deles.
A TV Globo apurou que, nessa reunião, eles trataram da indicação de Raquel Dodge para a Procuradoria Geral da República.DO G1

Zveiter injeta o imprevisível na trilha de Temer

Josias de Souza

O relator da denúncia contra Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara será o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ). Não é o nome dos sonhos do presidente da República, disse um operador político do governo. Mas poderia ser pior, ele acrescentou, referindo-se aos oposicionistas que reivindicavam a função. Zveiter injetou uma dose extra de imprevisibilidade num processo que Temer imaginava estar sob seu controle.
No plano original de Temer, o relator seria Jones Martins (PMDB-RS) ou, alternativamente, Alceu Moreira (PMDB-RS). Mas o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), decidiu atravessar Zveiter no caminho do seu correligionário. Fez isso, segundo a interpretação do Planalto, porque ambiciona o governo de Minas Gerais. E não quer passar à opinião pública do seu Estado a impressão de que é mero vassalo de um presidente cuja popularidade, já rente ao chão, é de 7%.
O Planalto tentou domar Pacheco oferecendo-lhe a possibilidade de nomear o presidente da estatal Furnas, que ele havia reivindicado junto com a bancada mineira. Mas a oferta saiu pela culatra. E restou ao governo celebrar o fato de não ter sido nomeado um relator declaradamente favorável à tese de que a Câmara deve, sim, aprovar a continuidade do processo, liberando o Supremo Tribunal Federal para decidir se Temer deve ou não ser convertido em réu numa ação penal por corrupção.
Havia à disposição do presidente da CCJ vários nomes que o Planalto considerava duros de roer. Entre eles Betinho Gomes (PSDB-PE) e Tadeu Alencar (PSDB-PE). Nesse contexto, Sérgio Zveiter foi considerado pelo governo, por assim dizer, um mal menor. Espera-se que, sendo advogado, ex-presidente da seccional da OAB no Rio de Janeiro, o relator se sensibilize com os argumentos da defesa a ser entregue nesta quarta-feira pelo advogado de Temer, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira.
Para não correr riscos, Temer e seus ministros suam a camisa para conquistar votos na Câmara. Nesta terça-feira, conforme já comentado aqui, o presidente atendeu deputados em ritmo de fast food. Serve verbas e cargos num bandejão constrangedor. Tenta reunir forças para, no limite, derrotar um eventual voto indesejável do relator Zveiter. Como não conseguiu realizar o sonho do relator ideal, Temer tenta evitar a realização do seu pesadelo.

A estratégia da Nasa para, pela 1ª vez, desviar um asteroide que passará perto da Terra

Agência espacial americana prepara missão com objetivo de proteger planeta de um possível impacto; primeiro alvo será asteroide Didymos, que passará a 11 milhões de km de distância daqui em 2022.

A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, prepara uma ambiciosa missão: desviar um asteroide que passará perto da Terra.

Foto: Ansa
O alvo é um asteroide chamado Didymos ("gêmeo" em grego), que conta com um sistema binário, ou seja, dois corpos: o Didymos A tem aproximadamente 780 metros de comprimento, e o Didymos B, um corpo menor que o envolve, tem uns 160 metros.
A previsão é de que esse asteroide passe relativamente perto da Terra, a cerca de 11 milhões de quilômetros de distância, em outubro de 2022 e depois em 2024.
É aí que a Nasa quer colocar em prática a primeira missão para demonstrar uma técnica de deflexão, isto é, de desvio do asteroide para proteger o planeta.
"O risco de impacto do asteroide é real, pergunte aos dinossauros", diz à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC) Jean Luc Margot, professor de astronomia da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). "Diferente de outros perigos naturais como furacões, erupções vulcânicas, terremotos, etc, os impactos dos asteroides podem ser evitados com a tecnologia atual."

Como será a missão?

No momento, a Nasa trabalha no design do Teste de Redirecionamento do Asteroide Duplo (DART, na sigla em inglês).
"O DART será a primeira missão da Nasa para colocar na prática o que é conhecido como técnica de pêndulo cinético - bater no asteroide para mudar sua órbita - a fim de defender a Terra de um possível impacto futuro", explica Lindley Johnson, especialista em defesa planetária da Nasa em Washington.
E, para testar esse novo projeto, que ainda se encontra em uma fase preliminar, os cientistas da agência espacial acreditam que o Didymos é a melhor oportunidade.
"Um asteroide binário é o laboratório natural perfeito para esse teste", diz Tom Statler, cientista do programa do DART, em comunicado da Nasa. "O fato de o Didymos B estar em órbita ao redor do Didymos A faz com que seja mais fácil ver os resultados do impacto e garante que o experimento não mude a órbita da ambos ao redor do Sol."
Para o professor Margot, a escolha desse asteroide é boa porque ele é relativamente acessível para aeronaves espaciais e é possível medir as mudanças com imagens de radar.

Mais rápido que uma bala

Segundo a Nasa, o DART atingirá o Didymos B, o asteroide menor, "a uma velocidade de 6 km por segundo, nove vezes mais rápido que uma bala".
Com esse teste, os cientistas poderão avaliar a mudança resultante na órbita de Didymos B ao redor de Didymos A. Isso permitirá determinar as capacidades do impacto cinético como uma estratégia de mitigação de asteroides.
"O DART é um passo crítico para demonstrar que podemos proteger nosso planeta de um impacto futuro de asteroides", diz Andy Cheng, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins em Laurel, Maryland (EUA), que também participa do projeto.
Segundo o professor Margot, a iniciativa está dentro das capacidades tecnológicas dos Estados Unidos, mas pode enfrentar o risco de cortes orçamentários.
"Se os responsáveis pelo orçamento não apoiarem o projeto, poderão ser considerados culpados pela perda de vidas e bens em caso de um impacto grande de um asteroide", opina Margot. BBC BRASIL.com
DO TERRA

Temer já atende políticos em ritmo de fast food

Josias de Souza

A necessidade de deter na Câmara a denúncia que o acusa de corrupto levou Michel Temer a escancarar o paradoxo do seu governo. O presidente se propõe a reformar as bases econômicas do país. Para fazer isso, precisa manter-se no cargo. E decidiu lutar pela sobrevivência cultivando os vícios que potencializam as negociatas e os trambiques com verbas públicas. Temer recebe políticos em ritmo de lanchonete fast food. Serve cargos e verbas num bandejão que dá à sua gestão a aparência melancólica de uma central de escândalos.
Nesta terça-feira, dia em que começa a caminhar na Câmara a denúncia da Procuradoria-Geral da República, Temer enfileirou em sua agenda 21 audiências com parlamentares. Desse total, 16 são deputados, seis dos quais integram a Comissão de Constituição e Justiça. Ali, o Planalto travará sua primeira batalha para tentar asfixiar a denúncia contra Temer, sonegando ao Supremo Tribunal Federal a oportunidade de avaliar se há elementos para a abertura de uma ação penal que afastaria o presidente do cargo por pelo menos seis meses.
Numa evidência de que o governo reformista passou a existir apenas no gogó, Temer havia inaugurado a semana com uma audiência que simboliza a perda definitiva do recato. Na mesma segunda-feira em que a Polícia Federal prendeu o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o presidente recebeu reservadamente no Planalto o ex-deputado Valdemar Costa Neto, um mensaleiro que controla o PR como se fosse um feudo cartorial. Ele estava acompanhado do ministro Maurício Quintella Lessa, que gerencia os negócios da pasta dos Transportes em nome do PR.
Além de Temer, também os ministros palacianos se desdobram para atender parlamentares. Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) recebeu uma comitiva de 16 deputados e três senadores catarinenses. Foram pedir a liberação de verbas para rodovias no Estado. Entre os visitantes, quatro são membros da Comissão de Constituição e Justiça.
Outro ministro, Antonio Imbassahy, um tucano que substituiu Geddel na coordenação política do governo, além de acompanhar Temer em algumas conversas, recebeu a sós mais quatro deputados.
Alega-se que o Planalto não ultrapassa as fronteiras da negociação republicana. Mas esse lero-lero vem sendo reiterado desde a primeira missa. E o brasileiro assiste a um espetáculo de depravação moral que só piora o catecismo. Renovam-se a cada governo as alianças espúrias. A tolerância com os maus hábitos levou à corrupção endêmica que operações como a Lava Jato desvendam. E Temer parece não ter aprendido a clara lição de que a velha tática já não funciona.

Sujeira ao redor dificulta defesa de Michel Temer

Josias de Souza

Num instante em que Michel Temer vende a alma para enterrar na Câmara a denúncia em que a Procuradoria-Geral da República o acusa de corrupção, a Polícia Federal prendeu mais um integrante do grupo do presidente: Geddel Vieira Lima. Ele reforça o time de políticos que costumavam frequentar os jantares do Palácio do Juburu e passaram a comer as questinhas servidas na cadeia.
Antes de Geddel, foram em cana Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Investigado por suspeita de corrupção, Geddel foi preso por tentar atrapalhar o trabalho dos investigadores. Ele estaria pressionando o doleiro Lúcio Funaro, dono de segredos insondáveis sobre a roubalheira do PMDB, para não virar um delator. Ironicamente, o Planalto agora teme que o próprio Geddel, ex-ministro de Lula e Temer, ex-vice-presidente da Caixa Econômica sob Dilma Rousseff, passe a flertar com a hipótese da delação.
Michel Temer se esforça para convencer o país de que a denúncia que o retrata como um corrupto não passa de uma peça de “ficção” do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Simultaneamente, os integrantes do staff político do presidente passam por um acelerado processo de apodrecimento. Quem não está preso é porque tem foro privilegiado.
Com tanta sujeita ao redor, fica cada vez mais difícil para o presidente demonstar que sua biografia continua limpinha. Não há mais espaço para otimismo. Os pessimistas já não conseguem enxergar luz no final do túnel. Os muito pessimistas perceberam que roubaram o túnel.

Profusão de ‘fatos novos’ enfraquece superioridade de Temer no Congresso

Josias de Souza

O governo de Michel Temer está na berlinda há 48 dias, desde que veio à tona o escândalo da JBS. Nesse período, ministros e aliados do presidente no Congresso repetem que só um fato novo poderia encurtar-lhe o mandato. Produziram-se tantos fatos novos que ficou difícil contá-los. O penúltimo foi a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima. O próximo deve ser a formalização do acordo de delação premiada em que o doleiro Lúcio Funaro vai aprofundar as acusações contra Temer e todo o seu staff político.
A profusão de fatos novos —os de ontem somando-se aos de hoje, a estes misturando-se às previsões sobre os que estão por vir— provoca uma gradativa erosão no conglomerado governista, debilitando a supremacia legislativa do governo. Em público, Temer declara-se “animadíssimo”. Em privado, seus auxiliares contam votos. E concluem que a situação do governo já não é tão confortável na Câmara, que decidirá se autoriza ou não o Supremo Tribunal Federal a se debruçar sobre a denúncia que pode converter Temer em réu.
Como Temer não consegue fornecer explicações convincentes, a única consequência da onda de fatos novos é produzir outros fatos, e outros, e outros mais, até resultar em algo que começa a ganhar a aparência de um mar de acusações irrespondidas —um imenso lençol freático de suspeitas sobre o qual bóia, inerme, um governo incapaz de esboçar reação à altura.
Os primeiros fatos novos já vão ficando velhos: o áudio com o diálogo vadio do presidente, a delação dos executivos da JBS, a filmagem da mala com propina de R$ 500 mil, as explicações desastrosas de Temer, a prisão de Rodrigo Rocha ‘Homem da Mala’ Loures, a descoberta de que o presidente viajara no jatinho de Joesley ‘Bandido Notório’ Batista, a prisão de Henrique Eduardo Alves, o relatório em que a Polícia Federal conclui que Temer meteu-se mesmo num enredo criminoso, a conversão do presidente de investigado em denunciado por corrupção passiva junto ao Supremo Tribunal Federal…
De repente, quando o Planalto ainda festejava a transferência de Rocha Loures da carceragem brasiliense da PF para uma cana domiciliar, sobreveio a ordem de prisão contra Geddel. Suprema ironia: o ex-coordenador político de Temer virou ‘fato novo’ graças aos seus esforços para evitar o surgimento de outros dois ‘fatos novos’ radioativos. Geddel mexia-se nos subterrâneos para impedir as delações do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e do operador Lúcio Funaro —este último já com a língua em movimento.
A novidade orna com o fato novo original, que está na gênese da encrenca que ameaça o mandato do substituto constitucional de Dilma Rousseff. Na conversa gravada que manteve com Temer no escurinho do Jaburu, o delator Joesley Batista relatou ao presidente os seus esforço$ para preservar o silêncio de Cunha e Funaro. A certa altura, declarou que conquistara um bom relacionamento com Cunha. E Temer recitou para o gravador do visitante a frase que o perseguirá pelo resto da vida: “Tem que manter isso, viu?”
Depois de idas e vindas, Temer confirmou nesta segunda-feira que participará da reunião do G-20, na Alemanha. Voará na quinta-feira. Não são negligenciáveis as chances de encontrar revelações do doleiro Funaro penduradas nas manchetes quando retornar ao Brasil, no sábado. A essa altura, o governo já não descarta nem a hipótese de ser abalroado por uma delacão de Cunha. Ou de Rocha Loures. Ou do próprio Geddel.
Os deputados governistas observam a conjuntura de esguelha. E com um pé atrás. Sabem que, se ajudarem a enterrar a denúncia que trata de corrupção passiva, logo terão de deter a segunda flechada do procurador-geral da República, que alvejará o presidente com a denúncia sobre obstrução de Justiça. Que será seguida pela flecha da formação de organização criminosa. Os parlamentares começam a se questionar sobre a conveniência de arcar com o custo político de socorrer um presidente hemorrágico, com escassos 7% de popularidade.

Nova medida de Moro pode ser devastadora para o PMDB

Decisão afeta em cheio operadores que abasteciam o partido

Sergio Moro, juiz federal
O juiz Sergio Moro decretou, na noite da última segunda (3), a quebra do sigilo bancário e o sequestro de dinheiro dos operadores Jorge e Bruno Luz.
No total, a medida atinge dez contas bancárias, todas elas localizadas em paraísos fiscais. Moro quer ainda que sejam detalhadas todas as movimentações dos últimos cinco anos.
“Jorge Antônio da Silva Luz e Bruno Gonçalvez Luz teriam, em pelo menos cinco episódios intermediado o pagamento de vantagem indevida a agentes públicos, incluindo dois Diretores e dois gerentes da Petrobras, em valores vultosos e
utilizando expedientes sofisticados de ocultação e dissimulação”, diz Sergio Moro.
Pai e filho, Jorge e Bruno Luz foram denunciados no dia 31 de março. São acusados de atuarem para parlamentares, sobretudo do PMDB, e diretores da Petrobras no pagamento de propina em contratos de compra e operação de navios-sonda no exterior.DO RADAR

Michel Temer é rejeitado por nove em cada dez pessoas em Alagoas

Temer derreteu em poucos meses

Que Michel Temer não é muito bem quisto pela população não é novidade para ninguém. Mas a mesma pesquisa que revelou que os alagoanos querem que Renan Calheiros faça oposição ao presidente, encomendada pelo diretória estadual do PMDB, mostra que Temer é rejeitado por 92% da população.
O interessante mesmo é a velocidade com a qual a imagem do presidente se desgastou por lá. Na última pesquisa, há três meses, ele era rejeitado por 72% e 20% o desconhecia. Agora, essa parcela que não tinha opinado migrou para a rejeição. DO RADAR