terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A festa desavergonhada

21/12/2010
às 5:45


O governador do Rio, Sérgio Cabral, organizou ontem na Praça da Apoteose, a festa ”Obrigado, presidente Lula: o povo do Rio agradece”, que contou, é evidente, com a presença do homenageado, em mais um dos espetáculos psicanalíticos da chamada Síndrome da Inveja do Próprio Pênis. Lula discursou.
“Se juntar todos os presidentes da história deste País, duvido que tenham subido 10% dos morros que nós subimos nos últimos quatro anos”.
Foi a parte amena da festa desavergonhada. Todo o resto muito pior.

Lula, que está no palanque desde a fundação do PT, aproveitou para fazer campanha eleitoral antecipada, desta feita para a Prefeitura do Rio. E já prometeu se esforçar para reeleger Eduardo Paes. E o fez no seu estilo, negando que estivesse fazendo o que estava fazendo:
“Daqui a dois anos, tem eleição. Eu não posso falar, mas vou estar aqui para manter essa dupla coordenando o Rio. Para não permitir que venha outra pessoa atrapalhar o nosso projeto”.

Em nenhum país do mundo democrático um presidente da República se refere a oposicionistas, que disputam eleições segundo as regras do jogo e legitimam os governos, como “aqueles que atrapalham”. Mas ele pode porque tudo lhe convém e tudo lhe é permitido. Politicamente, este senhor é uma monstruosidade ética.

Mais uma vez, Lula se referiu ao mensalão como se fosse uma conspiração. E contou quem eram os seus interlocutores de confiança:
“Lembro que fui a uma reunião e disse ao presidente [José] Sarney e ao Renan [Calheiros]: ‘digam a eles que querem me derrubar, que eu não vou fazer que nem o Getúlio [Vargas], não vou me matar. Não vou fazer como João Goulart, não vou renunciar. Eles vão ter que me derrotar nas ruas desse país, nos bairros desse país, nas favelas desse país. Vocês viram o que aconteceu comigo em 2005. A história vai julgar se tudo o que aconteceu foi verdade ou inventado.”

O “eles” de seu discurso era a imprensa, que voltou a apanhar no palanque:
“Quando a gente lê determinados jornais fica pensando que eles não estão falando do Brasil. Porque tem gente que não tira a bunda de uma cadeira, de uma sala com ar refrigerado e fica julgando as coisas que acontecem nesse país sem saber.”

Lula acha que uma bunda muito agitada é sinal de pensamento inquieto e percuciência. A gente começa a entender melhor a composição do atual ministério e também do próximo.

A festa estava, enfim, à altura do anfitrião, Sérgio Cabral, que fez as vezes de apresentador do evento. É aquele rapaz que pretende erradicar o crime do Brasil legalizando-o. Já defendeu a descriminação das drogas, do aborto e do jogo e considera hipócritas e insinceros os que não concordam com ele.

Lula e Cabral num mesmo ambiente dá em quê? Comenteram o primeiro crime eleitoral de 2012!
Por Reinaldo Azevedo

O patrono de Lula

Editado por Andréa Haddad em 21/12/2010 às 12:51 hs.

(Giulio Sanmartini) Em agosto desse ano, o presidente Lula foi questionado pela pedagoga Renata Mendes dos Santos sobre o que seria feito em relação à educação do País, onde as verbas não são repassadas corretamente e o direito à educação básica é restrito a tão poucas crianças.

A resposta do presidente, como sói, foi confusa e evasiva: “As verbas para a educação já são repassadas de forma republicana, tanto para a rede estadual quanto para a municipal. Este é o princípio adotado para o Fundeb, que distribui recursos da educação de acordo com as necessidades de cada município e estado. Além do Fundeb, os demais programas do MEC, como alimentação escolar, dinheiro direto na escola e livros didáticos, distribuem os recursos sem nenhuma discriminação. O governo vem fortalecendo o pacto federativo. Por isso, lançamos o plano de ações articuladas que busca identificar as necessidades educacionais de cada unidade da federação para poder auxiliá-las na superação de suas deficiências. Quanto à aplicação dos recursos federais, cabe à população estar atenta”.

Fato é que, entre as realizações desse governo, daquelas que não foram registradas em cartório, Lula deixará o país na lamentável situação de ter 14 milhões de analfabetos e 50 milhões de pessoas que não compreendem o que acabaram de ler nem conseguem somar dois mais dois.

A situação do Brasil no ranking do PISA- Programa Internacional de Avaliação de Alunos- que confere como está a Educação em 65 países do mundo é vergonhoso. O método de avaliação do PISA procura responder três perguntas básicas:

1. Os alunos estão preparados para enfrentar os desafios do futuro?
2. Os estudantes conseguem analisar, raciocinar e se comunicar com eficiência?
3. Estão capacitados para continuar o aprendizado pelo resto da vida?

Para responder essas perguntas e colocar os países num ranking de excelência, o PISA levou em consideração a performance dos estudantes em Leitura, Matemática e Ciências. Pois é, o Brasil ocupa 53° posição, isto é, está na lama. No ensino universitário, tão exaltado por Lula e pelo ministro “ficante” Fernando Haddad, a coisa não vai melhor. Num ato circense, no final de novembro, em uma solenidade somente com teor simbólico, o presidente e o ministro da Educação, entregaram oficialmente 30 campi de 15 institutos federais tecnológicos e 25 campi de 15 universidades federais, em uma inauguração simultânea.

A cerimônia, segundo eles, marcou a conclusão de etapas importantes do plano de expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, e o avanço do Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais (Reuni).

Todavia, em termos de qualidade, o ensino superior está também entre os últimos do mundo. Uma universidade para ser boa e estar entre as primeiras do mundo precisa de verba alta para pesquisas, posicionar-se na internacionalização de seus alunos e professores e cobrar anuidades dos estudantes. O acesso aos menos favorecidos é feito com distribuição de bolsas aos que realmente tem valor.

Uma situação bem diferente das duas melhores brasileiras, a USP (Universidade de São Paulo) e a Unicamp (Universidade de Campinas), onde a pesquisa engatinha, o número de estudantes estrangeiros é mínimo e os cursos são gratuitos. Portanto, não é difícil de entender o porque, no ranking das melhores universidades (2010), que a primeira esteja em 232º lugar e a outra em 248°. (Veja o ranking 2010).

Sugiro que a capa dos 6 volumes verdes, das realizações do governo Lula registradas em cartório, tenha a ilustração que segue no texto.