Benedito Oliveira Neto, o Bené. |
O
Ministério Público Federal (MPF) denunciou o empresário Benedito
Oliveira Neto (foto), operador do governador mineiro Fernando Pimentel
(PT), por peculato e fraude em licitação. Ao lado de outras oito
pessoas, ele responderá também por improbidade administrativa e pode ser
obrigado a devolver os 2,9 milhões de reais que, de acordo com os
procuradores, foram desviados em um contrato com o Ministério das
Cidades.
A
atuação do grupo teria ocorrido entre 2007 e 2009, por meio da empresa
Dialog Serviços de Comunicação (atual Due Promoções e Eventos). Segundo o
Ministério Público, a Dialog usava uma estratégia apelidada de "jogo da
planilha" para vencer as licitações. O truque envolvia a redução de
preço de itens secundários e pouco utilizados e o sobrepreço em itens
mais utilizados. Em uma concorrência com o valor previsto de 554 milhões
de reais, a empresa saiu vencedora após apresentar um lance de apenas
24,8 milhões.
O maior
- 1,2 milhão de reais - desvio teria ocorrido na organização da 3ª
Conferência Nacional das Cidades, realizada em dezembro de 2007. O
sobrepreço em um dos itens chegou a 1.500%.
Entre
os denunciados, ao lado de Bené, estão sete ex-funcionários do
ministério, inclusive a ex-subsecretária de Planejamento, Orçamento e
Administração Magda Oliveira e o coordenador de Licitação, Francisco de
Assis Rodrigues Froés.
Os
procuradores afirmam que Bené agiu em parceria com os servidores.
"Verifica-se que este concorreu dolosamente para a prática dos atos
criminosos aqui descritos ao arquitetar ilicitamente, em conluio com
funcionários públicos do Ministério das Cidades, a vitória de sua
empresa no certame licitatório pregão eletrônico", diz a ação penal.
Benedito
Oliveira já é investigado em outros casos de corrupção. O executivo
Gerson Almada, da Engevix, apontou aos investigadores da Lava Jato que
Bené era o arrecadador de propina para a campanha de Pimentel. O
empresário também pertence à família dona da Gráfica Brasil, fornecedora
da campanha de Pimentel e investigada na operação Acrônimo, da Polícia
Federal, por indícios de lavagem de dinheiro. Bené foi preso em maio mas
deixou a cadeia depois de pagar fiança. Do site da revista Veja DO ALUIZIOAMORIM