PAZ AMOR E VIDA NA TERRA " De tanto ver triunfar as nulidades, De tanto ver crescer as injustiças, De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto". [Ruy Barbosa]
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Brasil: conclama-se o povo!
INTRODUÇÂO
Amigos leitores,
Desde 2008 tenho escrito para diversos sites da internet. Um dos primeiros- e principal deles, foi o BRASILWIKI. Extrai-se de todas as minhas matérias – mesmo as que posto da autoria de outros, que meu foco é o povo, seus direitos, a ação dos representantes do Estado-seres e entes públicos contra os direitos deste mesmo povo.
Revelo minha indignidade ante os acontecimentos. Indico o que penso a bem da verdade e principalmente à Luz da Justiça deveria ocorrer. Jamais preguei a violência, mas a PAZ.
Sei que tudo o que é humano tem falhas, por sua própria origem. No entanto, sei também a dor que sinto ao constatar todo o mal que ocorre aos meus semelhantes, causados não importa por quem.
Os homens públicos brasileiros- em sua maioria- representam a si mesmos, não ao povo- e seus atos são inqualificáveis para os cargos aos quais foram guindados por voto. Mentiras de toda a sorte são ditas, escritas, repetidas e publicadas sem a menor vergonha.
Nossos aposentados-principalmente os do RGPS (INSS), passam mesmo necessidades. Foram ludibriados por este governo, o anterior e pelos que antecederam a esses. Políticos profissionais têm-se elegido e reelegido no país inteiro, por conta desses cidadãos, suas famílias, parentes e amigos. Prometeram mundos e fundos. Após atingirem seus objetivos, ficam esses aposentados desiludidos, a passarem as mesmas- ou piores tribulações- e ainda, destituídos de esperança. Há bravos guerreiros, lutam por amor à causa e gratuitamente. São inúmeras as vezes que penso formarmos o Exército de Brancaleone.
Desde há muito tenho me dedicado com a devoção quase sacerdotal à causa dessas pessoas e, apesar de incontáveis trabalhos publicados em anais dos congressos vários dos quais tenho participado, sinto-me frustrada por pouco ou nada de positivo ter conseguido. Sigo porém, a acreditar no sonho de um país melhor. Sigo a escrever com fé.
No entanto, sem a força e a vontade políticas, é impossível efetuar as imprescindíveis transformações.
Passamos há muito do ápice do tolerável; atingimos o paroxismo do intolerável. E escândalos se sucedem praticados por pessoas que ocupam elevados cargos. São apenas afastados, levando consigo agradecimentos públicos pelos serviços prestados… e geralmente voltam para suas vidas privadas, não só usando em seus negócios as informações obtidas quando no cargo, como traficam influência.
Reina a impunidade.
Ouvem-se discursos vazios, mentiras que levam à descrença de perspectivas positivas para um país justo, equânime.
Após escrever “SAÚDE: há solução se há vontade política”, recebi de um amigo e aposentado, via e-mail o que hoje posto, por concordar com seu teor. Mesmo não estando assinado, alinha pensamentos, fatos verdadeiros noticiados pela mídia e, acima e além, expressa a indignação existente em cada criatura de bem deste país.
Sabe-se que corruptos e corruptores existem e existiram em todas as épocas e em todos os países. Seus atos, com o transcorrer do tempo, originaram não só a queda de civilizações, como as revoluções mais sangrentas da História. Receio que possa vir a ocorrer o mesmo no Brasil, mesmo com a índole boa e de paz de nosso povo, pois para tudo há limites.
Não me recordo de época alguma na qual a corrupção tenha atingido tão surreais patamares.
Não esperemos que tais modificações sejam efetuadas por políticos carreiristas. São os maiores sanguessugas das burras do Estado. Representam não o povo, mas a si mesmos e seus interesses mesquinhos e escusos.
Amigos leitores,
se estiverem de acordo com o que lerem, indiquem esta mat[eria, informem aos que conhecem, para que chegue ao conhecimento do maior número possível de pessoas.
Que o povo brasileiro alevante sua voz na paz, independentemente de partidos, pois o que está em risco aqui, é sua própria identidade nacional: o povo brasileiro, sem divisões quaisquer que sejam.
“Democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo”, ensinou-nos Abraham Lincoln.
Este povo pode fazer as mudanças.
Mirna Cavalcanti de Albuquerque
Rio de Janeiro, 16 de Agosto de 2011
E-mail que recebi
É…Parece que o povo está acordando… E …o clima lembra o período que antecedeu à a Revolução Francesa
O terceiro estado (povo) clama por justiça.
Só Deus poderá nos ajudar a evitar um agravamento da questão politico-social.
Um milhão de pessoas na Avenida Paulista pela demissão de toda a classe política (ainda sem data marcada)
Este e-mail vai circular hoje e será lido por centenas de milhares de pessoas. A guerra contra o mau político, e contra a degradação da nação está começando. Não subestimem o povo que começa a ter conhecimento do que nos têm acontecido, do porquê de chegar ao ponto de ter de cortar na comida dos próprios filhos! Estamos de olhos bem abertos e dispostos a fazer tudo o que for preciso, para mudar o rumo deste abuso.
Todos os ”governantes” do Brasil até aqui, falam em cortes de despesas – mas não dizem quais despesas – mas, querem o aumentos de impostos como se não fôssemos o campeão mundial em impostos.
Nenhum governante fala em:
1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, 14º e 15º salários etc.) dos poderes da República;
2. Redução do número de deputados da Câmara Federal, e seus gabinetes, profissionalizando-os como nos países sérios. Acabar com as mordomias na Câmara, Senado e Ministérios, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do povo;
3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego;
4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de reais/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.
5. Acabar com o Senado e com as Câmara Estaduais, que só servem aos seus membros e aos seus familiares. O que é que faz mesmo uma Assembleia Legislativa (Câmara Estadual)?
6. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? E como não são verificados como podem ser auditados?
7. Redução drástica das Câmaras Municipais e das Assembléias Estaduais, se não for possível acabar com elas.
8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas atividades; Aliás, 2 partidos apenas como os EUA e outros países adiantados, seria mais que suficiente.
9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc.., das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;
10. Acabar com os motoristas particulares 24 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias…. para servir suas excelências, filhos e famílias e até, as ex-famílias…
11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado;
12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.;
13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados e respectivas estadias em em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes;
14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós que nunca estão no local de trabalho). HÁ QUADROS (diretores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE CONSULTORIAS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES….;
15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir aos apadrinhados do poder – há hospitais de cidades com mais administradores que pessoal administrativo… pertencentes Às oligarquias locais do partido no poder…
16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar;
17. Acabar com as várias aposentadorias por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo LEGISLATIVO.
18. Pedir o pagamento da devolução dos milhões dos empréstimos compulsórios confiscados dos contribuintes, e pagamento IMEDIATO DOS PRECATÓRIOS judiciais;
19. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os ladrões que fizeram fortunas e adquiriram patrimônios de forma indevida e à custa do contribuinte, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente “legais”, sem controle, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efetivamente dela precisam;
20. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efetivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida;
21. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.
22. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu patrimônio antes e depois.
23. Pôr os Bancos pagando impostos e, atendendo a todos nos horários do comércio e da indústria.
24. Proibir repasses de verbas para todas e quaisquer ONGs.
25. Fazer uma devassa nas contas do MST e similares, bem como no PT e demais partidos políticos.
26.REVER imediatamente a situação dos Aposentados Federais, Estaduais e Municipais, que precisam muito mais que estes que vivem às custas dos brasileilros trabalhadores e, dos Próprios Aposentados do (RGPS- entre outros).
27. REVER as indenizações milionárias pagas indevidamente aos “perseguidos políticos” (guerrilheiros).
28. AUDITORIA sobre o perdão de dívidas que o Brasil concedeu a outros países.
29. Acabar com as mordomias (que são abusivas) da aposentadoria do Presidente da Republica, após um mandato. Nós temos que trabalhar 35 anos e não temos direito a carro, combustivel, segurança ,etc.
30. Acabar com o direito do prisioneiro receber mais do que o salario mínimo por filho menor e, se ele morrer, ainda fica esse beneficio para a família. O prisioneiro deve trabalhar para receber algum benefício, e deveria indenizar a família que ele prejudicou.
31. Rever verbas para UNE e outras entidades estudantis que, atualmente, só aplaudem o governo.
32. Acabar com genocídio aplicado pelo governo aos aposentados e pensionistas do RGPS/Urbano que é superavitário, repondo as perdas dos benefícios dos aposentados e pensionistas, que passam de 50%.33. Exigir que a Câmara de Deputados, coloque em votação os Projetos Legislativos 01/07, 3299/08 e 4434/08, aprovados por unanimidade pelo Senado Federal e obstado pela Presidência da República, para que não sejam votados pela Câmara.
Ao “povo”, pede-se o reencaminhamento deste e-mail.
Se tiver mais algum item, favor acrescentar
Eu, Mirna Cavalcanti de Albuquerque, acrescento:
33 – Estatizar a SAÚDE. Para tanto, necessário se faz sejam os hospitais reformados e aparelhados com equipamentos adequados para os fins aos quais se destinam.
33.1 – Médicos sejam os melhores em suas áreas e os demais treinados para todos os tipos de atendimentos – percebendo cada um, para tanto, salário condigno à função a ser desempenhada.
33.2 – Atendimento completo técnico e humano a todos os pacientes, independentemente de qualquer diferenciação, fazendo valer o Princípio da Igualdade inserto em nossa Constituição;
34 – Auxiliares de Enfermagem – quando necessário, sejam mantidos às expensas do Estado, nas residências dos doentes que vivam sós, quando estes não tenham condições de sair de casa por seus próprios meios, devido a doenças que estejam sofrendo.
NOTA: há muito mais a acrescer e estruturar. Será feito em outro momento.
Mirna Cavalcanti de Albuquerque.
Rio de Janeiro,16 de Setembro de 2011
O PT diz o que quer na reforma: enfiar a mão no seu bolso para eternizar o partido no poder
No post abaixo, vai um resumo dos truques, manhas e armadilhas da “reforma política” proposta pelo PT. Eu diria que estamos diante, assim, de uma espécie de chavismo light. Depois de permanecer 12 anos no poder (ao fim de 2014), o PT quer regras novas que lhe garantam outros 12, 20, sei lá quantos. Por que afirmou isso?
A primeira versão do relatório do deputado Henrique Fontana (PT-SP), tornada pública, concilia financiamento público de campanha com financiamento privado. Era mesmo um troço estranho. Até os petistas disseram lá entre si: “Se a gente defende o financiamento público porque considera que o outro predispõe à corrupção (NR — isso é papo furado), como é que a gente vai insistir na sua manutenção, conciliando com o público?” Há certas contradições que nem eles conseguem explicar.
Pois bem: os petistas insistirão agora no financiamento exclusivamente público. É só um truque. Apostam que os demais partidos da base aliada, em especial o PMDB, proponham o misto. O fundamental para os petistas é que haja dinheiro público. Por quê? Por causa do critério de distribuição de recursos. Tem de haver algum, certo? Não dá para dividir igualmente o dinheiro entre partidos que existem e partidos virtuais, que são uma realidade só no papel. Ora, colocada a questão maligna (enfiar mais dinheiro público na eleição), então vem a resposta maligna: ora, a grana seria distribuída segundo o tamanho da bancada federal hoje. Quem sairia ganhando? PT e PMDB. Quem se ferra? A oposição.
Por isso chamei de chavismo light. Os petistas aproveitam um momento em que são maioria para propor um sistema de financiamento de campanha que privilegia justamente essa maioria. Alguém dirá: “É justo!” Uma ova! Essa maioria é circunstancial. Imaginem se alguém do PSDB ou do então PFL propusesse algo parecido até o ano de 2002… Os tontons-maCUTs sairiam às ruas. Mas eu já expliquei naquele longo texto da manhã qual é a moral da esquerda e de seus descendentes. O que antes o PT acharia ruim acha agora bom. Não há uma sombra de princípio nisso tudo. É só oportunismo.
O texto de Fontana também propunha uma estrovenga chamada “voto proporcional misto”, com o eleitor podendo votar no candidato e no partido (ainda que de origens distintas). Metade da Câmara seria definida pelos nominais, e a outra metade sairia da lista fechada, segundo peso de cada partido. Uma verdadeira charada grega. O PT desistiu do voto em lista e agora quer a simples manutenção do voto proporcional, como é hoje. Ficará para alguns aliados a defesa do proporcional misto.
Os petistas também vão defender o mandato de quatro anos para senador. É só firula. Sabem que isso não tem a menor condição de passar no Senado. É puro diversionismo, que busca tirar o foco da questão principal: o partido busca uma “reforma política” tendente a eternizar a vantagem que ele tem hoje. Coisa de vigaristas políticos, morais e intelectuais.
Falácia
“Se continuar essa lógica [financiamento privado de campanha], quem é que vai poder concorrer a um cargo legislativo? Ou pessoas muito ricas ou pessoas que tenham facilidade muito grande de encontrar financiadores privados. E isso quebra o critério de igualdade na democracia”. A fala é de Fontana.
“Se continuar essa lógica [financiamento privado de campanha], quem é que vai poder concorrer a um cargo legislativo? Ou pessoas muito ricas ou pessoas que tenham facilidade muito grande de encontrar financiadores privados. E isso quebra o critério de igualdade na democracia”. A fala é de Fontana.
É uma das maiores falácias jamais ditas sobre o assunto. Não há um só argumento lógico que explique por que, mesmo com financiamento público, não haveria financiamento privado, por baixo dos panos. É questão de lógica elementar, que talvez Fontana — pelo jeitão — realmente não esteja fisicamente equipado para entender. Atenção: se, com o financiamento privado permitido, já há caixa dois e dinheiro oculto, o que vocês acham que aconteceria quando ele fosse proibido? Será que eu teria de desenhar?
Há mais: o PT tem hoje a maior bancada da Câmara. Estaria o deputado Fontana confessando que só se chegou a tanto porque ela é composta “de pessoas ricas” e de pessoas “com facilidade muito grande para encontrar financiadores privados”, o que inclui, naturalmente, o Fontana? Esse sujeito é ruim “demais da conta”, como a gente diz lá em Dois Córregos…
Voto distrital
A única — ÚNICA!!!—- maneira de baratear a eleição e, de fato, diminuir o peso do dinheiro (e, pois, as chances de corrupção) é o voto distrital. Por quê? Cada partido escolheria UM ÚNICO candidato em cada distrito. O país tem 513 deputados e, creio, terá em 2014 uns 127 milhões de eleitores. Grosso modo, cada distrito teria pouco mais de 247 mil eleitores. Em vez de ter de disputar eleição no estado inteiro, o candidato se concentraria naquela que é a sua área. A campanha ficaria mais barata, necessariamente — corrupção a menos. Não só isso: ele faria uma espécie de campanha majoritária; teria de convencer os eleitores e de ter efetiva representação numa determinada área. Cai a chance de um mero porta-voz de uma corporação ou de um lobby sair vencedor.
A única — ÚNICA!!!—- maneira de baratear a eleição e, de fato, diminuir o peso do dinheiro (e, pois, as chances de corrupção) é o voto distrital. Por quê? Cada partido escolheria UM ÚNICO candidato em cada distrito. O país tem 513 deputados e, creio, terá em 2014 uns 127 milhões de eleitores. Grosso modo, cada distrito teria pouco mais de 247 mil eleitores. Em vez de ter de disputar eleição no estado inteiro, o candidato se concentraria naquela que é a sua área. A campanha ficaria mais barata, necessariamente — corrupção a menos. Não só isso: ele faria uma espécie de campanha majoritária; teria de convencer os eleitores e de ter efetiva representação numa determinada área. Cai a chance de um mero porta-voz de uma corporação ou de um lobby sair vencedor.
Uma reforma política, se honesta, aproxima os representantes dos representados. Bem, meus caros, não estou insistindo no voto distrital à-toa. Acima, vocês vêem o que nos prepara o Babalorixá de Banânia. O sociólogo Cabeção, vocês se lembram, tentou negar que o PT estivesse conspirando contra os eleitores. Eis aí. Voto Distrital neles!
REV VEJA
Opinião do Estadão: E a faxina prossegue
Mais um ministro está fora do governo em consequência de denúncias de irregularidades no trato da coisa pública. Com a demissão de Pedro Novais da pasta do Turismo, chega a quatro o número de ministros de Estado afastados pelo mesmo motivo em menos de nove meses do governo Dilma. É mais uma demonstração de que a presidente não está disposta a transigir com esse tipo de transgressão. Mas é também, mais uma vez, a prova eloquente do alto nível de contaminação dos escalões superiores da administração pública pelo vírus da deterioração moral. Como nunca antes neste país, a regra – que admite, é claro, honrosas exceções – é tratar a coisa pública como propriedade privada.
Pedro Novais caiu por causa das denúncias publicadas na Folha de S.Paulo de que, por sete anos, quando era deputado, manteve como governanta de seu apartamento a secretária parlamentar Doralice Bento de Souza, que recebia pela Câmara dos Deputados, e de que o motorista particular de sua mulher é um funcionário da Câmara, Adão dos Santos Pereira, irregularmente cedido pelo gabinete do deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA), onde nunca trabalhou. Meses atrás, o ex-ministro já havia sido obrigado a prestar esclarecimentos sobre o fato de ter pago a conta de um motel com verba de representação parlamentar.
Até onde se sabe, Pedro Novais não se locupletou com vultosos desvios de verbas públicas; não se beneficiou de robustos superfaturamentos em negócios da administração federal, não se envolveu, enfim, em grandes escândalos com o dinheiro do contribuinte, como aconteceu em episódios nos quais estão implicados ex-colegas de governo. Botar na conta da viúva os salários da governanta e do motorista da mulher, afinal, é um pecadilho insignificante diante, por exemplo, da montagem de um esquema milionário movido a recursos públicos para comprar o apoio de parlamentares, crime pelo qual é acusado o "chefe de quadrilha" – nas palavras do ex-procurador-geral da União Antonio Fernando de Souza – e ex-ministro José Dirceu.
Nessa linha de raciocínio, poderá haver quem diga que não tem nada de mal um presidente da República em fim de mandato distribuir passaportes diplomáticos a parentes próximos, com a dócil colaboração de seu chanceler, ou mesmo, depois de ter passado a faixa à sucessora, aboletar-se em aprazível propriedade da Marinha à beira-mar, para férias à custa dos cofres públicos. Tudo isso, na verdade, é sintomático do processo acelerado de deterioração dos valores morais e éticos na vida pública, fenômeno de que nenhuma nação está livre, mas que no Brasil se tem agravado alarmantemente nos últimos anos, no embalo dos exemplos que vêm de cima.
Não é sem razão, portanto, que os setores mais sensíveis da sociedade brasileira, que não têm compromissos com os interesses político-partidários dominantes, começam a dar sinais de que não vão continuar aceitando passivamente a apropriação do Estado por trambiqueiros profissionais travestidos de políticos. Está na hora de os vigaristas instalados em altos postos da administração pública e nas cercanias do poder começarem a prestar atenção ao que gritaram as dezenas de milhares de pessoas que saíram à rua para protestar contra a corrupção, no 7 de Setembro.
Outra providência saneadora que se impõe com urgência é não apenas punir os malfeitores que são pegos com a boca na botija, mas também identificar e expor aqueles que estão por detrás dos infratores. Os padrinhos, para usar uma expressão cara aos mafiosos. No caso de Pedro Novais, sua indicação para o Ministério foi obra do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara, em parceria com outro notório representante do coronelismo político, o senador José Sarney. Alves, que devia se sentir meio dono da pasta do Turismo, só não emplacou também o sucessor de Novais, cujo nome tinha na ponta da língua, porque o Palácio do Planalto se apressou em deixá-lo saber que assim também já era demais. Pé de chinelo, vá lá. Mas alguém com grossa ficha criminal, não. Para o posto foi outro afilhado de Sarney, cuja única credencial para ocupar o Ministério é ser fiel a seu padrinho.
A faxina prossegue, mas assim não há o menor perigo de melhorar
Superladrões dos 170 cofres do Itaú em São Paulo podem ter levado dossiês que comprometem políticos
Mais que nunca, valem aqueles provérbios populares: “Quem tem... tem medo” e “Quem deve teme...”. A polêmica possibilidade de dossiês terem sido furtados de um dos cofres já mobiliza a atenção de algumas das três empresas de segurança, três de inteligência e vários escritórios de detetives contratados pelos lesados para tentar recuperar os bens. Até agentes dos serviços reservados das Forças Armadas e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) já tratam, com cuidado, do delicado assunto.
O crime ocorrido em 27 e 28 de agosto, que demorou a ser divulgado publicamente, é considerado um dos maiores assaltos a banco do País. A maioria dos donos de cofres arrombados preferiu nem registrar queixa na Polícia. Ou porque não conseguem ou podem comprovar a origem e/ou relação de bens levados, ou porque temem ser vítimas de extorsões de vigaristas sempre prontos a cobrar “um alto valor de resgate” pelas riquezas furtadas.
Os lesados tendem a sofrer um amargo segundo prejuízo, porque só serão indenizados aqueles que tinham um seguro particular dos bens. Por contrato, o Itaú só garante uma “indenização” simbólica de até R$ 15 mil por cada cofre arrombado. O caso provocou um violento estrago na relação histórica entre o Banco e muitos milionários. A maioria deles já mandou encerrar a conta “personalité” na instituição.
Inspiração cinematográfica
Tem araponga especulando que o assalto ao Itaú paulista pode ter sido inspirado no filme “Efeito Dominó” (The Bank Job).
Na versão cinematográfica de 1971, os bandidos abriram um túnel para chegar até os cofres pessoais de um banco em Londres, sem saber dos verdadeiros interesses lá guardados com suposta segurança, muito além das valiosas jóias.
Na fértil mente da arapongagem pública e privada se especula que o comandante da quadrilha contratou os bandidos para pegar os dossiês, remunerando-os com as valiosas jóias...
Coisinhas de família
A irmã de um famoso político octagenário, mais velha que ele, chora ter perdido dezenas de milhões de reais em jóias que estavam guardadas no cofrinho do Itaú.
O esperto irmão dela, que não tinha nada guardado lá, saiu ileso desta vez.
Mesma sorte de uma irmã mais rica dos dois idosos que guarda suas jóias, avaliadas em nada menos que R$ 200 milhões, nos cofrinhos do Citibank, na segura Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro...
Doutor Extalinácio
Luiz Inácio Lula da Silva – que não foi bom estudante mas aprendeu direitinho com a vida – receberá mais uma homenagem do mundo acadêmico transnacional.
Dia 27 estará em Paris para receber o raríssimo título de Doutor Honoris Causa da Universidade Science Po.
Em 130 anos, a instituição só deu tal distinção a 15 iluminados.
Exemplo para os jovens: o melhor negócio é estudar coisa nenhuma e virar político, até ser presidente do Brazil...
Ataque da Defesa contra o EB
Militares não engoliram direito, até agora, as declarações do especialista José Dirceu de Oliveira e Silva na recente reunião da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China.
Dirceu defendeu que o Exército precisa ser “totalmente” modernizado,sob a alegação de que o País necessita de “uma Força Armada Defensiva”.
O Poderoso Zé alega que o Brasil não tem problema fronteiriço e nem litígio com qualquer país da América do Sul, para justificar um EB do tamanho do nosso.
Os intérpretes radicais das palavrinhas do Zé agora entendem, direitinho, o que José Genoíno, parceirão dele, está fazendo no cargão de aspone do Ministério da Defesa...
DO BLOG ALERTA TOTAL
Novo ministro do turismo atribuiu mensalão ao governo Lula
DO BLOG POLIBIO BRAGA
As vozes que não se calam
Por Fernando Gabeira - O Estado de São Paulo
Dados na mesa: a corrupção desviou R$ 40 bilhões em sete anos, R$ 6 82 milhões no Ministério dos Transportes; o Brasil caiu 20 posições no ranking da infraestrutura, segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial - deixou o 84.º lugar para ocupar o 104.º. Mesmo sem precisar o seu peso, é inegável que a corrupção desempenhou um papel nessa queda. Apenas isso seria suficiente para justificar a presença da luta contra o desvio de verbas públicas no topo da agenda nacional.
O argumento da coalizão para conviver com esses fatos é o da governabilidade. É o discurso dos dirigentes mais politizados. No espaço virtual, onde as emoções estão mais à flor da tela, não são raras as tentativas de desqualificar a aspiração de grande parte da sociedade brasileira, revelada, parcialmente, nas demonstrações do 7 de Setembro. A mais banal dessas tentativas é aprisionar o movimento dentro dos códigos do século passado, dominado pela guerra fria. Esquerda e direita, naquele contexto, eram os polos da principal clivagem. O movimento é de direita, dizem, logo, representa um atraso.
As pessoas que saíram às ruas talvez não se sintam nem de direita nem de esquerda, apenas defendem seus direitos e sonhos frustrados pela corrupção. Num outro plano, há os que até entendem a disposição para a luta. Lamentam apenas ver a energia dispersa num tema secundário. Chegam até a sugerir um outro foco: a sonegação de impostos, dizem, mobiliza bilhões de reais. Outra forma clássica de argumentar, que atravessou o século 20: a contradição principal é entre burguesia e proletariado; outras lutas, ainda que bem-intencionadas, podem levar à dispersão.
A presidente Dilma Rousseff, quando indagada sobre corrupção, sempre enfatiza a luta contra a miséria, deixando bem claro seu objetivo principal. O que falta na sua resposta é uma articulação entre corrupção e miséria, a aceitação da evidência avassaladora de que a corrupção contribui para agravar a miséria no País.
Uma vez aceita essa evidência, seria possível passar para outra etapa da discussão. Isto é, discutir o argumento de que a governabilidade permite ganhar um espaço na luta contra a pobreza muito superior ao espaço que se perde com a corrupção. É o famoso "preço a pagar". Em nome da própria luta contra a miséria, é legítimo perguntar: será que o Brasil precisa mesmo pagar esse preço? Numa democracia transparente, além do custeio da máquina, é necessário um pedágio para que ela seja possa funcionar?
Tudo indica que o modelo de presidencialismo de coalizão, com o rateio de cargos entre os partidos, está esgotado. O amadurecimento da democracia vai impor novos rumos. No momento é difícil convencer disso os vencedores, que projetam novas vitórias eleitorais, seguindo a máxima esportiva de que em time que está ganhando não se mexe. Os argumentos contra a corrupção não se limitam ao dinheiro perdido. No plano simbólico, a devastação é maior ainda. Milhares de pessoas se afastaram da política e a imagem internacional do Brasil sofre.
Recentemente, o WikiLeaks revelou uma correspondência do embaixador dos EUA, Thomas Shannon, afirmando que a corrupção no governo passado era generalizada. É razoável perguntar: será que isso foi só a percepção do embaixador americano ou é a de todo o corpo diplomático?
As perspectivas tornaram-se mais interessantes agora, com a aparição de um movimento espontâneo e apartidário. As demonstrações de jovens buscando mais democracia, no período eleitoral, representou uma combinação singular na Espanha: a contestação ofuscou o discurso dos políticos. Os que gastam energia para reduzir a importância da luta contra a corrupção devem lembrar que, mesmo se fosse varrida dessa conjuntura, ela apareceria, com força, pouco mais adiante.
A preparação da Copa de 2014, necessariamente, recoloca o tema. Faltam dados sobre os gastos e algumas estimativas os elevam a R$ 120 bilhões. A reforma do Maracanã, por exemplo, tem hoje previsão de gastos de mais de R$ 900 milhões, apesar dos cortes do TCU. Ela é sintomática. A previsão inicial era de R$ 600 milhões. A empresa responsável é a Delta, cujo dono é amigo do governador Sérgio Cabral. Uma obra da Delta no aeroporto de Guarulhos chegou a ser interditada esta semana pela Justiça Federal.
Mesmo esquecendo momentaneamente a Copa, cujo processo ainda se vai desenrolar, é inegável que a corrupção influiu na resistência contra a recriação da CPMF. Segundo o TCU, é na saúde que se registra um terço do desvio de verbas no País. Ninguém tinha esses dados, mas quase todos desconfiavam.
Por mais que a corrupção seja jogada para a margem, como um problema corriqueiro, ela reaparece na agenda nacional, confirmando a frase de Guimarães Rosa: quem muito evita, acaba convivendo. Talvez fosse mais fácil se os partidos políticos, com uma visão de futuro, dessem uma resposta a uma agenda que não desaparece da cena. Os fatos no Congresso, principalmente a absolvição, por voto secreto, da deputada Jaqueline Roriz, indicam que a maioria dos políticos continuará com a cabeça enterrada na areia.
Nesse cenário, não pode ouvir o movimento perguntando: há alguém aí? O nível de desemprego é menor aqui do que o registrado na juventude espanhola. Em compensação, lá os políticos não viram as costas à sociedade tão audaciosamente como no Brasil.
Algo começou com as manifestações de 7 de Setembro. Como em todos os pontos do globo, elas lançaram mão da internet, instrumento sobre o qual não há controle numa democracia. Por outro lado, as tentativas de controle político dos meios de comunicação tradicionais tendem ao isolamento. É preciso acreditar muito nos aliados para supor que possam erguer a bandeira da censura num ano eleitoral.
Dificilmente o Brasil aceitará pagar pedágio para que o governo faça a máquina funcionar. Ela já é pouco racional. Com os danos da corrupção, torna-se um obstáculo para um salto maior. O Brasil cresceu, os horizontes políticos encolheram. O sopro das ruas pode trazer a inspiração que faltava.
DO MOV.ORDEM VIG.CONTRA CORRUPÇÃO
O povo contra a corrupção.
" Dados na mesa: a corrupção desviou R$ 40 bilhões em sete anos, R$ 6 82 milhões no Ministério dos Transportes; o Brasil caiu 20 posições no ranking da infraestrutura, segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial - deixou o 84.º lugar para ocupar o 104.º. Mesmo sem precisar o seu peso, é inegável que a corrupção desempenhou um papel nessa queda. Apenas isso seria suficiente para justificar a presença da luta contra o desvio de verbas públicas no topo da agenda nacional.
O argumento da coalizão para conviver com esses fatos é o da governabilidade. É o discurso dos dirigentes mais politizados. No espaço virtual, onde as emoções estão mais à flor da tela, não são raras as tentativas de desqualificar a aspiração de grande parte da sociedade brasileira, revelada, parcialmente, nas demonstrações do 7 de Setembro. A mais banal dessas tentativas é aprisionar o movimento dentro dos códigos do século passado, dominado pela guerra fria. Esquerda e direita, naquele contexto, eram os polos da principal clivagem. O movimento é de direita, dizem, logo, representa um atraso.
As pessoas que saíram às ruas talvez não se sintam nem de direita nem de esquerda, apenas defendem seus direitos e sonhos frustrados pela corrupção. Num outro plano, há os que até entendem a disposição para a luta. Lamentam apenas ver a energia dispersa num tema secundário. Chegam até a sugerir um outro foco: a sonegação de impostos, dizem, mobiliza bilhões de reais. Outra forma clássica de argumentar, que atravessou o século 20: a contradição principal é entre burguesia e proletariado; outras lutas, ainda que bem-intencionadas, podem levar à dispersão..."
Leia aqui na íntegra o artigo de Fernando Gabeira, publicado no Estadão, que, ao contrário de Marina Silva, acha que os movimentos contra a corrupção não tem dono: são a voz do povo.
Copa do Mundo: tudo certo para a maior roubalheira da história deste país.
O cronograma da roubalheira da Copa está perfeito: tudo está atrasado. Quanto mais atrasado, menos eficiente o controle. Licitações terão que ser aceleradas, obras tocadas à noite e aos finais de semana, gerando fabulosos aditivos, a corrupção comendo solta em todos os níveis do estado brasileiro. Não pensem que o atraso é fruto de incompetência. O atraso é a grande estratégia para permitir o maior esquema de corrupção da história deste país.
Não só em relação às obras, mas às providências burocráticas que o governo brasileiro está atrasado na preparação da Copa de 2014. A mil dias do evento, a Casa Civil da Presidência ainda não mandou ao Congresso o projeto para a Lei Geral da Copa, conjunto de regras que disciplina da cobrança de ingressos à concessão de vistos para estrangeiros que entrarem no país. Nos bastidores, a demora tem irritado até representantes da Fifa, que reclamam da insegurança jurídica criada por essa inércia.
O Ministério do Esporte promete para a semana que vem o envio do texto. Mas o ministro Orlando Silva não cumpriu promessas anteriores. Em abril, afirmou na Câmara que a proposta seria encaminhada naquele mês. Em 29 do mesmo mês, após encontro com o secretário-geral da Fifa, Jêróme Valcke, e o presidente do Comitê Organizador Local, Ricardo Teixeira, esticou o prazo para a primeira quinzena de maio e afirmou que a legislação deveria estar aprovada até 30 de julho. Não só em relação às obras, mas às providências burocráticas que o governo brasileiro está atrasado na preparação da Copa de 2014. A mil dias do evento, a Casa Civil da Presidência ainda não mandou ao Congresso o projeto para a Lei Geral da Copa, conjunto de regras que disciplina da cobrança de ingressos à concessão de vistos para estrangeiros que entrarem no país. Nos bastidores, a demora tem irritado até representantes da Fifa, que reclamam da insegurança jurídica criada por essa inércia.
A lei disciplina temas cruciais para a Fifa, como a proteção às marcas e símbolos do evento; titularidade sobre os direitos de TV; e exclusividade sobre ações comerciais realizadas nos estádios. Sem ela, por exemplo, falta garantia de que o espaço de um patrocinador oficial não será invadido por um concorrente.A lei estabelecerá procedimentos simplificados para concessão de vistos de entrada e permissões de trabalho a estrangeiros. Enquanto não sai, dirigentes da Fifa e de empresas como a HBS, gigante que cuida da transmissão da Copa, não conseguem aval para ficar no Brasil, tendo de sair do país de três em três meses.
- A situação está pior que na África do Sul - reclama um alto executivo da HBS. A lei também cria tipos penais e punições para práticas que atentem contra as marcas do evento; dá à Fifa o direito de definir os preços de ingressos, abolindo, inclusive, a meia-entrada; prevê responsabilidades civis para o governo, em caso de atentados terroristas ou fatos similares; e o obriga a oferecer, gratuitamente, serviços de segurança, saúde, vigilância sanitária, alfândega e imigração. O Ministério do Esporte informou apenas que "o projeto da lei está em fase final de elaboração para envio ao Congresso, após amplo debate envolvendo onze pastas".
O balanço dos preparativos, apresentado na última quarta-feira pelo governo, revelou que 52 das 81 obras do evento ainda não começaram. As mais atrasadas são as de mobilidade, que representam o "legado" de infraestrutura da Copa para as 12 cidades-sede. São 49, das quais 40 ainda estão no papel. Exceto a construção do BRT (Sistema Rápido de Ônibus) Transcarioca no Rio, financiado pelo BNDES e já iniciado, as demais terão recursos da Caixa. O banco repassará R$ 6,58 bilhões em empréstimos, pouco mais da metade do total previsto. Mas R$ 98 milhões ou 1,4% é o que foi repassado por ora, a três obras de Belo Horizonte.
Para José Roberto Bernasconi, coordenador de Copa do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), o Brasil já perdeu a chance de fazer um grande plano de renovação da infraestrutura urbana. - Até 2014, será possível construir um legadinho. Por falta de planejamento. Há dinheiro para as obras, mas não conseguimos gastar - lamenta. Dezesseis empreendimentos ainda não têm sequer o contrato de financiamento assinado com a Caixa. É o caso de cinco dos seis previstos para Fortaleza. Em Recife, quatro dos cinco empreendimentos ainda não têm garantia de verba: - As obras estão em licitação ainda. Não dá para contratar sem isso - alega o secretário extraordinário da Copa em Pernambuco, Ricardo Leitão.
A Caixa argumentou que a demora no desembolso é causada principalmente por estados e municípios. Cabe a eles cumprir condições como entrega de projeto, licitação e licença ambiental. Para assinar o financiamento, é necessário avaliar o risco de crédito do tomador, sua capacidade de pagamento, garantias e o cumprimento dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O banco ponderou que as obras podem começar com recursos próprios, pois todas têm contrapartidas.(De O Globo)
PMDB das várias caras.
De um lado, o fisiologismo latente e presente na frase do líder do partido Henrique Eduardo Alves (RN):
"Esse partido não tem medo nem de tempestades nem de furacões nem de caras feias, ameaças e constrangimentos. Esse partido não começou ontem... É natural que possam ler, ouvir tantas agressões, ataques pequenos e mesquinhos contra PMDB. Mas esse é o partido que quando a presidente precisa solicitar ela sabe que conta sempre com a lealdade e transparência do PMDB".
De outro lado, a ameaça velada de quem suga o Estado brasileiro e dá o aval para a corrupção instalada pelo PT, proferido pelo presidente do PMDB, senador Valdir Raupp(RO):
"O PMDB está se reforçando em todo o Brasil com as eleições de 2012, não perdendo o foco para 2014"
É o PMDB de sempre. O PMDB das várias caras. Fisiológico, chantagista, corrupto, avalista da roubalheira petista.
O cara do PT é o Sarney.
Com a presença de apenas dois dos cinco governadores do partido, o encontro nacional do PMDB acabou se transformando em um palco para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Um dia depois de conseguir manter o Ministério do Turismo nas mãos do PMDB do Maranhão, mesmo depois das denúncias de corrupção envolvendo seu afilhado político Pedro Novais, Sarney foi reverenciado por integrantes do PT que participaram do evento e pela presidente Dilma Rousseff.Idealizado para turbinar algumas candidaturas peemedebistas nas eleições de 2012, em especial a do deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) à Prefeitura de São Paulo, o Fórum Nacional do PMDB foi salvo pela presença da presidente Dilma, que tirou o foco da demissão de Novais. Leia mais aqui no Estadão.
O novo Novais.
A única credencial do novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB-MA) é ser da patota do Sarney. A sua biografia inclui emendas da pasta para redutos eleitorais, onde as obras estão abandonadas, doação recebida de empresa fraudulenta e a declaração de que entender da área não é essencial.
Além de maranhense e membro antigo do PMDB, Gastão Vieira tem outros pontos em comum com o deputado Pedro Novais, a quem sucedeu no Ministério do Turismo. Os dois são apadrinhados do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e figuram na lista de presentes do empreiteiro Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, pivô do esquema de desvio de dinheiro público desmantelado em maio de 2007 pela Operação Navalha.
Apreendida pela Polícia Federal, a lista contém mais de 200 nomes de políticos e autoridades, entre as quais Sarney e sua filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), ministros de Estado e até membros do Tribunal de Contas da União. Gastão recebia também ajuda de campanha do empreiteiro. Na eleição de 2006, sua prestação de contas à Justiça eleitoral registra uma doação de R$ 40 mil. Na Operação Navalha, foram presas 74 pessoas, entre elas parentes do então governador do Maranhão, Jackson Lago, e até um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. O escândalo derrubou o então ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, um apadrinhado de Sarney.
O novo ministro alega que, à época, Zuleido era considerado idôneo e sua empresa não figurava no noticiário de escândalos. A exemplo de Novais, que pagava a governanta, o motorista particular da mulher e até motel com dinheiro público, o novo ministro também tem um passivo de confusão entre público e privado. Em 2008, ele teve de dar explicações por ter empregado a filha Lycia Maria Vieira em cargo comissionado na Câmara. Ela acabou demitida após o Supremo Tribunal Federal baixar súmula reafirmando a proibição de nepotismo em todos os níveis do Estado. Em meio a registros polêmicos, o site Excelência traz um dado curioso. Caso raro na política, Gastão teve o patrimônio reduzido em 4,6% ao longo do último mandato: começou 2006 com cerca de R$ 442 mil e terminou 2010 com R$ 421 mil. Na prestação de contas, outros três políticos maranhenses tiveram redução patrimonial após se elegerem: Ribamar Alves (PSB), Domingos Dutra (PT) e Sarney Filho (PV).
Apreendida pela Polícia Federal, a lista contém mais de 200 nomes de políticos e autoridades, entre as quais Sarney e sua filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), ministros de Estado e até membros do Tribunal de Contas da União. Gastão recebia também ajuda de campanha do empreiteiro. Na eleição de 2006, sua prestação de contas à Justiça eleitoral registra uma doação de R$ 40 mil. Na Operação Navalha, foram presas 74 pessoas, entre elas parentes do então governador do Maranhão, Jackson Lago, e até um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. O escândalo derrubou o então ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, um apadrinhado de Sarney.
O novo ministro alega que, à época, Zuleido era considerado idôneo e sua empresa não figurava no noticiário de escândalos. A exemplo de Novais, que pagava a governanta, o motorista particular da mulher e até motel com dinheiro público, o novo ministro também tem um passivo de confusão entre público e privado. Em 2008, ele teve de dar explicações por ter empregado a filha Lycia Maria Vieira em cargo comissionado na Câmara. Ela acabou demitida após o Supremo Tribunal Federal baixar súmula reafirmando a proibição de nepotismo em todos os níveis do Estado. Em meio a registros polêmicos, o site Excelência traz um dado curioso. Caso raro na política, Gastão teve o patrimônio reduzido em 4,6% ao longo do último mandato: começou 2006 com cerca de R$ 442 mil e terminou 2010 com R$ 421 mil. Na prestação de contas, outros três políticos maranhenses tiveram redução patrimonial após se elegerem: Ribamar Alves (PSB), Domingos Dutra (PT) e Sarney Filho (PV).
Tucano apresenta PEC do Voto Distrital.
Em discurso nesta quinta-feira (15), o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) comunicou a apresentação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC 19/2011) modificando o atual sistema eleitoral. Em vez de eleger seus candidatos a vereador e deputado pelo voto proporcional em lista aberta, os eleitores o fariam pelo voto distrital misto. - Considero esse sistema atual esgotado e entendo que a verdadeira reforma política que o Brasil precisa é a adoção do voto distrital - disse.
Na opinião de Aloysio Nunes, o sistema proporcional, embora já tenha contribuído muito para o fortalecimento da democracia, está esgotado pelo alto custo das campanhas eleitorais, "financiadas a peso de ouro"; pelo enfraquecimento dos vínculos partidários, pois para ser eleito o candidato tem que sobrepujar o companheiro de partido; e pela falta de transparência, "o eleitor vota no que vê e elege o que não vê, já que não sabe que, ao votar em nomes como o do deputado Tiririca, elege outro deputado do PT". O senador ainda apontou a perda de legitimidade do sistema representativo, como constatou pesquisa cujos resultados mostraram que a maioria dos eleitores, meses depois das eleições, não se lembrava dos candidatos em que votou.
Já o voto distrital misto, que dividiria um estado em distritos, tem vantagens como a disputa em um colégio eleitoral mais restrito, explicou o senador. Em São Paulo, com 30 milhões de eleitores, os candidatos seriam mais próximos da população e disputariam o voto de 450 ou 500 mil eleitores, e poderiam propor soluções locais sem prejuízo dos grandes temas nacionais. Além disso, o sistema garante a visão geral e universal dos problemas políticos, e estimula a participação dos eleitos na discussão dos problemas nacionais, mas também os mantêm com os pés fincados no terreno da sua realidade local, acessíveis a cobranças, vigilância e vínculo de responsabilidade com seus eleitores, explicou Aloysio Nunes.
O senador demonstrou temor pelo fato de o relator da proposição na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (PT-RS) estar mesclando dois modelos que a seu ver são ruins: metade dos candidatos seria eleita por voto proporcional em lista aberta e preparada pelos partidos, e a outra metade seria escolhida pelo voto "distritão", com a escolha dos mais bem votados. Na opinião de Aloysio Nunes, Fontana juntou o que havia de pior nos dois sistemas e criou "um monstrengo".(Da Agência Senado)
Uma resposta demolidora.
De José Serra (PSDB) para Henrique Fontana(PT-RS), relator do projeto de reforma política...
Para falar de grandes doadores, seria mais adequado fazer referência à campanha presidencial do PT do ano passado, tendo sido a mais cara dentre todas e a que mais contou com recursos de “grandes doadores”. Um dos aspectos mais instigantes da proposta do deputado é que em vez de propor um financiamento público exclusivo – que é o que o PT diz defender, quando fala sobre o assunto – ele abre uma brecha para que empresas privadas doem ao Fundo, mas conforme critérios que garantem que todo recurso privado destinado às eleições seja canalizado prioritariamente para as campanhas dos maiores partidos – no caso, PMDB e PT.
Quanto aos defeitos do sistema atual, em termos dos custos de campanha e influência do poder econômico, divergimos quanto à solução: defendo a adoção do sistema conhecido entre nós como distrital misto, em que uma parte dos deputados é eleita pelo sistema proporcional e a outra no modelo distrital, majoritário, combinando de forma clara as qualidades de ambos os sistemas. Aí sim teríamos uma aproximação do representante com o eleitor e uma redução real no custo de campanha.
O Tribunal de Contas da União (TCU) está realizando uma auditoria em todos os benefícios financeiros e creditícios concedidos pelo Tesouro Nacional, incluindo os subsídios ao Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O assunto está sendo apurado no âmbito do processo 022.684/2010-7. Até o seu encerramento, o acesso ao processo ficará restrito às partes interessadas, de acordo com norma do TCU.
O objetivo da fiscalização, segundo o TCU, é "conhecer e examinar o rol, as fontes de informação e os cálculos referentes aos benefícios financeiros e creditícios concedidos pela União, inclusive para financiamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)". Após essa auditoria, o país poderá ter uma ideia mais clara do custo efetivo dos empréstimos do Tesouro ao BNDES, que já ultrapassam R$ 240 bilhões.
A auditoria do TCU foi iniciada em agosto de 2010, mas até agora não foi concluída. Não houve, portanto, julgamento. Ela abrange a fiscalização de uma enormidade de programas de equalização de taxas de juros feitas pelo Tesouro Nacional, que resultam em pagamento de subsídios. Aqui serão abordadas apenas as questões relacionadas aos empréstimos do Tesouro ao BNDES e às operações subsidiadas do PSI.
Leia a íntegra aqui, no Valor Econômico.
Quase quatro anos após o anúncio do Brasil como sede da Copa de 2014, a maioria das obras para o evento ainda não saiu do papel. De um total de 81 empreendimentos, incluindo a reforma de estádios, a ampliação de aeroportos, intervenções urbanas e adequações em portos, 52 ou 64% ainda estão por começar. A situação consta do balanço dos preparativos, apresentado ontem pelo governo federal, a 1.002 dias do primeiro apito. Caberá à União, estados e municípios seguir um cronograma apertado para cumprir os prazos. E contar com a sorte para que greves, problemas em licitações e outros eventuais contratempos não prejudiquem a execução.
Do total de projetos voltados para o evento, somente as obras das 12 arenas estão em andamento. Mesmo assim, já se sabe que ao menos três delas (São Paulo, Natal e Manaus) não ficam prontas para a Copa das Confederações, em 2013. O maior atraso é nas obras de mobilidade urbana, inscritas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), justamente aquelas apresentadas para a população como o maior legado da Copa. Elas são 49, mas apenas nove estão em andamento.Das 40 restantes, três estão em fase de projeto, 27 por licitar e três em licitação. Só seis foram contratadas ou estão em processo de contratação. Em Salvador, com uma obra, as autoridades ainda negociam com a União se será adotada o Bus Rapid Transit (BRT) ou metrô. O imbróglio pode resultar na exclusão do empreendimento da lista de responsabilidades para a Copa 2014, que está sendo revisada.
Das 12 sedes, cinco iniciaram obras (Belo Horizonte, Cuiabá, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro). Na capital gaúcha, de dez obras, há apenas uma em curso. Em Brasília, a ampliação da DF-047, que dá acesso ao aeroporto, está parada no Tribunal de Contas do DF por suspeita de irregularidades. Em Natal, os únicos dois empreendimentos ainda estão sendo projetados. Já em Curitiba, os nove empreendimentos dependem de licitações. - Mobilidade é um assunto que nos deixa em estado de alerta. Mas percebo que, vencida a licitação, todas as cidades aceleraram o ritmo, o que nos dá confiança de que é possível deixar esse legado para as cidades da Copa - diz o ministro do Esporte, Orlando Silva.
Ante as dificuldades de cumprir o cronograma, o governo federal já admite afrouxar prazos para as cidades-sede. Após anunciar que as obras não licitadas até dezembro deste ano seriam retiradas da lista de responsabilidades da Copa, Silva afirmou que atrasos poderão ser aceitos, desde que seja entregue até dezembro de 2013: - Não é razoável retirar uma obra se a licitação passar de 2011, mas ela for feita em até 12 meses. Se couber no limite (dezembro de 2013), será admitido um avanço no prazo. Indagado, o ministro disse que a ação de inconstitucionalidade movida pela Procuradoria Geral da República contra o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) não deve atrasar as obras. O RDC é uma lei aprovada pelo Congresso que flexibiliza as licitações para dar agilidade aos projetos. - Não tenho dúvida quando à constitucionalidade do regime e à necessidade de aperfeiçoamento da legislação de compras governamentais - afirma, acrescentando que, a médio prazo, o modelo poderá ser estendido à administração pública.
Sete obras de infraestrutura turísticas em portos, orçadas em R$898 milhões, continuam no papel. Em Manaus, só têm previsão para começar em janeiro de 2013. Mais R$6,4 bilhões estão previstos para os aeroportos de 13 cidades - as 12 sedes mais Campinas. O ministro anunciou o aumento do investimento, que antes era de R$5,6 bilhões, conforme antecipou ontem em sua coluna Ancelmo Gois: - Houve revisão de algumas obras por incremento na demanda de passageiros - explicou Silva. Por ora, as intervenções em cinco aeroportos não foram iniciadas. O secretário de Aviação Civil, ministro Wagner Bittencourt, disse que todas saem até fevereiro de 2012 e serão entregues entre julho e dezembro de 2013: - Os investimentos estão todos em dia e estarão prontos para a Copa. Não temos dúvida disso - garante. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, lembrou que, embora o Brasil tenha sido escolhido para sediar a Copa em 2007, as cidades-sedes só foram escolhidas em 2009: - Estamos trabalhando o ritmo necessário para ter uma boa Copa. (De O Globo)
Charges do dia e Outros
Globo edita 'bronca' de Dilma em Patrícia Poeta. Veja aqui a cena!
Por Vera Magalhaes
O "pito" que a presidente Dilma Rousseff deu na apresentadora Patrícia Poeta em entrevista veiculada no "Fantástico" de domingo sumiu na edição que a Globo exibiu da reportagem no "Bom Dia Brasil" na manhã de segunda-feira."E como que a senhora controla esse toma lá da cá, digamos assim, cada vez mais sem cerimônia das bancadas? Como é que a senhora faz esse controle?", perguntou Poeta.Na versão original, Dilma fecha a cara e responde, a queima-roupa: "Cê me dá um exemplo do dá cá e eu te explico o toma lá".Imediatamente, percebendo o tom acima do desejado numa entrevista que era para ser descontraída, a presidente emenda: "Tô brincando contigo".A frase virou "meme" (bordão que se dissemina rapidamente) nas redes sociais e ganhou versões editadas no YouTube.Na edição do programa matinal, no entanto, a "brincadeira" foi cortada, apesar de a entrevista ocupar alentados 10 minutos. A pergunta foi mantida, mas a resposta começa na segunda parte, quando Dilma explica que "não deu a ninguém o que não quisesse". Aqui Pedro Novais, o quinto ministro de Dilma a deixar o cargo
Governo Queda do peemedebista começou com megaoperação da PF e terminou com notícias de contratação de governanta e motorista com dinheiro públicoRevista Veja
Após um mês de agonia no cargo, o ministro do Turismo, Pedro Novais, deixou nesta quarta-feira o governo Dilma Rousseff.Ele entregou sua carta de demissão à presidente Dilma. Novais é o quinto ministro a deixar a Esplanada em nove meses.Antes dele perderam o posto os titulares da Casa Civil, Antonio Palocci, dos Transportes, Alfredo Nascimento, da Defesa, Nelson Jobim, e da Agricultura, Wagner Rossi. A queda de Novais começou a se delinear em 9 de agosto, quando homens da Polícia Federal saíram às ruas e prenderam 35 pessoas ligadas a um esquema de corrupção incrustado no Turismo. Ao menos seis eram funcionários do ministério, entre eles o secretário-executivo da pasta, Frederico Silva da Costa, o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins, e o ex-presidente da Embratur Mário Moyses.
Caberá ao PMDB escolher o substituto de Novais. O vice-presidente Michel Temer esteve reunido com o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves, no gabinete de Temer no Palácio do Planalto.Depois, ele seguiu para o Congresso para discutir com a bancada um nome de consenso. Retornou há pouco para o Planalto. "A decisão (de pedir demissão) é dele (Novais), pessoal. Seu partido, solidário, acata e respeita. Ele disse que vai responder a todas as acusações, mas que isso vai demandar aborrecimentos, constrangimentos e tempo. Ele não quer que o ministério seja penalizado", disse Henrique Eduardo Alves ao deixar o Planalto. Já se sabe que o novo titular do Turismo virá da Câmara dos Deputados, o que excluiu da bolsa de apostas o ministro Moreira Franco e o ex-ministro Geddel Vieira Lima."Vai ser um parlamentar da Câmara, isso está decidido", disse ao site de VEJA Henrique Eduardo Alves ao chegar. O preferido dele, aliás, é o piauiense Marcelo Castro. Outros nomes cotados são o do capixaba Lelo Coimbra e o do mineiro Leonardo Quintão, embora o líder do partido na Câmara não confirme a informação. O ato final do ocaso foram dois relatos de mau uso de recursos públicos: a revelação de que o ministro pagava com salário da Câmara a governanta Doralice de Souza, que trabalhou em seu apartamento de 2003 a 2010; e de que o ministro usava um funcionário público, contratado pelo gabinete de seu suplente na Câmara, como motorista particular de sua mulher.
Adão dos Santos Pereira, contratado pela Câmara, fica 24 horas à disposição da mulher do ministro, Maria Helena de Melo, de 65 anos, funcionária pública aposentada que não trabalha no Congresso. O chofer faz compras em supermercados para Novais, busca comida em restaurantes e leva a mulher do ministro para visitar lojas. A presidente segurou o quanto pode Novais no cargo, para evitar o desgaste de mais uma baixa, mas a situação chegou a um ponto insustentável. O próprio PMDB decidiu retirar o apoio à permanência do ministro e, nos bastidores, passou a procurar um nome que o substituísse. Antes mesmo de assumir o ministério, Pedro Novais teve que explicar o uso de verba de seu gabinete de deputado para bancar uma festa em um motel. Era um indício do que viria pela frente. Mas, em nome da indicação do aliado José Sarney, a presidente resolveu nomear Pedro Novais. Operação Voucher Os funcionários presos durante a Operação Voucher foram afastados dos cargos até o fim das investigações da Controladoria Geral da União (CGU), iniciada, a pedido de Novais, após a operação da PF. O ministro determinou ainda a suspensão por 45 dias de convênios com entidades privadas sem fins lucrativos. Uma instituição desta natureza, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), foi identificada pela PF como centro do esquema de corrupção.O diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, estimou em 2,9 milhões de reais o desvio de dinheiro dos cofres públicos. O valor corresponde a dois terços do valor total do contrato firmado entre o ministério e o Ibrasi, de 4,445 milhões de reais.O convênio, firmado por uma licitação fraudulenta, previa a capacitação profissional de 1.900 pessoas no Amapá. O curso jamais saiu do papel. O ministro, que a princípio mantivera o silêncio e divulgou apenas uma nota oficial doze horas após a operação da PF, tentou se explicar à Câmara e ao Senado. Ele admitiu que pode ter havido desvios e, de uma forma ou de outra, conquistou uma sobrevida no cargo. Não por muito tempo.
Trajetória Pedro Novais, maranhense de 80 anos e 1,55 metro de altura, já começou no governo Dilma com o pé esquerdo.
Antes mesmo da posse veio à tona a informação de que o ministro pagou uma conta de motel de 2 156 reais com dinheiro público, verba de gabinete de quando era deputado federal.Ele devolveu o dinheiro, atribuiu o erro a um assessor e a história acabou por aí.
Antes de ir para a Esplanada dos Ministérios, Novais era um dos mais longevos integrantes da Câmara dos Deputados. Ocupava uma cadeira na Casa desde 1990, sempre como representante do Maranhão, com a benção de José Sarney. A carreira política foi precedida por anos no Ministério da Fazenda, durante o regime militar. A expertise de Novais em lidar com dinheiro público tornou-se um trunfo em Brasília. Conhecedor dos meandros do Orçamento, ele sabe como ninguém fazer uma emenda parlamentar ser aprovada pelo Congresso. Na vida pessoal, à exceção do arroubo do Motel Caribe, o ministro é um homem de poucas palavras, casado há trinta anos com a segunda esposa, Maria Helena, e que, salvo imprevistos, às 21 horas já está de pijama, pronto para dormir.
Agora ex-ministro: Pedro Novais
(Valter Campanato/ABr)
(Valter Campanato/ABr)
Após um mês de agonia no cargo, o ministro do Turismo, Pedro Novais, deixou nesta quarta-feira o governo Dilma Rousseff.Ele entregou sua carta de demissão à presidente Dilma. Novais é o quinto ministro a deixar a Esplanada em nove meses.Antes dele perderam o posto os titulares da Casa Civil, Antonio Palocci, dos Transportes, Alfredo Nascimento, da Defesa, Nelson Jobim, e da Agricultura, Wagner Rossi. A queda de Novais começou a se delinear em 9 de agosto, quando homens da Polícia Federal saíram às ruas e prenderam 35 pessoas ligadas a um esquema de corrupção incrustado no Turismo. Ao menos seis eram funcionários do ministério, entre eles o secretário-executivo da pasta, Frederico Silva da Costa, o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins, e o ex-presidente da Embratur Mário Moyses.
Caberá ao PMDB escolher o substituto de Novais. O vice-presidente Michel Temer esteve reunido com o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves, no gabinete de Temer no Palácio do Planalto.Depois, ele seguiu para o Congresso para discutir com a bancada um nome de consenso. Retornou há pouco para o Planalto. "A decisão (de pedir demissão) é dele (Novais), pessoal. Seu partido, solidário, acata e respeita. Ele disse que vai responder a todas as acusações, mas que isso vai demandar aborrecimentos, constrangimentos e tempo. Ele não quer que o ministério seja penalizado", disse Henrique Eduardo Alves ao deixar o Planalto. Já se sabe que o novo titular do Turismo virá da Câmara dos Deputados, o que excluiu da bolsa de apostas o ministro Moreira Franco e o ex-ministro Geddel Vieira Lima."Vai ser um parlamentar da Câmara, isso está decidido", disse ao site de VEJA Henrique Eduardo Alves ao chegar. O preferido dele, aliás, é o piauiense Marcelo Castro. Outros nomes cotados são o do capixaba Lelo Coimbra e o do mineiro Leonardo Quintão, embora o líder do partido na Câmara não confirme a informação. O ato final do ocaso foram dois relatos de mau uso de recursos públicos: a revelação de que o ministro pagava com salário da Câmara a governanta Doralice de Souza, que trabalhou em seu apartamento de 2003 a 2010; e de que o ministro usava um funcionário público, contratado pelo gabinete de seu suplente na Câmara, como motorista particular de sua mulher.
Adão dos Santos Pereira, contratado pela Câmara, fica 24 horas à disposição da mulher do ministro, Maria Helena de Melo, de 65 anos, funcionária pública aposentada que não trabalha no Congresso. O chofer faz compras em supermercados para Novais, busca comida em restaurantes e leva a mulher do ministro para visitar lojas. A presidente segurou o quanto pode Novais no cargo, para evitar o desgaste de mais uma baixa, mas a situação chegou a um ponto insustentável. O próprio PMDB decidiu retirar o apoio à permanência do ministro e, nos bastidores, passou a procurar um nome que o substituísse. Antes mesmo de assumir o ministério, Pedro Novais teve que explicar o uso de verba de seu gabinete de deputado para bancar uma festa em um motel. Era um indício do que viria pela frente. Mas, em nome da indicação do aliado José Sarney, a presidente resolveu nomear Pedro Novais. Operação Voucher Os funcionários presos durante a Operação Voucher foram afastados dos cargos até o fim das investigações da Controladoria Geral da União (CGU), iniciada, a pedido de Novais, após a operação da PF. O ministro determinou ainda a suspensão por 45 dias de convênios com entidades privadas sem fins lucrativos. Uma instituição desta natureza, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), foi identificada pela PF como centro do esquema de corrupção.O diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, estimou em 2,9 milhões de reais o desvio de dinheiro dos cofres públicos. O valor corresponde a dois terços do valor total do contrato firmado entre o ministério e o Ibrasi, de 4,445 milhões de reais.O convênio, firmado por uma licitação fraudulenta, previa a capacitação profissional de 1.900 pessoas no Amapá. O curso jamais saiu do papel. O ministro, que a princípio mantivera o silêncio e divulgou apenas uma nota oficial doze horas após a operação da PF, tentou se explicar à Câmara e ao Senado. Ele admitiu que pode ter havido desvios e, de uma forma ou de outra, conquistou uma sobrevida no cargo. Não por muito tempo.
Trajetória Pedro Novais, maranhense de 80 anos e 1,55 metro de altura, já começou no governo Dilma com o pé esquerdo.
Antes mesmo da posse veio à tona a informação de que o ministro pagou uma conta de motel de 2 156 reais com dinheiro público, verba de gabinete de quando era deputado federal.Ele devolveu o dinheiro, atribuiu o erro a um assessor e a história acabou por aí.
Antes de ir para a Esplanada dos Ministérios, Novais era um dos mais longevos integrantes da Câmara dos Deputados. Ocupava uma cadeira na Casa desde 1990, sempre como representante do Maranhão, com a benção de José Sarney. A carreira política foi precedida por anos no Ministério da Fazenda, durante o regime militar. A expertise de Novais em lidar com dinheiro público tornou-se um trunfo em Brasília. Conhecedor dos meandros do Orçamento, ele sabe como ninguém fazer uma emenda parlamentar ser aprovada pelo Congresso. Na vida pessoal, à exceção do arroubo do Motel Caribe, o ministro é um homem de poucas palavras, casado há trinta anos com a segunda esposa, Maria Helena, e que, salvo imprevistos, às 21 horas já está de pijama, pronto para dormir.
O fantástico passeio de Celso Arnaldo com Dilma e Patrícia Poeta termina no Planalto
Por Celso Arnaldo Araújo
A caminho do Palácio do Planalto, no banco de trás do Omega negro e solene, chapa 001 da República, Patricia Poeta mal ouve a presidente, sentada a seu lado, dizendo algo que soa como “é bom morar perto do serviço” ─ o que, na edição final da entrevista, acabaria sendo traduzido assim por PP:“O trajeto entre os Palácios da Alvorada e do Planalto, a casa e o trabalho da presidente da República, leva quatro minutos. É ela quem faz questão de me destacar esse detalhe de eficiência e rapidez. Duas qualidades que aprecia muito.” Na verdade, Patricia está levemente perturbada com o resultado da entrevista que acabara de fazer no Palácio da Alvorada. Tudo o que passa e repassa por sua cabeça são as terríveis respostas dadas há pouco pela presidente a perguntas banais a respeito de saias, netos, mães e omeletes – pensamentos incompletos, fragmentados, invertidos, toscos, primários, atravessados. Nada que, a rigor, pudesse ir ao ar sem closed caption – legendas ocultas. A caminho do Planalto, Poeta se sente culpada por não ter conseguido extrair da presidente, no Alvorada, uma única e solitária ideia que faça sentido sem edição e efeitos especiais.Mas havia uma chance de redenção. Em casa, ela talvez estivesse relax demais, não caprichou no enunciado das ideias. Agora, em clima mais formal, e falando sobre temas que realmente interessam à vida nacional, tudo seria diferente. De fato, a segunda parte do papo começa em altíssimo estilo: Patrícia Poeta: Aqui é o gabinete da presidência da República, certo? Dilma Rousseff: É verdade. Nada de emos que chocam ovos no Alvorada, o assunto agora é a agenda política e econômica do país Patrícia: O comando político tem três mulheres. Como é que tem funcionado esse clube? Dilma: Eu acho que é sempre bom combinar homens e mulheres, porque nós todos somos complementares. A mulher, eu acho, que ela é mais analítica, assim, ela tem uma capacidade maior de olhá o detalhe, de procurá aquela perfeição, uma certa… Nós somos, assim, mais obcecadas. Patrícia: E os homens? Dilma: Os homens têm uma capacidade de síntese, dão uma contribuição no sentido de ser mais, é, eu diria assim, objetivos no detalhe, eles sintetizam uma questão, a mulher analisa. Então, essa complementariedade (sic) é muito importante. Mulher é capaz, que senão não educava filho. Para Dilma, a complementariedade entre homem e mulher é tão perfeita que é rigorosamente impossível distinguir um homem de uma mulher – pelo menos na forma como foram descritos pela presidente.A única diferença é que mulher educa filho.Mas Poeta achou o máximo: agora sim a presidente estava dizendo coisa com coisa. Patricia pergunta se, nas reuniões das poderosas mulheres do Planalto, há um lado mais feminino na pauta. Tipo: bolsa, maquiagem. Dilma: Na verdade, não tem, viu? Não. Tem neto, viu? Agora aqui tem uma quantidade de gente com neto e todo mundo quer mostrar o seu atualmente. Consta que, à porta do Palácio, já há camelôs alugando netos para as reuniões presidenciais. Patrícia: Agora, presidente, vamos esclarecer algo que virou meio lenda aqui, que é o jeitão da presidente, que é o estilo. A senhora é durona mesmo? Dilma: Uma vez eu disse e ninguém entendeu. Eu disse achando que eu tava fazendo uma ótima piada. Mas o pessoal não entendeu direito, não. É que eu sou a única mulher dura cercada de homens todos meigos aqui. Nenhum é duro, nenhum é tranquilo e firme, então, é uma coisa absurda. Só porque eu sou mulher e tô num cargo que, obviamente, é de autoridade, eu tenho de ser dura. Se fosse um homem, você já viu alguém chamar… Aqui no Brasil alguém falar: ‘Não, fulano está num cargo e ele é uma pessoa durona, não… No caso dos homens do Planalto, posarem de desentendidos faz sentido: é duro ouvir que ali nenhum homem é duro e firme. Tem o Gilberto Carvalho, mas a presidente não precisava generalizar. Patrícia: E vale bronca nessa hora, por exemplo? Dilma: Olha, a bronca faz parte e é uma bronca meiga. É aquela… Patrícia: Dá um exemplo pra gente. Dilma: ‘Isso num tá certo, não pode ser assim’. Patrícia: Nesse tom? Dilma: Ah, é, é esse tom. ‘Num tá certo e não pode ser assim’. Imaginemos a cena: Dilma chama Sérgio Gabrielli ao Palácio e diz “Meu querido, isso num tá certo, não pode ser assim”. Gabrielli irrompe em choro convulsivo. Patrícia: O que tira a senhora do sério? Dilma: Eu vou te falar, eu acho que quando a gente não deu o melhor de si, me tira do sério. A gente quem? A senhora, Patrícia Poeta ou si? Patrícia: E quando falam, assim, do seu temperamento, isso incomoda a senhora de alguma forma ou não, a senhora não está nem aí para isso? Dilma: Sabe o que é, Patrícia? Ossos do ofício. Tem vários ossos do ofício no ofício de ser presidente. Um é esse. O caso, por exemplo, da luta contra a corrupção é osso do oficio da presidência, ou seja, é intrínseco à condição de presidente zelar para que o dinheiro público seja bem gasto. Depois, eu tenho uma responsabilidade pessoal também nessa direção. Dilma aprendeu a expressão “ossos do ofício” numa consulta com o ortopedista do Palácio. Gostou tanto que criou as variantes “os ossos do ofício no ofício” e “o osso do ofício”. Mas não precisava exagerar usando a expressão para dizer que a presidência nunca rói o osso e a corda quando o assunto é corrupção.
Aliás, os minutos seguintes foram dedicados à faxina que não é faxina e ao toma lá dá cá que não é lá nem cá — uma meia “saia justa” entre a presidente e a Poeta, já explorada pelos jornais. Se sentiu a invertida, Patricia não acusou – porque logo levantou a bola de novo para a presidente cortar. Patrícia: Qual a senhora acha que foi, nesses oito meses, o seu maior acerto? Dilma: Nesses oito meses? Xô pensá. Por que eu tô pensando? Porque eu não posso te dar várias. Porque eu acho que algumas coisas eu acertei bastante. Eu vou falar, eu acho que foi muito acertado, logo de início, ter entregue os remédios de graça. Sabe por que que eu estou falando isso? Porque eu acho que a pessoa que não tem dinheiro para comprar um remédio que precisa, acho que é um drama humano violento (…) Podia dar uma segunda? Se fosse uma resposta de Obama à mais importante emissora de TV norte-americana, o Partido Republicano já poderia cantar vitória nas eleições do ano que vem. Sendo Dilma, ela ainda pede para dar uma segunda:
Dilma: Olha, Patrícia, eu fico muito orgulhosa de uma outra coisa. É outra coisa que não é assim grande, mas pra mim é importante.
É importante reduzi imposto. Então, eu gostei de fazê isso pra quem? Pru Super Simples e pru MEI. Felizardos esses tais de Super Simples e MEI. Os impostos só abaixaram para eles. Hoje mesmo, no painel da Associação Comercial de São Paulo, a carga fiscal brasileira ultrapassou a marca de 1 trilhão de reais arrecadados este ano – recorde dos recordes na metade de setembro. E ainda falam na volta da CPMF! Dilma é contra: Dilma: Sabe por que a população era contra a CPMF? Porque a CPMF foi feita pra ser uma coisa e virou outra. Acho que a CPMF foi um engodo nesse sentido de usar o dinheiro pra saúde não pra saúde. Depois do “dinheiro pra saúde não pra saúde”, uma daquelas frases em dilmês que marcam território, o resto do papo foi só para cumprir tabela. Juros, indústria, crise internacional – nada que se aproveitasse numa conversa séria sobre o Brasil. Patrícia: Presidente, muito obrigada por essa conversa, por mostrar um pouco da sua intimidade pra gente, por ter me recebido aqui em Brasília. Agora, chega de papo, né? Dilma: Agora, eu vou trabalhar. Patrícia: Vai trabalhar, presidente. Muito prazer em conhecê-la pessoalmente. Bom trabalho. Dilma: Brigado. Poeta saiu do Planalto com outro espírito. A impressão inicial de desalento e autorrecriminação deu lugar a uma certeza: essa entrevista marcará sua carreira para sempre. Dilma tem esse dom. 04/09/2011
Por Celso Arnaldo Araújo
A caminho do Palácio do Planalto, no banco de trás do Omega negro e solene, chapa 001 da República, Patricia Poeta mal ouve a presidente, sentada a seu lado, dizendo algo que soa como “é bom morar perto do serviço” ─ o que, na edição final da entrevista, acabaria sendo traduzido assim por PP:“O trajeto entre os Palácios da Alvorada e do Planalto, a casa e o trabalho da presidente da República, leva quatro minutos. É ela quem faz questão de me destacar esse detalhe de eficiência e rapidez. Duas qualidades que aprecia muito.” Na verdade, Patricia está levemente perturbada com o resultado da entrevista que acabara de fazer no Palácio da Alvorada. Tudo o que passa e repassa por sua cabeça são as terríveis respostas dadas há pouco pela presidente a perguntas banais a respeito de saias, netos, mães e omeletes – pensamentos incompletos, fragmentados, invertidos, toscos, primários, atravessados. Nada que, a rigor, pudesse ir ao ar sem closed caption – legendas ocultas. A caminho do Planalto, Poeta se sente culpada por não ter conseguido extrair da presidente, no Alvorada, uma única e solitária ideia que faça sentido sem edição e efeitos especiais.Mas havia uma chance de redenção. Em casa, ela talvez estivesse relax demais, não caprichou no enunciado das ideias. Agora, em clima mais formal, e falando sobre temas que realmente interessam à vida nacional, tudo seria diferente. De fato, a segunda parte do papo começa em altíssimo estilo: Patrícia Poeta: Aqui é o gabinete da presidência da República, certo? Dilma Rousseff: É verdade. Nada de emos que chocam ovos no Alvorada, o assunto agora é a agenda política e econômica do país Patrícia: O comando político tem três mulheres. Como é que tem funcionado esse clube? Dilma: Eu acho que é sempre bom combinar homens e mulheres, porque nós todos somos complementares. A mulher, eu acho, que ela é mais analítica, assim, ela tem uma capacidade maior de olhá o detalhe, de procurá aquela perfeição, uma certa… Nós somos, assim, mais obcecadas. Patrícia: E os homens? Dilma: Os homens têm uma capacidade de síntese, dão uma contribuição no sentido de ser mais, é, eu diria assim, objetivos no detalhe, eles sintetizam uma questão, a mulher analisa. Então, essa complementariedade (sic) é muito importante. Mulher é capaz, que senão não educava filho. Para Dilma, a complementariedade entre homem e mulher é tão perfeita que é rigorosamente impossível distinguir um homem de uma mulher – pelo menos na forma como foram descritos pela presidente.A única diferença é que mulher educa filho.Mas Poeta achou o máximo: agora sim a presidente estava dizendo coisa com coisa. Patricia pergunta se, nas reuniões das poderosas mulheres do Planalto, há um lado mais feminino na pauta. Tipo: bolsa, maquiagem. Dilma: Na verdade, não tem, viu? Não. Tem neto, viu? Agora aqui tem uma quantidade de gente com neto e todo mundo quer mostrar o seu atualmente. Consta que, à porta do Palácio, já há camelôs alugando netos para as reuniões presidenciais. Patrícia: Agora, presidente, vamos esclarecer algo que virou meio lenda aqui, que é o jeitão da presidente, que é o estilo. A senhora é durona mesmo? Dilma: Uma vez eu disse e ninguém entendeu. Eu disse achando que eu tava fazendo uma ótima piada. Mas o pessoal não entendeu direito, não. É que eu sou a única mulher dura cercada de homens todos meigos aqui. Nenhum é duro, nenhum é tranquilo e firme, então, é uma coisa absurda. Só porque eu sou mulher e tô num cargo que, obviamente, é de autoridade, eu tenho de ser dura. Se fosse um homem, você já viu alguém chamar… Aqui no Brasil alguém falar: ‘Não, fulano está num cargo e ele é uma pessoa durona, não… No caso dos homens do Planalto, posarem de desentendidos faz sentido: é duro ouvir que ali nenhum homem é duro e firme. Tem o Gilberto Carvalho, mas a presidente não precisava generalizar. Patrícia: E vale bronca nessa hora, por exemplo? Dilma: Olha, a bronca faz parte e é uma bronca meiga. É aquela… Patrícia: Dá um exemplo pra gente. Dilma: ‘Isso num tá certo, não pode ser assim’. Patrícia: Nesse tom? Dilma: Ah, é, é esse tom. ‘Num tá certo e não pode ser assim’. Imaginemos a cena: Dilma chama Sérgio Gabrielli ao Palácio e diz “Meu querido, isso num tá certo, não pode ser assim”. Gabrielli irrompe em choro convulsivo. Patrícia: O que tira a senhora do sério? Dilma: Eu vou te falar, eu acho que quando a gente não deu o melhor de si, me tira do sério. A gente quem? A senhora, Patrícia Poeta ou si? Patrícia: E quando falam, assim, do seu temperamento, isso incomoda a senhora de alguma forma ou não, a senhora não está nem aí para isso? Dilma: Sabe o que é, Patrícia? Ossos do ofício. Tem vários ossos do ofício no ofício de ser presidente. Um é esse. O caso, por exemplo, da luta contra a corrupção é osso do oficio da presidência, ou seja, é intrínseco à condição de presidente zelar para que o dinheiro público seja bem gasto. Depois, eu tenho uma responsabilidade pessoal também nessa direção. Dilma aprendeu a expressão “ossos do ofício” numa consulta com o ortopedista do Palácio. Gostou tanto que criou as variantes “os ossos do ofício no ofício” e “o osso do ofício”. Mas não precisava exagerar usando a expressão para dizer que a presidência nunca rói o osso e a corda quando o assunto é corrupção.
Aliás, os minutos seguintes foram dedicados à faxina que não é faxina e ao toma lá dá cá que não é lá nem cá — uma meia “saia justa” entre a presidente e a Poeta, já explorada pelos jornais. Se sentiu a invertida, Patricia não acusou – porque logo levantou a bola de novo para a presidente cortar. Patrícia: Qual a senhora acha que foi, nesses oito meses, o seu maior acerto? Dilma: Nesses oito meses? Xô pensá. Por que eu tô pensando? Porque eu não posso te dar várias. Porque eu acho que algumas coisas eu acertei bastante. Eu vou falar, eu acho que foi muito acertado, logo de início, ter entregue os remédios de graça. Sabe por que que eu estou falando isso? Porque eu acho que a pessoa que não tem dinheiro para comprar um remédio que precisa, acho que é um drama humano violento (…) Podia dar uma segunda? Se fosse uma resposta de Obama à mais importante emissora de TV norte-americana, o Partido Republicano já poderia cantar vitória nas eleições do ano que vem. Sendo Dilma, ela ainda pede para dar uma segunda:
Dilma: Olha, Patrícia, eu fico muito orgulhosa de uma outra coisa. É outra coisa que não é assim grande, mas pra mim é importante.
É importante reduzi imposto. Então, eu gostei de fazê isso pra quem? Pru Super Simples e pru MEI. Felizardos esses tais de Super Simples e MEI. Os impostos só abaixaram para eles. Hoje mesmo, no painel da Associação Comercial de São Paulo, a carga fiscal brasileira ultrapassou a marca de 1 trilhão de reais arrecadados este ano – recorde dos recordes na metade de setembro. E ainda falam na volta da CPMF! Dilma é contra: Dilma: Sabe por que a população era contra a CPMF? Porque a CPMF foi feita pra ser uma coisa e virou outra. Acho que a CPMF foi um engodo nesse sentido de usar o dinheiro pra saúde não pra saúde. Depois do “dinheiro pra saúde não pra saúde”, uma daquelas frases em dilmês que marcam território, o resto do papo foi só para cumprir tabela. Juros, indústria, crise internacional – nada que se aproveitasse numa conversa séria sobre o Brasil. Patrícia: Presidente, muito obrigada por essa conversa, por mostrar um pouco da sua intimidade pra gente, por ter me recebido aqui em Brasília. Agora, chega de papo, né? Dilma: Agora, eu vou trabalhar. Patrícia: Vai trabalhar, presidente. Muito prazer em conhecê-la pessoalmente. Bom trabalho. Dilma: Brigado. Poeta saiu do Planalto com outro espírito. A impressão inicial de desalento e autorrecriminação deu lugar a uma certeza: essa entrevista marcará sua carreira para sempre. Dilma tem esse dom. 04/09/2011
Pedro Novais entrega carta de demissão nesta quarta
Assim que Temer chegar a Brasília, Dilma vai sacramentar a demissão do ministro do Turismo
"Primeiro a gente pede as explicações. Vamos encaminhar isso hoje, avaliar qual a situação e tomar as medidas cabíveis de forma muito tranquila”, afirmou a presidente. Entre os nomes cotados para a sucessão de Pedro Novais estão o capixaba Lelo Coimbra e o mineiro Leonardo Quintão. Se o PMDB não apresentar logo um nome de consenso, Dilma deve optar pelo senador Eduardo Braga. Novais está à deriva no cargo há mais de um mês por denúncias de irregularidades e corrupção. Nesta quarta-feira veio à tona mais um caso claro de má aplicação do dinheiro público pelo ministro: a mulher dele usou um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular. Novais não parece tão afeito ao cargo. Na terça à noite, procurado por Henrique Eduardo Alves para explicar as irregularidades na contratação de seus funcionários, saiu-se com a seguinte justificativa, conforme informou o Radar on-line: "Não pedi para ser ministro." O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, esteve com a presidente Dilma Rousseff no final da manhã. Ele acompanhou a reunião de Dilma com o governador de Rondônia, Confúcio Moura. Na saída, evitou entrar em detalhes sobre a situação de Pedro Novais."Vamos falar com as lideranças na Câmara e com o vice-presidente Michel Temer. Aguardamos esclarecimentos." Questionado se não se preocupava com a imagem do PMDB após o afastamento de dois ministros por corrupção e irregularidades, Raupp respondeu: "Não se pode comprometer uma legenda por causa de uma pessoa."
Gabriel Castro e Adriana Caitano
O ministro do Turismo, Pedro Novais:
fim da linha
( Roberto Stuckert Filho/PR)
O ministro do Turismo, Pedro Novais, já prepara sua carta de demissão, que será entregue ao Planalto nesta quarta-feira. Sem o apoio do PMDB, Novais sucumbe um mês depois de o ministério ter sido atingido por uma enxurrada de denúncias. Em uma conversa na manhã desta quarta, líderes do PMDB decidiram retirar o apoio à permanência de Pedro Novais e passaram a articular nomes para substituir o ministro. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, esteve por volta do meio dia com Pedro Novais, na sede do Ministério do Turismo. Oficialmente, Alves diz ter ido levar a "solidariedade" da bancada do PMDB na Câmara ao correligionário. Nos bastidores, sabe-se que os dois ajustaram os detalhes para a saída de Novais. "Nós o deixamos à vontade. Ele é um homem vivido, experiente e sabe julgar a hora de tomar uma decisão", disse Alves ao retornar para o Congresso. "Pedimos que ele analisasse a situação e ouvisse os amigos. Apoiaremos Novais na decisão que ele tomar. Ele sabe que não nasceu ministro. Esse é um momento da vida dele." Conforme noticiou a coluna Radar on-line, o vice-presidente Michel Temer chega a Brasília por volta de 16 horas e Dilma já avisou que vai conversar com Novais nesta tarde. Temer esteve internado em São Paulo por causa de uma infecção intestinal. Mais, cedo, ao participar de um seminário em Brasília, Dilma disse que cobraria explicações do ministro.fim da linha
( Roberto Stuckert Filho/PR)
"Primeiro a gente pede as explicações. Vamos encaminhar isso hoje, avaliar qual a situação e tomar as medidas cabíveis de forma muito tranquila”, afirmou a presidente. Entre os nomes cotados para a sucessão de Pedro Novais estão o capixaba Lelo Coimbra e o mineiro Leonardo Quintão. Se o PMDB não apresentar logo um nome de consenso, Dilma deve optar pelo senador Eduardo Braga. Novais está à deriva no cargo há mais de um mês por denúncias de irregularidades e corrupção. Nesta quarta-feira veio à tona mais um caso claro de má aplicação do dinheiro público pelo ministro: a mulher dele usou um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular. Novais não parece tão afeito ao cargo. Na terça à noite, procurado por Henrique Eduardo Alves para explicar as irregularidades na contratação de seus funcionários, saiu-se com a seguinte justificativa, conforme informou o Radar on-line: "Não pedi para ser ministro." O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, esteve com a presidente Dilma Rousseff no final da manhã. Ele acompanhou a reunião de Dilma com o governador de Rondônia, Confúcio Moura. Na saída, evitou entrar em detalhes sobre a situação de Pedro Novais."Vamos falar com as lideranças na Câmara e com o vice-presidente Michel Temer. Aguardamos esclarecimentos." Questionado se não se preocupava com a imagem do PMDB após o afastamento de dois ministros por corrupção e irregularidades, Raupp respondeu: "Não se pode comprometer uma legenda por causa de uma pessoa."
O QUE TANTO IRRITA ESTA GENTE? POBRE COMENDO ARROZ E FEIJÃO?
Por Reinaldo Azevedo Por definição, a verdade não tem duas caras; a verdade não é como a “lei de Gleisi” (Hoffmann): não tem uma “alternativa”.
Quando se oferece a oportunidade de alguém expor o “outro lado”, não duvidem: ou ele conta a verdade e, pois, “o lado” está mentindo no essencial, ou ele mente.O que pode variar, de forma legítima, fora dos critérios da verdade e da mentira, é a leitura valorativa que se tem sobre um fato.
Mas uma coisa é certa: ou ele aconteceu ou não aconteceu. A imprensa — sim, eu a critico porque a quero livre; o PT a critica porque a quer sob cabresto — lida mal com isso. Depois que se inventou esse negócio de “lado” e “outro lado”, parece bastar aos jornalistas e aos veículos enumerar opiniões e afirmações desse e daquele, as também opiniões e afirmações do grupo contrário, e a missão está cumprida. Mas e a verdade? Ah, a verdade…Todos se tornam relativistas: cada um tem a sua… Imaginem se as ciências exatas lidassem com essa larguezas de espírito.
Os viadutos cairiam sobre as nossas cabeças, seríamos soterrados pelos túneis, os prédios viriam abaixo…Por que isso? As comissões de Meio Ambiente, de Agricultura, de Ciência e Tecnologia e de Constituição e Justiça do Senado ouviram hoje, em sessão conjunta, alguns juristas sobre o novo Código Florestal.A base da discussão ainda é o excelente relatório do deputado Aldo Rebelo (PC do B), aprovado na Câmara, que é bombardeado pelas ONGs e pelas “marinas” estrangeiras. O mais espetacular, o mais formidável, o mais estupefaciente é que supostos especialistas — ainda que em leis, mas não em meio ambiente, florestas ou o que seja — falem a comissões do Senado e atribuam ao texto o que o texto não diz ou simplesmente ignorem o seu conteúdo, substituindo o fato pelo simples opinionismo. Notem bem: eu acho que as pessoas têm todo o direito de odiar o agronegócio, os ditos “ruralistas”, a comida barata na mesa dos brasileiros. O ódio é livre. Eu, por exemplo, odeio o Bolero, de Ravel. Até reconheço as qualidades técnicas, mas aquilo me põe nervoso.Ponto!Fico à beira de um ataque de fúria. Deve ser o que sentem algumas pessoas quando vêem um pobre atrás de um prato de arroz e feijão, por exemplo. Ou quando pensam na balança comercial brasileira, cujo superávit é gerado por esses “ruralistas canalhas”, que só pensam na produção, né? Onde já viu? E o Anhangá? E o Curupira? E a Cuca? Eu não quero que vocês acreditem em mim; quero que vocês acreditem no que vocês lêem.A íntegra da proposta de Aldo Rebelo está aqui. O Artigo 8º foi substituído pela Emenda 64, que está aqui. Diretores de Redação de jornais, revistas, TVs, sites etc deveriam obrigar — sim, a palavra é essa — os editores e repórteres a ler esses textos. Ao escrever a respeito, eles precisam estar à mão. Para que se pare de dar curso à mentira, à vigarice, à picaretagem. Reitero: diretores, editores e repórteres, a exemplo de alguns “juristas” e ongueiros, podem odiar à vontade o prato de comida. Mas não têm o direito de enganar leitores, telespectadores, internautas. Abaixo, reproduzo, em vermelho, a reportagem do Portal G1, com informações do Valor Online, sobre a tal audiência. É o que consegue ser um pouquinho mais preciso entre todos os que reportaram os fatos. E vocês verão como estamos no mundo da informação como barbárie da inteligência. Comento em azul. Juristas manifestaram nesta terça-feira (13) preocupação com relação às questões constitucionais e de legalidade do texto do novo Código Florestal, que está em discussão no Senado. Foi realizada audiência conjunta das comissões de Meio Ambiente, de Agricultura, de Ciência e Tecnologia e de Constituição e Justiça e participaram representantes do Ministério Público, do Superior Tribunal de Justiça e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim.
“O projeto de lei do Código Florestal introduz um conceito de anistia, sem usar esse nome”, afirmou o especialista em direito ambiental da Universidade de Limonge, na França, professor Paulo Afonso Leme Machado.
Com o devido respeito, o professor Paulo Afonso Leme Machado está derrubando a verdade a machadadas. É mentira! Seja lá o que ele queira dizer com essa linguagem rebarbativa (”introduzir conceitos”), a verdade é que não há anistia nenhuma! Eu posso provar que ele recorre à mentira, mas ele não pode provar que quem mente sou eu. E só há uma verdade, não é questão de gosto. O texto está aí para a consulta de vocês. Os artigos 33, 34 e 35 tratam da regularização das propriedades e estabelecem as condições para o não-pagamento das multas: as compensações ambientais. Quem não se adequar às exigências terá de pagar. Anistia é perdão, é não-punição. Paulo Afonso pode ser muito sabido, mas não consegue mudar o sentido das palavras. Anistia, aí sim, é o que há hoje. Sem a aprovação do novo código, as multas estão suspensas, sem que se exija compensação nenhuma. Agora indago ao jornalismo, aos senhores diretores de redação, editores e repórteres de jornais, rádios, TVs, sites, revistas, portais: custa dizer a verdade? Custa informar o que está no texto? Nada os impede de informar: “Isso não é anistia; o professor Paulo Afonso Leme Machado não está sendo exato, mas nós estamos com ele porque odiamos ver aquela pobrada escondida atrás de um prato de arroz e feijão”. É uma coisa feia isso, sem dúvida, mas é uma opinião legítima, entendem? Sigamos. O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin, discorda. “Anistia não é utilizada no texto porque não se quer anistia, mas isso precisa ficar claro no texto legal”, disse. Para ele, a reforma do código florestal não visa um mecanismo para estimular ou ampliar o desmatamento de florestas no Brasil. “Não vejo ninguém discordar a respeito dessa proposição”, afirmou.Leram direito? Diz o texto do G1, com base em informações do Valor Online, o melhor jornal de esquerda do país, que o Herman Benjamin discorda — ele nega que seja anistia. ERRADO! Não é que ele discorde. Ele diz a verdade! Lá vou eu com Musil: a coitadinha veste apenas uma roupa de cada vez. Se o tal Leme, de Limonge, está certo, Benjamin está errado; se o contrário, então o contrário. Não é uma mera divergência de gosto, como preferir azul ou verde. Enquanto escrevo, é terça-feira no Brasil. É um dado da realidade. Os artigos do Código que tratam das condições para a não-aplicação da multa são matéria de fato. Eu vou insistir. Todos esses profissionais de imprensa têm o direito constitucional de escrever coisas assim: “Leme, de Limonge, não diz a verdade sobre o texto; Benjamin sim, mas nós achamos a mentira mais virtuosa do que a verdade porque só ela protege o Anhangá, a Curupira a Cuca e a Santa da Floresta.” Aí tudo bem! Vamos seguir? “Se não foi o objetivo o desmatamento, ele vai sim acontecer porque vai diminuir a área de proteção”, disse a promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) Cristina Godoy de Araújo Freitas. Cristina cita como exemplo, a redução da área de manutenção das matas ciliares no entorno dos rios com até 5 metros de largura, passando de 30 metros para 15 metros e permitindo que os estados e o Distrito Federal reduzam ou aumente em 50% as faixas a serem preservadas. “O projeto de alteração do código florestal regulariza intervenções que eram ilegais, transformando os passivos ambientais em lei”, opinou.Não! Essa é a opinião que frauda os fatos de modo mais sofisticado. Como, no parágrafo seguinte, a questão da participação dos estados volta, vou me ater ao falso aumento do desmatamento.Vá estudar o texto, moça! Aproveite que eu publico o link aí acima. Como poderia aumentar o desmatamento uma proposta que prevê a recuperação de áreas hoje desmatadas? Se não for má fé, darei de barato que não seja, a senhora lida mal com a geometria — nem que seja a geometria do desejo. Eu exemplifico. Se a senhora mora numa casa de 200 metros quadrados, sonha com uma de 400, mas só consegue construir uma de 350, a senhora não perdeu 50, entendeu?, mas ganhou 150. Em relação AO QUE SE TEM HOJE, o texto aumenta, e muito!, a área “matada”; só se poderia acusar desmatamento levando-se em consideração o DESEJO: pôr na ilegalidade milhares de produtores rurais, que teriam de abrir mão de culturas mais do que centenárias, para ver crescer o mato no lugar. Na questão dos rios, a promotora exagera e comete uma falta feia! Sabem por quê? Porque ela ignora o texto — ou porque não o leu ou porque aposta que os outros não o leram. O artigo que trata da questão é o 4º, que segue. Prestem atenção ao item b.Leiam com atenção:
Considera-se área de preservação permanente, em zonas rurais ou urbanas, para só efeito dessa lei
.I - As faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a borda do leito menor, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) metros de largura (observado o disposto no Artigo 35); b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros. Vocês viram ali, no item b, que ele remete ao Artigo 35. E é disso que trata a procuradora. Pois bem.Então vamos ver o que diz o Artigo 35:
No caso de áreas rurais consolidadas, localizadas em áreas de preservação permanente, nas margens de cursos d’água de até 10 metros de largura, será admitida a manutenção das atividades agrosilvopastoris, desde que:
- seja recuperada uma faixa de 15 m contados da calha do leito regular do rio;
- sejam observados critérios técnicos de conservação do solo e água Entenderam? Vai em caixa alta: O TEXTO FALA DE ÁREAS RURAIS CONSOLIDADAS, ONDE JÁ NÃO EXISTE COBERTURA VEGETAL NATIVA, SANTO DEUS! Como pode uma procuradora, que tem autoridade pública, afirmar que isso concorreria para aumentar o desmatamento? Caso se retirem as pessoas que ocupam hoje essas áreas CONSOLIDADAS, isso implica a retirada de milhares de pequenos proprietários de suas terras. O estado de Santa Catarina, por exemplo, depois de devastado pelo rio Itajaí, seria destruído pelos companheiros ambientalistas da promotora. O mesmo aconteceria com os pequenos agricultores do Rio Grande do Sul. Agora vamos tratar da outra questão levantada pela promotora, que recebeu um certo endosso de Nelson Jobim. De acordo com o texto, os estados e o Distrito Federal podem criar regras suplementares, se elas estiverem de acordo com a norma geral criadas pela União. Jobim criticou o termo “norma geral” porque abriria espaço para que os estados legislassem amplamente sobre questões ambientais. “Estas regras não podem induzir concorrências predatórias entre os Estados”, disse Jobim. Para ele, os limites seriam diversos, o que poderia estabelecer até uma concorrência econômica. Jobim aconselhou que os parlamentares redijam regras gerais consistentes.“Produzam um texto com segurança jurídica. Não utilizem formas de delegação de poderes de forma indireta através de expressões equivocas e ambíguas. Quando o legislador usa da ambigüidade, transfere o poder legislativo ao judiciário”, advertiu.Ok, Jobim está pedindo cuidado, mas sua fala, em tendo sido essa, dá curso à fantasia de que os estados poderiam criar a sua própria legislação ambiental. É mentira! Publico lá no alto a íntegra da emenda 64, que trata do assunto. Não poderiam, não! Qualquer adaptação local da norma geral tem de ser feita em parceria com o governo federal, cotando com a sua aprovação, ou seria ilegal. Aliás, isso corresponde a comprometer o estado com a vigilância, ou se espera que um burocrata de Brasília vá arbitrar questões do Oiapoque ao Chuí. Agora, se querem saber mesmo o que é bobagem, leiam o que segue. Na opinião do subprocurador-geral da República Mário José Gisi, a norma prevista no projeto de reforma do Código Florestal que regulariza atividades agropecuárias em áreas de preservação permanente (APPs) “é um a afronta à sociedade brasileira”. Para ele, a consolidação das áreas ocupadas até 2008 aumentará o desmatamento no país. “O Brasil assumiu compromisso de não haver retrocesso”, disse lembrando compromissos internacionais assinados pelo Brasil.
De saída, não há raciocínio possível que demonstre o aumento do desmatamento. Afronta à “sociedade brasileira”??? Quem é a sociedade brasileira? Os milhares de pequenos agricultores que o doutor quer tirar de suas terras não são “sociedade brasileira”? Lamento! O TEXTO DE ALDO AFRONTA JUSTAMENTE A SOCIEDADE NÃO-BRASILEIRA. Não há retrocesso nenhum! Se aprovado, o Código Florestal brasileiro será o mais preservacionista do mundo. Enquanto a Europa — lá de onde vem o Leme, de Limonge — já escalpelou seu território, o Brasil estará preservando 70% do seu. Sabem quem está com o doutor Gisi? Aquela ONG americana que preparou um estudo intitulado Farms Here, Forests There. São americanos defendendo que eles desenvolvam a agricultura, enquanto brasileiro cuida de mato. Se der, a gente também fica pulando de galho em galho, dando cambalhotas e fazendo micagens… Gisi, aliás, aproveitou o ensejo para atacar o uso de agrotóxicos na agricultura. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) respondeu que, com salário de R$ 30 mil, ele podia comprar produtos orgânicos. O senador Pedro Taques (PDT-MT), que costuma ter uma boa atuação, se abespinhou e mandou mal desta vez. Criticou sua colega e sugeriu que ela falava ali em nome da CNA, de que é presidente. Kátia não deixou barato e respondeu que corporativista era ele, já que sua origem é o Ministério Público, a exemplo de Gisi. Taques precisa resistir à tentação de censurar seus colegas. Seu companheiro de MP é grandinho o bastante para fazer as suas diatribes e para ouvir a divergência. Infelizmente, ficou parecendo reação corporativista mesmo. Um mau passo de quem vem sendo, até agora, um bom senador.
As críticas ao Código Florestal são mentirosas!Os textos de referência estão sendo ignorados. A imprensa, com as exceções costumeiras, sonega informações dos leitores.Deixa prosperar a maior de todas as mentiras: aquela que assegura que haverá aumento do desmatamento. Não haverá. Não é questão de gosto. É questão de fato. Não é questão de “lado” e “outro lado”.Há o que está no texto. Os críticos da proposta de Aldo preferem criticar o que não está.É INÚTIL ME OFENDER. PROVEM QUE ESTOU ERRADO COMO PROVO QUE ERRADOS ESTÃO OS QUE DISCORDAM DE MIM!
Texto publicado às 21h10 desta terça
OU: AS MENTIRAS ESCANDALOSAS SOBRE O CÓDIGO FLORESTAL!
NÃO SE DEIXE ENGANAR! COBRE A VERDADE DA IMPRENSA!
NÃO SE DEIXE ENGANAR! COBRE A VERDADE DA IMPRENSA!
Por Reinaldo Azevedo Por definição, a verdade não tem duas caras; a verdade não é como a “lei de Gleisi” (Hoffmann): não tem uma “alternativa”.
Quando se oferece a oportunidade de alguém expor o “outro lado”, não duvidem: ou ele conta a verdade e, pois, “o lado” está mentindo no essencial, ou ele mente.O que pode variar, de forma legítima, fora dos critérios da verdade e da mentira, é a leitura valorativa que se tem sobre um fato.
Mas uma coisa é certa: ou ele aconteceu ou não aconteceu. A imprensa — sim, eu a critico porque a quero livre; o PT a critica porque a quer sob cabresto — lida mal com isso. Depois que se inventou esse negócio de “lado” e “outro lado”, parece bastar aos jornalistas e aos veículos enumerar opiniões e afirmações desse e daquele, as também opiniões e afirmações do grupo contrário, e a missão está cumprida. Mas e a verdade? Ah, a verdade…Todos se tornam relativistas: cada um tem a sua… Imaginem se as ciências exatas lidassem com essa larguezas de espírito.
Os viadutos cairiam sobre as nossas cabeças, seríamos soterrados pelos túneis, os prédios viriam abaixo…Por que isso? As comissões de Meio Ambiente, de Agricultura, de Ciência e Tecnologia e de Constituição e Justiça do Senado ouviram hoje, em sessão conjunta, alguns juristas sobre o novo Código Florestal.A base da discussão ainda é o excelente relatório do deputado Aldo Rebelo (PC do B), aprovado na Câmara, que é bombardeado pelas ONGs e pelas “marinas” estrangeiras. O mais espetacular, o mais formidável, o mais estupefaciente é que supostos especialistas — ainda que em leis, mas não em meio ambiente, florestas ou o que seja — falem a comissões do Senado e atribuam ao texto o que o texto não diz ou simplesmente ignorem o seu conteúdo, substituindo o fato pelo simples opinionismo. Notem bem: eu acho que as pessoas têm todo o direito de odiar o agronegócio, os ditos “ruralistas”, a comida barata na mesa dos brasileiros. O ódio é livre. Eu, por exemplo, odeio o Bolero, de Ravel. Até reconheço as qualidades técnicas, mas aquilo me põe nervoso.Ponto!Fico à beira de um ataque de fúria. Deve ser o que sentem algumas pessoas quando vêem um pobre atrás de um prato de arroz e feijão, por exemplo. Ou quando pensam na balança comercial brasileira, cujo superávit é gerado por esses “ruralistas canalhas”, que só pensam na produção, né? Onde já viu? E o Anhangá? E o Curupira? E a Cuca? Eu não quero que vocês acreditem em mim; quero que vocês acreditem no que vocês lêem.A íntegra da proposta de Aldo Rebelo está aqui. O Artigo 8º foi substituído pela Emenda 64, que está aqui. Diretores de Redação de jornais, revistas, TVs, sites etc deveriam obrigar — sim, a palavra é essa — os editores e repórteres a ler esses textos. Ao escrever a respeito, eles precisam estar à mão. Para que se pare de dar curso à mentira, à vigarice, à picaretagem. Reitero: diretores, editores e repórteres, a exemplo de alguns “juristas” e ongueiros, podem odiar à vontade o prato de comida. Mas não têm o direito de enganar leitores, telespectadores, internautas. Abaixo, reproduzo, em vermelho, a reportagem do Portal G1, com informações do Valor Online, sobre a tal audiência. É o que consegue ser um pouquinho mais preciso entre todos os que reportaram os fatos. E vocês verão como estamos no mundo da informação como barbárie da inteligência. Comento em azul. Juristas manifestaram nesta terça-feira (13) preocupação com relação às questões constitucionais e de legalidade do texto do novo Código Florestal, que está em discussão no Senado. Foi realizada audiência conjunta das comissões de Meio Ambiente, de Agricultura, de Ciência e Tecnologia e de Constituição e Justiça e participaram representantes do Ministério Público, do Superior Tribunal de Justiça e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim.
“O projeto de lei do Código Florestal introduz um conceito de anistia, sem usar esse nome”, afirmou o especialista em direito ambiental da Universidade de Limonge, na França, professor Paulo Afonso Leme Machado.
Com o devido respeito, o professor Paulo Afonso Leme Machado está derrubando a verdade a machadadas. É mentira! Seja lá o que ele queira dizer com essa linguagem rebarbativa (”introduzir conceitos”), a verdade é que não há anistia nenhuma! Eu posso provar que ele recorre à mentira, mas ele não pode provar que quem mente sou eu. E só há uma verdade, não é questão de gosto. O texto está aí para a consulta de vocês. Os artigos 33, 34 e 35 tratam da regularização das propriedades e estabelecem as condições para o não-pagamento das multas: as compensações ambientais. Quem não se adequar às exigências terá de pagar. Anistia é perdão, é não-punição. Paulo Afonso pode ser muito sabido, mas não consegue mudar o sentido das palavras. Anistia, aí sim, é o que há hoje. Sem a aprovação do novo código, as multas estão suspensas, sem que se exija compensação nenhuma. Agora indago ao jornalismo, aos senhores diretores de redação, editores e repórteres de jornais, rádios, TVs, sites, revistas, portais: custa dizer a verdade? Custa informar o que está no texto? Nada os impede de informar: “Isso não é anistia; o professor Paulo Afonso Leme Machado não está sendo exato, mas nós estamos com ele porque odiamos ver aquela pobrada escondida atrás de um prato de arroz e feijão”. É uma coisa feia isso, sem dúvida, mas é uma opinião legítima, entendem? Sigamos. O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin, discorda. “Anistia não é utilizada no texto porque não se quer anistia, mas isso precisa ficar claro no texto legal”, disse. Para ele, a reforma do código florestal não visa um mecanismo para estimular ou ampliar o desmatamento de florestas no Brasil. “Não vejo ninguém discordar a respeito dessa proposição”, afirmou.Leram direito? Diz o texto do G1, com base em informações do Valor Online, o melhor jornal de esquerda do país, que o Herman Benjamin discorda — ele nega que seja anistia. ERRADO! Não é que ele discorde. Ele diz a verdade! Lá vou eu com Musil: a coitadinha veste apenas uma roupa de cada vez. Se o tal Leme, de Limonge, está certo, Benjamin está errado; se o contrário, então o contrário. Não é uma mera divergência de gosto, como preferir azul ou verde. Enquanto escrevo, é terça-feira no Brasil. É um dado da realidade. Os artigos do Código que tratam das condições para a não-aplicação da multa são matéria de fato. Eu vou insistir. Todos esses profissionais de imprensa têm o direito constitucional de escrever coisas assim: “Leme, de Limonge, não diz a verdade sobre o texto; Benjamin sim, mas nós achamos a mentira mais virtuosa do que a verdade porque só ela protege o Anhangá, a Curupira a Cuca e a Santa da Floresta.” Aí tudo bem! Vamos seguir? “Se não foi o objetivo o desmatamento, ele vai sim acontecer porque vai diminuir a área de proteção”, disse a promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) Cristina Godoy de Araújo Freitas. Cristina cita como exemplo, a redução da área de manutenção das matas ciliares no entorno dos rios com até 5 metros de largura, passando de 30 metros para 15 metros e permitindo que os estados e o Distrito Federal reduzam ou aumente em 50% as faixas a serem preservadas. “O projeto de alteração do código florestal regulariza intervenções que eram ilegais, transformando os passivos ambientais em lei”, opinou.Não! Essa é a opinião que frauda os fatos de modo mais sofisticado. Como, no parágrafo seguinte, a questão da participação dos estados volta, vou me ater ao falso aumento do desmatamento.Vá estudar o texto, moça! Aproveite que eu publico o link aí acima. Como poderia aumentar o desmatamento uma proposta que prevê a recuperação de áreas hoje desmatadas? Se não for má fé, darei de barato que não seja, a senhora lida mal com a geometria — nem que seja a geometria do desejo. Eu exemplifico. Se a senhora mora numa casa de 200 metros quadrados, sonha com uma de 400, mas só consegue construir uma de 350, a senhora não perdeu 50, entendeu?, mas ganhou 150. Em relação AO QUE SE TEM HOJE, o texto aumenta, e muito!, a área “matada”; só se poderia acusar desmatamento levando-se em consideração o DESEJO: pôr na ilegalidade milhares de produtores rurais, que teriam de abrir mão de culturas mais do que centenárias, para ver crescer o mato no lugar. Na questão dos rios, a promotora exagera e comete uma falta feia! Sabem por quê? Porque ela ignora o texto — ou porque não o leu ou porque aposta que os outros não o leram. O artigo que trata da questão é o 4º, que segue. Prestem atenção ao item b.Leiam com atenção:
Considera-se área de preservação permanente, em zonas rurais ou urbanas, para só efeito dessa lei
.I - As faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a borda do leito menor, em largura mínima de: a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) metros de largura (observado o disposto no Artigo 35); b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros. Vocês viram ali, no item b, que ele remete ao Artigo 35. E é disso que trata a procuradora. Pois bem.Então vamos ver o que diz o Artigo 35:
No caso de áreas rurais consolidadas, localizadas em áreas de preservação permanente, nas margens de cursos d’água de até 10 metros de largura, será admitida a manutenção das atividades agrosilvopastoris, desde que:
- seja recuperada uma faixa de 15 m contados da calha do leito regular do rio;
- sejam observados critérios técnicos de conservação do solo e água Entenderam? Vai em caixa alta: O TEXTO FALA DE ÁREAS RURAIS CONSOLIDADAS, ONDE JÁ NÃO EXISTE COBERTURA VEGETAL NATIVA, SANTO DEUS! Como pode uma procuradora, que tem autoridade pública, afirmar que isso concorreria para aumentar o desmatamento? Caso se retirem as pessoas que ocupam hoje essas áreas CONSOLIDADAS, isso implica a retirada de milhares de pequenos proprietários de suas terras. O estado de Santa Catarina, por exemplo, depois de devastado pelo rio Itajaí, seria destruído pelos companheiros ambientalistas da promotora. O mesmo aconteceria com os pequenos agricultores do Rio Grande do Sul. Agora vamos tratar da outra questão levantada pela promotora, que recebeu um certo endosso de Nelson Jobim. De acordo com o texto, os estados e o Distrito Federal podem criar regras suplementares, se elas estiverem de acordo com a norma geral criadas pela União. Jobim criticou o termo “norma geral” porque abriria espaço para que os estados legislassem amplamente sobre questões ambientais. “Estas regras não podem induzir concorrências predatórias entre os Estados”, disse Jobim. Para ele, os limites seriam diversos, o que poderia estabelecer até uma concorrência econômica. Jobim aconselhou que os parlamentares redijam regras gerais consistentes.“Produzam um texto com segurança jurídica. Não utilizem formas de delegação de poderes de forma indireta através de expressões equivocas e ambíguas. Quando o legislador usa da ambigüidade, transfere o poder legislativo ao judiciário”, advertiu.Ok, Jobim está pedindo cuidado, mas sua fala, em tendo sido essa, dá curso à fantasia de que os estados poderiam criar a sua própria legislação ambiental. É mentira! Publico lá no alto a íntegra da emenda 64, que trata do assunto. Não poderiam, não! Qualquer adaptação local da norma geral tem de ser feita em parceria com o governo federal, cotando com a sua aprovação, ou seria ilegal. Aliás, isso corresponde a comprometer o estado com a vigilância, ou se espera que um burocrata de Brasília vá arbitrar questões do Oiapoque ao Chuí. Agora, se querem saber mesmo o que é bobagem, leiam o que segue. Na opinião do subprocurador-geral da República Mário José Gisi, a norma prevista no projeto de reforma do Código Florestal que regulariza atividades agropecuárias em áreas de preservação permanente (APPs) “é um a afronta à sociedade brasileira”. Para ele, a consolidação das áreas ocupadas até 2008 aumentará o desmatamento no país. “O Brasil assumiu compromisso de não haver retrocesso”, disse lembrando compromissos internacionais assinados pelo Brasil.
De saída, não há raciocínio possível que demonstre o aumento do desmatamento. Afronta à “sociedade brasileira”??? Quem é a sociedade brasileira? Os milhares de pequenos agricultores que o doutor quer tirar de suas terras não são “sociedade brasileira”? Lamento! O TEXTO DE ALDO AFRONTA JUSTAMENTE A SOCIEDADE NÃO-BRASILEIRA. Não há retrocesso nenhum! Se aprovado, o Código Florestal brasileiro será o mais preservacionista do mundo. Enquanto a Europa — lá de onde vem o Leme, de Limonge — já escalpelou seu território, o Brasil estará preservando 70% do seu. Sabem quem está com o doutor Gisi? Aquela ONG americana que preparou um estudo intitulado Farms Here, Forests There. São americanos defendendo que eles desenvolvam a agricultura, enquanto brasileiro cuida de mato. Se der, a gente também fica pulando de galho em galho, dando cambalhotas e fazendo micagens… Gisi, aliás, aproveitou o ensejo para atacar o uso de agrotóxicos na agricultura. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) respondeu que, com salário de R$ 30 mil, ele podia comprar produtos orgânicos. O senador Pedro Taques (PDT-MT), que costuma ter uma boa atuação, se abespinhou e mandou mal desta vez. Criticou sua colega e sugeriu que ela falava ali em nome da CNA, de que é presidente. Kátia não deixou barato e respondeu que corporativista era ele, já que sua origem é o Ministério Público, a exemplo de Gisi. Taques precisa resistir à tentação de censurar seus colegas. Seu companheiro de MP é grandinho o bastante para fazer as suas diatribes e para ouvir a divergência. Infelizmente, ficou parecendo reação corporativista mesmo. Um mau passo de quem vem sendo, até agora, um bom senador.
Encerro
As críticas ao Código Florestal são mentirosas!Os textos de referência estão sendo ignorados. A imprensa, com as exceções costumeiras, sonega informações dos leitores.Deixa prosperar a maior de todas as mentiras: aquela que assegura que haverá aumento do desmatamento. Não haverá. Não é questão de gosto. É questão de fato. Não é questão de “lado” e “outro lado”.Há o que está no texto. Os críticos da proposta de Aldo preferem criticar o que não está.É INÚTIL ME OFENDER. PROVEM QUE ESTOU ERRADO COMO PROVO QUE ERRADOS ESTÃO OS QUE DISCORDAM DE MIM!
É UMA QUESTÃO DE HONESTIDADE INTELECTUAL.
Texto publicado às 21h10 desta terça
Ladrões de dinheiro; ladrões de instituições.
Ou: Governabilidade não é sinônimo de lambança
O “rouba, mas faz” não é coisa nova na política brasileira.É evidente que a síntese perversa já dava conta da nossa desdita. A conjunção adversativa “mas” indicava que, embora o “roubar” estivesse sendo incorporado aos hábitos e costumes da vida pública — o que é um desastre, é evidente —, estava em oposição ao “fazer”, que era a coisa desejável e a razão por que se elegiam os políticos.
Permanecia, ao menos, nas consciências o conceito de que “fazer” era o certo, e “roubar”, o errado.
Postos em relação transitiva, no entanto, a fórmula era uma condenação: a condição do “fazer” era o “roubar”, sem o segundo, entendia-se, não se podia realizar o primeiro.
Que país poderia ser construído tendo tal emblema como norte?
Este que vemos, em que um ministro da Educação se jacta de a nota média do Enem ter melhorado ridículos 10 pontos, embora a esmagadora maioria das escolas públicas tenha ficado abaixo de uma média que já é retrato de um vexame.
Havia quem se opusesse radicalmente àquele estado de coisas?
Havia quem se opusesse radicalmente àquele estado de coisas?
Sim, as esquerdas, ambicionavam substituir o modelo cleptocrata de exclusão social por sua teoria homicida da história. Nunca foi grande ou forte o bastante para se impor, e por isso devemos ser gratos, é certo.
A redemocratização do país e a emergência do novo sindicalismo, no curso do tempo, acabaram por guindar o PT e seu chefe máximo, Luiz Inácio Lula da Silva — que, originalmente, de esquerdista não tinha nem a sabedoria nem a ignorância específicas —, ao comando das chamadas “forças populares”.
Os petistas passaram a operar em duas frentes (e há teoria política a respeito; não foi puro empirismo): nos chamados movimentos de base e no terreno institucional, onde criou um bordão: “Ética na política”.
Aéticas ou antiéticas eram todas as forças que disputavam o poder, menos uma, que se apresentava como dotada de uma razão crítica que carregava consigo a voz e a história dos oprimidos de todos os tempos. O mundo já havia conhecido, segundo a categorização marxista, o “socialismo utópico” e o “socialismo científico”.
O PT fundava o “socialismo da reparação”.
Em Marx, o socialismo era uma desdobramento natural da história (é uma loucura, é evidente, mas é outra); no discurso petista, tornava-se uma questão de justiça. Se o velho barbudo furunculoso fosse vivo, daria uma botinada no traseiro desses mistificadores.
Mas quê…
O PT se tornou não o ópio, que isso é coisa para humor refinado francês, mas a cachaça dos intelectuais. Marilena Chaui não conseguiu ensinar uma vírgula de filosofia aos sindicalistas, mas os sindicalistas ensinaram a Marilena Chaui como tratar a USP como um mero aparelho partidário.
O PT chegou ao poder.
É esquerdista?
Depende do que se quer perguntar.
O partido certamente não pretende estatizar os meios de produção. Mas traz, sim, consigo aquela velha moral bolchevique, somada à amoralidade pragmática que marca o sindicalismo, que se caracteriza por justificar qualquer crime em nome da causa.
“O rouba, mas faz” envelheceu; os remanescentes daquele modelo já estão se despedindo da política.
Na nova ordem, desaparece a conjunção adversativa “mas” e a idéia de que, ao menos, há uma oposição entre uma coisa e outra; que mal e bem estão imbricados ou enlaçados numa relação de causa e efeito
Era, reitero, uma noção perversa e que nos condenava ao atraso, mas, se querem saber, menos maléfica do que isso que se vê hoje em dia: o roubo passou a ser considerado uma espécie de pilar da democracia, de elemento constitutivo do processo. Em seu nome, constroem-se teorias políticas.
Uma palavra passou a sintetizar essa nova altitude que ganhou a safadeza: “governabilidade”.
Em nome dela, tudo passa a ser justificável. O imoral, o indecente e o indecoroso já não são mais o tributo maldito a pagar para ver a obra nascer; eles são tratados como esteios da institucionalidade.
Dá-se de barato que é preciso ceder a larápios, a chantagistas, a vigaristas para que o sistema não entre em colapso. Um jornalista brasileiro, durante o confronto democrático que opôs republicanos e democratas nos EUA por causa da ampliação do limite da dívida, ofereceu aos americanos o nosso modelo: faltaria, ele escreveu, um PMDB a Obama!!!
Na entrevista que concedeu ao Fantástico — aquela em que pediu a Patrícia Poeta lhe mostrasse onde estava o “dá cá” que ela explicaria o “toma lá” —, Dilma Rousseff expressou essa noção com a maior tranqüilidade, como quem dissesse:
“Hoje é quinta-feira”.
Afirmou a presidente: “Eu não dei nada pra ninguém que eu não quisesse; nós montamos um governo de composição. Caso ele não seja um governo de composição, nós não conseguimos governar”.
Aí está!
A pergunta de Patrícia Poeta se referia ao “toma-lá-dá-cá”, que Dilma se dispôs a explicar — é falso que ela tenha negado a sua existência.
“Não conseguir governar” significa o quê?
Que as práticas condenáveis seriam hoje pilares das próprias instituições.
Minhas caras e meus caros, é evidente que isso é pior do que o “rouba, mas faz” porque significa a metabolização da lambança como nutriente mesmo da democracia.
E eu sou obrigado a dizer com todas as letras: “Isso é falso!”. Estamos diante de uma apropriação perversa — que não é feita só por Dilma, não!; está no sistema — do conceito de “presidencialismo de coalizão”.
Uma coisa é constatar que, no modelo brasileiro, um partido dificilmente terá força para governar sozinho — o que não quer dizer que não possa hegemonizar o processo, como faz o PT —; outra, distinta, é atribuir a essa necessidade de composição as concessões indecorosas que são feitas.
Indago: qual é a hipótese?
Os partidos que hoje compõem a base aliada, incluindo o PT, se despediriam dos cargos e das benesses oferecidas pela máquina caso se decidisse moralizar a política pra valer?
ISSO É SIMPLESMENTE MENTIROSO.
O problema é outro: aqueles que vêm a lambança como parte do jogo não são meros teóricos do ilícito; são também beneficiários e usuários das práticas condenáveis.
Sim, eis uma contribuição genuinamente petista para o processo político brasileiro: a imoralidade como parte da estabilidade das instituições — instituições também elas aviltadas.
Sei que pouca gente dará bola à questão porque os políticos, os pensadores e boa parte da imprensa estão entorpecidos, mas a ministra Gleisi Hoffmann disse ontem uma coisa muito grave naquele seminário com título pseudo do TCU.
Chamou o RDC, o regime especial para contratar obras para a Copa do Mundo, de “lei alternativa” à Lei de Licitações.
Regime democrático com “lei alternativa”?
Definitivamente, nunca antes na história destepaiz.
Esse país não sai do lugar, não! Esse país é o do Enem que encheu de satisfação o ministro Fernando Haddad. O bom Brasil é outro.
É o da juíza Louise Vilela Figueiras Borer, que mandou parar as obras sem licitação do Aeroporto de Cumbica.
Não aceitou as justificativas para que se desse um peteleco na lei: urgência e Copa do Mundo.
Ora, Dilma foi a gerentona de um outro “governo de composição”, o de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ambos, então, como ela reconheceu no 4º Congresso do PT, prepararam, a quatro mãos, a trágica herança na infra-estrutura: portos, aeroportos, estradas…
E o PT vem coroar, agora, a sua obra jogando no lixo a Lei de Licitações e propondo, como diria Gleisi, “leis alternativas”?
Esse roubo consegue ser pior do que o outro: é um roubo de institucionalidade.
13/09/2011
terça-feira, 13 de setembro de 2011
O burguês segundo Marx
Toda a engenhoca explicativa do marxismo não foi concebida como pura filosofia, e sim como instrumento prático de destruição da sociedade burguesa.
Um dos mais queridos entretenimentos dos marxistas, desde há um século e meio, tem sido defender Karl Marx da acusação de economicismo.
Longe de reduzir tudo às causas econômicas, dizem eles, o autor de O Capital enxergava no processo histórico a ação simultânea de um complexo de fatores, incluindo o cultural e o religioso, onde a economia só viria a predominar "em última instância", cedendo frequentemente o passo às demais forças.
A imagem de um Karl Marx obsediado pela onipotência da economia é, alegam, uma redução pejorativa, criada para fins de propaganda pelos críticos burgueses. Há alguma verdade nisso.
Marx não era nenhum simplório, sujeito a deixar-se embriagar pela obsessão da causa única, mágica, universalmente explicativa.
Acontece, no entanto, que toda a engenhoca explicativa do marxismo não foi concebida como pura filosofia, e sim como instrumento prático de destruição da sociedade burguesa, e há nela uma nítida defasagem entre a teoria geral da História e a sua aplicação ao capitalismo em especial.
Ao descrever o funcionamento da sociedade burguesa, Karl Marx, alegando que assim procede por motivos de ordem metodológica, faz abstração dos demais fatores – culturais, políticos, éticos, religiosos, etc. – e reduz tudo à operação da mais-valia: o truque sujo mediante o qual o "valor" da mercadoria, definido como a quantidade de trabalho necessário para produzi-la, é subtraído aos trabalhadores e embolsado pelo burguês.
'Não interessa, aqui e agora, contestar a teoria da mais-valia. Eugen von Böhm-Bawerk já fez isso melhor do que jamais alguém poderá fazê-lo de novo. A Teoria da Exploração do Comunismo-Socialismo.
O importante é notar que, de tudo aquilo que veio ao mundo como elemento constitutivo da sociedade burguesa – o humanismo, a ética protestante, a democracia parlamentar, os direitos civis, a liberdade de imprensa, as eleições, o sistema judiciário independente, a previdência social, as leis de proteção às mulheres e crianças, a escolarização das camadas pobres, a aplicação universal da ciência e da técnica ao melhoramento da vida humana – não sobra, na definição marxista do capitalismo, nada. Capitalismo é exploração da mais-valia: ponto final.
Tudo o mais é elemento acidental e secundário, que a "força da abstração" (sic) deve desprezar para se concentrar no essencial.
Uma vez montado esse recorte metodológico e descrita na sua lógica interna a "essência do capitalismo", todos os elementos que foram inicialmente removidos para fora do foco são declarados retroativamente irrelevantes de fato e reduzidos a "superestruturas", aparências ou camuflagens ideológicas do mecanismo central que tudo absorve e explica.
O "burguês" pode então ser desenhado como o usurpador por excelência, o sanguessuga, o vampiro que engorda extraindo as últimas gotas de energia da classe trabalhadora, e que ainda tem o cinismo de adornar esse crime com as belezas enganosas da cultura moderna, da religião e da assistência social.
A obsessão economicista que não se pode imputar a Marx na sua compreensão geral da História é assim restaurada com força total no desenho odiento, monstruosamente unilateral e caricatural, que ele traça do capitalismo e do burguês.
Mas, como esse desenho e o rancor que ele despeja sobre a figura do burguês são declaradamente os objetivos finais da obra inteira de Karl Marx, toda a abertura que ele concede àultiplicidade dos demais fatores é apenas uma concessão provisória destinada a camuflar e preparar o economicismo brutal e cru com que ele fomenta a revolta contra a burguesia.
Marx não faz o mínimo esforço para demonstrar que a exploração da mais-valia é a causa substancial por trás de todos os benefícios trazidos à humanidade pela cultura da época burguesa.
Ao contrário, ele apela a um expediente que, pelo seu contágio, viria a se tornar endêmico entre hordas inteiras de praticantes das "ciências sociais": excluir do campo de enfoque pedaços enormes do objeto estudado e depois, sem a mais mínima razão, dar por demonstrado que são irrelevantes, ilusórios ou inexistentes.
O que era pura restrição de método torna-se, por um passe de mágica, uma afirmação objetiva sobre a estrutura da realidade. O efeito persuasivo não se obtém por nenhum acúmulo de provas ou demonstrações, mas pela concentração hipnótica no fator escolhido como "essencial", cuja longa e exaustiva análise ocupa o horizonte inteiro das consciências, removendo tudo o mais para uma distância onde se torna invisível.
Que a presença histórica de alguns fatores extra-econômicos tenha precedido de séculos o advento do capitalismo industrial é, portanto, algo que não precisa ser levado em conta, nem explicado.
Sem o protestantismo e o humanismo, que remontam ao século 16, nada de sociedade burguesa, mas para que remexer o passado?
As provas não só ficam ausentes, mas são criteriosamente evitadas: qualquer tentativa de examinar os elementos excluídos terminaria por trazê-los de novo para o centro do quadro, desfazendo em fumaça o efeito da concentração hipnótica.
Não espanta que isso tenha realmente sucedido a vários discípulos devotos, que, no empenho de provar a veracidade do marxismo, acabaram por dissolvê-lo numa variedade de enfoques causais que não têm de marxista senão o nome.
Isso já começa com Lênin: a teoria da "vanguarda" partidária que se antecipa ao proletariado e o cria depois da revolução suprime desde logo a ideia dos proletários como forças primordiais da transformação histórica e, de um só golpe, torna inviável qualquer tentativa de definir em termos econômicos as classes antagônicas.
Por essa via, o historiador marxista inglês E. P. Thompson chegou à conclusão de que é impossível, mediante critérios de pura economia, distinguir um proletário de um burguês.
Herbert Marcuse demite ostensivamente o proletariado da função de classe revolucionária, colocando em lugar dele os estudantes pequeno-burgueses e o Lumpenproletariat que Marx desprezava: bandidos, prostitutas, cantores de boate, drogados, bêbados e malucos em geral.
Antonio Gramsci prefere os intelectuais.
E Ernesto Laclau proclama que nem é preciso uma classe revolucionária existente: a mera força da propaganda cria a classe revolucionária do nada.
Uma teoria que, para conservar seu prestígio, tem de ser levada a dizer o contrário do que dizia não é, com efeito, teoria nenhuma: é apenas o símbolo unificador de um grupo de interesses heterogêneos, que se define, se indefine e se redefine conforme bem lhe interessa no momento, com a inventividade insana dos oportunistas, dos mitômanos e dos criminosos pegos em flagrante. 12 Setembro 2011
O ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB), 81, usou dinheiro público para bancar o salário da governanta de seu apartamento em Brasília.
Ministro pagou governanta com verba pública por 7 anos
Por Andreza Matais e Dimmi Amora
Folha
O ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB), 81, usou dinheiro público para bancar o salário da governanta de seu apartamento em Brasília. Folha
O pagamento é irregular: foi feito de 2003 a 2010, quando Novais era deputado federal pelo PMDB do Maranhão.
A empregada Doralice Bento de Sousa, 49, recebia como secretária parlamentar na Câmara, nomeada por Novais.
A Folha apurou que ela não dava expediente no gabinete de Novais nem no escritório político no Estado de origem, precondições para o uso de verbas parlamentares para pagar assessores. Dora fazia tarefas no apartamento de Novais: cozinhava, organizava a casa e chefiava a faxina das diaristas.
Ela dormia com alguma frequência na casa de Novais e acompanhava a família ao Rio, onde o ministro tem um apartamento, e ao Maranhão. Aqui
3/09/2011
A Folha apurou que ela não dava expediente no gabinete de Novais nem no escritório político no Estado de origem, precondições para o uso de verbas parlamentares para pagar assessores. Dora fazia tarefas no apartamento de Novais: cozinhava, organizava a casa e chefiava a faxina das diaristas.
Ela dormia com alguma frequência na casa de Novais e acompanhava a família ao Rio, onde o ministro tem um apartamento, e ao Maranhão. Aqui
3/09/2011
As Torres nossas de cada dia - Silvane Saboia
Imagem de Silsaboia
AS TORRES NOSSAS DE CADA DIA
Silvane Saboia
Milhares de pessoas morrem de fome pelo mundo, neste momento.
A Somália é o maior exemplo disto.
Vários lugares pelo mundo gritam por socorro!
Sinos deviam tocar a cada criança que morre!
No interior de vários estados brasileiros pessoas percorrem kilômetros
para obter *água!
Óbvio que o 11 de setembro me chocou,
mas me faz medo o destino dos famintos,
as mortes nas filas dos hospitais,
das crianças na rua a se criarem no inferno de drogas
e sofrimento, gerando raiva, e ódio.
Tantas guerras inúteis, desperdício de dinheiro,
dinheiro este que salvaria tanta gente,
se os governantes
se unissem por um só ideal.
*O seu semelhante.*
De todos os credos, cores, simplemente semelhante.
Por onde anda o amor?
O simples ato de amar?
A palavra usada com sabedoria,
como um afago...
Vingança só gera mais violência!
Os nossos homens do poder ainda são meninos
que trocaram a bola pela bomba mais poderosa!
Por onde andam os olhos de paz?
Por onde eles passeiam?
Que cores o mundo atual enxerga?
Nunca aceitarei a morte de crianças em guerras
das quais elas nem entendem...
O que há?
Como falei antes em outros textos, é tão simples para mim.
A união, de todos no planeta!
Sou um boba poeta que desconhece os mil interesses
de uma guerra fabricada, minha mente não consegue acreditar
em tanta podridão.
Será que os gritos que ouço, não se espalham?
Ninguem escuta?
Estou errada, ou maravilhosamente certa!
Sou tão pequena diante dessa montanha.
Boba poeta...
Silvane Saboia
Milhares de pessoas morrem de fome pelo mundo, neste momento.
A Somália é o maior exemplo disto.
Vários lugares pelo mundo gritam por socorro!
Sinos deviam tocar a cada criança que morre!
No interior de vários estados brasileiros pessoas percorrem kilômetros
para obter *água!
Óbvio que o 11 de setembro me chocou,
mas me faz medo o destino dos famintos,
as mortes nas filas dos hospitais,
das crianças na rua a se criarem no inferno de drogas
e sofrimento, gerando raiva, e ódio.
Tantas guerras inúteis, desperdício de dinheiro,
dinheiro este que salvaria tanta gente,
se os governantes
se unissem por um só ideal.
*O seu semelhante.*
De todos os credos, cores, simplemente semelhante.
Por onde anda o amor?
O simples ato de amar?
A palavra usada com sabedoria,
como um afago...
Vingança só gera mais violência!
Os nossos homens do poder ainda são meninos
que trocaram a bola pela bomba mais poderosa!
Por onde andam os olhos de paz?
Por onde eles passeiam?
Que cores o mundo atual enxerga?
Nunca aceitarei a morte de crianças em guerras
das quais elas nem entendem...
O que há?
Como falei antes em outros textos, é tão simples para mim.
A união, de todos no planeta!
Sou um boba poeta que desconhece os mil interesses
de uma guerra fabricada, minha mente não consegue acreditar
em tanta podridão.
Será que os gritos que ouço, não se espalham?
Ninguem escuta?
Estou errada, ou maravilhosamente certa!
Sou tão pequena diante dessa montanha.
Boba poeta...
Imagem de Silsaboia
Comissão de Ética descarta investigar Paulo Bernardo por uso de jatinhos
Órgão não viu provas de que ministro usou avião de empreiteira
A Comissão de Ética da Presidência decidiu nesta segunda-feira (12) não investigar o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, pelo uso de jatos particulares em 2009 e 2010, quando comandava o Ministério do Planejamento.
Membros ainda decidiram arquivar pedido para apurar Gabrielli e Pimentel
A Comissão de Ética da Presidência decidiu nesta segunda-feira (12) não investigar o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, pelo uso de jatos particulares em 2009 e 2010, quando comandava o Ministério do Planejamento.
Segundo o presidente do órgão consultivo da Presidência, Sepúlveda Pertence, não há “provas” de que Paulo Bernardo tenha utilizado a aeronave de uma empreiteira beneficiária de contratos com o governo federal.
“Não só há o desmentido formal do ministro de que jamais utilizou aviões daquela empresa como da própria empresa”, disse Pertence.
O presidente da comissão também considerou suficientes as explicações sobre o uso por Paulo Bernardo de um jato particular durante lançamento de um programa do governo federal, em Guarapuava, Paraná.
“Segundo o ministro [Paulo Bernardo], o avião foi providenciado pela prefeitura interessada e não se desmentiu isso, nem se trouxe nenhuma prova da propriedade deste avião”, afirmou Pertence.12/09/2011
MPF denuncia Edir Macedo por evasão de divisas
Líder da Igreja Universal e três dirigentes também foram denunciados por formação de quadrilha
Solange Spigliatti
Eles são acusados de pertencer a uma quadrilha usada para lavar dinheiro da IURD, remetido ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos por meio de uma casa de câmbio paulista, entre 1999 e 2005.
Os quatro também são acusados do crime de falsidade ideológica por terem inserido nos contratos sociais de empresas do grupo da IURD composições societárias diversas das verdadeiras.
Solange Spigliatti
estadão.com.br
O bispo Edir Macedo Bezerra, líder religioso da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), e outros três dirigentes da entidade foram denunciados nesta segunda-feira, 12, pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem dinheiro e evasão de divisas, formação de quadrilha, falsidade ideológica e estelionato contra fiéis para a obtenção de recursos para a IURD. Eles são acusados de pertencer a uma quadrilha usada para lavar dinheiro da IURD, remetido ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos por meio de uma casa de câmbio paulista, entre 1999 e 2005.
Os quatro também são acusados do crime de falsidade ideológica por terem inserido nos contratos sociais de empresas do grupo da IURD composições societárias diversas das verdadeiras.
O objetivo dessa prática era ocultar a real proprietária de diversos empreendimentos, qual seja, a Iurd.
Os três dirigentes da igreja denunciados são o ex-deputado federal João Batista Ramos da Silva, o bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição, e a diretora financeira Alba Maria Silva da Costa.
Segundo a denúncia, do procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira, o dinheiro era obtido por meio de estelionato contra fiéis da IURD, por meio do "oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se sacrificassem economicamente pela Igreja".
O Procurador da República Silvio Luís Martins de Oliveira também encaminhou cópia da denúncia à área Cível da Procuradoria da República em São Paulo, solicitando que seja analisada a possibilidade de cassação da imunidade tributária da IURD.
O Caso. O Ministério público investiga desde 2003 o envio para o exterior cerca de R$ 5 milhões por mês entre 1995 e 2001 em remessas supostamente ilegais feitas por doleiros da casa de câmbio Diskline, o que faria o total chegar a cerca de R$ 400 milhões.
Na ocasião, revelação foi feita por Cristina Marini, sócia da Diskline, que depôs ontem ao Ministério Público Estadual e confirmou o que havia dito à Justiça Federal e à Promotoria da cidade de Nova York.
Cristina e seu sócio, Marcelo Birmarcker, aceitaram colaborar com as investigações nos dois países em troca de benefícios em caso de condenação, a chamada delação premiada.
Cristina foi ouvida por três promotores paulistas. Ela já havia prestado o mesmo depoimento a 12 promotores de Nova York liderados por Adam Kaufmann, o mesmo que obteve a decretação da prisão do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), nos Estados Unidos - ele alega inocência.
Ela afirmou aos promotores que começou a enviar dinheiro da Igreja Universal para o exterior em 1991.
As operações teriam se intensificado entre 1995 e 2001, quando remetia em média R$ 5 milhões por mês, sempre pelo sistema do chamado dólar-cabo - o dono do dinheiro entrega dinheiro vivo em reais, no Brasil, ao doleiro, que faz o depósito em dólares do valor correspondente em uma conta para o cliente no exterior.Cristina disse que recebia pessoalmente o dinheiro.
Subterrâneo. Na maioria das vezes, os valores eram entregues por caminhões e chegavam em malotes.
Houve ainda casos, segundo a testemunha, que ela foi apanhar o dinheiro em subterrâneos de templos no Rio. Cristina afirmou que mantinha contato direto com Alba Maria da Silva Costa, diretora do Banco de Crédito Metropolitano e integrante da cúpula da igreja, e com uma mulher que, segundo Cristina, seria secretária particular do bispo Edir Macedo, fundador e líder da igreja.
De acordo com a testemunha, ela depositou o dinheiro nos EUA e em Portugal.Uma das contas usadas estaria nominada como "Universal Church". Além dela, os promotores e procuradores ouviram o depoimento de Birmarcker.Ele confirmou a realização de supostas operações irregulares de câmbio para a igreja, mas não soube informar os valores. 12 de setembro de 2011
De acordo com a testemunha, ela depositou o dinheiro nos EUA e em Portugal.Uma das contas usadas estaria nominada como "Universal Church". Além dela, os promotores e procuradores ouviram o depoimento de Birmarcker.Ele confirmou a realização de supostas operações irregulares de câmbio para a igreja, mas não soube informar os valores. 12 de setembro de 2011
Bush, recebido com mais entusiasmo que Obama
Ex-primeira-dama Laura, ex-presidente George W. Bush, primeira-dama Michelle e presidente dos EUA,
Barack Obama, ouvem hino durante cerimônia
em Nova York do 11/09 - IG
Barack Obama, ouvem hino durante cerimônia
em Nova York do 11/09 - IG
Por Alvaro Fagundes
e Luciana Coelho
Nova York homenageou ontem as vítimas do 11 de Setembro com a abertura do memorial no local em que ficavam as Torres Gêmeas, em cerimônia que reuniu políticos democratas e republicanos, fato raro nos últimos tempos.e Luciana Coelho
Nos dez anos dos ataques de terroristas da Al Qaeda, familiares das 2.733 vítimas do World Trade Centevisitaram pela primeira vez o local, uma espécie de piscina com espelho d’água em que estão gravados os nomes dos parentes.
No memorial, aberto hoje ao resto do público, muitos gravaram em papel com giz de cera os nomes inscritos no monumento.
Outros deixaram flores e recordações (como capacetes de bombeiro). O monumento também tem os nomes das vítimas dos aviões que caíram na Pensilvânia e no Pentágono naquele dia, além das seis que morreram no atentado de 1993 no World Trade Center.
Alguns corpos nunca foram encontrados nesses dez anos, e o memorial, disseram alguns familiares, tem significado ainda mais especial.
O evento, que durou mais de quatro horas, reuniu pela primeira vez em mais de ano e meio o presidente Barack Obama e seu antecessor, George W. Bush.
Acompanhados das respectivas mulheres, eles ficaram protegidos por vidro à prova de balas.
Obama leu o Salmo 46, que fala que “Deus é nosso refúgio e nossa fortaleza”.
Já Bush, recebido com mais entusiasmo que Obama em uma cidade democrata, leu carta do presidente Abraham Lincoln (1809-65) para uma mãe que perdeu cinco filhos na Guerra de Secessão (1861-65). Aqui
12/09/201
12/09/201
Refletindo Ausência:
Robert Peraza, que perdeu seu filho Robert David Peraza, abraça o nome de seu filho na Piscina Norte do Memorial 11/09 durante as cerimônias do décimo aniversário no local do World Trade Center no 11 de setembro de 2011, em New York City
World Trade Center Memorial
O que mais assusta nesta data é que, muito provavelmente, ela ficará na História como a fronteira entre um tempo em que o mundo ia mudando pela força do pensamento dos homens e um outro bem mais obscuro, em que os homens mudam o pensamento pela força do mundo.
Robert Peraza, que perdeu seu filho Robert David Peraza, abraça o nome de seu filho na Piscina Norte do Memorial 11/09 durante as cerimônias do décimo aniversário no local do World Trade Center no 11 de setembro de 2011, em New York City
A viúva de Toninho, Roseana Moraes Garcia, afirma que a forma como o crime vem sendo investigado representa “grave violação aos direitos humanos e fere tratados internacionais”.
Toninho foi morto quando dirigia seu veículo logo após sair de um shopping da cidade. Uma das três balas disparadas atingiu o prefeito, que morreu na hora. Até hoje, o caso não foi esclarecido.A denúncia à OEA deve ser encaminhada até o fim deste ano por meio do CIDH (Conselho Interamericano de Direitos Humanos). Caso aceite o pedido da família como legítimo, a OEA poderá impor sanções ao governo brasileiro e publicar uma nota com recomendações como forma de pressão externa. AQUI e aqui.Vídeo
Por Fernando Gabeira
As demonstrações do 7 de Setembro colocaram o problema da corrupção no topo da agenda. Um pouco contra a vontade do governo. De acordo com o discurso oficial, os principais temas são desenvolvimento, econômico, distribuição de riqueza e combate à miséria. Os dados sobre a corrupção são tão onipresentes que acabam comprometendo o próprio discurso oficial. Em sete anos, o Brasil perdeu R$40 bilhões com a corrupção, o equivalente ao produto da Bolívia. Um desenvolvimento que perde uma Bolívia em sete anos, poderia ser muito mais homogêneo.
Uma riqueza que deixa R$40 bilhões nas mãos de corruptos está muito longe de ser distribuída racionalmente. Apesar disso, o Brasil cresceu e milhões de pessoas foram incorporadas à classe média. Resta o argumento que esse foi o preço pago para estruturar um governo de coalizão, para colocar a imensa máquina do governo em movimento. Mas também sobre esse preço, é possível argumentar.
Ela significa o desprezo de grande parte da juventude pela política e pelos políticos brasileiros. E repercute até na imagem internacional do país.
Documentos vazados pelo Wikileaks, revelam uma correspondência do embaixador americano, Thomas Shannon, afirmando que o governo anterior estava minado pela corrupção em todas as suas esferas. Quantas correspondências semelhantes não encheram as malas diplomáticas?Apenas um embaixador percebeu? Não adianta afirmar que o movimento contra a corrupção é de direita. Não é de direita nem de esquerda, e sim espontâneo, apartidário. A divisão entre esquerda e direita tinha mais rigor no século passado,dominado pela Guerra Fria. Olhar o século XXI com esta divisão única na mente é deixar de ver muita coisa. O PSOL por acaso é um partido de direita? No entanto, apóia a luta contra a corrupção. É algo que ,simplesmente, restaura o mínimo de confiabilidade em governos. Exstem outras demandas latentes. Uma delas é a responsabilidade dos governantes. Relutam muito em aceitá-la, quando cometem erros evidentes. O próprio relatório da CGU(Controladoria Geral da União) registra um desvio de R$682 milhões em 17 projetos do Ministério do Transportes. Mas não aponta os culpados.
Caso mais dramático aconteceu com o bonde de Santa Tereza. As autoridades fluminenses apontaram o motorneiro do bonde como o culpado do acidente, que matou seis pessoas. Em outros países seria caso de demissão. Mas será também, nos próximos anos no Brasil. Como quase todos os povos que protestam no mundo, a juventude brasileira tem acesso a meios de comunicação, sem controle de ninguém. Alem disso, a própria imprensa tem conseguido escapar das tentativas de controle, isolando a proposta. Não sei que ritmo, nem que recuos nos esperam. Sei apenas que algo está em movimento. Se todas as forças políticas se dessem conta, o caminho seria mais fácil.
Mas haverá resistência , como houve contra a ideia de eleições diretas. A luta contra a corrupção, que deve se desdobrar numa reforma política, é uma continuidade do processo democrático.
Não desviar dinheiro, nem culpar o motorneiro, uma rima para o começo de conversa.
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