Pelo menos 14 políticos já anunciaram a intenção de disputar a Presidência da República na eleição deste ano; saiba quais.
Por G1, Brasília
A eleição é em outubro e o registro oficial dos candidatos é só em agosto.
Mas a movimentação de políticos e partidos já é forte em torno de nomes
para disputar a sucessão do presidente Michel Temer. Além do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo menos 13 políticos já
formam uma lista de pré-candidatos declarados à Presidência da
República. Além deles, há casos de políticos que se colocaram à
dispisição dos partidos, mas ainda não viraram pré-candidatos.
PRÉ-CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA
Veja os nomes (em ordem alfabética):
Alvaro Dias (Podemos)
Alvaro Dias cumpre o quarto mandato de senador (três consecutivos desde
1999 e um de 1983 a 1987). Entre 1987 e 1991, foi governador do Paraná.
Começou a carreira política no PMDB. Depois passou por PST e PP, até se
filiar ao PSDB, em 1994. Em 2001, foi expulso do PSDB, por agir contra
orientações do partido, mas retornou em 2003 e voltou a sair em janeiro de 2016, para entrar no PV. Anunciou a pré-candidatura à Presidência da República em novembro, durante evento do Podemos no Rio de Janeiro.
Arthur Virgílio e Geraldo Alckmin (PSDB)
O atual prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, se elegeu deputado
federal pela primeira vez em 1982 pelo PMDB. Em 1988, no PSB, foi eleito
prefeito de Manaus. Um ano após a eleição, migrou para o PSDB, partido
que ajudou a fundar. Voltou à Câmara dos Deputados, eleito em 1994 e
reeleito em 1998. Ocupou o posto de ministro-chefe da Secretaria-Geral
da Presidência no governo Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, se elegeu
senador. Voltou a ser prefeito de Manaus, eleito em 2012 e reeleito em
2016. Em outubro de 2017, enviou carta ao PSDB anunciando a intenção de
disputar com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a indicação
para ser o candidato do partido a presidente da República.
Ciro Gomes (PDT)
Atual vice-presidente do PDT, Ciro Gomes foi ministro da Fazenda entre
setembro de 1994 e janeiro de 1995, período do final do governo de
Itamar Franco e início do de Fernando Henrique Cardoso. Foi também
ministro da Integração Nacional, entre janeiro de 2003 e março de 2006,
no primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Disputou a
Presidência duas vezes (1998 e 2002, derrotado em ambas). Foi governador
do Ceará, prefeito de Fortaleza e deputado estadual e federal pelo
Ceará. Já se filiou a sete partidos (PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB, PROS e
PDT),
Cristovam Buarque (PPS)
Cristovam Buarque é ex-governador do Distrito Federal (1995 a 1999) e
ex-ministro da Educação (2003-2004, no primeiro mandato do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva). Exerce o segundo mandato de senador. É
formado em engenharia mecânica, tem mestrado em ciências econômicas e
doutorado em economia e desenvolvimento. Também já foi reitor da
Universidade de Brasília (UnB), entre 1985 e 1989. Antes de entrar no
PPS, foi filiado ao PT e ao PDT.
Eymael (PSDC)
José Maria Eymael disputou quatro vezes a Presidência
da República (1998, 2006, 2010 e 2014, derrotado em todas). Deputado
federal constituinte, Eymael exerceu dois mandatos na Câmara (entre 1987
e 1995). Em 2012, disputou a Prefeitura de São Paulo, ficando em 11º
lugar, com 5,3 mil votos. Eymael está no PSDC desde 1962 (à época PDC).
Ficou conhecido pelo jingle "Ey, Ey, Eymael, um democrata cristão",
lançado em 1985 quando se candidatou a prefeito de São Paulo pela
primeira vez. É o atual presidente do PSDC.
Fernando Collor (PTC)
Fernando Collor de Mello cumpre o segundo mandato consecutivo como
senador por Alagoas. Ele se elegeu em 2006 e se reelegeu em 2014. Foi
prefeito de Maceió (1979-1982), deputado federal (1982-1986) e
governador de Alagoas (1987-1989). Em 1989, foi o primeiro presidente da
República eleito pelo voto direto após a ditadura militar. Permaneceu
no cargo até 1992, quando sofreu um processo de impeachment. Collor anunciou a pré-candidatura em 19 de janeiro deste ano em discurso em Arapiraca (AL).
Jair Bolsonaro (PSL)
Jair Bolsonaro é militar da reserva e cumpre o sétimo mandato consecutivo como deputado federal. Em 5 de janeiro, anunciou filiação ao PSL e pré-candidatura a presidente pelo partido, nona legenda à qual se filiou. É réu em ação penal no Supremo Tribunal Federal por suposta prática de apologia ao crime de estupro e por injúria. Em 2014, ele afirmou que não estuprava a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merece". Em razão do episódio, o Supremo Tribunal Federal abriu em 2016 ação penal contra o deputado. A defesa argumentou que ele tem imunidade parlamentar e não incentivou outras pessoas a estuprar.
João Amoêdo (Novo)
João Amoêdo fez carreira como executivo de empresas. Formado em
Engenharia Civil e Administração, teve a maior parte da atuação
profissional em instituições financeiras. Em 2011, passou a integrar o
Conselho de Administração da construtora João Fortes. Também em 2011,
participou da fundação no Partido Novo. É um dos idealizadores da sigla,
que presidiu até julho de 2017, quando deixou a função para anunciar pré-candidatura à Presidência da República.
Levy Fidelix (PRTB)
Formado em jornalismo, Levy Fidelix foi candidato a presidente da
República em três eleições (1994, 2010 e 2014), mas nunca chegou ao
segundo turno. Trabalhou na campanha de Fernando Collor à Presidência em
1989 e, desde então, também disputou eleições para deputado federal por
São Paulo, vereador e prefeito, mas jamais se elegeu. Em 2014, prometeu que, se eleito presidente,
acabaria com os impostos sobre remédios. Em 26 novembro de 2017, lançou
pré-candidatura para disputar a Presidência pela quarta vez.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O metalúrgico e ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva pretende se
candidatar à Presidência pela sexta vez. Fundador do PT em 1980, foi o
primeiro presidente do partido. Em 1986, se elegeu deputado federal
constituinte por São Paulo. Presidente da República por dois mandatos
consecutivos (2003-2006 e 2007-2010), conseguiu eleger como sucessora a ex-ministra Dilma Rousseff, que se reelegeu em 2014 e governou até 2016, quando sofreu impeachment. Em julho do ano passado, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro (crimes que ele nega ter praticado), Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro.
Manuela D'Ávila (PC do B)
Jornalista, Manuela D’Ávila iniciou a carreira política no movimento
estudantil. Foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE)
em 2003. Em 2004, se elegeu vereadora em Porto Alegre. Dois anos depois,
em 2006, foi eleita deputada federal, reeleita em 2010. Desde 2015, é
deputada estadual no Rio Grande do Sul. A pré-candidatura à Presidência da República foi anunciada em 5 de novembro de 2017 pelo PC do B.
Marina Silva (Rede)
Marina Silva foi deputada estadual no Acre (1991-1994) e senadora pelo
mesmo estado por dois mandatos (1995 a 2010). Ela se licenciou do Senado
de 2003 a 2008, quando ocupou o cargo de ministra do Meio Ambiente no
governo Luiz Inácio Lula da Silva. Filiada ao PT desde 1986, deixou a
legenda em 2009 para se filiar ao PV, partido pelo qual concorreu à
Presidência em 2010, mas não conseguiu chegar ao segundo turno. Em 2014,
se candidatou novamente, desta vez pelo PSB. À época, era vice na chapa
encabeçada por Eduardo Campos, mas assumiu a candidatura após a morte dele em um acidente aéreo. Ficou em terceiro lugar. Anunciou pré-candidatura à Presidência em 2 de dezembro de 2017 durante encontro do partido Rede, do qual é fundadora.
Valéria Monteiro (PMN)
Jornalista e ex-apresentadora do Jornal Nacional e do Fantástico nos
anos 1990, Valéria Monteiro se filiou ao PMN em 12 de janeiro, em ato na
Câmara Municipal de São Paulo. É dona de uma produtora. Em setembro,
quando ainda não estava filiada a partido político, anunciou que pretendia disputar a Presidência da República.
POSSÍVEIS PRÉ-CANDIDATOS
Veja nomes (em ordem alfabética) de políticos que se colocaram à
disposição para uma pré-candidatura à Presidencia ou que foram apontados
pelo partido como possíveis postulantes:
Aldo Rebelo e Beto Albuquerque (PSB)
Aldo Rebelo foi deputado federal por seis mandatos consecutivos (1991 a
2015) e presidiu a Câmara entre 2005 e 2007. De 2004 a 2005, foi
ministro das Relações Institucionais no governo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Na gestão Dilma Rousseff, comandou os ministérios
do Esporte, da Ciência e Tecnologia e da Defesa. Ex-presidente da União
Nacional dos Estudantes (UNE), foi filiado por 40 anos ao PCdoB, partido
que deixou em 2017 para se filiar ao PSB. Em 8 de janeiro, enviou carta
ao presidente do PSB, Carlos Siqueira, na qual pôs o nome à disposição
do partido para disputar a Presidência.
Segundo o presidente do PSB, depois que Aldo Rebelo se ofereceu como
pré-candidato, o ex-deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) também manifestou
interesse em concorrer ao Planalto. Procurado pelo G1,
Beto Albuquerque confirmou que se ofereceu para ser o nome do partido à
Presidência. Ele afirmou que não há "antagonismo" com Aldo Rebelo, mas
defendeu que o candidato do PSB "seja um nome de militância, com
história no partido". Albuquerque é advogado, filiado ao PSB desde 1986.
Foi deputado estadual no Rio Grande do Sul duas vezes (1991-1994 e
1995-1998) e deputado federal por quatro mandatos consecutivos (de 1998 a
2014). Em 2014, integrou, como vice, a chapa encabeçada por Marina
Silva, então candidata a presidente pelo PSB. O presidente do PSB diz
que definirá o pré-candidato em março.
Henrique Meirelles (PSD)
Henrique Meirelles fez carreira como executivo da área financeira, com
atuação internacional. Foi presidente do Bank of Boston no Brasil entre
1984 e 1996, quando foi escolhido para presidente mundial da companhia.
Em 2002, se elegeu deputado federal pelo PSDB de Goiás. Em 2003, assumiu a presidência do Banco Central,
escolhido pelo então recém-eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Comandou o BC até 2010, quando terminou o governo Lula. Voltou a
integrar o governo em 2016, dessa vez como ministro da Fazenda, convidado por Michel Temer,
que assumiu após o afastamento e posterior impeachment de Dilma
Rousseff. Meirelles tem participado frequentemente de eventos em
igrejas, entidades e associações, mas já disse que só decidirá em abril
se pretende lançar pré-candidatura a presidente.
Paulo Rabello de Castro (PSC)
Paulo Rabello de Castro é economista. Foi presidente do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o atual presidente do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em outubro
de 2017, filiou-se ao PSC. Segundo a assessoria do partido, é o único
nome em análise para uma eventual candidatura própria. Ele, porém, ainda
não anunciou se disputará a Presidência, mas tem aparecido em
propagandas do partido na TV e participado de eventos do PSC. Em
novembro do ano passado, ao ser questionado sobre o assunto, não descartou a possibilidade
de concorrer. É apontado pelo PSC como o nome do partido. O G1 procurou
Rabello novamente nesta terça (23), mas não o localizou.
PSOL
O partido informou que lançará um nome à Presidência, mas ainda não tem
pré-candidato definido. Segundo a assessoria do partido, essa definição
será feita em março.
Rodrigo Maia (DEM)
Atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia está no quinto mandato consecutivo como deputado federal. Assumiu a presidência da Câmara no ano passado,
depois que o então presidente, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
renunciou ao cargo (depois teve o mandato cassado). Em 2017, Rodrigo
Maia presidiu o DEM, partido que ajudou a fundar. É filho de Cesar Maia,
ex-prefeito do Rio de Janeiro, e casado com Patricia Vasconcelos,
enteada de Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria-Geral da
Presidência. Maia também não anunciou pré-candidatura, mas é o principal
nome cogitado no partido ao qual é filiado, o DEM.