domingo, 30 de setembro de 2012

Os brasileiros de bem e a imprensa livre estão com a alma lavada


Blog de Ricardo Setti
Amigas e amigos do blog, acabou a festa.
Acabou a palhaçada.
Acabou a farsa.
O Supremo Tribunal Federal ontem viveu um dia histórico quando, pelo voto de ministros ou por apartes e comentários a votos de colegas, e ainda sem que todos os ministros hajam terminado seus votos, deixou claro, por maioria de 6 dos 11 ministros, que, SIM, existiu o mensalão, que o mensalão foi alimentado por dinheiro público e, principalmente, que se tratava de um esquema de compra de votos na Câmara dos Deputados.
O arco-íris envolve o Supremo - Foto: Carlos Humberto/ STF
Na sessão de ontem, coube ao ministro Luiz Fux, um dos dois integrantes do Supremo indicados pela presidente Dilma, reiterar pelo menos dez vezes, com todas as letras, que foi disso que se tratou.
As pessoas de bem “deztepaiz” estão de alma lavada por verem ser revelado à plena luz do dia — e, felizmente, se esboroar de vez — um esquema corrupto e totalitário cujo intento sinistro era fazer o Executivo, por meios escusos, ilegais e sórdidos, ser dono do Legislativo, acabando com o equilíbrio entre os poderes e instituindo uma espécie de “bolivarianismo” enviezado no Brasil.
A imprensa livre, objeto de insultos, ofensas, injúrias, mentiras — como a de ser supostamente “golpista” – e todo tipo de lama arremessada por adeptos do lulo-petismo, até por setores minoritários da própria mídia, aí incluídos os que publicam opinião em troca de soldo, está de alma lavada — por ter, desde o começo, baseada em fatos concretíssimos, apontado que o mensalão era exatamente isso que o Supremo acaba de deixar claro que era.
Colunistas livres e sem amarras com o poder ou com quem quer que seja, como tenho o orgulho de me considerar, estão de alma lavada, depois de serem criticados, insultados, enxovalhados e xingados por fanáticos ou malandros, inconformados com o primado da lei e com a reafirmação da independência e da correção de instituições como o Ministério Público e a mais importante corte de Justiça.
Leia a íntegra em MENSALÃO: Os brasileiros de bem e a imprensa livre estão com a alma lavada. O Supremo, com maioria de ministros designados por governos petistas, acaba com a farsa e mostra que, SIM, houve compra de votos para apoiar Lula
DO NOBLAT

Lula, o nosso Maomé frustrado, não reconhece o poder do Supremo, a legitimidade da oposição e a autoridade do povo

Por Reinaldo Azevedo
Luiz Inácio Inconformado da Silva não está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal, embora, a meu juízo, devesse.
Supor que a quadrilha do mensalão tenha se reunido naquela orgia de corruptos ativos e passivos, no embalo de peculatos e gestão fraudulenta, sem a sua anuência vai além da ingenuidade, não é?
Trata-se mesmo de uma forma de cretinice.
A Procuradoria-Geral da República, de todo modo, diz não ter conseguido reunir indícios suficientes para denunciá-lo.
Nas conversas que mantém com interlocutores, reveladas por VEJA, Marcos Valério diz o que a todos parece óbvio: “Lula era o chefe”.
É bem verdade que há outros inquéritos que investigam outras franjas do mensalão — inclusive aquele que diz respeito ao BMG e que corre na Justiça Federal de Minas.
Nunca é tarde para chegar ao Babalorixá de Banânia. Naquele caso, as pegadas de Lula parecem muito claras.

O Apedeuta resiste, para usar palavra de sua predileção sobre si mesmo, a “desencarnar”.
E agora, na sua compreensão sempre perturbada da democracia — espero que aquele rapaz que resenhou meu livro, o tal Bernardo Mello Franco, não se abespinhe por eu estar “atacando” Lula —, resolveu que existe uma contradição inelutável entre o “STF” e o “povo”.
Um estaria de um lado, e o outro, de outro!!!
Na coluna Holofote da VEJA desta semana, lemos a seguinte nota:

“’Eu não vou deixar que o último capítulo de minha biografia seja escrito pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Quem vai escrevê-lo é o povo’.
Foi com essa frase que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou um almoço com um ex-ministro há duas semanas.
Lula não aceita a interpretação corrente de que a condenação dos mensaleiros e o fracasso do PT nas eleições representarão o fim de sua carreira política.
O interlocutor ficou em dúvida se ele pretende voltar às urnas em 2014 ou se liderará uma campanha para tentar reverter a condenação dos mensaleiros.”

Voltei

As dúvidas desse interlocutor não fazem sentido político e jurídico.
Comecemos por este último: a decisão do STF é irrecorrível.
Os “embargos infringentes” estão mais para “embargos auriculares”, que se fazem só nas orelhas do interlocutor.
A maioria dos réus, até agora, está condenada por placar expressivo.
Há casos de 11 a zero, 10 a zero (depois da saída de Cezar Peluzo), 10 a 1, 9 a 2…
O que Lula pretende fazer?
Mandar os bate-paus do petismo cercar o Supremo de tacape na mão?
É retórica balofa para realidade frouxa, oca.

No que concerne à política, qual a saída?
Dar um pé em Dilma e tomar o lugar dela como candidata natural à reeleição?
No petismo, atenção!, há entusiastas de sua candidatura ao governo de São Paulo.
É… Talvez pudesse tentar.
Não custa lembrar que este senhor perdeu todas as disputas se considerarmos só o eleitorado do Estado.
Se dependesse só de São Paulo, ele e Dilma nunca teriam sido eleitos presidentes da República.
Luiz Inácio Faroleiro da Silva pode correr esse risco?
Muitos ficarão francamente melados de emoção.
Se der certo, bem…
Se não der, será um enterro político sem glórias.

O desempenho vexaminoso do PT nas capitais — e tudo indica que o resultado será muito ruim nacionalmente — demonstra que seus poderes mágicos eram frutos da mística e da mistificação.
Não!
O eleitorado não faz o que Lula manda.
E ponto!
Se Fernando Haddad passar para o segundo turno em São Paulo, o projeto do chefão manco do PT ganha sobrevida porque é bem provável que Russomanno não tenha fôlego para a segunda rodada.
Se não passar, os tais coelhos que ele prometeu assar quando se tornasse ex-presidente o aguardam…

Lula está desesperado.
Ontem, os petistas fizeram dois comícios na Zona Leste da cidade. O Apedeuta, que disputou uma vez o governo de São Paulo e cinco vezes a Presidência — tendo sido eleito, então, depois de quatro derrotas para cargos executivos —, recomendou, com a grosseria que lhe é peculiar, que José Serra se aposentasse…
Sabem o que é fabuloso?
No próximo dia 27, o petista completará 67 anos.
É apenas três anos mais novo do que o tucano — diferença que, convenham, a partir, sei lá, dos 20, já não faz mais…
diferença!

Dia desses, afirmou que, caso Dilma não queira se candidatar à reeleição (era um convite…), ele aceitaria a parada. Se isso viesse a acontecer, estaria com 69 anos…

Não pensem que Lula está brincando quando recomenda que o adversário se aposente!
Ele fala a sério.
E agora começo a ligar os pontos, leitor: o homem que não reconhece a autoridade do Supremo e pensa em apelar ao “povo” para contraditar o tribunal é o mesmo que não reconhece a legitimidade do adversário e da oposição.
Quando sugere a aposentadoria de Serra, está deixando claro que não quer vencer o seu opositor, mas eliminá-lo do jogo político.

Esse demiurgo inescrupuloso pode avançar também para a delinquência política pura e simples.
Referindo-se a Marta Suplicy, que estava presente ao comício, afirmou que “não deixaram Marta se reeleger” por ela “se meter a fazer coisas para os pobres”.

“Não deixaram”???
Quem “não deixaram”, cara-pálida?
Em 2004, Serra foi eleito contra Marta pelo povo.
Em 2008, Kassab foi eleito prefeito contra Marta pelo povo!

Entendi: o Babalorixá de Banânia não reconhece o poder do Supremo, não reconhece a legitimidade da oposição e não reconhece nem mesmo a autoridade do povo se este não votar em quem ele manda.
Entendo seu nervosismo: o PT perdeu a eleição para o governo de São Paulo duas vezes (2006 e 2010) e a para a Prefeitura duas vezes (2004 e 2008) com ele na Presidência da República, tentando dar ordens aos paulistas e paulistanos.

Lula não se conforma de não ser o nosso Maomé, ainda que certa imprensa faça esforço para isso.
É que eu não sou um exímio desenhista, viu, Mello Franco?
Se fosse, agora faria uma charge de Lula pendurado na brocha do próprio rancor.

30/09/2012
DPR.DEMOCRATICA

Mensalão II vai pegar Pimentel, Benedita e Vicentinho do PT.

O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de um inquérito para investigar repasses feitos pelo esquema para pessoas ligadas ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e a outros políticos petistas.O novo inquérito, a ser instaurado na Justiça Federal em Belo Horizonte, também vai investigar repasses a pessoas que trabalharam com os deputados Benedita da Silva (PT-RJ) e Vicentinho (PT-SP), além de dezenas de outras pessoas e empresas que receberam dinheiro do esquema. 
Essas pessoas não são parte do processo que está em julgamento no Supremo desde o início de agosto, porque os repasses só foram descobertos pela Polícia Federal quando a ação principal já estava em andamento no STF.A nova fase do caso foi inaugurada há pouco mais de um mês, após pedido da Procuradoria-Geral da República para que fossem aprofundadas as investigações sobre o destino do dinheiro distribuído pelo PT com a colaboração do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. 
O requerimento cita nominalmente Pimentel, um dos principais auxiliares da presidente Dilma Rousseff, Benedita e Vicentinho, dizendo que, como eles têm foro privilegiado, a investigação deverá voltar ao Supremo "caso surjam indícios concretos de que os valores arrecadados" destinavam-se aos três. A PF só conseguiu concluir o trabalho de rastreamento de dinheiro distribuído por Marcos Valério em 2011, cinco anos após a Procuradoria apresentar a denúncia que deu origem ao processo que está em julgamento no STF. 
Seguindo o caminho do dinheiro distribuído pelo empresário, a polícia chegou a Rodrigo Barroso Fernandes, em Belo Horizonte. Na época do repasse, em 2004, ele era coordenador financeiro do comitê da campanha de Fernando Pimentel à Prefeitura de Belo Horizonte, diz a PF.O inquérito, conduzido pelo delegado federal Luís Flávio Zampronha, apontou que Fernandes recebeu R$ 247 mil da agência SMPB, de Marcos Valério, em agosto de 2004.Em depoimento, ele afirmou que só daria declarações em juízo, segundo a polícia. Num relatório sobre a investigação, Zampronha escreveu que Fernandes agiu assim para "encobrir o verdadeiro beneficiário" do dinheiro. 
As investigações também apontaram repasses para Carlos Roberto de Macedo Chaves, que teria feito dois saques no valor de R$ 50 mil em agosto e setembro de 2003. Ele disse à PF que trabalhou como contador da campanha de Benedita em 2002.De acordo com a polícia, a origem desse dinheiro foi o fundo Visanet, controlado pelo Banco do Brasil e por outras instituições financeiras. O fundo é apontado pela PF e pela Procuradoria-Geral da República como a principal fonte dos recursos que alimentaram o mensalão, e a maioria dos ministros do STF já concordou com essa tese. 
Em relação a Vicentinho, a PF descobriu que o produtor audiovisual Nélio José Batista Costa recebeu R$ 17 mil da empresa Estratégia Marketing, de Valério, em agosto de 2004, "devido aos serviços prestados durante a campanha eleitoral do candidato Vicentinho para a Prefeitura de São Bernardo do Campo".O pedido de abertura do novo inquérito foi feito em fevereiro e acolhido pelo ministro Barbosa em 24 de agosto. A Justiça Federal de Minas já recebeu ofício do STF, mas pediu à corte novas informações para definir qual vara criminal cuidará do caso.(Folha de São Paulo)
DO CELEAKS

Ao discriminar Serra, Lula fere o Estatuto do Idoso que ele mesmo promulgou.

Em 1 de outubro de 2003, Lula sancionava o Estatuto do Idoso. Vejam o que diz o artigo 100:

Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
Ontem, de forma criminosa, Lula afirmou que José Serra está velho para ser prefeito de São Paulo. O fez em cima de um palanque, em público, diante de centenas de pessoas, muitas delas idosas. Desdenhou, humilhou, menosprezou e discriminou um cidadão brasileiro. Mostrou mais uma vez que é um covarde da pior espécie, um imbecil em estado latente, um ser humano desprezível.
José Serra tem 70 anos, apenas três anos a mais do que Lula. A mesma idade de Marta Suplicy, outra desavergonhada, que foi excluída da eleição porque São Paulo precisava do "novo", mas que estava ali, ao seu lado no palanque, pois recebeu um ministério de presente para dar apoio aquele que a desdenhou.
Lula fere a Constituição de forma sistemática. Nunca houve na história deste país um presidente que desrespeitasse tanto as leis. Aliás, no caso de dois candidatos terminarem empatados na primeira colocação, o eleito será o mais velho, segundo a legislação eleitoral. 
Os paulistanos devem mostrar a Lula que ele não pode tudo. A começar pelos idosos, vítimas, na pessoa de José Serra, de uma das campanhas mais preconceituosas e mais sujas movidas por esta quadrilha de mensaleiros que tomou o Brasil de assalto. Não votar em Lula e sua camarilha é um ato de respeito humano. Também.
DO CELEAKS

"O novíssimo truque de Lula"



Não se deve levar a sério o que Lula diz

Fala pelos cotovelos, não raro pelos calcanhares, a exemplo da exortação para que militantes arrancassem materiais de adversários das ruas de São Bernardo
Por Mary Zaidan
Blog do Noblat
E não tem qualquer apreço pela coerência entre o que disse ontem, o que diz hoje e o que dirá amanhã.
Muito menos pela verdade.
Sobre o mensalão, navegou entre o traído que de nada sabia ao humilde que pede desculpas à nação pelo escândalo que pegou de calças curtas os seus mais caros auxiliares.
Daí, migrou para a fantasiosa versão do caixa 2, expressa em entrevista mais fantasiosa ainda, transmitida pelo Fantástico, da TV Globo, em julho de 2005, dois dias depois de ser gravada em Paris.
A esse enredo, Lula e sua turma penduraram adereços. A ênfase de que culpados seriam punidos "doa em quem doer" ecoou no vazio.
A fala dura do ex-presidente do PT e hoje governador gaúcho Tarso Genro preconizando a refundação do partido deu lugar à de um Ricardo Berzoini (PT-SP): "A prioridade é reeleger o presidente Lula. Depois veremos isso (a apuração) com calma. E essa história do mensalão é uma ficção."
E por aí foi.
Mensalão virou algo que nunca existiu, com Lula assegurando que como ex se dedicaria integralmente a provar que tudo não passara de farsa, coisa da direita para derrubar o primeiro presidente operário.
Algo, aliás, que a dócil oposição nem mesmo cogitou.
Se o transmudar dos fatos já era de admirável desfaçatez, o que se vê agora bate todos os recordes dessa categoria.
Antes de o julgamento começar, Lula mexeu vários pauzinhos ou toras inteiras. Tentou em vão convencer ministros pelo adiamento, manobra que veio à tona quando Gilmar Mendes denunciou a tentativa de coação.
Instigou seu partido a conclamar o povo a ir às ruas, tarefa cumprida, pateticamente, pelo deputado Rui Falcão.
Julgamento em curso, constrangeu aliados para que assinassem nota de apoio a ele, contestada no seio dos mesmos partidos que a subscreveram.
Do cineasta Luiz Carlos Barreto, amigo do réu José Dirceu, obteve carta aberta com 264 assinaturas da elite intelectual. Barreto batizou o documento como "filosófico-doutrinário".
Seja lá o que isso quer dizer, não é nada filosófico, ou muito menos doutrinário, alertar o país para a presunção da inocência, como se a Suprema Corte não fosse capaz de enxergá-la.
Agora, com condenações se acumulando e a proximidade da análise dos crimes do núcleo petista, Lula já antecipou seu novíssimo truque: o julgamento só está acontecendo porque ele, Lula, combateu como ninguém a corrupção.
"Se juntarem todos os presidentes da história do Brasil, vocês vão ver que eles não criaram instituições para combater a corrupção como nós criamos em oito anos.
Sintam orgulho porque se tem uma coisa que fizemos, foi criar instrumentos para combater a corrupção."
Mais desfaçatez, impossível.
* Mary Zaidan é jornalista, trabalhou nos jornais “O Globo” e “O Estado de S. Paulo”, em Brasília. Há cinco anos coordena o atendimento da área pública da agência Lu Fernandes Comunicação e Imprensa

30 de setembro de 2012
DO R.DEMOCRATICA