quinta-feira, 29 de maio de 2014

FOTOS HISTÓRICAS IMPERDÍVEIS: as primeiras e reveladoras fotografias do bunker onde Hitler se suicidou


Jornalistas analisam mancha de sangue no braço de sofá localizado no bunker onde Adolf Hitler e Eva Braun se suicidaram; historiadores divergem sobre de quem seria o sangue (Fotos: William Vandivert)
Jornalistas analisam mancha de sangue no braço de sofá localizado no bunker onde Adolf Hitler e Eva Braun se suicidaram; historiadores divergem sobre de quem seria o sangue (Fotos: William Vandivert – Time & Life Picutres/Getty Images)
Campeões-de-audiência
Publicado originalmente em 10 de dezembro de 2012 às 18h25.
Colaborador da revista Life entre o final dos anos 1930 e o fim da década seguinte, o americano William Vandivert (1912-1992) foi um dos fundadores da célebre agência Magnum, ao lado de outras lendas do fotojornalismo como o francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004) e o húngaro Robert Capa (1913-1954).
Sua invejável reputação como correspondente de guerra se deve, em grande parte, à série de fotografias que ilustra este post, tomadas entre maio e junho de 1945. Algumas estiveram nas páginas de edição da Life de julho do mesmo ano, mas a maioria permaneceu inédita por mais de seis décadas. Agora estão disponíveis no site da revista.
Primeiro fotógrafo a ter acesso ao bunker de Hitler
Hitlers command center in the bunker
A sala central de comando no chamado Führerbunker, o abrigo-fortaleza subterraneo onde o ditador nazista se refugiou nos últimos dias do avanço dos Aliados, em abril de 1945
O ensaio compila os históricos registros produzidos por Vandivert, então com 33 anos, poucos dias após o fatídico 30 de abril de 1945, data do suicídio de Adolf Hitler e sua companheira Eva Braun (com quem se casou pouco antes de ambos morrerem), marco simbólico definitivo da queda do Terceiro Reich.
Vandivert relata visualmente a destruição completa de Berlim, cidade que, antes da investida final dos soviéticos, sofrera mais do que 350 pesadíssimos ataques aéreos dos Aliados entre agosto de 1940 e março de 1945.
Mais do que isso, o fotógrafo revela ao mundo em primeira mão imagens do Führerbunker, o “Refúgio do Líder”, esconderijo subterrâneo onde Hitler e Braun passaram seus últimos dias, dando detalhes minuciosos sobre o local. Também mostra o lugar onde os corpos do casal teriam sido queimados após o suicídio.
As imagens são mesmo imperdíveis. Abaixo, mais uma seleção:
SS-cap
Um quepe da temida SS nazista, com seu inconfundível distintivo de caveira
Hitler
Foto simbólica: busto de Hitler entre os encombros nos arredores do edifício conhecido como Chancelaria do Reich
Hitler
Mais simbolismo: a águia nazista retirada da Chancelaria por soldados russos e um civil alemão (primeiro à esquerda)
Soldado-Berlim
O soldado americano Douglas Page zomba da saudação nazista em pleno “Sportpalast” (Palácio de Esportes), onde Hitler costumava proferir discursos; o edifício foi destruído em janeiro de 1944
Life-Berlim.Hitler
À Percy Knauth (primeiro à esquerda), repórter da “Life”, disseram que esta era a vala onde os corpos de Hitler e Eva Braun haviam sido queimados
Oberwallstrasse
A Oberwallstrasse, rua no centro de Berlim, foi testemunha de alguns dos conflitos mais sangrentos entre soldados soviéticos e alemães
Schöneberg
Vista aérea de edifício do departamento de gás no bairro de Schöneberg, Berlim, em 1945
russos-Nazismo
Mensagens deixadas por soldados, em sua maioria soviéticos, nas estátuas dos jardins da Chancelaria do Reich
cofre-bunker-Hitler
Cofre vaizo no bunker de Hitler
Quadro-bunker-Hitler
Quadro do século XVI, de autor desconhecido, com reprodução da Virgem Maria e Jesus Cristo; a obra, que aparece no bunker, teria sido roubada de museu em Milão
notas-Vandivert
As notas de William Vandivert descrevendo cada fotografia
Vandivert
William Vandivert, o grande fotógrafo de “Life
DO R.SETTI”

Lula revela que só não foi Cabral porque nasceu no século 20. Sorte dele: já no dia do Descobrimento teria virado comida de índio



Até virar passarinho, Hugo Chávez se apresentou como a reencarnação de Simón Bolívar. Sem compromisso com qualquer tipo de fidelidade, Lula é mais versátil. Já foi Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas e Dom Pedro II. Na semana passada, a metamorfose delirante informou que apenas quatro séculos impediram que fosse também Pedro Álvares Cabral.
O vídeo de 16 segundos registra a novidade, revelada neste 16 de maio numa das escalas da caravana que zanza pelo interior paulista tentando engordar os raquíticos índices atribuídos ao candidato Alexandre Padilha por todos os institutos de pesquisa. No meio do falatório, o palanque ambulante se dirige a um certo Hamilton para lembrar que “eles ficam muito nervosos”.
Sem esclarecer quem são “eles” nem explicar as razões do nervosismo, decola rumo a 1500. “Ficam dizendo que o Lula pensa que é ele que descobriu o Brasil. Se eu existisse na época eu teria descoberto mesmo. É que eu não existia”, delira o recordista mundial de bravata & bazófia sob risos e aplausos da plateia amestrada.
Sorte dele. Se Lula estivesse no lugar de Cabral, não haveria uma Primeira Missa, mas um Primeiro Comício de curtíssima duração. Mesmo sem saber o que dizia aquela figura estranha, os donos da terra logo entenderiam que era tudo vigarice. A troca de espelhinhos por pedras preciosas comprova que eram tão ingênuos quanto os milhões de modernos primitivos que mantêm o PT no poder. Mas não sofriam de abulia paralisante que grassa no Brasil do século 21. E achavam que tapeação tem limite.
Depois de cinco minutos de discurseira insuportável, até uma tribo de vegetarianos estaria transformada num bando de antropófagos ansiosos pelo começo do banquete. E já no dia 22 de abril de 1500 o descobridor do Brasil viraria comida de índio.
DO A.NUNES

Mudança de regime por decreto

Editorial
O Estado de S.Paulo
A presidente Dilma Rousseff quer modificar o sistema brasileiro de governo. Desistiu da Assembleia Constituinte para a reforma política - ideia nascida de supetão ante as manifestações de junho passado e que felizmente nem chegou a sair do casulo - e agora tenta por decreto mudar a ordem constitucional. O Decreto 8.243, de 23 de maio de 2014, que cria a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS), é um conjunto de barbaridades jurídicas, ainda que possa soar, numa leitura desatenta, como uma resposta aos difusos anseios das ruas. Na realidade é o mais puro oportunismo, aproveitando os ventos do momento para impor velhas pretensões do PT, sempre rejeitadas pela Nação, a respeito do que membros desse partido entendem que deva ser uma democracia.
A fórmula não é muito original. O decreto cria um sistema para que a "sociedade civil" participe diretamente em "todos os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta", e também nas agências reguladoras, através de conselhos, comissões, conferências, ouvidorias, mesas de diálogo, etc. Tudo isso tem, segundo o decreto, o objetivo de "consolidar a participação social como método de governo". Ora, a participação social numa democracia representativa se dá através dos seus representantes no Congresso, legitimamente eleitos. O que se vê é que a companheira Dilma não concorda com o sistema representativo brasileiro, definido pela Assembleia Constituinte de 1988, e quer, por decreto, instituir outra fonte de poder: a "participação direta".
Não se trata de um ato ingênuo, como se a Presidência da República tivesse descoberto uma nova forma de fazer democracia, mais aberta e menos "burocrática". O Decreto 8.243, apesar das suas palavras de efeito, tem - isso sim - um efeito profundamente antidemocrático. Ele fere o princípio básico da igualdade democrática ("uma pessoa, um voto") ao propiciar que alguns determinados cidadãos, aqueles que são politicamente alinhados a uma ideia, sejam mais ouvidos.
A participação em movimentos sociais, em si legítima, não pode significar um aumento do poder político institucional, que é o que em outras palavras estabelece o tal decreto. Institucionaliza-se assim a desigualdade, especialmente quando o Partido (leia-se, o Governo) subvenciona e controla esses "movimentos sociais".
O grande desafio da democracia - e, ao mesmo tempo, o grande mérito da democracia representativa - é dar voz a todos os cidadãos, com independência da sua atuação e do seu grau de conscientização. Não há cidadãos de primeira e de segunda categoria, discriminação que por decreto a presidente Dilma Rousseff pretende instituir, ao criar canais específicos para que uns sejam mais ouvidos do que outros. Ou ela acha que a maioria dos brasileiros, que trabalha a semana inteira, terá tempo para participar de todas essas audiências, comissões, conselhos e mesas de diálogo?
Ao longo do decreto fica explícito o sofisma que o sustenta: a ideia de que os "movimentos sociais" são a mais pura manifestação da democracia. A História mostra o contrário. Onde não há a institucionalização do poder, há a institucionalização da lei do mais forte. Por isso, o Estado Democrático de Direito significou um enorme passo civilizatório, ao institucionalizar no voto individual e secreto a origem do poder estatal. Quando se criam canais paralelos de poder, não legitimados pelas urnas, inverte-se a lógica do sistema. No mínimo, a companheira Dilma e os seus amigos precisariam para esse novo arranjo de uma nova Constituição, que já não seria democrática. No entanto, tiveram o descaramento de fazê-lo por decreto.
Querem reprisar o engodo totalitário, vendendo um mundo romântico, mas entregando o mais frio e cinzento dos mundos, onde uns poucos pretendem dominar muitos. Em resumo: é mais um ato inconstitucional da presidente Dilma. Que o Congresso esteja atento - não apenas o STF, para declarar a inconstitucionalidade do decreto -, já que a mensagem subliminar em toda essa história é a de que o Poder Legislativo é dispensável.

29 de maio de 2014
DO R.DEMOCRATICA