quinta-feira, 18 de junho de 2015

TCU precisa dizer de que matéria-prima é feito

Divulgação
E no sétimo dia, quando Deus descansou, surgiram sobre a face da terra os primeiros críticos dos costumes alheios. Hoje, descendentes desses protocríticos têm título de ministro, recebem contracheques régios e dão expediente vitalício no Tribunal de Contas da União. Eles constituem a principal evidência de que o grande erro da humanidade é a inutilidade não doer.
O TCU sempre evoluiu em marcha a ré. Ao analisar as contas federais, revelou-se por subtração, não por soma. Segregou as pedaladas nos anexos dos seus relatórios. E aprovou as contas nacionais “com ressalvas”. De ressalva em ressalva, tornou-se tribunal de faz de contas. Súbito, no ano de 2014, os pedais ficaram maiores do que a bicicleta. E o TCU se deu conta de que atingiu um ponto zero.
Partindo desse rés do chão em que se encontra, o TCU parece ter chegado a uma ideia mínima de operacionalidade. Acena com a hipótese de rejeitar as contas do governo Dilma Rousseff referentes ao exercício de 2014. Mas transforma o seu flerte com a noção de eficácia funcional numa espécie de parto a fórceps.
Pressionados por operadores do governo, os ministros do TCU decidiram atropelar os prazos constitucionais sob o pretexto de assegurar o direito de Dilma à ampla defesa. Nesse caso, ampla defesa é apenas uma definição bonita para conversa fiada. Quando chegam ao plenário, os dados recolhidos pelos auditores já passaram pelo filtro do contraditório.
De resto, o TCU não vai proferir nenhuma sentença. Como órgão auxiliar do Legislativo, sua atribuição constitucional é a de elaborar um parecer técnico. Algo que, enviado ao Congresso, sirva de baliza para o julgamento que deputados e senadores têm de fazer, mas não fazem desde 2002. A última escrituração apreciada pelo Legislativo é de 2001, penúltimo ano de FHC.
Em verdade, o TCU deu um prazo para si mesmo, não para Dilma. Seus ministros dispõem de 30 dias para informar ao país de que matéria-prima são feitos. Seriedade ou compadrio?, eis as opções. Há no centro do plenário do TCU um imenso cabide invisível. Nele estão pendurados: um ministro ligado ao Sarney, outro vinculado ao Renan, um ex-articulador político de Lula, um egresso do ex-PFL, outro originário do bloco governista na Câmara… Há até uma mãe de político morto.
Nas próximas semanas, vai-se descobrir se ainda há espaço no plenário do TCU para aliados das leis e dos contribuintes brasileiros. Por enquanto, o que existe é uma inquietante sensação de que, nas últimas décadas, os interesses conciliatórios fizeram do TCU uma espécie de desnecessário crônico.
DO JOSIASDESOUZA-UOL

Entrevista exclusiva de Danilo Gentili com o presidente:


DO O ANTAGONISTA

Petista da FAO, órgão da ONU, dá ao tirano Maduro prêmio por seu combate à fome na faminta Venezuela. E a trupe dos admiradores de um assassino

Vejam bem esta foto

Graziano, o petista, premia Maduro, o assassino, por seu suposto combate à fome
Graziano, o petista, premia Maduro, o assassino, por seu suposto combate à fome
Na terça-feira, acreditem,  o petista José Graziano, que preside a FAO, Organização das Nações Unidos para a Agricultura e Alimentação, condecorou Nicolás Maduro, o ditador que governa a Venezuela, por sua luta contra a fome. O mundo fez chacota da condecoração, ainda que outros 17 países tenham merecido também a distinção. A Venezuela passa pela pior crise de abastecimento de sua história.
Como isso é possível?  Já volto ao ponto.  Agora, outra barbaridade.
A Venezuela autorizou o pouso de um avião da FAB que levará senadores brasileiros ao país. Eles pretendem visitar presos políticos e se encontrar com representantes da oposição dentro e fora da cadeia. É claro que se trata de uma viagem necessária e de um dever moral.  Agora vem a vergonha alheia.
Um grupo de esquerdistas brasileiros pretende fazer ao mesmo tempo uma viagem ao país para, acreditem vocês!, dar apoio a Maduro, o ditador que governa com as mãos sujas de sangue. Integram a trupe, segundo a Folha, o jornalista Fernando Morais; o chefão do MST, João Pedro Stedile, e ninguém menos do que Pablo Capilé, aquele esquisito que lidera o tal grupo Fora do Eixo, que era fartamente financiado por estatais (será ainda?) e que foi acusado até de explorar mão de obra similar à escravidão.
Esses esquerdistas de grife são asquerosos. O que importa que 40 pessoas tenham sido assassinadas nas ruas do país no ano passado, algumas com sinais de execução? O que importa que milícias armadas imponham o terror à população? O que importa que se pratique tortura sistemática no país? O que importa que a Venezuela passe por uma crise terrível de abastecimento de alimentos e de gêneros de primeira necessidade?
Para os valentes esquerdistas que vão lá apertar a mão do tirano maluco, nada disso tem importância. Lula recebeu nos dias 9 e 10, em seu instituto, Diosdado Cabello, o presidente da Assembleia Nacional, número dois do regime venezuelano, investigado nos EUA por tráfico de drogas. Em Genebra, na semana passada, Dilma repudiou qualquer sanção à Venezuela.
Eis aí o compromisso que essa gente tem com a democracia. Olhem aqui: existem eles, e existimos nós. Nunca ninguém me pegou aqui, ou em qualquer outro lugar, a defender a ditadura desse ou daquele, ainda que para combater, sei lá, o comunismo. Essa canalha intelectual é diferente. Por razões ideológicas, pode apoiar qualquer facínora, especialmente quando ele demonstra seu ódio à democracia.
O lulo-petismo passou boa parte desses 13 anos de poder tentando um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. O papelão desempenhado por Graziano serve de advertência ao mundo. Eis aí o que pode fazer um petista na FAO: entregar um diploma de grande estadista a um psicopata porque de esquerda.
Na próxima, o amigo de Lula da um prêmio a Kim Jong-un o anão tarado que governa a Coreia do Norte. Afnal, por lá, se come até carne humana, rica em proteínas, não é mesmo, Graziano?
Texto publicado originalmente às 4h06 Por Reinaldo Azevedo-revista veja