sábado, 10 de fevereiro de 2018

Barroso manda intimar Segovia a esclarecer declarações sobre inquérito contra Temer

À agência Reuters, diretor-geral da PF afirmou que a tendência é que a investigação contra o presidente sobre os Portos seja arquivada

Rafael Moraes Moura e Daiene Cardoso/BRASÍLIA
10 Fevereiro 2018 | 13h55 ESTADÃO
BRASÍLIA – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso determinou, em pleno sábado de carnaval, que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, seja intimado pra prestar esclarecimentos. À agência Reuters, Segovia afirmou que a tendência é que o inqúerito contra o presidente Michel Temer sobre os Portos seja arquivado.

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+ OAB diz que ‘não é apropriado’ que diretor-geral da PF opine sobre investigações
“Tendo em vista que tal conduta, se confirmada, é manifestamente imprópria e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal, determino a intimação do Senhor Diretor da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, para que confirme as declarações que foram publicadas, preste os esclarecimentos que lhe pareçam próprios e se abstenha de novas manifestações a respeito”, diz o despacho de Barroso.
+ Segovia diz a delegados que ’em momento algum’ afirmou que investigação contra Temer seria arquivada
O ministro também pede que o Ministério Público Federal, como órgão de controle externo das atividades policiais, também tome as providências “que entender cabíveis”.
No despacho, Barroso lembra que o inquérito contra Temer ainda não foi concluído, que Segovia sinaliza para a possibilidade de punição ao delegado Cleyber Malta Lopes (que conduz o inquérito), que diligências ainda estão em curso “razão pela qual não devem ser objeto de comentários públicos” e que Segovia ainda não recebeu o relatório do delegado responsável, parecer da Procuradoria Geral da República (PGR) ou qualquer manifestação oficial dele, que é o relator do caso na Corte.
Em entrevista, o chefe da PF afirmou que não foram encontradas, até o momento, provas sobre o pagamento de propina por parte da empresa Rodrimar para Temer.
As declarações do diretor-geral da PF provocaram reação imediata de delegados que participam de investigações de inquéritos especiais, envolvendo autoridades com foro. A Coluna do Estadão teve acesso a uma mensagem enviada em grupo de WhatsApp de delegados na qual dizem que ‘ninguém da investigação foi consultado ou referenda essa manifestação’.
“Os integrantes do Grupo de Inquéritos da Lava Jato no STF informam que a manifestação do Diretor Geral da Polícia Federal que está sendo noticiada pela imprensa, dando conta de que o inquérito que tem como investigado o Presidente da República tende a ser arquivado, é uma manifestação pessoal e de responsabilidade dele. Ninguém da equipe de investigação foi consultado ou referenda essa manifestação, inclusive pelo fato de que em três de anos de Lava Jato no STF nunca houve uma antecipação ou presunção de resultado de Investigação pela imprensa.”
Fernando Segovia, afirmou em mensagem enviada a colegas no WhatsApp, nesta sábado, 10, que ’em momento algum’ falou que a apuração seria arquivada.

POPULARIDADE DE BOLSONARO CRESCE E A CONTAGEM REGRESSIVA PARA O PLEITO PRESIDENCIAL BRASILEIRO COMEÇA NA QUARTA-FEIRA DE CINZAS



O pré-candidato presidencial Jair Messias Bolsonaro esteve visitando Dourados no Mato Grosso do Sul e também Cascavel no Paraná, incursão que privilegiou áreas voltadas ao campo, ou seja, ligadas ao agronegócio, ou seja, o conjunto de operações da cadeia produtiva do trabalho agropecuário. Aliás, um setor da economia brasileira dos mais importantes e, como se diz na gíria, que segura as pontas com a exportação de commodities.
O primeiro vídeo acima dá uma ideia da popularidade e da força política de Jair Bolsonaro que não dispõe de nenhum aparato de marketing que vá além das redes sociais, principalmente o Facebook, onde conta com mais de 5 milhões de seguidores. No Twitter e no Instagram tem mais de 900 mil seguidores em cada umas dessas redes. Em termos nacionais, Bolsonaro é o político mais popular e com maior número de seguidores nas redes sociais.
Sem contar com marketeiro e muito menos com um esquema formal de marketing, fustigado de forma inclemente pela grande mídia, pelos institutos de pesquisa eleitoral e sem verba milionária para investir em propaganda Jair Bolsonaro é sem dúvida um fenômeno eleitoral que desconcerta o establishment.
É o único político brasileiro que pode viajar de avião de carreira e caminhar pelos aeroportos com toda a tranquilidade que só é quebrada pelo assédio de seus fãs que o abraçam e fazem selfies ao lado do pré-candidato presidencial. E isso não acontece apenas não apenas no seu domicílio eleitoral que é o Rio de Janeiro. Em todo lugar em qualquer cidade brasileira de qualquer porte, das pequenas às metrópoles a reação animada de eleitores é sempre a mesma.
Levando-se em conta o turbilhão de fake news produzidas pela mainstream media a respeito do pré-candidato é justo intuir que nessa pré-campanha Jair Bolsonaro está fazendo barba e bigode. Por enquanto não há nenhum postulante à Presidência da República que desfrute da popularidade Bolsonaro. Afinal, o pré-candidato não possui claque sindical organizada, não tem um grande partido lhe dando sustentação, não faz parte do establishment, é detonado sistematicamente pela esmagadora maioria dos jornalistas dos grandes veículos de comunicação. E ainda por cima não tem nenhum medalhão da classe política lhe oferecendo suporte. Pelo contrário. Os que estão no topo do establishment o abominam.
O que discorri até aqui é a verdade absoluta. E uma verdade que incomoda os velhos caciques políticos que por mais que se esforcem até agora não conseguiram um nome capaz de despertar o mínimo ânimo dos eleitores.
Por enquanto, Jair Bolsonaro corre sozinho e não há nenhuma perspectiva que isso possa sofrer alguma alteração. Afinal, o outro lado inteiro chafurda no lodaçal da corrupção, da roubalheira e da mentira, de forma tal que não sobrou ninguém de pé do velho e carcomido esquema de poder.
Nunca houve ao longo da história política brasileiro nada parecido com o que está ocorrendo agora em nível político. Daqui a pouco mais de 7 meses os brasileiros irão às urnas. A contagem desse interregno decisivo começará na quarta-feira de cinzas...DO A.AMORIM

Fachin antecipou Quarta-Feira de Cinzas de Lula


A Quarta-feira de Cinzas chegou mais cedo para Lula. O condenado do PT paga o preço por ter sambado sobre os processos da Lava Jato, entoando um samba-enredo sem nexo. Lula e seus advogados confundiram defesa técnica com lero-lero político. Esse tipo de tática é ótima para animar palanques. Mas vem se revelando inútil nos tribunais. Ao negar a liminar pedida pela defesa, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, manteve Lula perto da cadeia e distante da urna.
Considerando-se os aspectos técnicos, a defesa de Lula portou-se como se estivesse desesperada. Pediu ao STF um habeas corpus preventivo para tentar impedir a prisão de Lula. Ora, esse mesmo pedido já tinha sido feito no STJ, que negou a liminar, mas não julgou o mérito. E há uma súmula do Supremo que impede seus ministros de tomarem conhecimento de processos que ainda estão pendentes de julgamento em outro tribunal superior.
A defesa de Lula alegou que a eventual prisão do pajé do PT ''terá inevitáveis desdobramentos no processo democrático do país.'' Ora, Lula foi condenado em 2ª instância por corrupção. De duas uma: ou pune-se o condenado ou desmoraliza-se o Judiciário. Dias atrás, a ministra Cármen Lúcia disse que mudar a regra da prisão agora seria “apequenar” o Supremo. Ao negar a liminar pedida por Lula, Fachin enviou o julgamento do mérito para o plenário do tribunal. Logo saberemos qual é o tamanho da Suprema Corte brasileira.
Josias de Souza