sexta-feira, 6 de junho de 2014

ELEIÇÕES 2014: Por 1 minuto e 16 segundos no horário eleitoral, lulopetismo vende o restinho da alma do “velho PT” em troca do apoio de Maluf — antes, o Diabo em pessoa — ao “poste” Alexandre Padilha

(Foto: Michel Filho/O Globo)
Maluf, o Diabo em pessoa para o PT durante a maior parte da existência do partido, abraça um feliz Alexandre Padilha, o “poste” que Lula quer eleger governador de São Paulo: mais um pedaço da antiga alma petista vendida no balcão eleitoral (Foto: Michel Filho/O Globo)
A adesão de quem era antes, para o PT, o Cão, o Maldito, o Inominável — Paulo Maluf — à candidatura do petista Alexandre Padilha ao governo de São Paulo representou 1 minuto e 16 segundos que o PP malufista transferirá à coligação do PT no horário eleitoral gratuito.
Sim, ele, Paulo Maluf, que no dia 30 de maio passado anunciou que apoiará o lulopetismo na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, a despeito de até então haver mantido apaniguados na administração do governador tucano Geraldo Alckmin, candidato à reeleição.
Maluf continua sendo o mesmo velho Maluf de sempre. Além dos processos a que responde por iniciativa do Ministério Público de São Paulo, o deputado está na lista de procurados pela Interpol, a Polícia Internacional, por iniciativa da promotoria de Nova York, nos Estados Unidos, sob acusação da prática de crimes de furto, fraude e lavagem de dinheiro.
Segundo a promotoria novaiorquina, Maluf desviou 11,7 milhões de dólares de obras públicas quando foi prefeito de São Paulo (1993-1996) e utilizou a sucursal novaiorquinha do Banco Safra, de onde o dinheiro foi remetido para o paraíso fiscal da Ilha de Jersey (território autônomo do Reino Unido), para a Inglaterra e para a Suíça.
A ficha de Maluf na Interpol: se aparecer em qualquer dos 190 países-membros, será preso (Reprodução Interpol)
A ficha de Maluf na Interpol: se aparecer em qualquer dos 190 países-membros, será preso (Reprodução Interpol)
Isso virou um problemão para o ex-globetrotter Maluf, que antes costumava passar longas férias no exterior, de preferência em Paris, onde se hospedava no luxuoso hotel Plaza Athénée, cuja menor diária, hoje, equivale 1.898 reais: integrando a lista da Interpol, ele será preso se desembarcar em qualquer dos 190 países-membros da organização.
Agora aliado e amigão do PT e do lulopetismo, Maluf era o Cão, o Maldito, o Inominável.
Desde que surgiu na política, bajulando a ditadura para conseguir ser prefeito biônico de São Paulo, depois, sendo secretário dos Transportes e, posteriormente, utilizando métodos que todo mundo conhece para ganhar a “eleição” indireta para governador biônico (cargo que exerceu entre 1979 e 1982), Paulo Salim Maluf, quase 83 anos de idade, foi combatido ferozmente pelos militantes que, a partir da fundação do partido, em 1980, seriam os quadros do PT.
Seu modo de fazer política, seu modo de governar, suas prioridades como homem público, sua proximidade com a ditadura e sua vassalagem abjeta aos ditadores de plantão, a maneira pela qual conseguiu ser “candidato” a presidente pelo Colégio Eleitoral — tudo o que contribuiu para unir políticos moderados que até então apoiavam o regime militar para unir-se ao candidato da oposição ao Planalto, Tancredo Neves — eram o rigoroso extremo oposto de tudo o que o PT, então “moralizador”, dizia defender.
Dizia — bem entendido! Porque depois que “Lulinha paz e amor” se elegeu presidente, em 2002 (precedido por comportamentos heterodoxos de prefeitos e governadores petistas, alguns alvos de processos criminais na Justiça), as coisas mudaram muito.
REGISTRO PARA A HISTÓRIA -- O aperto de mãos antes inimaginável: Lula, derramando-se em sorrisos, com o antigo Diabo em pessoa -- e Haddad no meio (Foto: Folhapress)
REGISTRO PARA A HISTÓRIA — O aperto de mãos antes inimaginável: Lula, outrora alegado defensor da decência na política e na vida pública, derramando-se em sorrisos, com o antigo Diabo em pessoa — e Haddad no meio (Foto: Folhapress)
O deus todo-poderoso do lulalato abjurou umas tantas coisas, abriu os braços para gente como José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Jucá e tantos outros do mesmo jaez, e acabou aceitando, feliz da vida, o apoio parlamentar do malufismo, que, em relação ao PT, sempre se situou na outra ponta do espectro ideológico “deztepaíz”.
Mais tarde, a partir de 2006, quando Collor se tornou senador– o mesmo Collor que havia, entre outras proezas, utilizado de forma sórdida a vida pessoal de Lula na histórica primeira eleição presidencial depois da ditadura, em 1989 –, sem problema e sem pudor algum aceitou a aliança com o homem escorraçado pelo povo e pelo Congresso da Presidência, e por aí vai.
Mas homenagear pessoalmente Maluf, como Lula fez no histórico dia 18 de junho de 2012, uma segunda-feira, foi um passo inédito, espantoso.
Significou um grau mais no constante processo de arremesso ao lixo que o PT pratica com suas antigas alegadas convicções e com sua superadíssima proclamação de rei da ética, que uma sentença condenatória no caso do mensalão terminaria de afundar  na lama.
O ex-presidente dirigiu-se à mansão de Maluf na rua Costa Rica, no Jardim América, em São Paulo, levando seu candidato a prefeito da capital, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, acompanhado de todo um séquito petista (leia reportagem do site de VEJA), para agradecer o apoio do ex-Diabo à candidatura que Lula havia tirado do bolso do colete.
A procissão de beija-mão antes impensável do petismo até a casa de Maluf foi o preço que o PT pagou para ter 1 minuto e 43 segundos a mais de tempo no horário eleitoral gratuito.
Foi mais um lote da antiga alma que o PT vendeu.
Um pedacinho mais do que sobrou voltou a ser vendido no dia 30, quando Maluf, sorridente, abraçou um Padilha ainda mais sorridente.
Lula, dessa vez, não esteve presente.
Será por pudor? Difícil responder, e também irrelevante, porque a foto anterior, histórica e despudorada, não mais sairá dos registros públicos.
DO R.SETTI

O MINISTRO JOAQUIM BARBOSA É UM DOS MOTIVOS PELOS QUAIS O BRASIL TEM ESPERANÇA. O que ele deixa para trás no STF vai muito além do mensalão

Mérito — Joaquim Barbosa chegou ao topo de uma bem-sucedida carreira jurídica sem precisar percorrer os conhecidos atalhos, lançar mão dos tradicionais jeitinhos ou recorrer a padrinhos influentes (Foto: Sergio Dutti)
MÉRITO — Joaquim Barbosa chegou ao topo de uma bem-sucedida carreira jurídica sem precisar percorrer os conhecidos atalhos, lançar mão dos tradicionais jeitinhos ou recorrer a padrinhos influentes (Foto: Sergio Dutti)
O BRASIL PRECISA DE EXEMPLOS
O legado do ministro Joaquim Barbosa transcende a prisão de um bando de corruptos poderosos. Ele mostrou que é possível fazer a coisa certa sem precisar transigir ou flertar com o que existe de errado
Texto de Daniel Pereira, com reportagem de Robson BoninHugo Marques, publicado em edição impressa de VEJA
O mineiro Joaquim Barbosa sempre acreditou no esforço pessoal. Filho de um pedreiro e uma dona de casa, estudou em escola pública, formou-se numa universidade federal e assumiu importantes cargos depois de ser aprovado em concurso. À carreira no Ministério Público, acrescentou uma sólida história acadêmica, com passagens, como estudante e professor, por renomadas instituições de ensino do Brasil e do exterior.
Barbosa construiu sua trajetória sem a ajuda de padrinhos influentes e sem pedir favores. Numa sociedade acostumada a atalhos duvidosos e ao jeitinho, preferiu o árduo caminho da meritocracia. Essa biografia chamou a atenção do presidente Lula. Em 2003, ele indicou Barbosa para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O objetivo de Lula era nomear pela primeira vez um negro para a mais alta corte do Judiciário e, assim, tirar do papel a agenda de políticas afirmativas do governo. O que Lula não sabia é que a escolha renderia frutos bem maiores. Ele escalara o homem certo, na hora certa, para desferir o mais duro golpe contra a corrupção na história recente do país. Sorte dos brasileiros de bem, azar do PT.
Em 2012 e 2013, durante mais de sessenta sessões plenárias, Barbosa comandou o julgamento do mensalão, como relator do processo e, depois, também como presidente do STF. O resultado criminal é conhecido: o Supremo concluiu que o PT subornou parlamentares para se perpetuar no poder, durante o primeiro mandato de Lula, e condenou a antiga cúpula do partido à prisão.a charge joaquim barbosa  indo emboraO resultado simbólico também é conhecido: a Justiça finalmente se fez valer para todos, sem distinção, o que foi considerado um divisor de águas na luta contra a impunidade que há séculos privilegia os poderosos no Brasil. Anunciadas as penas e decretadas as prisões, Barbosa se tornou uma espécie de herói nacional, o cavaleiro vingador da capa preta, aplaudido nas ruas e assediado para disputar as eleições.
Mas esse era apenas um dos lados da moeda. A outra face, menos evidente, levou o ministro a anunciar, na quin­ta-feira, que deixará o Supremo em junho, onze anos antes do prazo fixado para sua aposentadoria compulsória. “Minha missão está cumprida”, disse Barbosa.
Em fevereiro, VEJA revelou que o ministro cogitava antecipar a aposentadoria. Essa possibilidade ganhou força depois de o plenário derrubar a condenação por formação de quadrilha imposta aos mensaleiros. Barbosa, que se acostumara a formar a maioria, acabou derrotado na votação.
Ele suspeitava que dali para a frente, devido à nova composição do tribunal, tenderia a ser sempre derrotado nos embates criminais mais polêmicos. “Essa é uma tarde triste para o Supremo. Com argumentos pífios, foi reformada, jogada por terra, extirpada do mundo jurídico, uma decisão plenária sólida e extremamente bem fundamentada”, lamentou o ministro.
O poder na prisão — Apesar das pressões e ameaças, inclusive de morte, Barbosa foi implacável com os mensaleiros. José Dirceu foi condenado a sete anos e onze meses e José Genoino a quatro anos e oito meses de cadeia por crime de corrupção (Fotos: Ailton de Freitas/Ag. O Globo :: Marlene Bergamo/Folhapress)
O PODER NA PRISÃO — Apesar das pressões e ameaças, inclusive de morte, Barbosa foi implacável com os mensaleiros. José Dirceu foi condenado a sete anos e onze meses e José Genoino a quatro anos e oito meses de cadeia por crime de corrupção (Fotos: Ailton de Freitas/Agência O Globo :: Marlene Bergamo/Folhapress)
A reação estava diretamente relacionada às dificuldades presentes no caso. Lula e o PT jogaram pesado para adiar o início do julgamento, numa tentativa de facilitar a prescrição de certos crimes. Também procuraram ministros para convencê-los a reduzir as penas da companheirada e suavizar o enredo criminoso.
Quando o julgamento finalmente começou, Barbosa teve de comprar uma série de brigas para tirar o tribunal de uma espécie de zona de conforto. Uma zona de conforto que, registre-se, sempre contribuiu para dificultar a condenação de políticos, empresários e banqueiros.
Barbosa bateu de frente com os próprios colegas para garantir e acelerar as votações. Chegou a agredi-los verbalmente, acusá-los de cumplicidade com chicanas e acabou isolado dentro do tribunal. Pagou um custo pessoal que, segundo seus assessores, foi compensado pelo benefício proporcionado à sociedade.
O ministro também partiu para um duelo aberto com os maiores criminalistas do país. Recu­sou-se a recebê-los para conversas informais. Parece irrelevante, mas não é. Não são poucos os magistrados que fazem questão de agradar aos grandes nomes da advocacia nacional, mesmo que por meio de pequenos gestos.
De origem humilde, Barbosa teve coragem de romper com esses “rapapés aristocráticos”, conforme expressão lapidar cunhada pelo antropólogo Roberto DaMatta. O custo pessoal, novamente, não foi pequeno.
“As grandes marcas dele, infelizmente, são a truculência no trato e a intolerância com os pontos de vista que não convergiam com os dele”, afirma Alberto Toron, advogado do petista João Paulo Cunha, o ex-presidente da Câmara encarcerado na Papuda. Barbosa, de fato, nem sempre lida bem com a divergência.
Muitas vezes, mostrou-se iracundo e autoritário. Certa vez, mandou um jornalista “chafurdar na lama” porque ele ousou lhe fazer uma pergunta. Para o ministro aposentado do STF Carlos Velloso, Barbosa pecou na forma, mas, no caso do mensalão, acertou em cheio no conteúdo. “As instituições valem por si, mas a grandeza depende das pessoas que fazem funcionar as instituições.
Barbosa conduziu com firmeza um julgamento exemplar de um processo tormentoso, com muitos réus, e não eram réus quaisquer”, diz Velloso. Se não tivesse coragem de enfrentar tantas trincheiras, talvez o STF estivesse até hoje às voltas com requerimentos, petições, questões de ordem…
Depois do mensalão, Barbosa definiu duas prioridades. Uma delas era participar do julgamento sobre as perdas decorrentes dos planos econômicos. Trata-se de um processo bilionário que opõe correntistas a instituições financeiras. No STF, especulava-se que o ministro, após mandar políticos e empresários para a cadeia, votaria contra os bancos.
Com a análise desse caso econômico adiada novamente, Barbosa decidiu antecipar a aposentadoria. A outra prioridade era garantir a eficácia das penas aplicadas aos mensaleiros.
Barbosa se insurgiu contra os privilégios concedidos a eles na cadeia. Recentemente, suspendeu a autorização de trabalho externo. Com base num laudo médico, revogou a prisão domiciliar de José Genoi­no. O ex-ministro José Dirceu nunca recebeu aval para trabalhar fora do presídio.
Os advogados dos mensaleiros recorreram dessas decisões ao plenário do STF. Não está certo se o julgamento do recurso ocorrerá antes ou depois da aposentadoria de Barbosa.
Se a saída tiver acontecido, será sorteado um novo relator, e a presidência já estará sob a responsabilidade de Ricardo Lewandowski. Afilhado político da ex-primeira-dama Marisa Letícia, Lewandowski é lhano no trato, tem boas relações com os colegas e os advogados e defendeu a absolvição de Dirceu e Genoino no processo. Especialista nos “rapapés aristocráticos”, ele é a antítese de Barbosa.
O PT não vê a hora de seu algoz sair de cena. De certa forma, também se cansou da briga. “A postura dele não foi de um estadista do Poder Judiciário. Constatamos uma postura carregada de ódio que não caberia a um juiz”, disse o deputado Vicentinho, líder do PT na Câmara, ao comentar a aposentadoria.
Sucessor — Ricardo Lewandowski, um crítico ferrenho de Joaquim Barbosa, vai assumir a presidência (Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF)
SUCESSOR — Ricardo Lewandowski, um crítico ferrenho de Joaquim Barbosa, vai assumir a presidência (Foto: Fellipe Sampaio/Supremo Tribunal Federal)
Essa declaração é legítima e faz parte do jogo democrático. Pena que o PT não pare por aí. Militantes do partido na internet, como VEJA mostrou, chegaram a ameaçar Barbosa de morte. “Contra Joaquim Barbosa toda violência é permitida, porque não se trata de um ser humano, mas de um monstro e de uma aberração moral das mais pavorosas. Joaquim Barbosa deve ser morto”, escreveu um deles.
Extenuado, o ministro quer se afastar da artilharia petista e, mais importante, virar a página do mensalão. Para ele, o assunto está encerrado, pacificado.
Não é à toa. Sob sua batuta, o Supremo deu aos brasileiros uma lição de moralidade e intransigência com as roubalheiras. Uma lição que até desafetos, como o ministro Marco Aurélio, fizeram questão de ressaltar: “O Supremo, como colegiado, acabou por reafirmar que a lei é lei para todos indistintamente e que não se agradece a esse ou aquele ato a partir da ocupação da cadeira no Supremo”.
Barbosa não agradeceu a Lula, o que permitiu ao país dar um passo importante em sua escalada civilizatória. Eis aí um grande legado.
A meritocracia do esforço
Muito pobre na infância, Joaquim Barbosa estudou, trabalhou, foi aprovado em concurso público e chegou à mais alta corte de Justiça do país sem precisar de amigos influentes, favores ou uma mãozinha de políticos
1. Nascido em uma família humilde de Paracatu (MG), Joaquim Barbosa teve de trabalhar desde cedo para sustentar a casa. Filho de um pedreiro e uma dona de casa, ajudava o pai a fabricar tijolos e a entregar lenha
2. Aos 16 anos, Barbosa foi sozinho para Brasília, arrumou emprego em uma gráfica, e terminou o ensino médio, sempre estudando em colégio público
(Foto: Reprodução/VEJA)
Em 1976, com a beca de formado em Direito, já oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores (Foto: Reprodução/VEJA)
3. Aos 22 anos, tornou-se oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores. Depois acabou reprovado num concurso para diplomatas devido, diz ele, a preconceito racial
4. Formado em direito, foi aprovado no concurso para procurador da República. Fez doutorado na Sorbonne, em Paris, foi professor visitante na Universidade Colúmbia, em Nova York, e na Universidade da Califórnia
(Foto: Reprodução/VEJA)
Barbosa foi aprovado em concurso para procurador da República, cargo que exerceu entre 1984 e 2003 (Foto: Reprodução/VEJA)
5. Em 2003, Joaquim Barbosa estava nos Estados Unidos quando foi convidado pelo ex-presidente Lula a assumir a vaga no STF
DO RICARDO SETTI-REV VEJA

Minha coluna na Folha: “Dilma, mais quatro anos pra quê?

Leia trechos:
Jornalistas estrangeiros perguntaram à presidente Dilma Rousseff por que a economia cresce tão pouco. Ela disse não saber. Foi sincera. Não sabe mesmo. Como não tem o diagnóstico, falta-lhe o prognóstico. Entre o passado, que ela ignora, e o futuro, que ela não antevê, há este enorme presente à espera de medidas corretivas e profiláticas. Ocorre que seu governo é como seu discurso: um caos de fragmentos de ideias nem sempre muito claras, (des)ordenadas por locuções fora do lugar “no que se refere” (sic) ao que tem de ser feito. Ninguém entende nada, a começar da própria Dilma.
Dia desses, o ex-presidente Lula julgou ter encontrado a razão do “malaise”. Os empresários, de mau humor, teriam deixado de investir. É mesmo? É próprio das cabeças autoritárias –e esse é o caso do Babalorixá de Banânia– transformar dificuldades que são objetivas, que são técnicas, que têm origem em decisões equivocadas, em mera indisposição subjetiva. Há quanto tempo estão dados os sinais de que o crescimento da economia, ancorado no consumo interno, havia esgotado o seu ciclo? Assim como teve início em razão de circunstâncias que não eram do nosso controle, expirou por motivos igualmente alheios à nossa vontade. E lá ficou Guido Mantega a fazer previsões de crescimento –coitado!–, inicialmente, com margem de erro de dois pontos. Como a situação se deteriorou, ela já está em três…
(…)
A campanha que o PT levou à TV indica que, sem diagnóstico nem prognóstico, restou apenas o terrorismo eleitoral. Dilma pretende que o medo desinformado vença não a esperança, mas as possibilidades de mudança. Pior: sem conseguir entusiasmar nem a sua própria grei, cede a apelos “esquerdopatas” como “controle social da mídia” e criação da sociedade civil por decreto, evidenciando que, sob pressão, pode, sim, voltar à sua natureza. Mais quatro anos pra quê?
Para ler a íntegra, clique aqui
Por Reinaldo Azevedo

Datafolha: Dilma cai e vai a 34%; diferença para Aécio no 2º turno é de apenas 8 pontos — era de 27 há quatro meses; petista é a mais rejeitada. E esses ainda não são os números piores

A Folha de São Paulo publica nesta sexta pesquisa Datafolha sobre intenção de voto para presidente da República. Fica difícil escolher que número é o pior para a presidente Dilma Rousseff (PT), mas, parece-me, como vocês verão, que o mais dramático nem está no mais óbvio. Já chego lá. Vamos ao que é mais vistoso: em relação à pesquisa anterior do instituto, de 7 e 8 de maio, Dilma caiu três pontos: de 37% para 34%; o tucano Aécio Neves oscilou de 20% para 19%, e Eduardo Campos caiu de 11% para 7% — o que é também um péssimo resultado. Vejam a arte da Folha (todos os infográficos foram publicados pelo jornal).
Datafolha 06.06.2014 1 geral
Alguém poderia dizer que a boa notícia para Dilma é que, há um mês, os dois principais candidatos de oposição, somados, tinham 31 pontos e, agora, têm 26. Mas eu lhes proponho uma outra leitura: em fevereiro, Dilma tinha 44% das intenções de voto, e Aécio e Campos somavam 25 — uma diferença de 19 pontos. Quatro meses depois, eles têm 26, mas Dilma está com 34 — uma diferença de 8 pontos. Os dois candidatos de oposição, é verdade, avançaram pouco, mas a presidente despencou.
Segundo turno
A outra má notícia para Dilma, péssima mesmo, está nos números do segundo turno. Há quatro meses, ela venceria Aécio por 54% a 27%, o dobro dos votos. Nesta pesquisa Datafolha, a presidente aparece com 46%, e o tucano, com 38% — a diferença diminuiu espantosos 19 pontos e é, agora, de apenas 8. Ele avançou 11, e ela caiu 8.
Datafolha 06.06.2014 2 segundo turno
Pessimismo
Cresceu o pessimismo com a economia, informa a pesquisa. Apenas 26% dizem que a situação econômica do país vai melhorar. Para 36%, vai piorar, e 32% dizem que ficará na mesma. Nada menos de 64% acham que a inflação vai aumentar, e só 7% acreditam na queda; outros 21% avaliam que ficará como está. Se 18% anteveem que o desemprego vai cair, 48% pensam que vai subir, e só 28% creem na estabilidade dos números.
Datafolha 06.06.2014 4 expectativas
Rejeição
Outra notícia ruim. Caiu a rejeição a Aécio e Campos em relação à pesquisa anterior: o tucano tinha 31%, e o peessebista, 33%. Ambos aparecem agora com 29%. Dilma se manteve nos 35% e é agora a candidata mais rejeitada.
Datafolha 06.06.2014 rejeição
A colheita de números negativos ainda não terminou. Em fevereiro, 21% achavam o governo Dilma ruim ou péssimo; agora, são 28%; os que o consideram ótimo ou bom caíram de 37% para 33%, e os que o veem como regular passaram de 41% para 38%.
Mudança
Entendo, no entanto, que o pior número para Dilma é aquele ao qual a imprensa tenderá a dar menos visibilidade. Vejam o quadro abaixo.
Datafolha 06.06.2014 5 Mudanças
Nada menos de 74% dos que responderam a pesquisa esperam que as ações do próximo governo sejam diferentes das que aí estão, e só 21% querem mais do mesmo. Quando indagados sobre quem poderia, então, operar essas mudanças, o nome mais lembrado ainda é o de Lula, com 35%, mas quem aparece em seguida, com 21%, é o tucano Aécio Neves. Dilma está apenas em terceiro, com 16%. Vale dizer: as pessoas querem outro rumo para o país e não acham que a atual presidente seja capaz de liderar a transformação.
Alguma boa notícia pra ela? Umazinha. Dizem que votariam num candidato apoiado por Lula 36% dos que responderam a pesquisa, mesmo índice dos que o rejeitariam por isso — e 24% afirmam que poderiam votar. Não endossariam um nome com apoio de FHC 57% dos entrevistados, contra 12% que fariam essa escolha — 24% poderiam votar. Na pesquisa, o segundo eleitor mais influente é Joaquim Barbosa: 26% escolheriam um nome que contasse com o seu apoio, mesmo índice dos que considerariam essa possibilidade. Mas 36% rejeitariam um postulante que ele indicasse.
Que conclusões tirar dessa pesquisa? Muito objetivamente, vamos lá:
1: Dilma não vence mais no primeiro turno. Ela teria hoje 34% dos votos, e seus adversários, considerados os demais nomes, somam 35%.
2: A diferença no segundo turno se estreita dramaticamente.
3: O eleitorado quer mudanças, e Dilma não é vista como a pessoa capaz de operá-las.
Esta sexta-feira será tensa no PT, e as viúvas de Lula voltarão a se assanhar.
Por Reinaldo Azevedo-Revista Veja

Movimento 'Aezão' reúne 1.600 líderes do PMDB do Rio

O Globo
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, senador Aécio Neves, participou ontem, no Rio, do lançamento do “Aezão”, movimento criado pelo presidente regional do PMDB, Jorge Picciani, em apoio às pré-campanhas do tucano e do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) à reeleição.
Aécio considerou o encontro, numa churrascaria na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, como o mais importante evento político em defesa de seu nome promovido nos estados. A reunião foi uma demostração de força de Picciani, que reuniu 1.600 lideranças, entre elas representantes de 17 partidos.

Leia mais em Ato promovido pelo presidente do PMDB no Rio em apoio a Aécio e Pezão reúne 1.600 líderes

Aécio recebe apoio de dirigentes de 18 partidos que integram a chapa Aezão. Foto: O Globo
DO NOBLAT

DATAFOLHA: Dilma tem 34%, Aécio, 19%, e Campos, 7%,

Instituto entrevistou 4.337 pessoas entre os dias 3 e 5 de junho.
A margem de erro é dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Do G1, em São Paulo
O Instituto Datafolha divulgou nesta sexta-feira (6), no site do jornal "Folha de S.Paulo", pesquisa de intenção de voto para presidente da República neste ano.
A pesquisa indica que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem 34% das intenções de voto, contra 35% dos dez demais candidatos somados.
Veja os números do Datafolha para a pesquisa estimulada:
- Dilma Rousseff (PT): 34%
- Aécio Neves (PSDB): 19%
- Eduardo Campos (PSB): 7%
- Pastor Everaldo (PSC): 4%
- Magno Malta (PR): 2%
- Denise Abreu (PEN): 1%
- Eduardo Jorge (PV): 1%
- José Maria (PSTU): 1%
- Randolfe Rodrigues (PSOL): 0%
- Eymael (PSDC): 0%
- Levy Fidelix (PRTB): 0%
- Mauro Iasi (PCB): 0%
- Brancos/nulos/nenhum: 17%
- Não sabe: 13%
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 5 de junho. Foram entrevistadas 4.337 pessoas em 207 cidades do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que o instituto tem 95% de certeza de que os resultados obtidos estão dentro da margem de erro.
A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00144/2014.