sábado, 16 de dezembro de 2017

Avança inquérito sobre venda de faculdade criada por Gilmar

O fim de semana é de Gilmar Mendes.
O ministro do STF saiu não apenas na capa da Veja, em matéria sobre sua parceria com Joesley Batista, mas também na capa da IstoÉ, em matéria sobre as irregularidades na aquisição pelo governo do Mato Grosso, por R$ 7,7 milhões, de uma faculdade fundada em 1999 por Gilmar e sua irmã, Maria da Conceição Mendes, em Diamantino.
O Antagonista registrou o caso em 21 de outubro.
Agora a revista teve acesso ao inquérito e informa que o Ministério Público do estado está prestes a oferecer denúncia contra o ex-governador Silval Barbosa e outras quatro pessoas por atos de improbidade administrativa.
O MP diz que a transação foi marcada por “práticas de ilícitos morais administrativos”.
“Além da suspeita de superfaturamento, o negócio foi realizado com recursos extra-orçamentários do estado e sem autorização da Assembleia Legislativa. A Promotoria apontou ainda falta de planejamento do governo na hora de efetivar a compra, ao lançar luz para a ausência de estruturação do corpo docente e para as condições precárias das instalações.
Outra particularidade da venda da universidade que chamou a atenção do Ministério Público foi a diferença na metragem do terreno informada por Maria da Conceição em comparação com o estudo realizado por técnicos do governo.”
Gilmar alega que não teve qualquer participação na venda, pois já tinha deixado a sociedade da então UNED no ano 2000, quando assumiu a Advocacia-Geral da União.
“Em Brasília, no entanto, até as emas que circulam pelos jardins dos palácios sabem que é praxe no serviço público a transferência de propriedades para parentes somente para se enquadrar às imposições legais.”
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Dissidentes analisam hipótese de sair do PSDB


Um pedaço do tucanato voltou a analisar a hipótese de acordar em outra legenda até o mês de março. A revoada já tem até um destino provável: o Livres, partido que virá à luz por meio de um rebatismo do nanico PSL. Dois fatores estimulam a banda insatisfeira do PSDB a olhar para a porta de saída:
1. Ao assumir a presidência do partido, há uma semana, Geraldo Alckmin não expressou interesse por uma pauta de renovação da legenda. Passou batido pela ideia de autocrítica esboçada pelo senador Tasso Jeressati antes de ser destituído por Aécio Neves da presidência interinada da legenda. Ao discursar, Alckmin absteve-se até mesmo de citar o vocábulo “corrupção”. E ainda afagou o governo de Michel Temer.
2. Os tucanos que flertam com a dissidência farejaram no subsolo da legenda um acordo tácito entre Alckmin e o grupo de Aécio. Prevê que, ao mergulhar na campanha presidencial, Alckmin entregaria o dia a dia do partido para o governador de Goiás, Marconi Perillo. Alçado na convenção tucana ao posto de vice-presidente do PSDB, Marconi é visto como uma espécie de longa manus (mão estendida) de Aécio no comando partidário.
Suprema ironia: nascido de uma costela do PMDB, o PSDB chega às portas de 2018, ano em que fará aniversário de 30 anos, tendo que tourear sua própria dissidência. Por ora, o grupo é estimado em algo como dez parlamentares —o que equivale a 21,7% da bancada de 46 deputados federais do PSDB.
Em privado, até um tucano de alta plumagem como Tasso Jereissati declara-se de saco cheio do PSDB. Há coisa de duas semanas, Tasso disse a pelo menos um correligionário que não exclui a hipótese de bater em retirada. O interlocutor não levou Tasso a sério. Não acredita que o senador esteja de saída para outra legenda. Mas o simples desabafo de Tasso dá ideia do ponto a que chegou a deterioração do ninho.
Josias de Souza