Sponholz
PAZ AMOR E VIDA NA TERRA " De tanto ver triunfar as nulidades, De tanto ver crescer as injustiças, De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto". [Ruy Barbosa]
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
O TRISTE FIM DE UM IMPOSTOR
Por Nilson Borges Filho (*)
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa a se render aos fatos.
Por maior que sejam os esforços de partidários, amigos sindicalistas,
advogados contratados a peso de ouro e alguns gatos pingados da base
aliada, não há como contestar que Lula é proprietário (ou foi) de um
apartamento tríplex em Guarujá. Como se explica a presença do
ex-presidente, de sua mulher Marisa Letícia e de seu filho Lulinha no
apartamento reformado pela empreiteira OAS, se nada daquilo pertencia a
família? Curiosidade? Duvido. Lula seria decorador de interiores? Não
mesmo.
As
alegações dos advogados do ex-presidente não se sustentam por um único
segundo. São frágeis no conteúdo e na forma. A cada nota do Instituto
Lula sobre a compra do apartamento tríplex pela família Lula da Silva,
mais fica patente que houve ocultação de patrimônio. E que motivos teria
a empreiteira OAS gastar 700 mil reais na reforma de uma unidade do
edifício Solaris, se o interessado não fosse alguém do topo da pirâmide
política brasileira? Lula pode até ter desistido do imóvel, mas não dá
mais para esconder que o apartamento pertencia a sua família e que a
empreiteira estava lhe prestando um agrado. As investigações estão
adiantadas e logo a justiça paulista terá condições de dar o veredito
final sobre o apartamento do Lula que não é do Lula.
Não
bastasse isso, novas denúncias alcançam o ex-presidente sobre a
propriedade de um sítio em Atibaia de 170 mil metros quadrados de área
total, com casas, lago, piscina, churrasqueira e tudo aquilo que um casa
de campo merece em sofisticação. Lula nega ser proprietário do imóvel
em cuja escritura aparecem dois sócios do filho mais velho como reais
donos do sítio. Lula frequentou 111 vezes o sítio, o que é muito para
quem não é proprietário.
Novamente
surgem no meio desse imbróglio armários e eletrodomésticos custeados
por empreiteiras amigas do ex-presidente e que estão enroladas na
operação lava jato. A cada negativa do ex-presidente novos indícios
aparecem contra a tese dos advogados do ex-presidente. Afinal, o que
faziam caminhões de mudança despejando móveis, acessórios e outros bens
móveis na sede do sítio de Atibaia? A rigor, não há um único dia em que
não surgem indícios reveladores sobre a conduta duvidosa de Lula com
relação a atos praticados no exercício do mandato. A operação Zelotes
está em campo para saber de implicações de servidores públicos e
políticos na aprovação de Medidas Provisórias de interesse de empresas
privadas.
O clima no
PT e no Palácio do Planalto é de barata voa. O Partido dos
Trabalhadores encontra dificuldade em sair na defesa do ex-presidente,
pois o cerco está se fechando. Muitos dos apoiadores de Lula querem
distância do padrinho político. Afinal, 2016 é ano de eleição para
prefeituras e câmaras de vereadores. Já no planalto o clima é de
velório: voltaram a ordem do dia vaias à presidente em pleno Congresso
Nacional, panelaços nas principais cidades do país, inflação nas
alturas, desemprego a galope e falta de caixa para saldar compromissos
de campanha. O setor produtivo e o varejo já deram sinais de que a crise
está centro do governo.
Os
escândalos de corrupção batem à porta do Palácio do Planalto. No
Congresso a base aliada tem demonstrado que não é tão aliada como pensam
os ursinhos de pelúcia da presidente. Jacques Wagner e Berzoini
perderam a primeira batalha de 2016 na Câmara dos Deputados. O principal
aliado de Dilma Rousseff no Senado e que por enquanto segura o
impeachment da presidente está com os dias contados.
Renan
Calheiros voltou a ser protagonista de processos que correm no Supremo
Tribunal Federal. O mais estridente decorre de indícios de que Renan
Calheiros recebeu propina de um lobista da empreiteira Mendes Júnior
para pagar pensão de uma amante. A volta de Renan às manchetes de
jornais e revistas semanais por envolvimento com malfeitos com dinheiro
público é fatal para Dilma. Uma presidente sem credibilidade, seu
principal apoiador no Congresso Nacional perto de ser enxotado da vida
pública e tudo o mais que se sabe desse governo, o Brasil está no fundo
do poço. A saída para o país é o impeachment já.
(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito. Foi professor da UFSC e da UFMG. Atuou como juiz no TRE de Santa Catarina. DO ALUIZIOAMORIM
Assinar:
Postagens (Atom)