Entrevista de
Jair Bolsonaro ao site O Antagonista
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
“A Intervenção Militar poderá vir, mas através de um militar eleito”. Esta previsão de Jair Bolsonaro eletrizou ontem o mercado financeiro e as redes sociais. O presidenciável, que agora começa a ser levado a sério, antecipou ao jornalista Cláudio Dantas, do site O Antagonista, que pensa em contar com pelo menos cinco generais em seu eventual governo. Bolsonaro já escalou, de imediato, o General de Exército Antônio Hamilton Martins Mourão: “Não há dúvida de que ele terá uma vaga no meu governo. Ele é aquela figurinha carimbada”.
Essa nova tese de uma “Intervenção”, através da escolha pelo voto em Jair Bolsonaro para o Palácio do Planalto, tem tudo para botar fogo no fla-flu eleitoral de 2018. As pesquisas medem, porém não revelam, de propósito, que a intenção de votar em Bolsonaro cresce tanto quando a “tese da Intervenção”, em suas duas modalidades: a Militar (diretamente, o que é menos provável) ou a Constitucional (apoiada pelos Generais, porém tocada por imposição da vontade popular, cujas pré-condições estão sendo alimentadas para ocorrer). Agora, Bolsonaro antecipa, abertamente, que, se vencer, terá a legitimidade do voto para decretar a Intervenção.
Os membros
da zelite tupiniquim insistem em fazer a leitura errada do fenômeno Bolsonaro.
Eles insistem na burrice de tentar carimbar Bolsonaro como um personagem caricato
e maluco de extrema direita. Os críticos sem noção da realidade não compreendem
que Bolsonaro corporifica algumas das mais fortes vontades do eleitorado: a
tentativa de apostar em um candidato corajoso e com honestidade para promover
mudanças no Brasil. Mesmo que tal desejo seja ilusório, Bolsonaro leva vantagem
sobre os demais adversários, justamente porque é deputado federal há vários
anos, porém até agora não surgiram denúncias de participação em armações
políticas ou esquemas de corrupção.
Até agora,
Bolsonaro não tem falado besteira – ao contrário dos críticos emocionais dele.
Bolsonaro é hoje um indivíduo perseguido pela máquina judiciária. O Ministério
Público Federal o denunciou ao Supremo Tribunal Federal por aquela polêmica
política idiota gerada pela deputada petista Maria do Rosário. Todo mundo sabe
que Bolsonaro não fez “apologia ao estupro”, e todo mundo também viu que foi
Maria do Rosário quem o xingou de estuprador. Injustamente, Bolsonaro se tornou
réu no Supremo Tribunal Federal – só que não por crime de corrupção...
Do jeito
que o filme do STF ficou queimado com o Caso Aécio Neves, qualquer punição
injusta imposta a Bolsonaro tem tudo para provocar uma reação inimaginável de
indignação na maioria da sociedade. É imprevisível qual será o ato de revolta a
uma decisão política, ideológica e, porque não dizer, estúpida da Corte Suprema
contra Bolsonaro. Imagina a interpretação legal permitir que o réu e condenado
Lula da Silva possa disputar a Presidência da República, enquanto uma decisão
suprema condena Bolsonaro e o tira da disputa?
O sistema
fará de tudo para sabotar Bolsonaro. Seu principal calcanhar de Aquiles é não
ter uma base partidária confiável que lhe garanta a indicação para disputar a
eleição. Apesar disto, o nome de Bolsonaro está popularmente consolidado como
candidato com potencial para a vitória. Bolsonaro incorpora o tema da Segurança
(na ordem do ano eleitoral). Muito corretamente, Bolsonaro tem dito que não
basta combater a corrupção, mas sim definir mecanismos que impeçam a ação dos
corruptos, preventivamente. Aí fica aberto o caminho para um debate sobre
mudanças estruturais.
Bolsonaro
levará seus adversários e inimigos ao desespero se entrar fundo no debate sobre
mudanças na estrutura do Estado-Ladrão brasileiro. A reinvenção do Brasil, pela
via da Intervenção Constitucional, é um assunto imprescindível. Começam a
amadurecer as pré-condições para as mudanças desejadas. As lideranças das
Forças Armadas clamam pelo amplo debate para a formulação de um Projeto estrutural
de Nação para o Brasil.
O candidato
Jair Bolsonaro tem a obrigação de marchar nesse sentido. O candidato Ciro
Gomes, por iniciativa de seu ideólogo Roberto Mangabeira Unger, promete entrar
no debate sobre o que chama de “Projeto Interno Forte”. Os segmentos pensantes
da sociedade brasileira precisam ir além da mera futrica ideológica, polarizada
na falsa batalha com os rótulos imprecisos de direita e esquerda. Já passou da
hora de definirmos que Brasil queremos e podemos construir.
Felizmente,
está sendo questionada a hegemonia institucional criminosa na máquina estatal
brasileira. A maioria da sociedade não suporta mais o Estado-Ladrão. No
entanto, ainda é preciso debater as soluções práticas e concretas para a
afetiva implantação de um Estado Democrático, baseado na segurança do Direito,
no respeito e obediência consciente a leis que tenham mais legitimidade que (a
mera) legalidade.
Por isso é
fundamental a formulação de uma nova Constituição. A tarefa não é para
políticos profissionais. É uma missão para cidadãos que dominem conceitos
políticos, econômicos e sociais corretos. Temos de ir muito além do mero
fla-flu eleitoral... Do contrário, em 2018, vamos repetir o mais do mesmo.
Quem lidera?
Abolição temerária
Bem chutado