quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

RBS engole suas intrigas e Temer manda ministros da Defesa e da Justiça analisarem pedido de Marchezan


As reportagens da RBS intrigando o prefeito Marchezan Júnior com o governo Sartori e o governoTemer, acabam servindo aos objetivos canhestros dos bandidos lulopetistas que ameaçam incendiar a Capital do RS no dia 24.

Apesar de todo o esforço da editora de Política da RBS, Rosane Oliveira, tudo na tentativa de desqualificar o pedido feito pelo prefeito Marchezan Júnior a Michel Temer (CLIQUE AQUI para ler a intriga feita pela jornalista, esta tarde), a verdade é que o ministro da Defesa, Raul Jungman teve que engolir o que disse e foi obrigado a examinar o assunto e depois reportar-se ao presidente para a decisão final sobre o uso de tropas federais em Porto Alegre.

"Se chegar aqui, devolveremos", teria dito Jungmann para Rosane Oliveira.

Pouco depois, o ministro recebeu o aviso do Planalto de que deveria examinar o pedido em conjunto com o ministro da Justiça, Torquato Jardim. A partir daí, ele mudou o tom beligerante e amarelou.

O governo federal leva muito a sério as ameaças de violência física feitas nos últimos dias pelas redes sociais e tem informações de que elas são para valer, visando tumultuar o julgamento de Lula pelo TRF-4. DO P.BRAGA

Ministro dará alta a si mesmo na pasta da Saúde


O grande problema da equipe ministerial de Michel Temer é que a plateia é incapaz de reconhecer a competência da maioria dos ministros. E estes são incapazes de demonstrá-la. Ricardo Barros, por exemplo, titular da pasta da Saúde, anunciou que sairá do ministério. E o brasileiro se pergunta: Por que entrou?
A presença de Ricardo Barros na Esplanada teve uma única e escassa serventia. O ministro foi utilizado pelo colega Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, como matéria prima numa palestra para funcionários da Caixa Econômica Federal. Nela, Padilha explicou o funcionamento da engrenagem fisiológica do governo Temer. Foi gravado cladestinamente por um dos presentes. E suas palavras ganharam as manchetes em fevereiro de 2017.
Parceiro de Temer numa denúncia criminal, Padilha explicou na palestra que, para obter o apoio do PP, campeão no ranking de encrencados da Lava Jato, o presidente descartou a nomeação de “um médico famoso de São Paulo”. Em vez do profissional “notável”, preferiu acomodar na poltrona de ministro da Saúde o deputado Ricardo Barros, um engenheiro civil opaco.
Chama-se Raul Cutait o médico que Temer se absteve de nomear. Vem a ser um dos mais respeitados cirurgiões do país. Chegou a ser sondado para o ministério. Flertou com a ideia de aceitar o convite. Mas cometeu dois crimes. Primeiro, reivindicou que as nomeações da pasta passassem pela sua mesa. Depois, exigiu que o critério para a seleção dos auxiliares fosse técnico, não político.
As condições de Cutait afligiram o PP, dono da pasta da Saúde. Em timbre de galhoga, Padilha contou à turma da Caixa que a caciquia do partido mandou um recado a Temer: “Diz para o presidente que o nosso notável é o deputado Ricardo Barros.” O ministro aconselhou o presidente a ceder: “Nós não temos alternativa”, disse. O objetivo do governo era o de controlar 88% dos votos do Congresso.
Autorizado por Temer, Padilha reuniu-se com a direção do PP. “Vocês garantem todos os votos do partido em todas as votações?”, perguntou. Diante de uma resposta positiva, o preposto do presidente sacramentou a transação: “Então, o Ricardo será o notável.”
É nesse contexto, sem que tenha demonstrado nada digno de ser notado além de sua própria insignificância, que Ricardo Barros informa que irá sair. Mas ele não tem pressa. Decidiu que tentará reeleger-se deputado. E insinua que pode permanecer no Poder Executivo até a data limite fixada em lei: 7 de abril. Só sairá antes ''se o presidente Temer pedir.''
Temer não cogita afastar Ricardo Barros. O representante do PP dará alta a si mesmo, deixando o Ministério da Saúde quando bem entender. Em situação normal, a saída do ministro seria motivo para festa. Mas a pasta continuará no colo do mesmo partido. Que indicará para a vaga um outro “notável” indigno de nota.
O mais curioso é que o PP continuará mandando e, sobretudo, desmandando no ministério sem entregar no Legislativo a taxa de 100% dos seus votos, como prometera ao Planalto. Na reforma da Previdência, por exemplo, a fidelidade do PP ao governo tem a solidez de um pote de gelatina. Uma evidência de que a governabilidade, difícil de ser obtida em todos os países do mundo, tornou-se impossível no Brasil.
Josias de Souza

Marchezan pede ao Planalto a intervenção da FNS e do Exército para garantir a ordem em Porto Alegre, dia 24


O prefeito de Porto Alegre, Marchezan Júnior, protocolou pedido, esta tarde, na Presidência da República, pedindo a convocação do Exército e da Força Nacional de Segurança para conter os atos de violência e desordem prometidos por aparelhos do lulopetismo, como CUT, MST e MTST, dia 24.

No ofício datado desta quarta-feira, dia 3, o prefeito refere-se às ameaças que são diariamente feitas pelo lulopetismo nas redes sociais, até mesmo por senadores e por líderes nacionais do PT, inclusive o bandido condenado por corrupção Zé Dirceu.

Os órgãos de segurança possuem informações de que são preparados atos de desobediência civil e até mesmo de ataques ao próprio TRF-4, visando pressionar os juízes a absolver Lula ou impedir o julgamento. Muitas das ameaças e informações sobre a organização de atos de violência são disponibilizados diariamente nas redes sociais.

Os governos estadual e federal, incluindo Brigada, Polícia Civil, TRF-4, Marinha, Aeronáutica, Exército, Abin e MPF, reúnem-se na secretaria da Segurança Pública para coordenar as ações de manutenção da lei e da ordem pública, o que inclui o uso da força armada. DO P.BRAGA

Reforma da Esplanada é uma troca de cúmplices



Se 2017 foi o ano da tempestade, 2018 será o ano da cobrança. Depois de vender a alma para enterrar duas denúncias criminais na Câmara, um exame de consciência levaria Michel Temer a pensar numa boa faxina. Mas este é um governo guiado pela inconsciência moral. E o presidente, sem demora, já nas primeiras horas do ano, deflagrou uma nova orgia em cima dos detritos da farra anterior. Não teve tempo nem de limpar a mancha na almofada, colocar o abajur em pé e verificar se alguém ficou escondido atrás do sofá. Reabriu o balcão das barganhas à luz do dia, na frente das crianças.
Se a Lava Jato serviu para alguma coisa foi para elevar à última potência a sensação de que o caruncho do clientelismo e do fisiologismo resulta em corrupção. Mas Temer decidiu que todas as zonas da administração pública entregues a partidos com vocação para tirar lasca$ do Estado serão mantidas sob os cuidados das mesmas legendas. Os suspeitos que deixarem a Esplanada para ir às urnas darão lugar a outros suspeitos indicados pelos mesmos PTBs e PRBs. É como se o governo admitisse tacitamente que considera uma dose de perversão inevitável.
Em qualquer país do mundo, um volume de 12,5 milhões de desempregados levaria o governo a tratar com reverência uma pasta batizada de Ministério do Trabalho. No Brasil de Temer, esse pedaço vital da máquina pública pertence ao PTB. E passará a ser gerenciado pela deputada Cristiane Brasil, filha do ex-deputado Roberto Jefferson. Na saída de um encontro com o presidente, Jefferson contou como tudo se deu:
“O nome dela surgiu, não foi uma indicação. Nós estávamos conversando, aí, falou, ‘Roberto, e a Cristiane, por que não a Cristiane?’. Foi da cabeça do presidente. Ela é uma menina experimentada, foi secretária municipal em vários governos na cidade do Rio de Janeiro, por que não? Falei, ‘presidente, aí o senhor me surpreende, eu vou ter que consultar’. Aí liguei para ela. Ela disse: ‘pai, eu aceito’.”
Súbito, as lágrimas inundaram os olhos de Jefferson diante das câmeras. Está emocionado?, indagou uma repórter. O entrevistado confirmou. Delator do mensalão, Jefferson teve o mandato de deputado passado na lâmina. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 7 anos e 14 meses de cadeia, puxou 1 ano e 2 meses de cana. Contra esse pano de fundo tóxico, disse ter enxergado na conversão da filha em ministra um resgate da imagem da família.
Que beleza! Os empregos continuam sumidos. Mas o governo sujo de Temer resgatou a imagem mal lavada do clã de Jefferson. “Alvíssaras!”, gritarão os desempregados nas filas, brandindo seus currículos inúteis. O nome de Cristiane soou na delação da JBS como participante de negociação que rendeu R$ 20 milhões ao PTB. O dinheiro comprou o apoio da legenda à candidatura presidencial de Aécio Neves em 2014. Cristiane foi mencionada também na delação da Odebrecht como beneficiária de mochila com R$ 200 mil.
Nada disso resultou, por ora, em investigação, apressa-se em dizer a filha de Jefferson. Preocupação tola. Num governo presidido pelo primeiro presidente da história a ser denunciado criminalmente no exercício do mandato, um par de menções em inquéritos vale como medalhas de honra ao mérito. Não bastasse tais credenciais, ao pronunciar a frase fatídica —“Pai, eu aceito!”— a filha de Jefferson deixou aliviado o oligarca José Sarney, que vetara o deputado maranhense Pedro Fernandes, primeira sugestão do PTB para a pasta do Trabalho.
Assumirá a vaga de Cristiane na Câmara dos Deputados um suplente do também governista PSD, partido controlado pelo ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia). Chama-se Nelson Nahin. É irmão de um político manjado: Anthony Garotinho. Arrasta a bola de ferro de uma condenação a 12 anos de cadeia por exploração sexual de menores e adolescentes no Rio de Janeiro. Passou uma temporada de quatro meses atrás das grades. Foi libertado em outubro passado, graças a um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal..
O condenado Nahin será recepcionado na base congressual de Temer com fogos de artifício. Se der uma declaração a favor da reforma da Previdência, verá um tapete vermelho estender-se sob seus pés na entrada do Palácio do Planalto. Não demora e estará na fila das emendas e dos cargos, pois em Brasília nada se cria, nada se transforma, tudo se corrompe.
Mal foi resolvido o impasse da pasta do Trabalho, já aportou na mesa de Temer a carta de demissão do ministro da Indústria e Comércio. Você talvez não se lembre, mas esse outro cargo estratégico era ocupado por um personagem opaco: Marcos Pereira. Trata-se de um pastor da igreja Universal, que dá as cartas no PRB. Ele responde a inquérito no Supremo. Seu nome também soou na delação da JBS. Mas Temer já bateu o martelo: a vaga permanecerá com o PRB. Amém!
Estima-se que até o início de abril, prazo limite para que os candidatos deixem seus cargos no Poder Executivo, pelo menos 17 ministros pedirão para sair. Mantido o padrão das primeiras substituições, os partidos que enxergam na Esplanada oportunidades de negócios não perdem por esperar. Ganham!
O problema não começa nas legendas. Começa no presidente, que oferece graciosamente os ministérios. Temer não é o primeiro a fazer isso. É apenas um dos mais despudorados. Se existem áreas abertas à barganha mesmo com a Lava Jato a pino é porque o cinismo tornou-se uma marca indissociável do atual governo. PTBs e PRBs apenas jogam o jogo que lhes é proposto. E Temer decidiu tratar a reforma de sua equipe de governo não como uma substituição de ministros, mas como uma troca de cúmplices.

PT cospe num prato em que já não pode comer

 

O PT espalha pela internet um bordão: “Eleição sem Lula é uma fraude.” Esse slogan embala um movimento que se autoproclama defensor “da Justiça, da democracia e da candidatura de Lula.” Na Justiça do PT, o único veredicto válido é a absolvição de Lula. Na democracia do PT, o único aceitável é a re-re-reeleição de Lula. No Brasil paralelo que o PT construiu para si mesmo, o único caminho para a felicidade é a candidatura de Lula.
No Brasil real, que o PT finge não existir, Lula é um presidenciável precário, que imprime no processo eleitoral um rastro pegajoso. Suas pegadas são feitas de mensalão, petrolão, apartamento de praia, sítio de veraneio, tráfico de influência, contas milionárias e palestras de fancaria.
Em 24 de janeiro, a segunda instância do Judiciário pode grudar em Lula um veredicto que fará dele candidato favorito à cadeia, não ao Planalto. O companheiro José Dirceu, multi-condenado no mensalão e no petrolão, antecipa a reação do PT. Chama a provável condenação de Lula de golpe do Judiciário. Se golpe houver, será contra a impunidade. Noutros tempos, o PT exigia pratos limpos. Hoje, suprema ironia, o partido cospe num prato em que já não pode comer. DO J.DESOUZA