Os tucanos vão repassar ao procurador-geral Roberto Gurgel todos os cruzamentos de dados feitos pela assessoria técnica, além de pedirem para que sejam quebrados os sigilos de 29 empresas fantasmas que receberam recurso da construtora Delta. As empresas são suspeitas de repassar dinheiro não declarado a campanhas (caixa dois) ou para corromper agentes públicos.
Desde o início de outubro, a oposição defendia a extensão por mais 180 dias, mas a base governista, em maioria no colegiado, aceitou apenas 45. Oficialmente, o prazo ficou em 48 dias, terminando no dia 22 dezembro. Oposicionistas disseram que governistas fizeram a comissão terminar em "pizza".
Antes da prorrogação, o prazo para conclusão dos trabalhos da comissão se encerraria no último domingo (4). Pelo regimento, uma CPI tem seis meses para investigar fatos e pode ser prorrogada por mais seis meses.
De acordo com a Secretaria Geral da Mesa, a adesão ao requerimento de prorrogação por 48 dias ultrapassou o número mínimo de assinaturas exigido (171 deputados e 27 senadores).
Seis meses de trabalhos
A comissão mista de deputados e senadores para investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados foi instalada no Congresso em abril.
Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Monte Carlo.
Desde maio, a comissão ouviu governadores, policiais e empresários sobre a denúncia de que Cachoeira tinha um esquema de exploração do jogo ilegal em Goiás.
Relatório pronto
O relator Odair Cunha disse que o relatório final dos trabalhos da comissão está pronto. "O relatório está pronto para ser apresentado, mas queremos um prazo para debater o relatório [...] O relator tem um relatório bom e contundente para ser apresentado. Aqueles que disserem que a CPI não trabalhou é porque não querem trabalhar", disse Cunha.
O relatório de Odair Cunha ainda terá de ser votado pela comissão.
Depois, será encaminhado para o Ministério Público Federal (MPF), que poderá, se considerar necessário, tomar medidas judiciais cabíveis nas áreas cível ou criminal.
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