domingo, 31 de maio de 2020

Perigos da narrativa “centrista”

domingo, 31 de maio de 2020



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
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Um grande amigo, irmão e companheiro de lutas patrióticas me perguntou, bem na hora que começava a escrever meu artigo dominical: “Como está lendo o momento?”. Teclei a resposta mais sincera e óbvia ululante: “Radical e extremo, com o País dividido entre quem defende e acredita em Bolsonaro e aqueles que o odeiam e não aceitam o resultado surpreendente da eleição Presidencial de 2018”.
Acrescentei ao amigo: “Nosso desafio será sobreviver e encontrarrespostas e soluções equilibradas para problemas estruturais do Estado brasileiro, em meio a uma insana guerra de paixões políticas”. Ele seguiu na provocação: “Está enxergando ruptura por parte do Executivo? O Judiciário continuará sua caça às bruxas, livre leve e solto?” Respondi: Sem ruptura, no curto prazo... E o Judiciário, mais especificamente alguns ministros do STF, terão de baixar a bola”. Ou seja: togados precisarão parar de fazer política (ops, politicagem).
O Presidente Jair Bolsonaro também terá de recolher o flap. Terá de focar mais na gestão do Governo e menos nas tretas ideológicas. Bolsonaro terá de contrariar sua natureza por uma questão estratégica, se quiser realizar muito do que se propôs desde campanha eleitoral (que nunca termina, principalmente para a oposição destrutiva). O Presidente não será derrubado por um golpe, como foi tentado, mas ainda pode sofrer muito desgaste de imagem.
A Turma do Mecanismo, que deseja “ele fora”, já constrói, midiática e politicamente, a narrativa para que o eleitorado embarque na conversinha que realmente interessa aos que desejam o retorno ao poder dos “progressistas” (um novo formato de esquerda envergonhada). Os inimigos das reformas conservadoras (e também liberais) trabalham para a manutenção do modelo estatal Capimunista investindo na historinha de que o próximo Presidente do Brasil precisa ser um personagem de “centro” (esquerda, claro).
A jogada é simples e explica porque a oposição estruturada resolveu agir de maneira extrema contra Bolsonaro, na “parceria” formada com a ala “progressista” do Supremo Tribunal Federal. Só um idiota não percebeu o jogo repetido várias vezes na judicialização da politicagem. Um parlamentar um partido move ações cujo o foro nem é o Supremo.
O roteiro é manjado. Algum monocrata do STF, alegando o papo furado do “costume” (e não o ritual legal) pega a denúncia e repassa à Procuradoria-Geral da Justiça. O repasse tem jeitinho de sentença prévia, quase coagindo o titular da PGR a abrir a investigação. Depois, entram em ação a Polícia Federal e outros órgãos do aparelho repressivo estatal, gerando todo o desgaste para o Presidente, que acaba induzido a perder o foco em suas ações governamentais, enquanto, na mídia, os opositores deitam e rolam.
O negócio está tão acelerado que a Turma do Mecanismo lançou até o tal Movimento Estamos#Juntos (www.movimentoestamosjuntos.org). Na sexta-feira, foi lançado um manifesto que se alega apartidário e de centro, assinado por vários artistas. Na busca por adesões, já viralizou nas redes sociais, para formar um cadastro qualificado de classe média e alta de pessoas que se rotulam de “centro” e que estejam insatisfeitas com Bolsonaro. Em princípio, é a armação para a pré-campanha mal disfarçada de Luciano Huck ou de qualquer outro. Zé Dirceu cantou a pedra que é necessária a união em torno do nome de centro-esquerda, seja quem for, para substituir Bolsonaro em 2022.
Espertamente, a Turma do mecanismo tenta repetir a estratégia de campanha bem sucedida de Bolsonaro nas redes sociais. A diferença é que Bolsonaro gastou quase nada em cinco anos, e o esquema de centro-esquerda tem grana sem limite para gastar, enquanto o grupamento político-judiciário tritura Bolsonaro – que ainda fala muito e entra no jogo do inimigo.
Por isso o foco imediato deles é desgastar a base de apoio de Bolsonaro nas redes sociais. O próximo passo é interferir para que não seja bem sucedida a recomposição de Bolsonaro com o chamado “Centrão”. Já foi publicada até ”pesquisa” com duas mil pessoas (KKKKK – risada irônica com royalties para Mestre Hélio Fernandes) alegando que 64% condenam os acordos do Presidente com a base volúvel do Congresso Nacional.
Bolsonaro e seus estrategistas militares têm obrigação de entender este jogo manjado e muito bruto. A saída mais inteligente para o Presidente é bem governar, com a máxima eficiência, eficácia e efetividade – o que não é fácil com uma máquina pública aparelhada pelos sabotadores do Mecanismo.
Bolsonaro terá de ter sangue frio e não entrar feito patinho na guerra psicológica imposta pelos inimigos. Terá de acelerar todas as medidas que dependam da competência de sua equipe para melhorar a economia – o que vai depender da costura com a base do Congresso.
Em síntese: Não tem moleza. A oposição, até então perdida, começa a se rearticular. Bolsonaro tem ligar o desconfiômetro e fortalecer a unidade de seu governo e dos seus apoiadores (cada vez mais submetidos à máquina de triturar gente do sofisticado sistema de corrupção do Brasil).
Como já bem definiu alguém lúcido nas redes sociais, estamos em um jogo de xadrez em que a maioria do povo segue desarmado, espremido num canto do tabuleiro, cada vez mais empobrecido pelo lockdown dos governadores e impedido de se movimentar e manifestar livremente, com medo do coronavírus ou intimidado pelo STF. E ainda teremos de enfrentar o risco de censura na Internet... Mole, não...
A crise econômica está gigantesca. Mas a crise política ainda é pequenininha. O Governo precisa retomar a ofensiva e parar de ficar gritando na corda, fingindo que vence alguma luta. Basta de defensiva – burra ou covarde. É urgente ganhar de verdade. O tempo ruge...
O Alerta Total segue apostando e torcendo pelo milagre. Quem sabe, acontece...