Divirtam-se com as provas da corrupção petista.
Atualizando...abaixo trecho bombástico da Revista Época:
Desde que a Polícia Federal
prendeu Paulo Roberto Costa, o ex-executivo mais poderoso da Petrobras, há duas
semanas, Brasília não dorme. Dezenas de grandes empresários, entre eles
diretores das maiores empreiteiras do país e das gigantes mundiais do comércio
de combustíveis, todas com negócios na Petrobras, também não.
Paulo Roberto Costa era diretor
de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012. Era bancado no cargo por um
consórcio entre PT, PMDB e PP, com o aval direto do ex-presidente Lula, que o
chamava de “Paulinho”. Paulo Roberto Costa detém muitos dos segredos da
República – aqueles que nascem da união entre o interesse de empresários em
ganhar dinheiro público e do interesse de políticos em cedê-lo, mediante aquela
taxa conhecida vulgarmente como propina. E se Paulo Roberto fosse descuidado e
guardasse provas desses segredos? E se, uma vez descobertas pela PF, elas
viessem a público? Pois Paulo Roberto guardou. Tentava destruí-las quando a
Polícia Federal chegou a sua casa, há duas semanas. Mas não conseguiu se livrar
de todas a tempo.
ÉPOCA obteve cópia, com
exclusividade, dos principais documentos desse lote. Foram apreendidos nos
endereços de Paulo Roberto no Rio de Janeiro, onde ele mora. Esses documentos –
e outros que faziam parte da denúncia que levou Paulo Roberto à cadeia e ainda
não tinham vindo a público – parecem confirmar os piores temores de Brasília.
Paulo Roberto e o doleiro Alberto Youssef, também preso pela PF e parceiro
dele, acusado de toda sorte de crime financeiro na Operação Lava Jato, eram
meticulosos. Guardavam registros pormenorizados de suas operações financeiras,
sem sequer recorrer a códigos. Era tudo em português claro, embora
gramaticalmente sofrível.
Anotavam os nomes de lobistas e
empresários, quase sempre os associavam a negócios e a valores em dólares,
euros e reais. Os registros continham até explicações técnicas e financeiras
das operações. Os valores milionários mencionados nos documentos, suspeita a PF
– uma suspeita confirmada por três envolvidos ouvidos por ÉPOCA –, referem-se a
propinas pagas pelas empresas, nacionais e estrangeiras, que detinham contratos
com a área da Petrobras comandada por Paulo Roberto. Os papéis já analisados
pela PF (há muitos outros que ainda serão periciados) sugerem que as maiores
empreiteiras do país e as principais vendedoras de combustível do planeta
pagavam comissão para fazer negócio com a Petrobras.
Para compreender o esquema, cuja
vastidão apenas começa a ser desvendada pela PF, é necessário entender a função
desempenhada por cada um dos principais integrantes dele. Como diretor de
Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto fechava, entre outros, contratos de
construção e reforma de refinarias (do interesse das empreiteiras brasileiras)
e de importação de combustível (do interesse das multinacionais que vendem
derivados de petróleo).
Paulo Roberto assinava os
contratos, mas devia, em muitos momentos, fidelidade aos três partidos que o bancavam
no cargo (PT, PP e PMDB). Paulo Roberto garantia a Petrobras; lobistas como
Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e Jorge Luz, ligado ao PT e ao
PMDB, cujos nomes aparecem nos papéis apreendidos, garantiam as oportunidades
de negócio com as grandes fornecedoras da Petrobras – e, suspeita a PF,
garantiam também possíveis repasses aos políticos desses partidos.
Para a PF, a
Youssef cabia cuidar do dinheiro. Segundo envolvidos, essa tarefa também cabia
a Humberto Sampaio de Mesquita, conhecido como Beto, genro de Paulo Roberto.
Ele o ajudava nos negócios e é sócio de uma empresa que tem contrato de R$ 2,5
milhões com a Petrobras. Eram uma espécie de banco do esquema, ao providenciar
empresas de fachada para receber as propinas no Brasil e nos paraísos fiscais,
ao gerenciar as contas secretas e a contabilidade e ao pagar no Brasil, quando
necessário, a quem de direito.
DO CELEAKS
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