Ao ensaiar uma tabelinha eleitoral entre o seu MDB e o PSDB de Geraldo Akckmin, Michel Temer deixou no ar uma dúvida à moda de Garrincha: combinou com os russos? Avisado sobre a má repercussão que a ideia tivera entre os “russos” do MDB, o Vicente Feola do Palácio do Planalto encomendou uma pesquisa interna. Constatou que 74% dos diretórios estaduais do partido rechaçam o apoio à candidatura presidencial de Alckmin. Repetindo: dos 27 diretórios da legenda nos Estados, 20 são contrários à aliança nacional com o PSDB.
O resultado da pesquisa feita pelo Planalto foi divulgado na edição desta sexta-feira de O Globo. De acordo com o levantamento, a proposta de apoio a Alckmin sofreria uma derrota vexatória se o MDB reunisse hoje sua convenção nacional. A aliança com o tucano seria refutada por 508 dos 629 votos disponíveis. Esse resultado sepulta o plano de Temer, forçando o presidente a considerar a hipótese de tratar com menos desapreço a candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que trocou o PSD pelo MDB para disputar o Planalto.
Temer já comunicou aos correligionários que decidiu retirar do jogo a carta da sua reeleição. Em verdade, não foi uma opção. As evidências se encarregaram de retirar do baralho de 2018 um presidente crivado de acusações de corrupção e reprovado por sete em cada dez brasileiros. Resta saber se o MDB se entusiasmará com a opção de apoiar Meirelles, um candidato com 1% nas pesquisas. Um pedaço do partido se equipa para levar à convenção a proposta de que o partido não lance candidato próprio à Presidência, priorizando as eleições para o Legislativo. DO J.DESOUZA
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