Polícia Federal também prende banqueiro André Esteves
Escrevi aqui no dia 17:
“Fernando Baiano disse que Nestor Cerveró repassou sua parte da propina pela compra da refinaria de Pasadena ao senador petista Delcídio Amaral. As férias de Delcídio em Ibiza terão sido as suas últimas?”
Siiiiiiiiiiim!
Delcídio (PT-MS), que também é líder do governo Dilma no Senado, foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal.
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a prisão depois que o Ministério Público Federal apresentou evidências de que ele tentava atrapalhar investigações da Operação Lava Jato.
Também foi preso o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, que estaria envolvido nas irregularidades; e foram autorizadas as prisões do chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, e do advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, que está viajando.
Segundo a coluna Radar, de VEJA, o senador foi flagrado em gravações discutindo em detalhes com o filho e o advogado de Nestor Cerveró possíveis rotas de fuga para o ex-diretor da Petrobras.
O plano seria implementado tão logo fosse concedido habeas corpus para livrar Cerveró da cadeia e Delcídio negociava até uma “mesada” para bancar a permanência do comparsa no exterior.
Pelo fato de Cerveró ter nacionalidade espanhola, o destino final cogitado era a Espanha; e o MPF descreve até o avião que seria usado na fuga: um Falcon 50.
Segundo a Folha, o objetivo de Delcídio era evitar a delação premiada de Cerveró, cujo filho Bernardo gravou a conversa.
“É a primeira vez que um senador é preso no exercício do cargo, já que a Constituição Federal só permite a prisão de parlamentar em crime flagrante. Neste tipo de ação, de obstrução de investigação, a conduta é considerada crime permanente. É um dos poucos motivos que leva a corte a aceitar prisão preventiva de réu ainda sem julgamento”, diz o jornal.
Zavascki convocou uma reunião extraordinária do STF para debater o caso.
O Senado terá de fazer uma votação a respeito, porque a Constituição estabelece que em casos de prisão em flagrante “os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”.
Delcídio, como VEJA revelou em outubro, era um dos presentes à reunião de líderes do PT e do PMDB na casa de Renan Calheiros no fim de junho, uma semana depois que a Lava Jato prendeu os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez.
Na ocasião, Lula chamou de “arbitrários” o juiz Sergio Moro e os demais responsáveis pela operação.
“O país foi sequestrado pelo Moro. Temos de reagir no Supremo Tribunal Federal”, concordou José Sarney, o ex-presidente cuja filha, Roseana, é investigada no caso.
O objetivo da reunião, segundo a revista, era “encontrar um jeito de restaurar a velha ordem da impunidade para os poderosos da República que a Lava-Jato ameaça contrariar pela primeira vez em nossa história”.
Foi exatamente a tentativa de “restaurar a velha ordem da impunidade” que levou Delcídio à cadeia.
Em julho, este blog revelou em primeira mão que, enquanto o desemprego no Brasil atingia o maior índice da série histórica, o senador petista curtia balada no balneário de Ibiza, na Espanha.
Agora, PT e governo estão em pânico porque, finalmente, Delcídio dançou de verdade.
25/11/2015 - DO R.DEMOCRATICA
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