Domingo, Dezembro 19, 2010
Fica cada vez mais claro que, para uma grande maioria do Parlamento, com raríssimas exceções, obter um mandato de vereador, deputado ou senador é adquirir, por um baixíssimo custo, uma licença oficial para roubar. No país da impunidade, passou a ser um investimento de ponta para marginais de todas as matizes: estelionatários, ladrões, achacadores, corruptos em geral. Em pouco tempo é fácil recuperar o que foi gasto na campanha eleitoral para comprar o mandato. Um deputado federal vai ganhar R$ 1,6 milhão por ano ou R$ 6,4 milhões em 4 anos. Não há como não sobrar R$ 2 milhões líquidos ao final do período. Isso que não estamos falando do principal: as emendas parlamentares que, como estamos vendo, enchem os bolsos de deputados com outros tantos milhões, no truque simples de trocar entre si, independente de legendas, as liberações, botando "laranjas" lá na ponta que recebem a grana, sacam em dinheiro vivo e, obviamente, devolvem grande parte para os políticos. Tem empresa de fachada que chega a ser pluripartidária para não chamar atenção.Tem petista, tucano, comunista, direitista, tem todo o tipo de marca e modelo de político fazendo este tipo de safadeza. Quase no fim da cadeia alimentar da corrupção, chegamos à venda do voto, fruto do trabalho competente dos lobistas de todas as indústrias. Quanto será que o Paulinho da Força dos Bingos cobrou adiantado para trazer o assunto da legalização dos jogos de volta? Ou alguém acha que, mesmo perdendo no plenário, o bandido de colarinho branco não embolsou uma bolada? Se ganhasse, seriam dezenas de milhões no bolso de um dos piores bandidos políticos da história deste país. Finalmente, chegamos à venda do voto da bancada, quando um grupo de políticos é comprado em bloco por grupos empresariais ou por setores da economia. Aí a coisa vira um jogo sem limites em termos de achaque aos cofres públicos. Por isso, não há melhor investimento para um corrupto do que virar político. A lucratividade é enorme, sob a proteção da imunidade parlamentar. No Brasil de hoje, ser diplomado como político, é receber uma licença para roubar.
do b, coturno noturno
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