O governo federal cancelou, nesta segunda-feira, a reunião agendada para terça-feira entre representantes do Ministério do Planejamento, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e outros representantes dos professores de universidades federais. O encontro havia sido marcado na semana passada e poderia pôr fim à greve dos docentes de instituições federais de ensino superior, que já completou um mês.
Uma nova
data deve ser divulgada pelo governo. De acordo com o Andes, os
representantes do governo federal alegaram que ainda não tiveram tempo
para elaborar uma nova proposta que atenda às demandas dos professores. A
previsão é que a reunião seja realizada na próxima semana.
Na última
terça-feira, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça, pediu uma trégua de
vinte dias aos docentes para que fosse apresentado um plano efetivo de
reestruturação da carreira. A proposta foi recusada pelos sindicalistas.
Mendonça propôs, então, a reunião agora cancelada.
A greve dos
professores foi deflagrada no dia 17 de maio, com adesão de 29
instituições. De acordo com o último balanço do sindicato, o número já
chega a 55. Eles reivindicam um plano de reestruturação da carreira
docente, que teria sido prometido pelo governo federal para março deste
ano. Isso inclui o estabelecimento de 13 níveis de remuneração
(atualmente são 17), variação salarial de 5% entre eles e piso para a
carreira de 2.329,35 reais referente a 20 horas semanais de trabalho
(atualmente, o valor é de 1.597,92 reais).
Os
professores alegam ainda que as universidades federais têm vivido um
processo de “precarização”, consequência da política de “expansão
desordenada” iniciada pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e
Expansão das Universidades Federais (Reuni) - criado pelo governo
federal em 2007. Nesta segunda-feira, 32 das 38 institutos federais de
educação superior anunciaram uma paralisação por tempo indeterminado.
REV VEJA
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