Josias de Souza
Expurgado
do Ministério do Trabalho sob denúncias de corrupção, o PTB procura
novas oportunidades no mercado da baixa política. Em reunião de sua
Executiva Nacional, a legenda do ex-presidiário do mensalão Roberto
Jefferson formalizou sua decisão de se aninhar sob as asas do tucano
Geraldo Alckmin. O presidenciável do PSDB declarou-se “muito feliz”.
“Vamos juntos construir o Brasil que queremos”, exultou Alckmin no Twitter. Em entrevista, o candidato deu a entender que o Brasil dos seus sonhos é um país pendente de reformas —reforma política, tributária, previdenciária… reforma do próprio Estado. Alckmin disse que precisa de um “time”, pois “ninguém faz política sozinho”. O diabo é que o PTB está mais para entulho do que para mão de obra.
Nos governos do PT, o aliado de Alckmin interessava-se por negócios em estatais como os Correios e pelos mimos financeiros que levaram ao mensalão. Até hoje Jefferson não contou como distribuiu a valeriana de mais de R$ 4 milhões que Delúbio Soares, o ex-gestor das arcas do PT, mandou o ''carequinha'' lhe entregar. Sob Michel Temer, o PTB assumiu o balcão em que se vendiam registros de sindicatos por cifras que também roçavam os R$ 4 milhões.
Alckmin realçou que a adesão do PTB veio por decisão unânime da Executiva. Verdade. Compuseram a unanimidade a deputada Cristiane Brasil, impedida pela Justiça de assumir o Ministério do Trabalho, e o ex-ministro Helton Yomura, que acaba de ser ejetado do comando da pasta por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo.
Acusados de envolvimento no escândalo de comercialização de certificados sindicais, Cristiane e Yomura tiveram de pedir autorização ao Supremo para participar da reunião que encostou o PTB na candidatura de Alckmin. De plantão na Suprema Corte, Celso de Mello consentiu. Mas impôs condições à dupla.
Proibidos de manter contatos com outros investigados —Roberto Jefferson, por exemplo— Cristiane e Yomura não poderiam permanecer no ambiente partidário senão pelo prazo de duração do encontro. Mais: Celso de Mello ordenou que ambos preparem, no prazo de 72 horas, relatórios capazes de demonstrar “a precisa correlação entre a sua participação na reunião partidária e o desempenho de sua função como membro da Executiva Nacional do PTB''.
Ao guindar um partido apodrecido como o PTB à condição de membro do “time” que o ajudará na campanha e no governo, Geraldo Alckmin, ele próprio encrencado noutras investigações, converte o vocábulo “reformas” num outro nome para conversa fiada.
Descontado o lero-lero, o que conta no momento são os 33 segundos que o PTB irá adicionar no tempo de propaganda eleitoral televisiva a ser usufruído por Alckmin. É esse o preço da ética tucana: pouco mais de meio minuto no horário eleitoral. A vitrine eletrônica e a coligação do PSDB devem ser amplas. Onde entra um PTB, cabe qualquer outra coisa.
“Vamos juntos construir o Brasil que queremos”, exultou Alckmin no Twitter. Em entrevista, o candidato deu a entender que o Brasil dos seus sonhos é um país pendente de reformas —reforma política, tributária, previdenciária… reforma do próprio Estado. Alckmin disse que precisa de um “time”, pois “ninguém faz política sozinho”. O diabo é que o PTB está mais para entulho do que para mão de obra.
Nos governos do PT, o aliado de Alckmin interessava-se por negócios em estatais como os Correios e pelos mimos financeiros que levaram ao mensalão. Até hoje Jefferson não contou como distribuiu a valeriana de mais de R$ 4 milhões que Delúbio Soares, o ex-gestor das arcas do PT, mandou o ''carequinha'' lhe entregar. Sob Michel Temer, o PTB assumiu o balcão em que se vendiam registros de sindicatos por cifras que também roçavam os R$ 4 milhões.
Alckmin realçou que a adesão do PTB veio por decisão unânime da Executiva. Verdade. Compuseram a unanimidade a deputada Cristiane Brasil, impedida pela Justiça de assumir o Ministério do Trabalho, e o ex-ministro Helton Yomura, que acaba de ser ejetado do comando da pasta por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo.
Acusados de envolvimento no escândalo de comercialização de certificados sindicais, Cristiane e Yomura tiveram de pedir autorização ao Supremo para participar da reunião que encostou o PTB na candidatura de Alckmin. De plantão na Suprema Corte, Celso de Mello consentiu. Mas impôs condições à dupla.
Proibidos de manter contatos com outros investigados —Roberto Jefferson, por exemplo— Cristiane e Yomura não poderiam permanecer no ambiente partidário senão pelo prazo de duração do encontro. Mais: Celso de Mello ordenou que ambos preparem, no prazo de 72 horas, relatórios capazes de demonstrar “a precisa correlação entre a sua participação na reunião partidária e o desempenho de sua função como membro da Executiva Nacional do PTB''.
Ao guindar um partido apodrecido como o PTB à condição de membro do “time” que o ajudará na campanha e no governo, Geraldo Alckmin, ele próprio encrencado noutras investigações, converte o vocábulo “reformas” num outro nome para conversa fiada.
Descontado o lero-lero, o que conta no momento são os 33 segundos que o PTB irá adicionar no tempo de propaganda eleitoral televisiva a ser usufruído por Alckmin. É esse o preço da ética tucana: pouco mais de meio minuto no horário eleitoral. A vitrine eletrônica e a coligação do PSDB devem ser amplas. Onde entra um PTB, cabe qualquer outra coisa.
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