Representantes se reuniram no Rio de Janeiro. Durante o encontro, Deltan Dallagnol disse que a operação terá 'batalha final' em 2018.
Por Henrique Coelho e Nicolás Satriano, G1 Rio
Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) ligados à Operação
Lava Jato no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Curitiba se reuniram
nesta segunda-feira (27) e anunciaram ações conjuntas em 2018. O
encontro ocorreu na capital fluminense.
Durante o evento, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da
força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, afirmou que nenhum dos
investigadores tem pretensão eleitoral e que o ano que vem é decisivo.
"2018 é a batalha final da Lava Jato porque as eleições de 2018 determinarão o futuro da luta contra a corrupção do nosso país. Deputados federais e senadores que determinarão se existirão ou não retrocessos na luta contra a corrupção e se existirão reformas e avanços que possam nos trazer um país mais justo com índices efetivamente menores de corrupção e de impunidade", diz ele.
Para o procurador, 2018 é um ano-chave para "reformas sistêmicas" no
Congresso Federal e para eventuais retrocessos. Como exemplo, ele citou a
soltura dos três deputados do PMDB em votação na Alerj após
determinação do TRF-2.
"Será um ano de muito trabalho", resumiu o procurador do MPF no Rio, Eduardo El Hage.
No evento, os procuradores divulgaram uma carta pedindo apoio da
sociedade. O documento cita ataques de políticos para garantir a
impunidade de corruptos e pede que os eleitores escolham, nas próximas
eleições, "candidatos que apoiem efetivamente a agenda anticorrupção".
Outros temas que merecem a atenção dos eleitores, segundo os
procuradores, são o foro privilegiado e a delação premiada, "um dos mais
importantes instrumentos de investigação", nas palavras de José Augusto
Vagos, do Rio.
Até agora, dizem eles, a Lava Jato recuperou R$ 700 milhões desviados.
'Votação na Alerj foi um alerta do que pode vir'
A carta da força-tarefa relembra votação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que colocou em liberdade os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi, todos do PMDB.
O pleito ocorreu um dia após decisão do Tribunal Regional Federal (TRF)
pela prisão dos políticos por envolvimento com crimes investigados pela
Operação Cadeia Velha. “Isso é um alerta do que está por vir se nada
mudar”, disse Dallagnol.
Também estiveram presentes as procuradoras Anamara Osório Silva e
Thamea Danelon, de São Paulo; e o procurador Carlos Fernando dos Santos
Lima, de Curitiba.
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