Ex-presidente peruano e esposa são acusados de lavagem de dinheiro e teriam recebido milhões de dólares da empresa brasileira
14 jul 2017
05h56
atualizado às 07h52
O magistrado Richard Concepción Carhuancho aceitou o pedido de prisão
preventiva feito pelo Ministério Público. O juiz afirmou que existem
evidências substanciais contra o político esquerdista e a esposa sobre o
crime de lavagem de dinheiro.
Segundo o juiz, as provas apresentadas pela promotoria permitem
presumir que o casal recebeu dinheiro da embaixada da Venezuela e da
construtora brasileira Odebrecht e, com alto grau de probabilidade,
colocou a quantia nas campanhas eleitorais de 2006 e 2011,
respectivamente.
Um total de 3 milhões de dólares teria sido pago pela Odebrecht em
troca de um contrato para construir um oleoduto no país. Além de
financiar as campanhas, o dinheiro ilícito proveniente do Brasil e da
Venezuela teria sido usado para lucro pessoal.
O juiz considerou sua decisão "idônea e necessária", e "proporcional"
aos crimes praticados. A prisão preventiva evitará que o casal dificulte
a coleta de provas. A acusação havia argumentado que os dois podiam
fugir do Peru.
A defesa de Humala, por sua vez, considerou a decisão arbitrária. Mesmo
assim, o ex-presidente e a esposa se apresentaram à Justiça para
cumprir a pena.
Outros presidentes com problemas na Justiça
A Odebrecht admitiu perante as autoridades dos Estados Unidos ter
entregado subornos de 29 milhões de dólares no Peru entre 2005 e 2014,
período que abrange os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan
García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).
O mesmo juiz que decidiu pela prisão preventiva de Humala e da esposa
havia ordenado a detenção de Toledo em conexão com o caso Odebrecht. O
ex-presidente se encontra nos EUA e contesta uma ordem de deportação.
Ele é acusado de receber 20 milhões de dólares da Odebrecht para
facilitar os negócios da construtora no país.
Humala também passou a ser o segundo ex-presidente do país detido, após
Alberto Fujimori, que governou de 1990 a 2000, ser condenado a 25 anos
de prisão por vários casos de corrupção e violações aos direitos humanos
cometidos em seu mandato.DO TERRA
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